Mês a mês

Brasil e 10 capitais

IGMI-R OUTUBRO 2024

O Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R) apresentou valorização de 1,32% em outubro, superando a alta de 1,01% registrada no mês anterior. Esse desempenho reforça o ritmo de aceleração observado na taxa interanual, que avançou de 12,42% em agosto para 13,05% em setembro, sinalizando um mercado imobiliário residencial em trajetória de forte expansão.

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 Fonte: Elaboração FGV IBRE com dados da ABECIP

Em outubro, o Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R) registrou aceleração em cinco das dez cidades monitoradas. Destaque para as regiões Sudeste e Nordeste, onde se observaram os maiores avanços: São Paulo, com alta passando de 0,88% para 1,50%; Fortaleza, de 1,79% para expressivos 4,87%; e Salvador, que saltou de 1,16% para 7,19%. No entanto, o desempenho geral do índice foi contido pelos recuos significativos em Belo Horizonte (de 1,77% para -1,45%) e Goiânia (de 0,29% para -1,31%), que moderaram o impacto das acelerações positivas.

IGMI-R

Evolução da taxa de variação (%) nos últimos dez meses (janeiro a outubro) desde 2016



O Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R) acumulou alta de 11,55% nos primeiros dez meses de 2024, refletindo o dinamismo e o aquecimento do mercado imobiliário ao longo do ano. Esse movimento foi observado em diversas cidades contempladas pelo índice, abrangendo as principais regiões do país, evidenciando uma aceleração generalizada no setor. Entre os destaques, Belo Horizonte registrou uma expressiva alta acumulada de 22,91%, seguida por Salvador, com 18,63%, e Curitiba, com 16,56%, consolidando-se como polos de forte valorização no período.

Outro termômetro do mercado imobiliário, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), apresentou uma aceleração em sua taxa interanual, passando de 5,48% em setembro para 5,98% em outubro, sinalizando o contínuo aquecimento no setor de construção. Em contrapartida, o Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR) registrou desaceleração em sua taxa interanual, que recuou de 12,29% para 9,32% no mesmo período. Esses dados refletem dinâmicas distintas no mercado, com os custos de construção pressionados, enquanto os aluguéis apresentam arrefecimento, como ilustrado no gráfico a seguir.

 

INCC x IVAR

Evolução da taxa de variação acumulada em 12 meses

O cenário atual confirma o momento favorável para o setor imobiliário. Enquanto os preços dos aluguéis, medidos pelo Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR), registraram desaceleração em outubro, o Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R) apresentou uma trajetória oposta, avançando de 12,42% para 13,05% no mesmo período. Esse movimento reforça a valorização dos imóveis residenciais, destacando o dinamismo e o aquecimento do mercado.

 

IVAR x IGMI-R 

Evolução da taxa de variação acumulada em 12 meses



Esses números destacam um contraste marcante em relação ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Apesar de uma leve aceleração, o IPCA apresenta uma taxa interanual de 4,76% até outubro de 2024, posicionando-se bem abaixo dos índices imobiliários. Esse desempenho revela uma dinâmica inflacionária mais controlada na economia em geral, enquanto o mercado de imóveis residenciais segue registrando valorizações expressivas, refletindo o vigor do setor diante de uma inflação moderada.

IGMI-R x IPCA

Evolução da taxa de variação acumulada em 12 meses

O crescimento real do mercado imobiliário, mesmo em um contexto de inflação ligeiramente acima da faixa de tolerância da meta, evidencia o sólido desempenho do setor. Ao prosperar diante destes desafios macroeconômicos, o setor demonstra sua relevância, impulsionando a atividade econômica em diversas regiões do país.

 

IGMI-R SETEMBRO 2024

 

Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R)

O Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R) registrou alta de 1,01% em setembro, acelerando em relação à alta de 0,83% observada em agosto. Com esse resultado, a taxa interanual manteve a tendência de alta, passando de 12,27% em agosto para 12,42% em setembro.

 

 

Em setembro, o IGMI-R registrou aceleração em seis das dez cidades analisadas. Em três das quatro regiões do país, pelo menos uma cidade apresentou aumento no índice em comparação a agosto. Apenas no Centro-Oeste, as duas cidades representadas tiveram números inferiores aos do mês anterior. No Sudeste, o destaque foi Belo Horizonte, onde a variação saltou de 0,23% para 1,77%. No Nordeste, Fortaleza registrou o maior avanço, com a taxa de variação subindo de 0,66% para 1,79%. No Sul, Curitiba apresentou a maior aceleração, passando de 0,85% para 3,85%.

A variação acumulada do IGMI-R nos primeiros nove meses de 2024 alcançou 10,10%, a maior para esse período desde 2022, evidenciando o aquecimento do mercado imobiliário ao longo do ano. Esse movimento de alta foi verificado também em diversas cidades que compõem o índice, abrangendo todas as grandes regiões do país, o que aponta para uma aceleração generalizada em várias localidades do território nacional. Entre os destaques, estão Belo Horizonte, com uma alta acumulada de 24,72%, Curitiba com 16,26% e Goiânia com 14,91%.

Outro indicador do mercado imobiliário, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), apresentou uma nova aceleração em sua taxa interanual, que subiu de 5,23% em agosto para 5,48% em setembro. O mesmo ocorrendo com o Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR) cuja taxa interanual passou de 9,97% para 12,29%. Esses dados indicam que o setor de construção continua aquecido, conforme ilustrado no gráfico a seguir.

INCC x IVAR

Evolução da taxa de variação acumulada em 12 meses 

 

Fonte: FGV

O cenário atual reforça o bom momento para o setor imobiliário. Os preços dos aluguéis, medidos pelo Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR), estão acompanhando o movimento do Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R), que avançou 12,42% no mesmo período.

IVAR x IGMI-R

Evolução da taxa de variação acumulada em 12 meses

             Fonte: FGV e ABECIP

 

 Esses números contrastam significativamente com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que, embora tenha registrado uma leve aceleração, ainda se mantém distante dos índices do mercado imobiliário, com uma taxa interanual de 4,42% até setembro de 2024.

IGMI-R x IPCA

Evolução da taxa de variação acumulada em 12 meses

                 Fonte: IBGE e ABECIP

O crescimento real observado no mercado imobiliário, mesmo em um contexto de inflação dentro da faixa de tolerância da meta, reforça o bom desempenho do setor. Esse cenário destaca não apenas a resiliência, mas também a capacidade de adaptação e o dinamismo do mercado imobiliário, que continua a se consolidar como um pilar essencial da economia, capaz de prosperar mesmo diante de desafios macroeconômicos.

IGMI-R AGOSTO 2024

Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R)

Resultado de Agosto/2024

O Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R) registrou alta de 0,83% em agosto, desacelerando em relação à alta de 1,06% observada em julho. Com esse resultado, a taxa interanual continuou acelerando, passando de 12,13% em julho para 12,27% em agosto.

 

                Fonte: Elaboração FGV IBRE com dados da ABECIP

O IGMI-R registrou aceleração em cinco das dez cidades analisadas em agosto. Em todas as quatro regiões do país, pelo menos uma cidade apresentou aceleração no IGMI-R de julho para agosto. No Sudeste, a cidade do Rio de Janeiro foi o destaque, com a variação avançando de 0,63% para 0,86%. No Nordeste, Fortaleza foi a única cidade a registrar crescimento, passando de 0,62% para 0,66%. No Sul, Curitiba teve o maior aumento, de 0,67% para 0,85%. Por outro lado, no Centro-Oeste, a cidade de Goiânia apresentou aceleração, com a taxa avançando de 1,73% para 2,32%.

IGMI-R

Evolução da taxa de variação (%) nos últimos sete meses (janeiro a agosto) desde 2016

 

A variação acumulada pelo IGMI-R nos primeiros oito meses de 2024 foi de 9,00%, a maior taxa acumulada para esse período desde 2021, o que destaca o aquecimento do setor imobiliário em 2024. Essa tendência de alta também foi registrada em outras cinco cidades que compõem o índice, abrangendo todas as grandes regiões do país, indicando aceleração generalizada em diversas localidades do território nacional. Entre as cidades com as maiores altas acumuladas, destacam-se Belo Horizonte (22,55%), Goiânia (14,57%) e Curitiba (11,94%). 

Outro indicador do mercado imobiliário, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), apresentou uma nova aceleração em sua taxa interanual, que subiu de 4,67% em julho para 5,23% em agosto. O mesmo ocorrendo com o Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR) cuja taxa interanual passou de 9,90% para 9,97%. Esses dados indicam que o setor de construção continua aquecido, conforme ilustrado no gráfico a seguir. 

 

INCC x IVAR 

Evolução da taxa de variação acumulada em 12 meses

O cenário atual reforça o bom momento para o setor imobiliário. Os preços dos aluguéis, medidos pelo Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR), estão acompanhando o movimento do Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R), que avançou 12,27% no mesmo período.

IVAR x IGMI-R

Evolução da taxa de variação acumulada em 12 meses

 

Esses números contrastam significativamente com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que, embora tenha registrado uma leve aceleração, ainda se mantém distante dos índices do mercado imobiliário, com uma taxa interanual de 4,24% até agosto de 2024.

IGMI-R x IPCA

Evolução da taxa de variação acumulada em 12 meses


A evidência de um crescimento real no preço dos imóveis residenciais, em um período de inflação dentro do intervalo de tolerância da meta de inflação, corrobora o bom momento do setor imobiliário. 

IGMI-R JULHO 2024

 

Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R)

O Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R) registrou um aumento de 1,06% em julho, acelerando em relação à alta de 0,85% observada em junho. Com esse resultado, a taxa interanual também acelerou, passando de 11,65% em junho para 12,13% em julho.

 

Fonte: Elaboração FGV IBRE com dados da ABECIP

 

O IGMI-R registrou crescimento em cinco das dez cidades analisadas em julho. Em três das quatro regiões do país, pelo menos uma cidade apresentou aceleração no IGMI-R de junho para julho. No Sudeste, São Paulo e Rio de Janeiro se destacaram, com aumentos nas taxas de variação de 0,37% para 1,30% e de 0,17% para 0,63%, respectivamente. No Nordeste, Salvador foi a única cidade a registrar crescimento, passando de 0,22% para 0,91%. No Centro-Oeste, Goiânia teve o maior aumento, de 0,97% para 1,73%. Por outro lado, no Sul, nenhuma cidade apresentou aceleração, com Curitiba reduzindo de 0,80% para 0,67% e Porto Alegre de 1,64% para 1,39%.

A variação acumulada pelo IGMI-R nos primeiros sete meses de 2024 foi de 8,10%, a maior taxa acumulada para esse período desde 2016, o que destaca o aquecimento do setor imobiliário em 2024. Essa tendência de alta também foi registrada em outras seis cidades que compõem o índice, abrangendo todas as grandes regiões do país, indicando uma aceleração generalizada em diversas localidades do território nacional. Entre as cidades com as maiores altas acumuladas, destacam-se Belo Horizonte (22,26%), Goiânia (11,97%) e Salvador (11,00%).

IGMI-R x IPCA

 

 

Evolução da taxa de variação acumulada em 12 meses

Fonte: IBGE e ABECIP

Outro indicador do mercado imobiliário, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), apresentou uma nova aceleração em sua taxa interanual, que subiu de 4,03% em junho para 4,67% em julho. Por outro lado, o Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR) registrou uma leve desaceleração, com a taxa interanual passando de 10,65% para 9,90%. Esses dados indicam que, apesar da moderação no mercado de locação, o setor de construção continua aquecido, conforme ilustrado no gráfico a seguir.

INCC x IVAR

 

Evolução da taxa de variação acumulada em 12 meses

Fonte: FGV e ABECIP

A evidência de um crescimento real no mercado imobiliário, em um período de inflação controlada, corrobora o bom momento do setor. Esse cenário ressalta a resiliência e o dinamismo do mercado imobiliário, afirmando sua importância como um pilar fundamental da economia, capaz de se adaptar e prosperar mesmo em meio a desafios macroeconômicos.

 

IGMI-R JUNHO 2024

Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R)

O Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R) subiu 0,85% em junho, mostrando uma aceleração em comparação a maio, quando havia registrado uma alta de 0,78%. Com este resultado, a taxa interanual continuou a crescer, passando de 11,24% em maio para 11,65% em junho. Esta é a maior taxa interanual registrada desde junho de 2023, quando o índice acumulou um aumento de 12,07%.

IGMI-R x IPCA 

Evolução da taxa de variação acumulada em 12 meses

       Fonte: IBGE e ABECIP

Outros indicadores do mercado imobiliário, como o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) e o Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR), também registraram aceleração. Isso sugere que o mercado imobiliário, tanto no segmento de construção quanto no de locação residencial, continua aquecido, conforme ilustrado no gráfico a seguir.

INCC x IVAR

Evolução da taxa de variação acumulada em 12 meses

         Fonte: FGV

O cenário atual sustenta um bom momento para o setor imobiliário. Os preços dos aluguéis, medidos pelo Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR), acumulam um aumento interanual de 10,65% até junho, apresentando um movimento similar ao Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R), que avançou 11,65% no mesmo período. Ambos os indicadores contrastam com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que, apesar de uma leve aceleração, permanece distante dos índices do mercado imobiliário, registrando alta de 4,23% até junho de 2024, ante 3,93% no mês anterior.

IGMI-R x IVAR

Evolução da taxa de variação acumulada em 12 meses

             Fonte: FGV e ABECIP

A evidência de um crescimento real de preços no mercado imobiliário, em um período de inflação controlada, ressalta o potencial de investimento e a atratividade do setor. Esse cenário destaca a resiliência e o dinamismo do mercado imobiliário como um componente crucial da economia, capaz de se adaptar e prosperar mesmo diante de desafios macroeconômicos.

IGMI-R

Taxas de variação mensal e acumulada em 12 meses

 Fonte: Elaboração FGV IBRE com dados da ABECIP

Em junho, o IGMI-R apresentou crescimento em seis das dez cidades integrantes. Em todas as regiões do país, pelo menos uma cidade registrou aceleração do IGMI-R de maio para junho. No Sudeste, as cidades que registraram crescimento foram São Paulo (de 0,32% para 0,37%) e Belo Horizonte (de 2,86% para 4,12%). No Sul, destacaram-se Curitiba (de 0,64% para 0,80%) e Porto Alegre (de -3,54% para 1,64%). No Nordeste, Fortaleza foi a única cidade a apresentar aumento na taxa de variação (de -0,38% para 0,77%). Por fim, no Centro-Oeste, Brasília (de 1,80% para 1,92%) foi a única cidade onde a taxa do índice avançou em junho.

IGMI-R

Evolução da taxa de variação (%) no semestre (janeiro a junho) desde 2016

 

A variação acumulada pelo IGMI-R nos primeiros seis meses de 2024 foi de 6,96%, sendo a maior taxa acumulada para o mesmo período desde 2020, evidenciando o aquecimento do setor imobiliário em 2024. Essa tendência também foi observada em outras seis cidades que fazem parte do índice, abrangendo todas as grandes regiões do país, o que indica uma aceleração generalizada em diversas cidades em todo o território nacional. Entre as regiões cujas cidades acumulam as maiores altas estão Belo Horizonte (19,15%), Brasília (11,86%) e Curitiba

IGMI-R MAIO 2024

Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R)

O Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R) subiu 0,78% em maio, mostrando desaceleração em comparação a abril, quando havia registrado alta de 0,96%. Apesar da desaceleração na taxa mensal, a taxa interanual continuou a crescer, passando de 10,83% em abril para 11,24% em maio. Esta é a maior taxa interanual registrada desde julho de 2023, quando o índice acumulara aumento de 11,49%.

IGMI-R x IPCA

Evolução da taxa de variação acumulada em 12 meses

 

Outros indicadores do mercado imobiliário, como o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) e o Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR), também registraram aceleração. Isso indica que o mercado imobiliário, dividido em construção e locação residencial, segue aquecido, conforme ilustrado no gráfico a seguir.

INCC x IVAR

Evolução da taxa de variação acumulada em 12 meses

O cenário atual sustenta um bom momento para o setor imobiliário. Os preços dos aluguéis, medidos pelo Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR), acumulam um aumento interanual de 9,45% até maio, apresentando um movimento similar ao Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R), que avançou 11,24% no mesmo período. Ambos os indicadores contrastam com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que, apesar da tímida aceleração, segue distante dos indicies do mercado imobiliário, registrando alta de 3,93% até maio de 2024, ante 3,69% no mês anterior.

A recuperação observada no início de 2024 vem se confirmando como uma tendência positiva para o setor imobiliário, impulsionada pelos cortes acumulados na taxa Selic até maio de 2024. No entanto, a autoridade monetária ressalta que essa tendência precisará ser reavaliada, diante dos desafios que se acumulam no cenário doméstico e internacional.

A evidência de um crescimento real no mercado imobiliário, em um período de inflação controlada, ressalta o potencial de investimento e a atratividade do setor. Este momento destaca a resiliência e o dinamismo do mercado imobiliário como um componente crucial da economia, capaz de se adaptar e prosperar mesmo diante de desafios macroeconômicos.

IGMI-R

Taxas de variação mensal e acumulada em 12 meses

Fonte: Elaboração FGV IBRE com dados da ABECIP

Em maio, o mercado imobiliário apresentou aceleração dos preços, comparado ao mês anterior, em apenas três das dez cidades integrantes do IGMI-R. As cidades que mostraram essa tendência estão localizadas nas regiões Sudeste e Nordeste. No Sudeste, as cidades que registraram crescimento são: Rio de Janeiro (de 0,11% para 0,40%) e Belo Horizonte (de 1,96% para 2,86%). No Nordeste, apenas Salvador apresentou aumento na taxa de variação, que passou de 0,76% para 3,55%.

IGMI-R

Evolução da taxa de variação (%) no quinquemestre (janeiro a maio) desde 2016

A variação acumulada pelo IGMI-R nos primeiros cinco meses de 2024 foi de 6,06%, sendo a maior taxa acumulada para o mesmo período desde 2020, evidenciando o aquecimento do setor imobiliário em 2024. Essa tendência também foi observada em outras seis cidades que fazem parte do índice, abrangendo todas as grandes regiões do país, o que indica que essa aceleração está sendo verificada em diversas cidades em todo o território nacional. Entre as regiões cujas cidades acumulam as maiores altas estão Belo Horizonte (14,44%), Brasília (9,75%) e Salvador (9,38%).

IGMI-R ABRIL 2024

 

Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R)

O Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R) subiu 0,96% em abril, mostrando desaceleração em comparação a março, quando havia registrado alta de 1,49%. Apesar da desaceleração na taxa mensal, a taxa interanual continuou a crescer, passando de 10,29% em março para 10,83% em abril. Esta é a maior taxa interanual registrada desde julho de 2023, quando o índice acumulava aumento de 11,49%.

Outros indicadores do mercado imobiliário, como o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) e o Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR), também registraram aceleração. Isso indica que o mercado imobiliário, dividido em construção e locação residencial, está aquecido, conforme ilustrado no gráfico a seguir.

INCC x IVAR 

Evolução da taxa de variação acumulada em 12 meses

O cenário atual sustenta um bom momento para o setor imobiliário. Os preços dos aluguéis, medidos pelo Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR), acumulam um aumento interanual de 9,16% até abril, apresentando um movimento similar ao Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R), que avançou 10,83% no mesmo período. Ambos os indicadores contrastam com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que segue em desaceleração, registrando uma alta de 3,69% até abril de 2024, em comparação aos 4,18% de abril de 2023.

A recuperação observada no início de 2024 se confirma como uma tendência positiva para o setor imobiliário, impulsionada pelos cortes acumulados na taxa Selic até maio de 2024. No entanto, a autoridade monetária ressalta que essa tendência precisará ser reavaliada a partir de maio, diante dos desafios que se acumulam no cenário doméstico e internacional.

A evidência de um crescimento real no mercado imobiliário, em um período de inflação controlada, ressalta o potencial de investimento e a atratividade do setor. Este momento destaca a resiliência e o dinamismo do mercado imobiliário como um componente crucial da economia, capaz de se adaptar e prosperar mesmo diante de desafios macroeconômicos.

IGMI-R

Taxas de variação mensal e acumulada em 12 meses 

          Fonte: Elaboração FGV IBRE com dados da ABECIP

Em abril, o preço dos imóveis residenciais apresentou crescimento em apenas quatro das dez cidades integrantes do IGMI-R. As cidades que mostraram essa tendência estão localizadas nas regiões Nordeste e Centro-Oeste. No Nordeste, todas as cidades registraram crescimento mais forte que no mês anterior: Fortaleza (de 0,81% para 1,06%), Recife (de 1,23% para 1,24%) e Salvador (de 0,31% para 0,76%). No Centro-Oeste, apenas Goiânia apresentou um aumento na taxa de variação, que passou de 1,85% para 1,97%.

IGMI-R

Evolução da taxa de variação (%) nos primeiros quadrimestres desde 2016

A variação acumulada pelo IGMI-R nos primeiros quatro meses de 2024 foi de 5,24%, sendo a maior taxa acumulada para o mesmo período desde 2016, evidenciando o aquecimento do setor imobiliário em 2024. Essa tendência também foi observada em outras seis cidades que fazem parte do índice, abrangendo três grandes regiões do país, o que indica que essa aceleração está distribuída por grandes cidades em todo o território nacional. Apenas a região Sul apresentou uma taxa inferior à observada nos últimos anos, um fenômeno que não tem relação com as chuvas que afetaram a região no início de maio, período não considerado nesta edição do IGMI-R. Entre as regiões cujas cidades acumulam as maiores altas estão Belo Horizonte (11,26%), Salvador (8,69%) e Brasília (7,82%). 

IGMI-R MARÇO 2024

Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R)

A análise do Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R) demonstra estabilidade, com uma leve desaceleração nas taxas de crescimento ao passar de 1,53% em fevereiro para 1,49% em março. No entanto, a taxa de variação interanual exibe um incremento significativo, movendo-se de 9,28% em fevereiro para 10,29% em março. Este aumento acumulado reflete ainda uma dinâmica positiva para o mercado imobiliário residencial, apesar das incertezas vinculadas ao desempenho macroeconômico do Brasil e do mundo que estamos vivenciando.

IGMI-R x IPCA

Evolução da taxa de variação acumulada em 12 meses

       Fonte: IBGE e ABECIP

O cenário atual indica mudança na economia para o setor imobiliário. O aumento do IGMI-R/ABECIP, em contraponto à variação moderada do IPCA, aponta para uma recuperação do mercado imobiliário. A virada observada no início de 2024 parece indicar uma tendencia de recuperação para o setor, que pode estar conectada com a queda do IPCA e a consequente expectativa que havia, ao menos até março de 2024, da queda de juros.

A evidência de um crescimento real no mercado imobiliário, em um período caracterizado por uma inflação controlada, ressalta o potencial de investimento e a atratividade do setor.  Este momento destaca a resiliência e o dinamismo do mercado imobiliário como um componente crucial da economia, capaz de se adaptar e prosperar mesmo diante de desafios macroeconômicos.

Em março, o mercado imobiliário apresentou nas dez principais capitais crescimento, sendo que nove das dez cidades as variações superaram os de fevereiro. Destacando-se nesse grupo, Brasília que registrou variação mais significativa, com um salto para 3,08%. Já a maior aceleração da taxa interanual também ocorreu em Brasília, onde a taxa saltou de 7,37% para 10,51%. Ainda sobre a taxa interanual, Salvador foi a única cidade a registrar desaceleração, passando a taxa de 11,72% para 11,09%.

A variação acumulada pelo IGMI-R no primeiro trimestre de 2024 atingiu 4,24%, ultrapassando a taxa trimestral registrada para o mesmo período desde 2016, evidenciando o aquecimento do setor imobiliário em 2024. Essa tendência também foi observada em outras cinco cidades que fazem parte do índice, representando as quatro grandes regiões do Brasil, indicando que essa aceleração está distribuída por grandes cidades em todo o território nacional. Entre essas, as maiores taxas registradas no primeiro trimestre foram em Belo Horizonte com 9,12%, seguida por Curitiba com 7,01%, Brasília com 5,26%, Goiânia com 5,19% e Recife com 4,95%.

Apesar da taxa trimestral estar sujeita a influências sazonais, a aceleração observada em 2024 excede as marcas registradas para o mesmo período nos anos anteriores. Esse dado reforça o aquecimento do setor imobiliário, um fenômeno também evidenciado pela evolução da taxa interanual, uma medida não afetada por efeitos sazonais, demonstrando um aumento contínuo nos últimos meses.

IGMI-R FEVEREIRO 2024

Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R)

A análise do Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R) revela um comportamento ascendente significativo, com incrementos mensais de 1,17% em janeiro e de 1,53% em fevereiro, sinalizando viés de alta. Consequentemente, a taxa de variação acumulada anual observou um avanço, movendo-se de 8,30% em janeiro para 9,28% em fevereiro. Este aumento acumulado reflete a dinâmica positiva do mercado imobiliário residencial, indicando não apenas a recuperação do setor, mas também o potencial para investimentos futuros, dadas as expectativas de valorização contínua dos imóveis residenciais nesse ambiente econômico.

IGMI-R x IPCA

Evolução da taxa de variação acumulada em 12 meses

            Fonte: IBGE e ABECIP

 

O gráfico acima reflete os resultados reais acumulados em 12 meses, apontando para uma evolução do IGMI-R/ABECIP e do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA/IBGE) até fevereiro de 2024.

A análise temporal dos dados indica a existência de três fases distintas na dinâmica dos indicadores examinados. Inicialmente, de janeiro de 2021 a meados de 2022, observa-se uma fase de crescimento simultâneo tanto para o Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial/ABECIP (IGMI-R/ABECIP) quanto para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), com uma escalada mais pronunciada no IGMI-R/ABECIP. Esse fenômeno pode ser interpretado como um reflexo do aumento da demanda por imóveis residenciais. A elevação da taxa Selic, implementada como estratégia para frear a inflação, paradoxalmente, poderia ter reduzido o apelo da compra de imóveis. Contudo, o aumento acentuado no IGMI-R/ABECIP sugere que outros fatores, possivelmente o apelo ao investimento imobiliário como proteção contra a inflação, superaram o possível desincentivo causado pela elevação dos juros. Assim, esse período se caracteriza por uma ascensão simultânea nos preços do setor imobiliário e na taxa inflacionária, indicando uma correlação notável entre o aquecimento do mercado imobiliário e o incremento da inflação.

A partir do segundo semestre de 2022, observa-se uma inflexão significativa nos padrões anteriores: tanto o Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial/ABECIP (IGMI-R/ABECIP) quanto o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) começaram a mostrar sinais de desaceleração concomitante. Essa mudança sugere um processo de ajuste onde o ritmo de crescimento tanto no mercado imobiliário quanto na inflação geral passou por uma moderação. Esse período pode ser interpretado como uma resposta direta às medidas de política econômica adotadas anteriormente, bem como às mudanças nas expectativas do mercado e no comportamento dos consumidores.

A desaceleração quase simultânea desses indicadores reflete uma dinâmica complexa onde fatores como a política monetária, o custo do crédito imobiliário e as expectativas inflacionárias interagem para influenciar tanto o mercado imobiliário quanto a economia em geral. Esse ajuste no ritmo de crescimento indica uma fase de recalibragem na economia, onde os agentes econômicos, incluindo consumidores e investidores, adaptam-se a um novo cenário de expectativas ajustadas, tanto em relação à inflação quanto à valorização imobiliária.

No contexto mais recente, inaugurado em meados de 2023, delineia-se uma divergência notável entre os comportamentos do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e do Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial/ABECIP (IGMI-R/ABECIP). Enquanto o IPCA registra uma variação anual em torno de 4,5%, o IGMI-R/ABECIP exibe taxas anuais de crescimento substancialmente mais altas em torno de 9,28%, indicando um fenômeno de descolamento entre os dois indicadores, apontando para um momento de retomada no crescimento real do mercado imobiliário, em comparação direta com a inflação medida pelo IPCA.

Este cenário sinaliza uma importante inflexão na dinâmica econômica, especialmente para o setor imobiliário. A ascensão do IGMI-R/ABECIP, em contraste com uma variação moderada do IPCA, sugere que o mercado imobiliário está não apenas se recuperando, mas também ganhando força em termos reais. A mudança de tendência observada no início de 2024 reforça a perspectiva de um viés de recuperação para o setor, possivelmente impulsionada por uma combinação de fatores econômicos.

A evidência de um crescimento real no mercado imobiliário, em um período caracterizado por uma inflação controlada, ressalta o potencial de investimento e a atratividade do setor. Além disso, sugere que as medidas de política econômica, possivelmente ajustes na política monetária ou incentivos específicos ao setor imobiliário, podem estar surtindo efeito. Este momento destaca a resiliência e o dinamismo do mercado imobiliário como um componente crucial da economia, capaz de se adaptar e prosperar mesmo diante de desafios macroeconômicos.

IGMI-R

Taxas de variação mensal e acumulada em 12 meses

Jan/24 e fev/24

           Fonte: Elaboração FGV IBRE com dados da ABECIP

Em fevereiro, uma análise detalhada do mercado imobiliário nas dez principais capitais revelou uma dinâmica de crescimento variado em cinco capitais - São Paulo, Belo Horizonte, Recife, Porto Alegre, e Brasília - exibindo aumentos mensais em suas variações de preço que superaram os valores registrados em janeiro. Destacando-se nesse grupo, Belo Horizonte registrou a ascensão mais significativa, com um salto para 5,50%, enquanto Fortaleza observou a menor variação, marcando uma ligeira retração de -0,20%. A performance de Belo Horizonte não apenas sobressaiu pela sua alta expressiva, mas também pela aceleração, onde sua variação mensal avançou de 1,21% para 5,50%, evidenciando um aquecimento particularmente forte no mercado imobiliário local.

Por outro lado, Goiânia apresentou a maior desaceleração entre as capitais analisadas, com sua taxa de crescimento declinando de 2,42% para 0,85%, sugerindo uma moderação no ritmo de aumento dos preços imobiliários na cidade.

Esse panorama de fevereiro reflete a heterogeneidade do mercado imobiliário brasileiro, onde diferentes capitais apresentaram ritmos distintos de ajuste nos preços. Tal diversidade de desempenho pode ser atribuída a uma variedade de fatores locais, incluindo oferta e demanda de imóveis, condições econômicas regionais, e a implementação de políticas públicas específicas ao setor imobiliário.

No que se refere às taxas interanuais, apenas três das dez cidades analisadas: Rio de Janeiro, Fortaleza e Porto Alegre apresentaram desaceleração e não acompanharam a tendência da média nacional.

IGMI-R

Evolução da taxa de variação acumulada em 12 meses

             Fonte: Elaboração FGV/IBRE com dados da ABECIP

 

De acordo com a Sondagem da Construção Civil realizada pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (IBRE-FGV), o setor construtivo enfrenta um horizonte repleto de incertezas que estão atreladas ao desempenho macroeconômico do Brasil nos próximos meses. Essas incertezas refletem as interações entre o setor de construção civil e os mais amplos indicadores econômicos, tais como crescimento do PIB, taxas de juros, e a confiança do consumidor, que coletivamente podem influenciar tanto os investimentos no setor quanto a demanda por novas construções.

Apesar desse cenário de incertezas, a sondagem destaca um elemento positivo: o indicador de demanda prevista para os próximos três meses manteve-se em uma trajetória de crescimento que tem sido observada desde o início do ano. Este indicador é fundamental para entender as expectativas dos empresários do setor e sua disposição para novos investimentos, servindo como um termômetro para a confiança na recuperação e no desenvolvimento futuro do mercado.

A manutenção dessa tendência de crescimento na expectativa de demanda, mesmo diante de um panorama econômico incerto, pode ser interpretada como um sinal de resiliência do setor da construção civil. Tal resiliência é potencialmente impulsionada por fatores como a continuidade de programas habitacionais, investimentos em infraestrutura, e a busca por ativos reais como proteção contra a inflação, que tendem a sustentar a demanda por construção mesmo em períodos de volatilidade econômica.

Assim, embora as incertezas macroeconômicas possam impor desafios, a expectativa positiva para a demanda no setor da construção civil nos próximos três meses reflete um otimismo cauteloso. Este otimismo, por sua vez, é crucial para a tomada de decisão estratégica das empresas do setor, influenciando desde o planejamento de novos projetos até a gestão de recursos, e indica uma percepção de oportunidades de crescimento apesar dos obstáculos econômicos previstos.

 

Sondagem da Construção Civil FGV IBRE

            * No 1º tri/24 contabilizou-se os meses de janeiro e fevereiro de 2024.

            Fonte: FGV IBRE

 

O mesmo levantamento do IBRE-FGV que aborda a Sondagem da Construção Civil também evidencia uma tendência encorajadora no que diz respeito ao indicador "Tendência dos Negócios", que avalia a percepção das empresas sobre a conjuntura dos negócios nos próximos seis meses. Este indicador tem mostrado uma melhoria significativa em suas últimas apurações, refletindo um crescente otimismo entre os empresários do setor. Tal otimismo parece ser embasado, em parte, pelo início de um ciclo de redução nas taxas de juros, assim como pela recuperação observada no mercado de trabalho, dois fatores que conjuntamente apontam para um ambiente propício ao aumento das oportunidades de negócios no segmento da construção civil.

A possibilidade de desaceleração nos preços dos imóveis residenciais nos meses vindouros, caso se concretize, é projetada para ocorrer de maneira mais suave. Isso se deve à continuidade da demanda por imóveis, um fenômeno sustentado não apenas pela melhoria das condições macroeconômicas, mas também pela expectativa de continuidade nos cortes da taxa Selic. A recente decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) em março, que reduziu a taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual, levando-a a 10,75% ao ano, sinaliza um caminho favorável para a renovação do interesse dos consumidores pela compra de imóveis.

Este conjunto de fatores cria um cenário otimista para o setor da construção civil. A redução dos juros, ao diminuir o custo do crédito imobiliário, torna a aquisição de imóveis mais acessível para um maior número de pessoas, impulsionando assim a demanda. Além disso, a melhora no mercado de trabalho contribui para aumentar a confiança dos consumidores, que se sentem mais seguros para realizar investimentos de longo prazo como a compra de um imóvel. Portanto, embora existam incertezas quanto à evolução geral da economia, os indicativos atuais apontam para um horizonte de oportunidades e crescimento para o setor da construção civil, sustentados pela dinâmica positiva dos seus principais drivers econômicos.

IGMI-R JANEIRO 2024

Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R)

O Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R) registrou variações positivas de 1,15% em dezembro e de 1,17% em janeiro, demonstrando um viés de estabilidade. Com o resultado, a variação acumulada nos últimos 12 meses passou de 7,97% em dezembro para 8,30% em janeiro.

IGMI-R x IPCA

Evolução da taxa de variação acumulada em 12 meses

 

O gráfico acima reflete os resultados reais acumulados em 12 meses, apontando para uma evolução do IGMI-R/ABECIP e do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA/IBGE) até janeiro de 2024.

Os dados permitem identificar três fases distintas no comportamento recente dos indicadores analisados. Entre o início de 2021 e meados de 2022, tanto o IGMI-R/ABECIP como o IPCA exibiram tendência simultânea de aumento, mais acentuado no caso do IGMI-R/ABECIP. Esse período foi caracterizado por um crescimento sincronizado, destacando-se uma fase de elevação conjunta nos preços do mercado imobiliário e no IPCA.

Nota-se que a partir do segundo semestre de 2022, houve uma mudança de direção, com ambos os indicadores iniciando um processo de desaceleração quase simultâneo, indicando um ajuste no ritmo de crescimento tanto do setor imobiliário quanto da inflação geral.

No cenário atual, iniciado em meados de 2023o IPCA apresenta uma variação anual em torno de 4,5%, enquanto o IGMI-R/ABECIP variações anuais mais elevadas. Ou seja, começa a haver um descolamento nas trajetórias dos dois indicadores: o IGMI-R/ABECIP retoma a trajetória de crescimento real, quando comparado ao IPCA. A mudança de tendência observada no início de 2024 sugere um viés de recuperação no mercado imobiliário.

Em janeiro, sete das dez capitais analisadas - São Paulo, Belo Horizonte, Fortaleza, Recife, Curitiba, Porto Alegre e Brasília - registraram variações mensais superiores às observadas em dezembro. Goiânia apresentou a maior alta, com 2,42%, enquanto o Rio de Janeiro teve a menor variação de 0,13%. Recife destacou-se pela maior aceleração, saindo de -0,15% para 1,65%. Em contraste, Porto Alegre registrou a maior desaceleração, com a variação do índice de -0,81% para 0,37%.

No que se refere às taxas interanuais, Rio de Janeiro, Fortaleza e Porto Alegre divergiram da tendência nacional, apresentando reduções nas suas variações anuais para 7,96%, 5,90% e 5,03%, respectivamente.

A região Sudeste, que inclui São Paulo, Rio de Janeiro (RJ) e Belo Horizonte (BH), mostrou um aumento nas taxas mensais e interanuais em São Paulo e Belo Horizonte. Em contraste, o Rio de Janeiro apresentou desaceleração tanto nas taxas mensais quanto interanuais.

Na região Nordeste, representada por Recife, Salvador e Fortaleza, houve uma aceleração nas taxas mensais de Recife e Fortaleza, embora Fortaleza tenha experimentado um pequeno recuo na taxa interanual.

No Sul, em Curitiba e Porto Alegre houve aceleração na taxa mensal, mas Curitiba também mostrou avanço na taxa interanual.

Por fim, na região Centro-Oeste, apenas a taxa mensal de Brasília mostrou aceleração, mas as taxas interanuais aumentaram tanto em Brasília como em Goiânia.

IGMI-R

Evolução da taxa de variação acumulada em 12 meses

Conforme apontado na Sondagem da Construção Civil realizada pelo IBRE-FGV, as perspectivas para o setor permanecem marcadas por incertezas relacionadas ao desempenho geral da economia brasileira nos próximos meses. Apesar dessas incertezas, o indicador de demanda prevista para os próximos três meses conseguiu sustentar a tendência de crescimento notada desde o começo do ano, conforme ilustrado no gráfico abaixo.

Sondagem da Construção Civil FGV IBRE

Setor de Edificações Residenciais 

* No 1º tri/24 apenas está sendo contabilizado o mês de jan/24.

Fonte: FGV IBRE

Além disso, o mesmo gráfico revela que o indicador 'Tendência dos Negócios' – que mede a percepção da situação geral dos negócios para as empresas nos próximos seis meses – registrou uma melhoria significativa no último levantamento. Esta perspectiva otimista, conjugada com o início de um ciclo de redução nas taxas de juros e com a melhora observada no mercado de trabalho, pode sinalizar um aumento nas oportunidades de negócios para o segmento da construção civil. 

Neste contexto, espera-se que a tendência de desaceleração dos preços dos imóveis residenciais nos próximos meses, se ocorrer, deverá ser mais gradual, pois persiste o aumento na demanda por imóveis. O crescimento será sustentado pela expectativa de prosseguimento nos cortes da taxa básica de juros, o que gradualmente renova o interesse dos consumidores na aquisição de imóveis.

IGMI-R DEZEMBRO 2023

Após variar 0,19% em novembro, o IGMI-R/ABECIP acelerou para 1,15% em dezembro. Com esse resultado, a variação acumulada em 12 meses ficou praticamente estável, passando de 7,86% para 7,97%.  Nas variações percentuais anuais, houve uma forte desaceleração na passagem de 2022 para 2023: 15,06% para 7,97%. Essa desaceleração no resultado nacional também foi verificada nas dez capitais analisadas, em intensidades não idênticas, mas sempre mostrando a mesma direção. A tabela abaixo permite a visualização desses resultados.

A queda na variação anual nos preços nominais dos imóveis residenciais entre 2022 e 2023 não representou uma perda de seus valores reais médios, tomando como base de comparação o IPCA/IBGE, que variou 4,6% em 2023, abaixo dos 7,97% registrados pelo IGMI-R/ABECIP. O gráfico abaixo mostra a evolução dessa comparação desde 2015.

Após o período de quedas entre 2015 e 2017, os preços dos imóveis residenciais no Brasil iniciaram um ciclo de recuperação que se intensificou entre 2019 e 2021, seguindo uma tendência de desaceleração junto com a do IPCA a partir de 2022. Sob uma perspectiva de prazo mais longo, enquanto o IPCA acumula um aumento de 66,84% entre os finais de 2014 e 2023, o IGMI-R/ABECIP ainda fica um pouco abaixo (61,80%), mostrando que as variações reais nos preços dos imóveis no período mais recente estão na direção de uma recomposição cíclica em relação aos preços de um conjunto amplo de bens de consumo, tais como mensurados pelo IPCA.

IGMI-R NOVEMBRO 2023

Em novembro, o IGMI-R/ABECIP manteve a trajetória de desaceleração no resultado acumulado em 12 meses, passando de 9,23% em outubro para 7,86%, após a variação mensal entre os dois períodos passar de 0,75% para 0.19%.

Entre as dez capitais analisadas, as exceções em termos das comparações entre as variações mensais de outubro e novembro, foram Curitiba e Brasília, as únicas duas apresentando aceleração entre os dois períodos. Esse resultado, no entanto, não foi suficiente para que essas duas capitais deixassem de registrar quedas nas variações acumuladas em 12 meses, a exemplo de todas as demais. Fortaleza, que já havia registrado variação mensal negativa em outubro, teve novamente variação negativa em novembro, apesar do resultado ficar próximo da estabilidade.

Na perspectiva dos resultados acumulados em 12 meses em termos reais, o gráfico abaixo mostra as evoluções do IGMI-R/ABECIP e do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA/IBGE), incorporando os últimos resultados de novembro.

Pode-se notar três momentos no passado recente. A partir de 2021, os dois indicadores possuem tendência conjunta de elevação, sendo a aceleração do IGMI-R/ABECIP superior à do IPCA. A partir de meados de 2022 a tendência passa a ser de desaceleração, praticamente de forma contemporânea entre os dois. O momento atual, iniciado em meados de 2023, apresenta o IPCA convergindo para uma variação anual em torno de 4%, ao passo que o IGMI-R/ABECIP ainda registra variações superiores em nível, mas em contínua desaceleração. Em resumo, os preços dos imóveis residenciais ainda registram ganhos em termos reais nesse final de 2023 (tomando o IPCA/IBGE como base de comparação), mas esses ganhos vêm decrescendo nos últimos meses.

 

Essa desaceleração nas variações reais dos preços dos imóveis residenciais envolve um ajuste nesse mercado, na medida em que desde o final de 2019 os preços nominais cresceram em ritmo superior ao dos índices de preços ao Consumidor. Adicionalmente, apesar da resiliência observada no mercado de trabalho nos últimos meses de 2023, a desaceleração do nível de atividades em geral diminui o espaço para uma trajetória de variações mais expressivas nos preços reais dos imóveis residenciais.

Dentro desse contexto, na última leitura da Sondagem da Construção Civil (IBRE-FGV), os empresários do setor antecipam uma nova desaceleração na Demanda Prevista para os próximos 3 meses, como pode ser visto no gráfico abaixo.

Porém, ainda no gráfico acima podemos ver que, nessa mesma pesquisa, os empresários antecipam alguma melhora na Tendência dos Negócios para os próximos 6 meses. Essa melhora é modesta, face a incertezas que perduram sobre o quadro macroeconômico, mas as condições de crédito imobiliário devem ser positivamente impactadas pelo ciclo de queda nas taxas de juros, fator que provavelmente deve resultar na manutenção da valorização real dos imóveis residenciais, ainda que em patamares inferiores aos registrados desde 2021.

IGMI-R OUTUBRO 2023

O IGMI-R/ABECIP desacelerou em outubro, registrando avanço de 0,75% após variar 0,88% em setembro. O resultado acumulado em 12 meses manteve a trajetória de desaceleração iniciada nos últimos meses variando 9,23%, o primeiro resultado abaixo de dois dígitos desde junho de 2021.

Na direção contrária da média nacional, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Goiânia foram as únicas entre as dez capitais analisadas onde houve aceleração das variações mensais entre setembro e outubro, porém esse resultado não impediu que, juntamente com todas as outras, ocorresse desaceleração na perspectiva das variações acumuladas em 12 meses.

Essa desaceleração do IGMI-R/ABECIP na perspectiva dos resultados acumulados em 12 meses contrasta com a tendência de aceleração do Índice de Preços ao Consumidor Ampliado (IPCA-IBGE) a partir do início do segundo semestre do ano, implicando na desaceleração das variações reais dos preços dos imóveis residenciais no Brasil durante o período, como pode ser visto no gráfico abaixo.

Ainda na perspectiva dos resultados acumulados em 12 meses, na medida em que as expectativas relativas ao IPCA até o final de 2023 estejam próximas do patamar de outubro, se mantida a tendência de desaceleração nos valores nominais dos imóveis residenciais até o final do ano, o mesmo deve ocorrer em termos das variações dos seus preços reais.

Essa tendência vai ao encontro de indicadores recentes que apontam para uma desaceleração no nível geral de atividade da economia brasileira, assim como à opinião dos empresários consultados pela Sondagem da Construção Civil (IBRE-FGV). Como pode ser visto no gráfico abaixo, os quesitos Demanda Prevista e Evolução Recente da Atividade do setor, após superarem o patamar neutro de 100 pontos no último mês, voltaram a cair abaixo dele na última leitura dos resultados da Sondagem.

Esse conjunto de indicadores reforça a tendência de continuidade de variações positivas dos preços nominais e reais dos imóveis residenciais nos próximos meses, porém em desaceleração.

IGMI-R SETEMBRO 2023

O IGMI-R/ABECIP teve uma elevação de 0,88% em setembro, superando a do mês anterior (0,70%), mas registrou novamente uma desaceleração no resultado acumulado em 12 meses, passando de 10,81% em agosto para 10,28% nessa última leitura.

Seis entre as dez capitais analisadas (São Paulo, Recife, Curitiba, Porto Alegre, Salvador e Bahia) apresentaram variações mensais em setembro superiores às verificadas em agosto, porém todas reproduziram o resultado da média nacional sob a perspectiva das variações acumuladas em doze meses, desacelerando em relação aos resultados de agosto.

Em termos da comparação das variações das médias dos primeiros três trimestres do ano em relação às médias dos respectivos trimestres imediatamente anteriores, o resultado nacional mostrou uma queda entre o primeiro e segundo trimestres (1,48% no segundo trimestre contra 2,66% no primeiro trimestre), mas uma elevação no terceiro trimestre (1,86%) em relação ao resultado do segundo trimestre.

A análise desses resultados revela uma tendência de convergência nas variações dos preços dos imóveis residenciais entre as dez capitais. Porto Alegre, por exemplo, apresentou o maior crescimento entre todas as capitais no primeiro trimestre (3,81%), porém o menor no terceiro trimestre (0,88%). No outro extremo Curitiba, onde foi observado o segundo menor crescimento entre as capitais no primeiro trimestre (1,90%), registrou a maior elevação entre todas no terceiro trimestre (2,55%). Essa convergência aparece na perspectiva das elevações acumuladas em doze meses, onde as dez capitais mostram resultados em torno de 10%, sendo o menor em Belo Horizonte (9,03%), e o maior em Porto Alegre (11,21%). Esses padrões de desaceleração e convergência entre as capitais na perspectiva das variações acumuladas em doze meses podem ser visualizados no gráfico abaixo.

As perspectivas do setor na opinião dos empresários consultados pela Sondagem da Construção Civil (IBRE-FGV) ainda refletem incertezas acerca do nível de atividades em geral da economia brasileira nos próximos meses. Por um lado, o quesito demanda prevista para os próximos três meses manteve na última leitura a tendência de crescimento observada desde o início do ano, como pode ser visto no gráfico abaixo.

 

Por outro lado, podemos observar no mesmo gráfico que o quesito Tendência dos Negócios, que avalia a percepção de situação geral dos negócios para as empresas nos próximos seis meses, mostrou piora significativa no último resultado. Essa expectativa, a despeito do início de um ciclo de queda nas taxas de juros e da resiliência do mercado de trabalho, pode refletir alguns indicadores recentes de desaceleração no nível de atividades em geral, como a queda na arrecadação de tributos e o desempenho do setor de serviços.

Nesse contexto, a tendência dos preços dos imóveis residenciais nos próximos meses parece de continuidade da desaceleração dos resultados tanto em termos nominais quanto reais, caracterizando uma acomodação após o ciclo de elevação entre meados de 2021 e 2022.

IGMI-R AGOSTO 2023

Apesar da variação do IGMI-R/ABECIP em agosto (0,70%) ter superado levemente a do mês anterior (0,63%), a trajetória das variações acumuladas do indicador continuou desacelerando pelo sétimo mês consecutivo, passando de 11,49% em julho para 10,81% em agosto.

Essa desaceleração nas variações acumuladas em doze meses foi registrada em todas as dez capitais analisadas, a despeito de São Paulo, Belo Horizonte, Fortaleza e Recife apresentarem variações superiores às do mês anterior, na perspectiva das respectivas variações mensais.

Ao contrário do observado desde o início de 2023, a desaceleração da variação acumulada em 12 meses nos preços dos imóveis residenciais no Brasil não foi acompanhada em julho e agosto por um comportamento equivalente no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA/IBGE), como pode ser visto no gráfico abaixo.

Na medida em que as expectativas de mercado em relação ao IPCA até o final de 2023 apontem para valores próximos ou um pouco acima da variação acumulada em 12 meses registrada em agosto, a tendência de desaceleração do IGMI-R/ABECIP, se confirmada nos próximos meses, implica uma redução nas variações acumuladas em termos reais dos imóveis residenciais até o final desse ano.

Mesmo que essa redução se concretize, a maior probabilidade é que ela não seja substancial. O sentimento dos empresários do setor de construção civil residencial captado pela Sondagem da Construção do IBRE/FGV fornece uma visão favorável sobre o comportamento do mercado nos próximos meses. O quesito Demanda Prevista para os próximos meses mantém a trajetória de elevação desde o início do ano, ainda que com oscilações, a exemplo da queda na variação mensal da última leitura, como mostrado no gráfico abaixo.

Por sua vez, a resiliência do nível de atividades e do mercado de trabalho, juntamente com o início do ciclo de queda nas taxas de juros impactam positivamente o quesito Tendência Geral dos Negócios para os próximos 3 meses.

IGMI-R JULHO 2023

A exemplo do resultado do mês anterior, a variação do IGMI-R/ABECIP em julho acelerou na perspectiva mensal, passando de 0,48% em julho para 0,63% em julho, mas desacelerou sob a ótica da variação acumulada em 12 meses, passando de 12,07% em junho para 11,49% em julho.

Na abertura regional, essa desaceleração na variação acumulada em 12 meses foi novamente registrada em praticamente todas as dez capitais consideradas, excetuando o Rio de Janeiro onde o resultado de julho (10,94%) foi praticamente inalterado em relação ao de junho (10,92%).

Por sua vez, Belo Horizonte mostrou a maior desaceleração no resultado em 12 meses, passando de 10,54% em junho para 9,76% em julho. Esse resultado colocou Belo Horizonte no ponto mais abaixo da média nacional, enquanto Porto Alegre, mesmo com a desaceleração nos resultados mensal e acumulado em 12 meses, permaneceu como o resultado mais elevado (13,17%) em relação à média nacional.

Essas diferenças regionais, no entanto, não impactaram a tendência de convergência entre as capitais analisados, interrompida a partir de 2020 e retomada a partir de 2022, como mostra o gráfico abaixo.

As perspectivas para a evolução dos preços dos imóveis residenciais no Brasil, apesar da desaceleração nos resultados nominais, ainda implicam na manutenção dos ganhos em termos reais, na medida em que os índices de preços mantêm uma trajetória de desaceleração ainda mais intensa.

 

Nesse início de segundo semestre, o sentimento dos empresários do setor de construção civil residencial ainda não apresenta tendência clara. No gráfico abaixo, as últimas observações dos itens Evolução Recente da Atividade e Tendência dos Negócios voltaram a oscilar negativamente, na esteira de diferentes indicadores de nível de atividade econômico que apontam para uma desaceleração nesse início de semestre.

Por outro lado, a evolução recente dos quesitos Demanda Prevista e Facilidade de Acesso ao Crédito pelas empresas do setor sugere que o efeito do início do ciclo de relaxamento da política monetária impacta positivamente as expectativas dos empresários do setor, como mostra o gráfico abaixo.

 

A evolução dos preços reais dos imóveis residências nos próximos meses ainda não possui uma tendência clara, na medida em que continua condicionada a outros fundamentos que impactam o mercado de trabalho e crédito, em particular à implementação das reformas estruturais no lado fiscal da economia brasileira. 

IGMI-R JUNHO 2023

Apesar da variação do IGMI-R/ABECIP em junho (0,48%) ter sido superior à do mês anterior (0,41%), o índice manteve sua trajetória de desaceleração sob a perspectiva da variação acumulada em 12 meses, passando de 12,98% em maio para 12,07% em junho.  

Essa desaceleração na variação acumulada em 12 meses foi registrada em todas as dez capitais consideradas, destacando-se a continuidade da convergência dos resultados regionais para a média nacional sob essa perspectiva. Analisando as variações das médias de cada primeiro semestre sobre as médias dos respectivos segundos semestres nos últimos três anos, vemos que essa convergência envolveu uma evolução diferenciada entre as capitais.

Enquanto São Paulo apresentou um patamar relativamente elevado em relação à média nacional no primeiro semestre de 2021, seus resultados desaceleraram nos dois anos seguintes, ficando mais próximos à média nacional. No outro extremo, Fortaleza, Recife e Porto Alegre saíram de patamares inferiores ao da média nacional em 2021, mas tiveram aceleração nas respectivas comparações semestrais em 2022 e 2023. Já Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Salvador, Goiânia e Brasília seguiram o movimento do resultado agregado, acelerando entre 2021 e 2022, e desacelerando entre 2022 e 2023, sempre na perspectiva das variações das médias do primeiro semestre sobre as médias dos semestres anteriores.

Em termos de variações reais dos preços dos imóveis residenciais no Brasil, os resultados desse primeiro semestre de 2023 contrastam com a desaceleração das variações nominais, na medida em que os principais índices de preços mantêm uma tendência clara de desaceleração no período, que por sua vez alimentam a expectativa do início de um ciclo de política monetária menos restritiva a partir do segundo semestre.

A combinação dessa expectativa com o programa de incentivos a habitações populares impacta favoravelmente a percepção de demanda prevista para os próximos 3 meses por parte dos empresários do setor de edificações residenciais, como apontam os últimos resultados da Sondagem da Construção Civil do IBRE/FGV.

Por sua vez, o quesito Tendência dos Negócios para os próximos 6 meses, captado pelo mesma Sondagem, ainda não apresenta a mesma tendência, apesar da oscilação positiva na última leitura. Esse desempenho reflete os desafios da economia brasileira que, apesar de resultados surpreendendo para o lado positivo nos últimos meses, vem apresentando sinais de desaceleração em alguns indicadores de nível de atividade nesse início de segundo semestre. No entanto, os efeitos das expectativas em relação à já mencionada mudança de rumo da política monetária e à aprovação de importantes reformas estruturais para a economia brasileira têm o potencial de impactar o nível de atividades nos próximos meses, e com ele o mercado de trabalho e a evolução dos preços dos imóveis residenciais.  

IGMI-R MAIO 2023

O IGMI-R/ABECIP manteve sua trajetória de desaceleração em maio, variando 0,41% ante os 0,46% registrados no mês anterior. Na perspectiva da variação acumulada em 12 meses, o resultado de maio (12,98%) também marcou uma desaceleração em relação ao observado em abril (13,58%).

A variação mensal ao longo das capitais inverteu alguns dos resultados observados no mês anterior: São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza e Porto Alegre, que haviam registrado desacelerações entre março e abril, apresentaram em maio resultados mais elevados em relação a abril. Por sua vez, Belo Horizonte, Recife, Curitiba, Salvador, Goiânia, que mostraram em abril variações superiores às de março, tiveram variações positivas, mas em desaceleração comparando maio e abril. Já Brasília e Fortaleza mantiveram suas trajetórias de aceleração nos preços de seus imóveis residenciais. Sob a perspectiva das variações acumuladas em 12 meses, apenas Recife apresentou em maio resultado acima do mês anterior.

A tendência de desaceleração nas variações nominais dos preços dos imóveis residenciais continua acompanhada de uma tendência de desaceleração dos índices de preços ao consumidor, e de deflação nos principais índices de preços no atacado, resultando na continuidade da valorização real dos imóveis residenciais. O gráfico abaixo compara as evoluções das variações acumuladas em 12 meses do IGMI-R/ABECIP e do IPCA/IBGE.

A persistência de alguns desafios, principalmente ligados à dinâmica intertemporal das contas públicas, ainda impactam as expectativas dos empresários do setor de edificações residenciais. Os quesitos Tendência dos Negócios para os próximos 6 meses, e Demanda Prevista, captados pela Sondagem da Construção Civil do IBRE/FGV, após variarem positivamente em abril caíram em maio, mantendo o padrão de oscilação em torno de uma tendência sem direção definida nos últimos meses, como pode ser visto no gráfico abaixo.

 

Em contrapartida, o contexto de surpresas positivas nos indicadores de atividade econômica e mercado de trabalho, a perspectiva do início de um ciclo de política monetária menos restritiva ao longo do segundo semestre, e os incentivos para habitações populares, devem colaborar para alavancar a demanda de edificações residenciais ao longo dos próximos meses.

IGMI-R ABRIL 2023

A variação de 0,46% do IMGI-R/ABECIP em abril marcou o sexto mês consecutivo de desaceleração do indicador, cuja variação acumulada em 12 meses por sua parte desacelerou pelo quinto mês seguido, passando de 14,27% em março para 13,58% em abril.

Esse resultado agregado não foi homogêneo entre as dez capitais analisadas: enquanto São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza e Porto Alegre mostraram desacelerações nos preços de seus imóveis residenciais, Belo Horizonte, Recife, Curitiba, Salvador, Goiânia e Brasília tiveram em abril variações nesses preços acima das registradas em março. No entanto, na perspectiva da variação acumulada em 12 meses apenas Recife mostrou aceleração entre abril e maio.

O gráfico abaixo mostra a evolução das variações acumuladas em 12 meses, o que permite verificar que a dispersão entre os resultados regionais iniciada em 2020 foi revertida ao longo dos últimos meses, em uma convergência na direção de resultados entre cerca de 11% em 14% na última leitura.

Deve-se notar que na medida em que diferentes índices de preços, tanto ao consumidor quanto no atacado e de insumos de produção, vêm registrando tendência de desaceleração nos últimos meses, essa desaceleração dos preços nominais dos imóveis residenciais ainda não implica desvalorização em termos reais. Resultados recentes apontando para resiliência do nível de atividades da economia brasileira nesses primeiros meses de 2023, assim como do mercado de trabalho, vão ao encontro à manutenção do ritmo dos valores reais dos imóveis residenciais nos últimos meses.

Nesse contexto, a avaliação dos empresários do setor de acordo com a Sondagem da Construção Civil do IBRE/FGV, em relação aos quesitos Tendência dos Negócios para os próximos 6 meses, e Demanda Prevista, oscilou positivamente no último mês. O gráfico abaixo permite ponderar essa oscilação positiva na margem por dois elementos importantes, a volatilidade dos últimos resultados e o nível dos indicadores na série histórica:

A volatilidade mencionada acima ainda não permite caracterizar os últimos resultados como parte de uma tendência de recuperação robusta, a partir de um nível dos indicadores que ainda não recuperou o pico registrado antes do início da pandemia em 2020.

Ao longo dos próximos meses, a evolução dos preços dos imóveis residenciais no Brasil deverá continuar condicionada às definições de estratégias de ajuste fiscal e seus efeitos sobre as condições de financiamento em geral.

IGMI-R MARÇO 2023

O IGMI-R/ABECIP desacelerou pelo quinto mês seguido em março, registrando variação de 0,57% (após variar 0,61% em fevereiro). A variação acumulada em 12 meses do índice foi de 14,27%, também mostrando ligeiro arrefecimento quando contrastada com o resultado de fevereiro (14,82%).

Com esse resultado, na perspectiva das variações dos trimestres sobre os trimestres imediatamente anteriores, os preços nominais dos imóveis residenciais nos primeiros três meses de 2023 apresentaram desaceleração em relação ao último trimestre de 2022, tanto para média nacional quanto das dez capitais analisadas pelo IGMI-R/ABECIP. 

Quando consideradas as variações acumuladas em 12 meses, os resultados de oito das dez capitais analisadas mostraram desaceleração, ficando as exceções por conta de Recife e Porto Alegre, sendo que essa última se destaca por apresentar nessa mesma perspectiva um resultado acima da média nacional em março. O gráfico acima mostra que esse desempenho de Porto Alegre foi impulsionado pelas variações nos dois últimos trimestres, onde foram registradas nessa capital elevações acima das de todas as demais.

Essas desacelerações nos preços nominais dos imóveis residenciais não implicam desaceleração dos valores reais em magnitudes semelhantes, na medida em que os diferentes índices de preços na economia brasileira também registram quedas nos resultados acumulados ao longo dos últimos meses. De qualquer forma, a avaliação dos empresários do setor refletida na Sondagem da Construção Civil do IBRE/FGV parece consistente com a continuidade dessa desaceleração. Os primeiros meses de 2023 caracterizam tendências decrescentes para os quesitos Evolução Recente da Atividade nos últimos 3 meses, e Tendência dos Negócios para os próximos 6 meses, como pode ser visto no gráfico abaixo.

Essa tendência aparenta ser corroborada pela avaliação do quesito Demanda Prevista para os próximos 3 meses, que como mostra o gráfico abaixo vem apresentando considerável volatilidade a partir do quarto trimestre de 2022, com variação negativa na última leitura (março de 2023).

 

Ainda que a divulgação da estratégia de ajuste fiscal intertemporal do atual governo tenha reduzido as incertezas de curto prazo, detalhes de sua implementação, e seus efeitos sobre a dinâmica da política monetária permanecem aspectos fundamentais para as perspectivas do nível de atividades e renda dos trabalhadores nos próximos meses. Nesse cenário, a evolução dos preços reais dos imóveis residenciais no Brasil ao longo desse ano ainda não apresenta uma tendência clara. 

IGMI-R FEVEREIRO 2023

 

Em fevereiro o IGMI-R/ABECIP registrou o quarto mês consecutivo de desaceleração, variando 0,61% (ante 0,86% no mês anterior). O resultado acumulado em 12 meses também apresentou desaceleração, chegando a 14,82% (tendo registrado 15,06% em janeiro). Sete entre as dez capitais analisadas também mostraram desaceleração em seus respectivos resultados acumulados em 12 meses, enquanto as elevações observadas em Fortaleza, Recife e Porto Alegre aproximaram os resultados dessas capitais da média nacional, sempre na perspectiva das variações acumuladas em 12 meses. 

 

Apesar da desaceleração da média nacional, tanto na perspectiva da variação mensal quanto na do acumulado em 12 meses, a desaceleração mais que proporcional do IPCA/IBGE implica em elevações reais dos preços dos imóveis residenciais no período, como mostra o gráfico abaixo.

Nesse gráfico também podemos ver a tendência de convergência dos resultados acumulados em 12 meses entre as capitais, sendo que todas apresentam resultados acima do IPCA/IBGE a partir do último trimestre de 2022.

Enquanto as expectativas para o IPCA nos próximos meses são de uma ligeira elevação em relação ao patamar atual, as variações nominais dos preços dos imóveis residenciais dependem de um conjunto de incertezas ligadas à condução da política econômica e ao nível de atividades no período. A relação entre um novo arcabouço fiscal e a política monetária será um fator fundamental nesse sentido, em função de seu impacto sobre o custo de financiamento dos imóveis. Por sua vez, o anúncio da reedição de programas de incentivo à aquisição de habitações populares parece ter influenciado positivamente a expectativa dos empresários do setor de construção civil em relação à Demanda Esperada, como mostram os resultados mais recentes da Sondagem do setor realizada pelo IBRE/FGV, como pode ser visto no gráfico abaixo.

No entanto, esse resultado na margem ainda não configura uma tendência clara de recuperação efetiva, sendo que outros dois quesitos da Sondagem, a Tendência dos Negócios para os próximos seis meses e a Evolução Recente da Atividade, caminham no sentido contrário, como mostra o gráfico abaixo.

Em resumo, as perspectivas para a evolução dos preços dos imóveis residenciais ao longo do ano estão dentro do contexto de incertezas ligado às definições de aspectos fundamentais das políticas fiscal e monetária, que condicionarão as trajetórias do nível de atividades e das condições do mercado de trabalho

IGMI-R - Janeiro 2023

A variação mensal do IGMI-R/ABECIP voltou a desacelerar no primeiro mês de 2023, registrando 0,86% (ante 1,05% no mês anterior), enquanto o resultado acumulado em 12 meses ficou idêntico ao de dezembro de 2023 (15,06%). Entre as dez capitais analisadas pelo índice, São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e Belo Horizonte apresentaram resultados muito próximos aos registrados no mês anterior, tanto em termos da variação mensal quanto da acumulada em 12 meses. 

Entre as demais capitais analisadas, Fortaleza, Porto Alegre e Goiânia tiveram avanços na variação acumulada em 12 meses, aproximando seus respectivos resultados da média nacional, enquanto Brasília e Salvador registraram desacelerações. Apesar do resultado mais distante da média nacional (ainda em termos da variação acumulada em 12 meses), Fortaleza continua convergindo para ela, ainda que lentamente. 

As incertezas do mercado, decorrentes da definição do novo arcabouço fiscal e seus impactos sobre a política monetária são refletidas nas expectativas dos empresários do setor de Construção Civil, como captadas pelos últimos resultados da Sondagem do setor realizada pelo IBRE/FGV. Como pode ser visto no gráfico abaixo, apesar da evolução positiva do Índice da Situação Atual, o Índice de Expectativas Futuras sofreu nova queda em janeiro.

Enquanto o Índice da Situação Atual ainda reflete um bom momento das vendas do setor, o Índice de Expectativas sofre a influência da percepção de uma queda acentuada na demanda prevista, como mostra o gráfico abaixo. 

Esse resultado reflete a expectativa de uma desaceleração no nível de atividades e seus efeitos no mercado de trabalho ao longo de 2023. No entanto, uma avaliação robusta desses efeitos sobre a evolução dos preços dos imóveis residenciais ao longo do ano ainda depende da definição de alguns fatores fundamentais, com destaque para o equacionamento do desequilíbrio fiscal e seus efeitos sobre as condições de financiamento em geral do lado interno, e dos efeitos da inflação nas principais economias mundiais do lado externo. 

 

 

IGMI-R - DEZEMBRO 2022

Após variar 1,46% em novembro, o IGMI-R/ABECIP desacelerou para 1,05% em dezembro, levando a variação acumulado em 12 meses a desacelerar ligeiramente, de 15,28% para 15,06%. Todas as dez capitais analisadas pelo índice tiveram variações percentuais acumuladas acima de dois dígitos em 2022, aproximando seus resultados da média nacional. No exemplo de Recife, que registrou um aumento de 6,70% em 2021 contra a média nacional de 16,25%, a variação em 2022 foi de 10,26%, bem mais próxima da média nacional no ano.

 

Apesar da desaceleração do resultado em termos nominais acumulado em 12 meses entre novembro e dezembro de 2022, a variação dos preços dos imóveis residenciais em termos reais em 2022 foi significativa, considerando como base de comparação a evolução do Índice de Preços ao Consumidor Ampliado (IPCA/IBGE) no ano (5,79%). Como pode ser visto no gráfico abaixo, esse foi o terceiro ano consecutivo em que a variação anual do IGMI-R/ABECIP superou a do IPCA desde o início de sua série histórica em 2014 para a média nacional, e o primeiro ano em que todas as dez capitais tiveram variações superiores ao IPCA.

O desempenho dos preços dos imóveis residenciais em 2022 reflete o aquecimento do mercado, que registrou ao longo do ano aumentos nos números de novos lançamentos e financiamentos nas principais capitais do país. As melhoras nas condições do mercado de trabalho tanto em termos de emprego quanto de renda, colaboraram para esse aquecimento, ao mesmo tempo em que os aumentos das taxas básicas de juros ao longo do ano não foram acompanhados na mesma intensidade pelas taxas para financiamentos imobiliários.

Alguns indicadores do nível de atividade na economia brasileira apontam para uma desaceleração no final de 2022, o que é refletido no sentimento dos empresários do setor da construção civil captado pela Sondagem da Construção do IBRE/FGV. Em dezembro de 2022, tanto a percepção da Evolução Recente da Atividade quanto a da Tendência de Negócios para os próximos seis meses apresentaram reduções, como pode ser visto no gráfico abaixo.

Esses sentimentos incorporam uma incerteza geral em relação ao desempenho da economia, no contexto de como a nova administração federal irá lidar com os desafios relacionados ao equacionamento do desequilíbrio fiscal gerado desde a pandemia, e seus efeitos sobre a política monetária. Uma perspectiva mais clara acerca do desempenho do mercado imobiliário residencial em 2023 será possível à medida em que essas questões forem sendo definidas ao longo dos próximos meses.

 

IGMI-R - NOVEMBRO 2022

A variação mensal do IGMI-R/ABECIP desacelerou para 1,46% em novembro, após ter registrado 1,73% em outubro. Ainda assim, na perspectiva das variações acumuladas em 12 meses, novembro voltou a apresentar elevação ante ao resultado do mês anterior (15,28% contra 14,90%). Esse resultado merece destaque em termos das variações reais dos preços dos imóveis residenciais, na medida em que os principais índices de inflação no período não acompanharam essa evolução dos preços nominais dos imóveis.  

Merece destaque também o fato de nove entre as dez capitais analisadas pelo IGMI-R/ABECIP terem apresentado aceleração nas variações acumuladas em 12 meses, sendo que Recife, a única entre essas capitais que ainda apresentava variações acumuladas inferiores a 10%, acelerou nessa perspectiva para 10,55% em novembro. O resultado de Curitiba, a única entre as capitais que registrou desaceleração nas variações acumuladas em doze meses em novembro (15,95% ante 16,59% em outubro), viu seu desempenho reaproximar-se da média nacional. Salvador registrou em novembro a maior variação acumulada em 12 meses entre as dez capitais (16,89%), mantendo-se em um patamar praticamente estável em relação ao resultado do mês anterior.

O desempenho dos preços dos imóveis residenciais nessa leitura recente de novembro corrobora o sentimento dos empresários do Setor de Edificações Residenciais no quesito Evolução Recente da Atividade, tal como captado pela Sondagem da Construção Civil do IBRE/FGV. Nos últimos resultados apurados em novembro/22 esse indicador avançou 5,01% em relação ao mês anterior, e 2,55% em relação ao mesmo período de 2021. Por outro lado, os indicadores de expectativas da mesma Sondagem sofreram uma forte queda no período, em particular o quesito Demanda Prevista (para os próximos 3 meses) que recuou fortemente, -10,7% em novembro frente a outubro, e -1,63% em relação ao mesmo mês do ano anterior.

 

Essa queda significativa pode ser interpretada como a incorporação de dois conjuntos de informações por parte dos empresários do setor. Em primeiro lugar, vários indicadores apontam para uma desaceleração do nível de atividades no último trimestre do ano, possivelmente já refletindo os efeitos da política monetária. Mas a magnitude da queda do quesito Demanda Prevista parece ter mais relação com a indefinição de fundamentos de política econômica após o segundo turno das eleições, em particular em relação às políticas fiscal e monetária a partir do início de 2023. Nesse contexto, é cedo para afirmar que esse comportamento das expectativas em novembro dá início a uma tendência, na medida em que ainda existem muitas incertezas em torno da definição desses fundamentos de política econômica, bem como de seus efeitos sobre variáveis que afetam diretamente o setor de construção, como a evolução das taxas de juros e a retomada de programas de financiamento para habitações direcionadas a estratos de renda mais baixa. 

 

 

 

IGMI-R - OUTUBRO 2022

O IGMI-R/ABECIP variou 1,73% em outubro, após ter subido 1,36% em setembro, o que possibilitou uma ligeira reversão na tendência de queda do resultado acumulado em 12 meses. Após seis resultados de queda consecutiva, o acumulado em 12 meses havia registrado 14,68% em setembro, e subiu para 14,90% em outubro.

 

Em termos reais, essa reversão representou um ganho ainda maior, na medida em que o fim do período de três meses em que o IPCA apresentou deflação não foi suficiente para reverter a tendência de queda das variações acumuladas em 12 meses, apenas torná-la menos intensa, como mostra o gráfico abaixo.

Excetuando Recife e Brasília, as demais oito capitais analisadas pelo IGMI-R/ABECIP também apresentaram crescimento na perspectiva das variações nominais acumuladas em 12 meses. Enquanto Brasília ainda apresenta um resultado acima da média nacional (15,77% contra 14,90%), Recife é a única entre as capitais registrando uma variação acumulada em doze meses abaixo de dois dígitos (8,58%). Belo Horizonte, Fortaleza e Porto Alegre mantém a tendência de convergência para a média nacional, ainda dentro da perspectiva dos resultados nominais acumulados em 12 meses.

O sentimento dos empresários do setor de construção civil residencial, captado pela Sondagem da Construção do IBRE/FGV, aponta em sua última leitura (outubro de 2022) para uma situação favorável do mercado, registrando o terceiro mês consecutivo de variações positivas no Índice da Situação Atual.

 

Na mesma pesquisa o sentimento em relação aos próximos meses, traduzidas no Índice de expectativas, oscilou negativamente em outubro. Esse resultado parece já incorporar indicadores que apontam para uma desaceleração do nível de atividade da economia brasileira nos últimos meses de 2022, onde os efeitos defasados da política monetária começam a ficar mais evidentes. No entanto, esse resultado isolado ainda não constitui uma tendência que pode implicar em desaceleração significativa das variações nos preços dos imóveis residenciais. Com o provável final do ciclo de aumento nas taxas de juros e o recuo nos índices de inflação do país, os preços dos imóveis residenciais tendem a pelo menos acompanhar esses indicadores gerais de preços, mantendo seus valores reais. 

IGMI-R - SETEMBRO 2022

Apesar de registrar aceleração na variação mensal em setembro em relação a agosto (1,36% ante 1,32%), a trajetória da variação acumulada em 12 meses do IGMI-R/ABECIP manteve a tendência de queda dos meses anteriores, passando de 15,14% em agosto para 14,68% em setembro.

 

Essa tendência de desaceleração é reproduzida para a média nacional, em termos das variações acumuladas nos três primeiros trimestres de 2022, sempre tendo como base de comparação os trimestres equivalentes de 2021, como mostra a tabela acima. No que diz respeito ao comportamento das capitais nesses trimestres, São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Goiânia formam um grupo caracterizado por uma desaceleração no terceiro trimestre de 2022, porém apresentando um nível ainda superior ao da média nacional. Já Belo Horizonte, Fortaleza e Recife descrevem a trajetória contrária, sendo que a aceleração no terceiro trimestre indica uma recuperação que aproxima seus valores acumulados aos das demais capitais, ainda que lentamente, principalmente no caso de Recife. Finalmente, Brasília, Curitiba e Salvador destacam-se ao apresentar aceleração no terceiro trimestre, colocando as variações acumuladas acima da média nacional.

De forma geral, tanto nos casos de acelerações quanto desacelerações nas variações acumuladas no terceiro trimestre e nos últimos 12 meses, os resultados ainda apontam ganhos reais para os preços dos imóveis residenciais, considerando os três meses consecutivos de deflação registrada pelo IPCA/IBGE.

As expectativas dos empresários do setor foram atualizadas de forma significativamente positiva em setembro, tal como captadas por diferentes quesitos da Sondagem da Construção Civil do IBRE/FGV. O gráfico abaixo mostra que tanto a demanda prevista para os próximos três meses, quanto a situação geral dos negócios para os próximos seis meses, sofreram revisões que colocaram os indicadores acima do nível neutro de 100 pontos, refletindo otimismo por parte dos empresários.

Alguns fatores importantes colaboraram para esse otimismo, entre eles a indicação do término do processo de aumentos na taxa de juros básica, o recuo da inflação, a retomada do nível de atividades com reflexos na recomposição da massa salarial, e a redução das pressões dos custos ligados aos insumos da produção. Esse contexto deve assegurar a manutenção dos valores reais dos imóveis residenciais nos próximos meses, na medida em que a tendência de desaceleração nas variações nominais de seus preços parece acompanhar um arrefecimento das pressões inflacionárias de forma geral no Brasil. 

IGMI-R - AGOSTO 2022

Em agosto, o IGMI-R/ABECIP teve uma elevação de 1,32%, ligeiramente superior à registrada em julho (1,16%). Apesar desse resultado na margem, a variação acumulada em doze meses continuou sua trajetória de desaceleração pelo quinto mês consecutivo, passando de 15,61% em julho para 15,14% em agosto.

Entretanto, os novos resultados de deflação nos índices de preços ao consumidor deram continuidade ao crescimento dos preços dos imóveis residenciais em termos reais no período, tanto na comparação mensal quanto na perspectiva dos acumulados em doze meses.

A desaceleração no resultado nominal acumulado em 12 meses da média nacional foi acompanhada por quatro das dez capitais analisadas pelo IGMI-R/ABECIP: São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Goiânia, como pode ser visto no gráfico abaixo.

Porto Alegre é a única entre essas quatro capitais cujo resultado, já bem inferior ao das outras três, acabou ficando um pouco mais distante da média nacional. Por outro lado, entre as demais seis capitais que mostraram aceleração ainda na perspectiva das variações acumuladas em 12 meses entre julho e agosto, Brasília e Curitiba se destacaram por já estarem acima da média nacional, enquanto Recife e Belo Horizonte, abaixo da média nacional, mostram tendência de aproximar-se, ainda que lentamente.

Apesar de ainda não apresentar uma tendência clara, o sentimento dos empresários do setor de edificações residenciais, tal como captado pela Sondagem da Construção Civil (IBRE/FGV), oscilou positivamente em agosto, tanto no quesito de Situação Atual dos Negócios quanto do de Demanda Prevista.

Esse sentimento na margem parece refletir o bom desempenho dos indicadores de nível de atividade, cujo efeito sobre o mercado de trabalho aparece na continuidade de redução do nível de desocupação, que mais recentemente passou a ser acompanhada por uma elevação no rendimento médio da população ocupada. Do lado do financiamento, a elevação das taxas de juros básicas na economia brasileira não vem sendo acompanhada na mesma intensidade nas taxas cobradas por empréstimos imobiliários. Da combinação desses fatores resulta um cenário favorável à sustentação dos preços reais dos imóveis residenciais.

IGMI-R - JULHO 2022

O IGMI-R/ABECIP variou 1,16% em julho (ante 1,29% no mês anterior), registrando o quarto mês consecutivo de desaceleração no resultado acumulado em 12 meses, passando de 16,42% em junho para 15,61%.

 

 

Essa desaceleração no resultado acumulado em 12 meses nos preços dos imóveis residenciais não foi acompanhada de uma desaceleração em termos reais, considerando a queda relativamente mais acentuada do Índice de Preços ao Consumidor (IPCA/IBGE) no período, como pode ser visto no gráfico abaixo.

Em relação às dez capitais analisadas pelo IGMI-R, as variações nominais dos preços dos imóveis residenciais foram todas positivas em julho, sendo que as variações acumuladas em 12 meses mostraram aceleração em Belo Horizonte, Fortaleza, Recife e Brasília. Dentre essas, Brasília se destaca pela variação de 17,06%, acima da média nacional no período (15,61%). As outras três, apesar de ainda abaixo da média nacional, parecem iniciar uma tendência de convergência para esta, ainda que lenta, como pode ser visto no gráfico abaixo.

 Dentre as capitais com desempenho abaixo da média nacional, ainda sob a perspectiva dos resultados nominais acumulados em 12 meses, apenas Porto Alegre mostrou desaceleração no período, passando de 13,30% em junho para 12,78% em julho.

As perspectivas para os preços dos imóveis residências continuam sem tendência clara para o restante do ano. Conforme pode ser visto no gráfico abaixo, a percepção dos empresários do setor de Edificações Residenciais, captada pela Sondagem da Construção Civil do IBRE/FGV, ainda oscila sem direção definida desde o início do ano, sendo que o quesito Demanda Prevista para os próximos 3 meses teve desaceleração em julho, enquanto o quesito Tendência dos Negócios para os próximos 6 meses teve mostrou variação positiva.

IGMI-R - JUNHO 2022

Apesar da variação do IGMI-R/ABECIP em junho (1,29%) superar a do mês anterior (0,94%), o resultado acumulado em doze meses manteve a trajetória de desaceleração iniciada em março desse ano, passando de 16,81% em maio para 16,42% em junho.

 

Essa desaceleração no resultado nacional acumulado em doze meses entre maio e junho foi também observada em São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre. As demais sete capitais analisadas pelo indicador tiveram acelerações em seus resultados acumulados em doze meses no mesmo período, mas ainda persistem diferenças significativas entre elas com respeito a uma recuperação na direção da média nacional.

As maiores dessas disparidades estão em Belo Horizonte, Fortaleza e Recife, onde apesar das variações acumuladas em doze terem passado respectivamente, de 9,43% para 9,63, de 9,69% para 10,13%, e de 6,95% para 7,04% entre maio e junho, os resultados ainda estão distantes das demais sete capitais, e abaixo da variação acumulada em doze meses do IPCA/IBGE em junho (11,89%).

O gráfico abaixo apresenta os resultados do IGMI-R/ABECIP na ótica das variações acumuladas no primeiro semestre dos últimos 3 anos.

São Paulo se destaca pelo melhor resultado no primeiro semestre de 2020, porém com desaceleração nos dois anos posteriores, enquanto a maioria das demais capitais mostra evolução positiva na comparação entre o desempenho do primeiro semestre de 2022 em relação ao primeiro semestre de 2021, indicando pelo menos de forma qualitativa uma tendência de convergência dos resultados, apesar das diferenças quantitativas apontadas acima. Além de São Paulo, apenas Brasília mostra desaceleração entre os primeiros semestres de 2022 e 2021, porém esse resultado decorre muito mais da base de comparação elevada em 2021.

Apesar dos resultados positivos de indicadores relacionados ao nível de atividades da economia brasileira no primeiro semestre, os desafios impostos pelo quadro inflacionário e seus efeitos sobre a massa salarial real ainda estão presentes nos próximos meses. A percepção dos empresários do setor de edificações residenciais captada pela divulgação mais recente dos resultados da Sondagem da Construção Civil do IBRE/FGV mostra queda nos quesitos Demanda Prevista e Tendência dos Negócios para os próximos seis meses, como pode ser visto no gráfico abaixo.

Nesse contexto, em que pese a perspectiva de desaceleração nos índices de preços até o final de 2022, a desaceleração dos resultados nominais dos preços dos imóveis residenciais no Brasil deve fazer com que seus valores não tenham variações significativas em termos reais no período.

IGMI-R - MAIO 2022

O IGMI-R/ABECIP avançou 0,94% em maio, o que representou uma ligeira desaceleração em relação ao resultado do mês anterior (1,08%), o mesmo acontecendo na perspectiva das variações acumuladas em doze meses (16,81% em maio ante 17,26% em abril).

 

 

A desaceleração nas variações acumuladas em doze meses foi verificada em 8 das 10 capitais analisadas pelo IGMI-R/ABECIP, sendo as exceções Fortaleza, Curitiba e Goiânia. Belo Horizonte, Fortaleza e Recife são as três capitais com perdas nos valores reais dos imóveis residências nos últimos doze meses, tomando como base o resultado acumulado do IPCA/IBGE no período (11,73%). No caso das demais capitais, mesmo entre aquelas que tiveram desaceleração nas variações acumuladas em doze meses os valores reais dos imóveis residências ficaram relativamente estáveis, na medida em que a variação acumulada em doze meses do IPCA/IBGE também apresentou desaceleração entre abril e maio.   

Apesar da queda da avaliação dos empresários do setor da construção civil residencial em relação à Situação Geral Atual dos Negócios em maio, tal como captada pela Sondagem da Construção do IBRE/FGV, a percepção com relação à Tendências dos Negócios para os próximos seis meses voltou a crescer em maio, como pode ser visto no gráfico abaixo.

 

 

Porém, podemos ver no mesmo gráfico que essas oscilações continuam, desde meados de 2021, em torno de um patamar constante, sem apresentar tendência clara. Esse fato pode ser associado ao conjunto de incertezas sobre a economia brasileira, onde a política de enfrentamento ao aumento generalizado de preços acarreta desafios à manutenção das surpresas positivas sobre o nível de atividades no início de 2022. A desaceleração das variações acumuladas em doze meses nos preços dos imóveis residenciais pode já ser um indicador do efeito desses desafios ao longo dos próximos meses.

 

 

 

 

IGMIR-R - ABRIL 2022

A variação do IGMI-R/ABECIP em abril (1,08%) ficou muito próxima do resultado do mês anterior (1,05%). Na perspectiva temporal mais abrangente, a variação acumulada em doze meses, registrou 17,26% em abril (ante 17,43% em março), interrompendo o processo de aceleração iniciado em abril de 2021. 

A aceleração dos preços nominais dos imóveis residenciais a partir de abril de 2021 representou um ganho também em valores reais, tomando como base a evolução do IPCA/IBGE no período, como mostra o gráfico abaixo.

Os resultados de abril de 2020 mostram uma redução dessa valorização real dos imóveis residenciais, na medida em que a desaceleração do IGMI-R/ABECIP no mês ocorre juntamente a uma aceleração do IPCA/IBGE.

 

Em termos das dez capitais analisadas pelo IGMI-R/ABECIP, São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília compõem o grupo com as maiores variações acumuladas em doze meses, porém com desaceleração em relação aos respectivos resultados de março. Goiânia, Salvador, Curitiba e Porto Alegre integram um segundo grupo com variações acumuladas em 12 meses inferiores às do primeiro grupo, porém com aceleração em abril, e ainda registrando ganhos reais. Um terceiro grupo, formado por Belo Horizonte, Fortaleza e Recife, também apresenta aceleração nas taxas de variação acumuladas em 12 meses, porém ainda aquém da variação acumulada em 12 meses pelo IPCA/IBGE

A aceleração dos preços dos imóveis residenciais a partir do segundo trimestre de 2021 ocorreu no contexto da retomada do nível de atividades da economia brasileira, e do aumento da concessão de crédito para o setor. Apesar da tendência de acomodação do crescimento desses preços verificada em abril, e dos desafios renovados em relação à evolução dos preços ao consumidor, as expectativas dos empresários do setor ainda mostram resiliência.  Dois dos principais componentes do Índice de Expectativas da Sondagem da construção civil IBRE/FGV, Demanda Prevista e Tendência dos Negócios, reverteram em abril o movimento de queda verificado no mês anterior, como pode ser visto no gráfico abaixo.

 

O comportamento dos preços dos imóveis residenciais ao longo dos próximos meses pode ser ponderado à luz desses indicadores de expectativas, que ainda evoluem sem tendência clara, refletindo resultados recentes do nível de atividade que parecem contrabalançar em alguma medida os desafios da persistência inflacionária e da lenta recuperação do mercado de trabalho.

 

IGMIR-R - MARÇO 2022

 

O IGMI-R/ABECIP acelerou para 1,05% em março, após ter variado 0,82% em fevereiro, resultado que mais uma vez possibilitou um avanço na variação acumulada em 12 meses, para 17,43% (ante 17,11% em fevereiro).  Essa aceleração na variação acumulada em 12 meses vem perdendo intensidade, quando consideradas as variações médias de trimestres contra trimestres imediatamente anteriores.

A tabela abaixo contém as variações dos últimos três trimestres sob essa ótica, e mostra que nas dez capitais analisadas pelo IGMI-R/ABECIP, enquanto apenas São Paulo e Rio de Janeiro (que possuem as maiores elevações acumuladas em 12 meses) tiveram desaceleração no quarto trimestre em relação ao terceiro de 2021, todas as capitais tiveram desacelerações nos preços nominais de seus imóveis residências no primeiro trimestre de 2022 em comparação ao último de 2021.

 

 

Em termos reais (considerando o IPCA/IBGE), os imóveis residenciais ainda apresentam ganhos na perspectiva da variação acumulada em 12 meses em todas as capitais analisadas, com exceção de Belo Horizonte, Fortaleza e Recife. Porém, essas variações reais tendem a serem reduzidas na medida em que as variações nominais dos imóveis perdem intensidade, enquanto os índices de inflação mantêm-se em patamares elevados.

A última leitura da Sondagem da construção civil IBRE/FGV mostra uma inversão dos sentimentos dos empresários do setor de edificações residenciais com relação ao presente e futuro, em relação ao mês anterior (fevereiro). Como mostra o gráfico abaixo, enquanto o Índice de Situação Atual em março teve uma elevação, após haver caído em fevereiro. Por sua vez, o Índice de Expectativas realizou o movimento oposto, caindo em março após ter subido em fevereiro.

Ainda de acordo com o gráfico acima, esses dois indicadores oscilam, desde meados de 2021, em torno de um patamar sem tendência bem definida. Em termos relativos, a volatilidade dessa oscilação é superior para o Índice de Expectativas em relação ao da Situação Atual, representando a incerteza que vem marcando o período em relação ao nível de atividades da economia brasileira.

 

Dois dos principais componentes do Índice de Expectativas, Demanda Prevista e Tendência dos Negócios, foram responsáveis pela queda no indicador, como pode ser visto no gráfico abaixo.

Os impactos da manutenção dos índices de inflação no Brasil em patamares elevados, sobre a renda real e o nível de atividade da economia, representam os principais desafios para a aceleração dos preços reais dos imóveis residenciais nos próximos meses.

IGMIR-R - FEVEREIRO 2022

A variação do IGMI-R/ABECIP em fevereiro (0,82%) foi praticamente idêntica a de janeiro (0,86%), garantindo uma ligeira elevação no resultado acumulado em 12 meses (17,11 em fevereiro contra 16,77% em janeiro). Comparando os dois primeiros meses do ano em relação aos dois últimos do ano anterior, podemos ver na tabela abaixo uma aceleração nos resultados de 2022 comparados aos de 2021, excetuando o caso de São Paulo.

 

Com isso, o resultado acumulado em 12 meses foi similar entre as dez capitais analisadas pelo IGMI-R/ABECIP, sendo São Paulo a única exceção, passando de 21,05% em janeiro para 20,76% em fevereiro. Esse resultado de fevereiro ainda mantém São Paulo em primeiro lugar em termos do resultado acumulado em 12 meses, porém com uma diminuição da distância em relação às demais capitais, como pode ser visto no gráfico abaixo.

Os valores nominais dos imóveis residenciais em Belo Horizonte, Fortaleza e Recife se recuperam mais lentamente em termos relativos, ainda registrando variações acumuladas em 12 meses inferiores a 10%, abaixo das variações acumuladas nos índices de preços ao consumidor no período.

Os sentimentos dos empresários do Setor de Construção Civil, de acordo com os últimos dados da Sondagem do IBRE/FGV mostraram um recuo no Índice da Situação Atual, e um avanço no Índice de Expectativas em fevereiro, porém o gráfico abaixo mostra que na verdade os dois continuam oscilando sem uma tendência clara nos últimos meses. 

A evolução do mercado de imóveis residenciais no Brasil ao longo dos próximos meses permanece sujeita a incertezas ligadas à recuperação do mercado de trabalho e à elevação dos preços em geral, agora somadas aos efeitos do conflito na Europa. 

IGMIR-R - JANEIRO 2022

Após uma elevação de 1,25% em dezembro, O IGMI-R/ABECIP desacelerou para 0,86% no primeiro mês de 2022. Apesar desse resultado, a variação acumulada em 12 meses aumentou ligeiramente entre os dois períodos, de 16,25% para 16,77%.

 

Todas as dez capitais analisadas apresentaram variações positivas em janeiro. Em termos das variações acumuladas em 12 meses, assim como no caso da média nacional todas as capitais menos São Paulo mostraram aceleração dos resultados. No caso de São Paulo, houve praticamente uma estabilidade na variação acumulada em 12 meses (de 21,09% em dezembro para 21,05% em janeiro), mas esse resultado ainda mantém o destaque positivo entre as demais capitais.

As perspectivas do setor imobiliário residencial para os próximos meses, tais como avaliadas pelo sentimento dos empresários captado pela Sondagem da Construção Civil do IBRE/FGV, continuam refletindo um cenário de incertezas. O item Evolução Recente da Atividade oscilou positivamente pelo segundo mês consecutivo em janeiro, mas ficando ainda abaixo do nível anterior à queda expressiva de novembro de 2021. Por sua vez, o item Tendência dos Negócios, que também havia registrado queda significativa em novembro de 2021, voltou a oscilar negativamente em janeiro.

 

 Da mesma forma, o item Demanda Prevista também oscilou negativamente em janeiro, estabelecendo nos últimos meses um comportamento volátil em torno de uma tendência de queda.

 

As variações dos valores dos imóveis residenciais de sete entre as dez capitais analisadas pelo IGMI-R/ABECIP em janeiro ainda mostram ganhos reais no primeiro mês de 2022. A evolução desses valores ao longo do ano continua sujeita a um cenário de incertezas, dada a dinâmica do nível de atividade econômica, da política monetária voltada para o combate da inflação e a massa de rendimentos reais que ainda não apresenta reação significativa.

IGMIR-R - DEZEMBRO 2021

O IGMI-R/ABECIP cresceu 1,25% em dezembro, acumulando ao longo de 2021 uma elevação de 16,25%. Desde o início da série histórica do indicador, essa é a primeira sequência de dois anos consecutivos de ganhos reais dos preços dos imóveis residenciais, tomando por base o IPCA/IBGE. O gráfico abaixo mostra a evolução mensal dos resultados acumulados em 12 meses do IGMI-R/ABECIP e do IPCA.

 O início da série é marcado pelo ajuste de preços dos imóveis residenciais abaixo das variações do IPCA, na esteira da recessão iniciada em 2014. A recuperação gradual dos valores nominais iniciada em 2018 termina com perdas reais praticamente nulas ao final de 2019. Os ganhos reais a partir de 2020 diminuem de ritmo com a recessão causada pela pandemia e a elevação do IPCA, mas são retomados ao longo de 2021.

Esse desempenho do IGMI-R/ABECIP nacional é marcado por uma considerável heterogeneidade entre as 10 capitais analisadas pelo indicador, como pode ser visto na tabela abaixo.

    

O gráfico abaixo permite a visualização das variações anuais dos preços dos imóveis residenciais no resultado nacional e em cada uma das 10 capitais, e sua comparação com as elevações do IPCA acumuladas ao final de cada ano.

 

O destaque regional da recuperação dos preços dos imóveis residenciais durante todo o período foi São Paulo, única entre as capitais a apresentar ganhos reais já em 2019. Enquanto São Paulo manteve esse papel de destaque em 2021, apenas três entre as dez capitais tiveram variações inferiores ao IPCA no ano: Belo Horizonte, Fortaleza e Recife, que mesmo assim vêm acompanhando a tendência geral de elevação dos preços nominais dos imóveis residenciais nos últimos três anos.

 

As incertezas relativas ao quadro geral de atividade econômica em 2022 estão refletidas na volatilidade de uma série de indicadores. No caso específico do mercado imobiliário residencial, tomando por base as percepções dos empresários do setor captadas na Sondagem da Construção Civil do IBRE/FGV, os itens Demanda Prevista e Tendência dos negócios voltaram a oscilar positivamente em dezembro, após quedas significativas em novembro, como mostra o gráfico abaixo.

 

Apesar da nova onda da pandemia, a atividade econômica tem mostrado capacidade de adaptação, ao contrário do contexto da onda anterior, antes do início do processo de imunização. Em contrapartida, a lenta recuperação da massa salarial real e o encarecimento do crédito decorrente da dinâmica da política monetária continuam impondo desafios ao ambiente dos investimentos em geral e à evolução dos preços das edificações residenciais nos próximos meses.

IGMIR-R - NOVEMBRO 2021

A variação do IGMI-R/ABECIP voltou a desacelerar em novembro, registrando 1,12% ante 1,54% em outubro. Apesar disso, o resultado acumulado em 12 meses cresceu pelo sétimo mês consecutivo (15,76% em novembro contra 15,05% em outubro).

Essa aceleração da taxa de variação acumulada em 12 meses foi observada para as 10 capitais analisadas pelo IGMI-R/ABECIP, porém com dispersão significativa entre elas. Enquanto São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Porto Alegre e Brasília registraram variações reais nos preços de seus imóveis residenciais, tomando como base o IPCA/IBGE acumulado durante os mesmos 12 meses, Salvador e Goiânia tiveram variações reais praticamente nulas, enquanto Belo Horizonte, Fortaleza e Recife apresentaram variações inferiores à do IPCA/IBGE.

As últimas informações relativas às percepções dos empresários do setor de edificações residenciais, refletidas na Sondagem da Construção Civil do IBRE/FGV, mostram em novembro quedas tanto no Índice de Situação Atual quanto no Índice de Expectativas, conforme pode ser visto no gráfico abaixo.

 

A queda no Índice de Expectativas da Sondagem da Construção Civil em novembro é explicada pelas quedas dos componentes relativos à Demanda Prevista (para os próximos três meses) e Tendência Geral dos Negócios (para os próximos seis meses).

A perspectiva de continuidade de aumentos nas taxas de juros, no contexto de preocupações com a dinâmica do quadro fiscal e fraca recuperação do mercado de trabalho, resulta em um cenário menos favorável para investimentos em geral nos próximos meses. Em particular, uma desaceleração no ritmo de financiamento de imóveis residenciais pode reduzir a demanda e suavizar o ritmo de elevações dos preços do setor.

IGMIR-R - Outubro 2021

Apesar de uma ligeira desaceleração no resultado do IGMI-R/ABECIP em outubro (1,54% ante 1,76% no mês anterior), a variação acumulada em 12 meses avançou 15,05% no mês (contra 13,81% em setembro), registrando o sexto mês consecutivo de acelerações sob essa perspectiva.

Entre as dez capitais analisadas, Belo Horizonte, Fortaleza, Recife, Curitiba e Porto Alegre mostraram variações positivas em outubro superiores às de setembro, enquanto as demais capitais tiveram desacelerações no resultado mensal. No entanto, todas as capitais reproduziram o resultado nacional de aceleração sob a perspectiva dos resultados acumulados em 12 meses. 

São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Porto Alegre e Brasília tiveram ganhos reais nas variações dos preços dos imóveis residenciais em 12 meses, tomando o IPCA/IBGE no período como base de comparação.  Por sua vez, Salvador, Goiânia, Belo Horizonte, Fortaleza e Recife sofreram reduções em termos reais dos preços de seus imóveis residenciais no período.

Essas desigualdades regionais refletem uma falta de tendência clara para o comportamento dos preços dos imóveis residenciais, dentro de um contexto em que a própria recuperação do nível de atividade geral da economia mostra sinais de desaceleração nos últimos meses do ano. Tomando como base os sentimentos dos empresários do setor de edificações residenciais tais como captados pela Sondagem da Construção Civil do IBRE/FGV, os sinais mais recentes com relação ao futuro são contraditórios. Como mostra o gráfico abaixo, enquanto a percepção de Demanda Prevista para os próximos 3 meses voltou a variar positivamente em outubro após cair em setembro, a percepção de Tendência Geral dos Negócios para os próximos 6 meses apresentou em outubro a terceira queda mensal consecutiva.

Apesar da intensificação recente dos movimentos da política monetária, as condições de financiamento ainda podem ser consideradas favoráveis no contexto histórico, alavancando a demanda por imóveis residenciais. O aumento da incerteza decorrente dos desafios fiscais e as pressões de custos do setor continuam impondo desafios para uma trajetória mais consistente da evolução dos preços do setor ao longo de todas as capitais nos próximos meses. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

IGMI-R ABECIP - SETEMBRO 2021

A variação dos preços dos imóveis residenciais em setembro (1,76%) foi praticamente idêntica à do mês anterior (1,74%), de acordo com o IGMI-R/ABECIP. Com esse resultado, a trajetória de aceleração da variação acumulada em doze meses foi mantida para as dez capitais analisadas. No resultado agregado para o Brasil, essa variação passou de 12,48% em agosto para 13,81% em setembro.  

 Comparando as variações nominais acumuladas nos trimestres em relação aos trimestres imediatamente anteriores, os três trimestres de 2021 apresentaram aceleração para o Brasil e para as dez capitais, ainda que com diferenças significativas do ponto de vista quantitativo. São Paulo apresentou a maior variação no terceiro trimestre (6,87%), enquanto Recife a menor (1,62%) entre as capitais.

 

Nos resultados acumulados em doze meses, São Paulo mais uma vez foi o destaque isolado de variação positiva (20,17%), seguido por Brasília (14,20%) e Rio de Janeiro (13,06%), enquanto Curitiba, Porto Alegre, Salvador, Goiânia apresentaram variações ao redor de 10%, muito próximas dos resultados acumulados dos índices de preços ao consumidor no período. No outro extremo, Belo Horizonte, Fortaleza e Recife, apresentaram variações acumuladas em 12 meses em torno de 5%, implicando em perdas de valores reais de seus imóveis residenciais.

Esses comportamentos de preços ocorrem em um momento em que a retomada do nível de atividades na economia Brasileira vem mostrando sinais de desaceleração. Se por um lado o avanço da imunização vem permitindo uma recuperação do setor de serviços, por outro o mercado de trabalho ainda sente os efeitos das perdas de nível de emprego e rendimentos reais desde o ano passado. Como mostra o gráfico abaixo, esse contexto ainda não afetou os sentimentos dos empresários do setor de edificações residenciais em relação à situação atual, porém já exerceu um impacto negativo sobre as expectativas, conforme os últimos resultados da Sondagem da Construção Civil do IBRE/FGV.

Entre os fundamentos por trás dessa redução, destacam-se as incertezas relativas ao quadro fiscal, e principalmente o cenário de aceleração generalizada de preços de insumos e produtos, com a reação anunciada da política monetária tornando menos favoráveis as condições de crédito. Ainda de acordo com os resultados mais recentes da Sondagem da Construção Civil, esses fundamentos implicam em um recuo na percepção dos empresários da demanda prevista por edificações residenciais em setembro, como pode ser visto no gráfico abaixo.

 

Os impactos dos do aumento das incertezas sobre o ritmo de retomada da economia e das elevações generalizadas nos preços de insumos e produtos irão condicionar a continuidade da aceleração dos preços nominais dos imóveis residenciais no Brasil nos próximos meses.

IGMI-R ABECIP - AGOSTO 2021

O resultado do IGMI-R/ABECIP em agosto mostrou uma variação ligeiramente inferior à do mês anterior (1,74% contra 1,86%). No entanto, a variação acumulada em doze meses continuou a trajetória de aceleração (12,48% em agosto ante 11,02% em julho), assim como nas dez capitais analisadas pelo indicador.

A despeito da aceleração dos índices de preços ao consumidor nos últimos meses, o IGMI-R/ABECIP ainda apresentou ganhos reais em agosto. Em comparação com a variação acumulada em 12 meses do IPCA/IBGE, São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Curitiba tiveram ganhos reais nos preços dos imóveis residenciais sob a mesma ótica em agosto, enquanto Goiânia e Porto Alegre ficaram ligeiramente abaixo. Belo Horizonte, Fortaleza, Recife e Salvador, apesar das respectivas acelerações nas variações acumuladas em 12 meses nos preços nominais, apresentaram recuos mais significativos em termos reais.

 

Apesar da disparidade regional, os avanços dos preços nominais dos imóveis residenciais ocorrem em um período em que a percepção dos empresários do setor, de acordo com a Sondagem da Construção Civil do IBRE/FGV, mostra em agosto um avanço nos quesitos Evolução Recente da Atividade e Demanda Prevista, colocando os dois indicadores nos respectivos níveis relativos ao final de 2019 e início de 2020, anteriores ao início da pandemia.

Porém, se por um lado a Sondagem indica um avanço da percepção em relação à Demanda Prevista em agosto, após um ligeiro recuo no mês anterior, por outro o indicador de Tendência dos Negócios descreve a trajetória contrária no período.

Os movimentos contrários dos indicadores de Demanda Prevista e Tendência dos Negócios nesse último mês refletem o contexto de aumento de incertezas em relação à evolução do nível de atividades em geral no Brasil. A redução das restrições de mobilidade e o avanço da imunização vêm sendo acompanhadas de recuperação no setor de serviços, mas também de elevações nos índices de preço no atacado, incluindo insumos da construção civil, e para os consumidores. A autoridade monetária vem sinalizando a necessidade de elevações nas taxas de juros para fazer frente a essa tendência geral de aumentos de preços, em um momento em que a recuperação do nível de atividades ainda não vem sendo suficiente para recompor as perdas de emprego e rendimentos registradas ao longo de 2020. Esses são desafios fundamentais para a dinâmica do setor de construção civil nos próximos meses, que irão determinar a trajetória dos preços dos imóveis, por ora ainda em tendência de aceleração.

IGMI-R ABECIP - JULHO 2021

 

Os preços dos imóveis residenciais nas dez capitais analisadas pelo IGMI-R/ABECIP tiveram elevação na leitura de julho, em comparação ao resultado do mês anterior, sendo que todos também tiveram aceleração nos respectivos resultados acumulados em 12 meses em relação aos resultados de junho.

 

 

As variações acumuladas em 12 meses do IGMI-R/ABECIP para o Brasil e do IPCA/IBGE praticamente igualaram-se em maio último, interrompendo uma sequência de valorização real dos preços dos imóveis residenciais, iniciada no último trimestre de 2019. Com os resultados apurados nos meses de junho e julho de 2021, verifica-se novamente um avanço dos preços dos imóveis residenciais em termos reais.

Os últimos resultados da Sondagem da Construção Civil do IBRE/FGV mostram uma acomodação da percepção dos empresários do setor de edificações residências em relação à evolução recente da atividade em relação em julho, em comparação ao mês anterior. No entanto, como podemos ver no gráfico abaixo, a percepção dos empresários do setor em relação à tendência dos negócios possui informação significativa para antecipar os movimentos da percepção em relação à evolução recente da atividade nos meses seguintes, sendo que em julho esse indicador avançou pelo segundo mês consecutivo.

O quesito tendência dos negócios compõem juntamente com a percepção dos empresários sobre demanda prevista o índice de expectativas da Sondagem da Construção Civil. O gráfico abaixo mostra que, a despeito de uma ligeira queda na percepção em relação à demanda prevista para os próximos meses, o desempenho da tendência dos negócios é suficiente para que o índice de expectativas tenha mantido em julho a tendência de crescimento iniciada no segundo trimestre do ano.

 

Uma interpretação desse recuo, ainda que ligeiro, da percepção em relação à demanda futura, são os efeitos potenciais das sinalizações recentes das autoridades monetárias em relação à intensidade do ajuste necessário nas taxas de juros. Entre os fatores por trás da aceleração dos índices de preços que justificam essas sinalizações, estão o aumento dos custos de insumos industriais, incluindo os da construção civil. Além desses efeitos, temos ainda a preocupação em relação à dinâmica da crise sanitária, em um momento em que diversos indicadores recentes mostram uma acomodação do ritmo de retomada da atividade econômica, antes que o mercado de trabalho tenha tido oportunidade de recuperar as perdas do pior momento da pandemia.

A conciliação dessas considerações com o avanço da percepção dos empresários do setor em relação à tendência dos negócios nos próximos meses envolve o fato de, apesar das sinalizações de elevação nas taxas de juros nominais, as taxas de juros reais ainda estão em níveis historicamente baixos. Adicionalmente, existe a perspectiva dos efeitos positivos do relaxamento de medidas de isolamento social sobre a retomada de atividades, principalmente dos setores de serviços, no contexto do avanço da imunização.

Apesar dos desafios do cenário atual à realização de projeções de prazo mais longo em relação aos fatores mencionados acima, o início do segundo semestre mostra uma tendência de elevação nos preços dos imóveis residenciais no Brasil.

 

 

 

IGMI-R ABECIP - JUNHO 2021

O crescimento do IGMI-R/ABECIP registrado em junho representou o quinto mês consecutivo de aceleração nos resultados mensais. A variação acumulada em 12 meses foi de 9,31%, também mostrando aceleração em relação ao resultado de maio (8,15%), e voltando a superar as variações acumuladas dos principais índices de preços ao consumidor. Tomando esses índices de preços ao consumidor como base, os preços dos imóveis residenciais nos últimos 12 meses registram elevação, ainda que modesta, também em termos reais.

 

O primeiro semestre de 2020 também marcou um período de recuperação nos preços dos imóveis residenciais, a despeito dos efeitos da epidemia sobre o nível geral de atividades a partir do segundo semestre. Comparando os resultados acumulados nos primeiros semestres de 2020 e 2021, vemos que a recuperação do ano anterior foi mais forte que a atual na maioria das capitais analisadas pelo IGMI-R/ABECIP, excetuando Rio de Janeiro e Brasília, sendo que enquanto o Rio de Janeiro se recupera a partir de uma base de comparação muito baixa em 2020, o mesmo não vale para Brasília, que já integrava em 2020 um grupo de capitais com variações acumuladas acima de 7% no primeiro semestre. Apesar do resultado no primeiro semestre de 2021 estar abaixo do mesmo semestre do ano anterior, São Paulo ainda é o destaque positivo, sendo a única capital com variações acima de 10% nos dois anos sob essa ótica. Do outro lado, Recife e Fortaleza ainda registram variações relativamente baixas nos acumulados dos primeiros semestres dos dois anos, inclusive com desaceleração entre 2020 e 2021. As demais capitais registram variações mais elevadas, mas ainda assim com alguma desaceleração na comparação dos resultados acumulados dos primeiros semestres de 2020 e 2021.

Na perspectiva mais ampla das variações acumuladas em 12 meses, virtualmente todas as capitais apresentaram aceleração na comparação dos resultados entre maio e junho, indicando que a direção da recuperação a partir dos resultados do segundo semestre de 2020 é consistente entre as regiões, apesar das disparidades quantitativas.

Enquanto a Sondagem da Construção Civil do IBRE/FGV mostrava uma piora da percepção dos empresários do setor de edificações residências em maio, os resultados mais recentes mostram que a percepção otimista sobre a demanda prevista estava correta: os dois indicadores mostram uma clara tendência positiva em junho, como podemos ver no gráfico abaixo.

Esse movimento corrobora o desempenho dos preços dos imóveis residenciais mostrado nas leituras recentes do IGMI-R/ABECIP. Na mesma linha, os índices que agregam diferentes quesitos ligados a percepção da situação atual, e das expectativas, também mostraram um crescimento claro nos dados mais recentes, como podemos ver no gráfico abaixo.

 

A continuidade dos bons resultados observados em diferentes indicadores recentes do nível de atividade da economia brasileira sugere um cenário de continuidade da recuperação ao longo do segundo semestre do ano, para o que colabora de forma decisiva a evolução da imunização. Essa conjuntura favorece a retomada de ganhos reais nos preços dos imóveis residenciais até o final do ano, mas continua condicionada aos desafios impostos pela pandemia, em particular sobre o mercado de trabalho.

IGMI-R ABECIP - Maio 2021

Após um ligeiro aumento no resultado mensal de maio (1,3%) em comparação a abril (1,2%), o o IGMI-R/ABECIP também apresentou uma aceleração no resultado acumulado em 12 meses (8,15% ante os 7,86% registrados no mês anterior). Esse desempenho reverteu a tendência de desaceleração no acumulado em 12 meses das seis leituras anteriores.

As variações acumuladas em 12 meses do IPCA/IBGE apresentam aceleração desde meados de 2020, reduzindo os ganhos dos preços dos imóveis residenciais no Brasil em termos reais. A reversão da tendência de desaceleração do IGMI-R/ABECIP na mesma ótica em maio foi suficiente para praticamente equiparar os resultados dos dois indicadores, em termos das variações acumuladas em 12 meses.

A única exceção dessa reversão da tendência de desaceleração no resultado acumulado em 12 meses entre as 10 capitais analisadas foi Porto Alegre, com 4,35% em maio ante 6,11% em abril. Fortaleza e Recife ainda se recuperam lentamente, com resultados acumulados em 12 meses de respectivamente 1,80% e 1,86%. O desempenho de São Paulo (13,64%) se mantém significativamente acima da média nacional, assim como do de Brasília, a capital com o segundo melhor desempenho acumulado em 12 meses (9,46%).

Em termos do sentimento dos empresários do setor de Construção de Edificações Residenciais, segundo a da Sondagem da Construção Civil do IBRE/FGV, os resultados em maio apontam por um lado uma piora na Evolução Recente da Atividade, mas ao mesmo tempo um sinal de reversão da tendência de queda na Demanda Prevista, em linha com o movimento dos preços nominais mencionado acima.

Os indicadores recentes de nível de atividade em geral apresentam surpresas no lado positivo, criando a expectativa de continuidade da retomada ao longo do segundo semestre, no contexto do avanço da imunização e consequente relaxamento de medidas de distanciamento social. O principal desafio para a tendência de negócios no setor imobiliário residencial nesse cenário contina sendo a disseminação dessa recuperação para todos os setores, e em última medida para as condições de emprego e renda.

IGMI-R ABECIP - ABRIL 2021

O IGMI-R/ABECIP em abril voltou a apresentar aceleração ante ao mês anterior (1,22%, contra 0,78% em abril), com todas as capitais analisadas pelo índice apresentando variações nominais positivas. No entanto, esse resultado não foi suficiente para que a variação acumulada dos preços dos imóveis residenciais no Brasil desacelerasse pelo sexto mês consecutivo.

Comparando os resultados acumulados em 12 meses do IGMI-R/ABECIP com o IPCA/IBGE até abril, vemos que a tendência de recomposição dos valores reais dos imóveis residenciais vem sendo reduzida, tanto pela aceleração do IPCA quanto pela desaceleração do IGMI-R/ABECIP.

Esse movimento nos preços está refletido nos resultados recentes da Sondagem da Construção Civil do IBRE/FGV, que representam o sentimento dos empresários do setor de Construção de Edificações Residenciais.

Os quesitos “Demanda Prevista”, “Evolução Recente da Atividade” e “Situação Atual dos Negócios” mostraram piora significativa da percepção dos empresários do setor em abril, acentuando a tendência de queda iniciada no final de 2020. Cada um desses itens capta a percepção em relação a momentos distintos: enquanto “Evolução Recente da Atividade” olha para os últimos três meses, “Situação Atual dos Negócios” enfatiza o período atual, sendo “Demanda Prevista” relacionada aos próximos três meses. O movimento de baixa simultânea nesses três quesitos da Sondagem apresenta um quadro consistente com a desaceleração dos preços nominais e reais dos imóveis residenciais nos últimos meses.

O cenário por trás desses indicadores é marcado pelo recrudescimento da pandemia a partir do final de 2020, e seus efeitos sobre o nível de atividade e mercado de trabalho, aliado à nova orientação da política monetária visando conter a aceleração do IPCA. 

 

O único quesito da Sondagem apresentando estabilidade na margem em abril foi “Tendência dos Negócios”, cujo horizonte de três meses à frente incorpora alguma perspectiva de melhora da atividade econômica em geral a partir do segundo semestre do ano. O avanço do programa de imunização continua sendo a condicionante fundamental para a concretização dessa perspectiva, e por consequência da reversão da tendência recente de desaceleração nos valores reais dos imóveis residenciais. 

 

IGMI-R ABECIP - MARÇO 2021

Apesar do resultado do IGMI-R/ABECIP em março (0,78%) ter sido superior ao anterior (0,53% em fevereiro), a variação do indicador acumulada em 12 meses caiu pelo quinto mês seguido. Todas as capitais tiveram aumentos nos preços nominais dos imóveis residenciais em março, porém apenas Rio de Janeiro, Recife e Brasília tiveram aceleração no resultado acumulado em 12 meses.  Entre essas cabe destacar que, apesar desse desempenho em termos da variação acumulada em 12 meses, as duas primeiras encontram-se um patamar relativamente baixo em comparação com as demais sob essa mesma perspectiva.

 

Na tabela acima podemos ver as variações dos últimos três trimestres, sempre em comparação direta com o trimestre imediatamente anterior. O gráfico abaixo mostra a trajetória da série completa da variação percentual de trimestre contra trimestre anterior para o Brasil.

 

A recessão iniciada no segundo trimestre de 2020 com a chegada da pandemia interrompeu a tendência de aceleração iniciada em 2019, tendo na sequência uma forte desaceleração no terceiro trimestre de 2020. Os resultados do último trimestre de 2020 e do primeiro de 2021 interromperam essa desaceleração, dando lugar a uma estabilidade em torno do patamar do final de 2019. No entanto, esse patamar nominal não reproduz a variação real dos preços dos imóveis residenciais no Brasil, na medida em que os índices de preços ao consumidor, e principalmente no atacado, tiveram aceleração significativa no período.

 

Os resultados da Sondagem da Construção Civil do IBRE/FGV, refletem essa dinâmica dos preços nos últimos meses. Tanto o Índice de Situação Atual (ISA) como o Índice de Expectativas (IE), calculados de acordo com o sentimento dos empresários do setor de Construção de Edificações Residenciais, mostram que houve uma recuperação a partir da queda acentuada no segundo trimestre de 2020. O Índice de Confiança da Construção (ICST),  que agrega percepções de situação atual e expectativas, chegou a atingir o mesmo nível anterior ao do início da recessão, porém vem declinando a partir daí desde o final de 2020.

 

O momento atual é marcado pelo recrudescimento da pandemia, que impõe restrições para a retomada do nível de atividade, e por limites fiscais para programas de incentivos e auxílios. O tempo necessário para a normalização desse cenário, e por consequência das condições de consumo e investimento da população, irá condicionar a evolução dos preços dos imóveis residenciais ao longo do restante do ano.

 

IGMI-R ABECIP - Fevereiro 2021

O IGMI-R/ABECIP variou 0,53% no segundo mês de 2021, acima do resultado de janeiro (0,41%). Apesar disso, a variação acumulada em doze meses do indicador desacelerou pelo quarto mês consecutivo ficando em 9,17% ante 9,60% do mês anterior.

Apesar de Salvador ter sido a única entre as capitais com queda nos preços dos imóveis residenciais em fevereiro, a tendência de desaceleração na variação acumulada em 12 meses foi sentida em todas as capitais, excetuando Recife, que se recupera de um patamar muito baixo (passando de 1,53% em janeiro para 1,75% em fevereiro), e Brasília com um pequeno avanço, de 9,12% em janeiro para 9,28% em fevereiro. O gráfico abaixo mostra a evolução das variações acumuladas em 12 meses para o índice nacional.

A desaceleração das variações recentes fica clara quando comparamos as trajetórias do primeiro bimestre do ano contra o último bimestre do ano anterior, nos três últimos anos. Sob essa perspectiva, em 2021 todas as capitas mostraram desaceleração, salvo o Rio de Janeiro que ficou estável. Analisando essas trajetórias na tabela acima, o início de 2020 mostra uma tendência geral de recuperação, enquanto o desempenho do início de 2021 é mais bem caracterizado como uma desaceleração. As acelerações recentes dos índices de preços no atacado e para consumidores faz com que a tendência de desaceleração nos preços reais dos imóveis residenciais seja ainda maior.

A percepção dos empresários do setor, de acordo com a Sondagem da Construção Civil do IBRE/FGV, reflete essa desaceleração na dinâmica dos preços nos últimos meses. Como mostra o gráfico abaixo, tanto a evolução recente da atividade (nos últimos três meses), quanto a demanda prevista (para os próximos três meses) reproduzem a desaceleração dos preços entre o final de 2020 e os primeiros dois meses de 2021.

Para os próximos meses, a trajetória dos preços dos imóveis residenciais está ligada ao avanço do programa de imunização, em um momento em que a piora acentuada da pandemia impõe medidas de isolamento desfavoráveis à atividade econômica em geral e ao mercado de trabalho. A esse desafio, somam-se a preocupação em relação à dinâmica dos índices de preços ao consumidor e no atacado mencionada anteriormente, que tende a tornar as condições de crédito menos favoráveis, e as dificuldades em conceder novos estímulos econômicos.

IGMI-R ABECIP - JANEIRO 2021

O avanço registrado pelo IGMI-R/ABECIP no primeiro mês de 2021 foi positivo (0,41%) representando, porém, metade da taxa observada no último mês de 2020. Em consequência, a variação acumulada em 12 meses do indicador registrou o terceiro mês consecutivo de desaceleração, situando-se em 9,60%, após ter registrado 10,28% no mês anterior.

Essa desaceleração nos resultados mensais e acumulados em 12 meses foi observada em praticamente todas as 10 capitais analisadas pelo IGMI-R/ABECIP. A única entre as capitais a apresentar aceleração no resultado acumulado em 12 meses foi o Rio de Janeiro (4,51% ante 4,35% no mês anterior) que, no entanto, ainda se recupera a partir de um patamar relativamente baixo em relação ao desempenho da média nacional. Quatro entre as dez capitais, Belo Horizonte, Fortaleza, Recife e Salvador apresentaram variações próximas da estabilidade, porém ligeiramente negativas, nos preços dos imóveis residenciais em janeiro.

Os resultados recentes da Sondagem da Construção Civil do IBRE/FGV refletem a desaceleração nos indicadores mensais e acumulados do IGMI-R/ABECIP no Índice de Situação Atual, mas apontam para um resultado potencialmente melhor no Índice de Expectativas.

Os principais componentes responsáveis pela queda observada no Índice de Situação Atual em janeiro são a Evolução Recente da Atividade (opinião dos empresários do setor em relação aos três últimos meses) e, principalmente, a Situação Atual dos Negócios (avaliação da situação da empresa entrevistada no período corrente), conforme podemos observar no gráfico abaixo.

Por sua vez, a melhora no Índice de Expectativas tem como principais responsáveis os componentes de Acesso a Crédito e Tendência dos Negócios (avaliação dos empresários do setor em relação à situação geral dos negócios da empresa nos próximos seis meses):

 

O contraste entre os sentimentos com relação ao período atual e os próximos seis meses captados pela Sondagem da Construção reflete a opinião sobre o nível de atividade econômica em geral nesse início de ano. Por trás dessa opinião existe um consenso relativo à necessidade do avanço da imunização para a retomada da atividade econômica, a aprovação de reformas estruturais do ambiente econômico, e a viabilização de alguma medida de estímulo como a prorrogação do auxílio emergencial. Em que pesem as dificuldades de curto prazo para essas questões, a perspectiva para elas em um horizonte mais longo ainda possui maior probabilidade associada a uma evolução favorável. Na medida em que essas condições efetivamente se realizem, e que a evolução dos índices de preços ao consumidor não prejudique as condições ainda favoráveis de crédito, os preços dos imóveis residenciais podem manter uma trajetória de recuperação ao longo do ano.

IGMI-R ABECIP - DEZEMBRO 2020

 

O IGMI-R/ABECIP avançou 0,82% em dezembro, resultado superior ao do mês anterior (0,50%), totalizando uma elevação de 10,28% ao longo do ano de 2020. Na tabela abaixo podemos comparar esse desempenho com relação aos dos dois anos anteriores.

A aceleração das variações anuais foi generalizada entre as 10 capitais analisadas pelo IGMI-R, ainda que de maneira heterogênea, como mostrado no gráfico para a série histórica completa.

O resultado para São Paulo é o destaque individual isolado, com elevação superior a 16% ao longo de 2020, enquanto um grupo formado por Curitiba, Porto Alegre, Salvador, Goiânia e Brasília apresentou taxas de variação próximas a 10%. Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Fortaleza aparecem a seguir, com taxas de variação próximas a 5%, enquanto o Recife ficou atrás com crescimento ligeiramente superior a 2% em 2020.

 

 

Os preços dos imóveis residenciais no Brasil mantiveram ao longo de 2020 a tendência de recuperação em termos reais, como pode ser visto no gráfico abaixo comparando as evoluções mensais acumuladas em 12 meses do IGMI-R e do IPCA:

 

Essa recomposição real dos valores dos imóveis residenciais perdeu força a partir do segundo trimestre, na medida em que tanto a valorização nominal não manteve a trajetória de aceleração verificada na virada do ano, quanto um conjunto de choques de oferta resultou na elevação dos índices de preços ao consumidor no período.

 

A evolução do IGMI-R pode ser interpretada em termos do desempenho da Sondagem da Construção (IBRE/FGV). Como pode ser visto no gráfico abaixo, a retomada dos preços dos imóveis a partir de 2016 encontra paralelo nos índices de Situação Atual e Expectativas relacionados a edificações residenciais na Sondagem.

No final de 2019, a expectativa do setor de construção civil era que a consolidação da retomada do nível de atividade econômica, aliada a condições favoráveis de crédito e o desempenho do mercado de trabalho, teria como contrapartida uma retomada mais robusta dos preços dos imóveis. A chegada da pandemia teve um forte efeito negativo nessa avaliação, como mensurado pelos índices de Situação Atual e Expectativas da Sondagem. No entanto, a construção civil acabou sendo um dos setores menos afetados pelas medidas de distanciamento social pelo lado da oferta, ao mesmo tempo em que a demanda se mostrou resistente no ambiente de condições de crédito ainda favoráveis e deslocamento dos padrões de consumo das famílias. O resultado foi a rápida recuperação dos indicadores da Sondagem, e a continuidade da retomada dos preços dos imóveis, ainda que como mencionado anteriormente em menor ritmo do que no início do ano, tanto em termos nominais quanto reais.

 

A ligeira desaceleração dos resultados acumulados em 12 meses do IGMI-R nos dois últimos meses de 2020 encontra contrapartida nos índices de situação atual e expectativas da Sondagem. O aumento da incerteza nesse período reflete de um lado o recrudescimento da crise sanitária, e de outro os fundamentos macroeconômicos, principalmente na medida em que a evolução da dívida pública torna difícil a continuidade das medidas de estímulo. Nesse contexto, o desempenho do setor de construção civil e dos preços dos imóveis tem como principal condicionante no início de 2021 a capacidade do processo de imunização em restaurar as condições de retomada de atividades ao longo de todos os setores da economia, e reverter a conjuntura negativa do mercado de trabalho. Superado esse importante obstáculo, a retomada da atividade econômica tem condições para ocorrer sem pressões que revertam as condições favoráveis de financiamento observadas nos últimos meses.

 

IGMI-R ABECIP - NOVEMBRO 2020

 

O IGMI-R/ABECIP de novembro variou 0,50%, mostrando um pequeno aumento em relação ao resultado do mês anterior (0,44%). Apesar disso, esse resultado acarretou uma variação acumulada em 12 meses ligeiramente inferior à de outubro (10,54%, ante 10,59%), interrompendo a sequência de aceleração iniciada em fevereiro de 2019.

Essa desaceleração no resultado acumulado em 12 meses nos preços de imóveis residenciais na passagem de outubro para novembro aconteceu em seis das dez capitais analisadas pelo IGMI-R/ABECIP (São Paulo, Fortaleza, Recife, Curitiba, Porto Alegre e Salvador), sendo que Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Goiânia e Brasília ainda mantiveram a tendência de elevação. Esses resultados ainda possuem uma heterogeneidade além da direção das taxas de variação: enquanto Rio de Janeiro e Belo Horizonte vêm mostrando recuperação a partir de patamares relativamente baixos, a aceleração de Goiânia e Brasília ocorre em torno de um resultado acumulado em 12 meses próximo da média nacional. Sempre considerando o resultado acumulado em 12 meses, São Paulo continua sendo o destaque positivo, apesar da ligeira desaceleração na margem, sendo Recife a capital com o menor resultado.

 

Apesar da pequena magnitude dessa tendência de desaceleração no resultado de 12 meses da maioria das capitas, a pressão sobre os índices de preços ao consumidor nos últimos meses representa um fator adicional no sentido de perda de intensidade da recuperação de preços reais dos imóveis residenciais. Os desafios impostos pelos novos desdobramentos da crise sanitária vêm fazendo aumentar o sentimento de incerteza, principalmente em relação à dinâmica do mercado de trabalho e ao ambiente de investimentos em geral. Os efeitos dessa incerteza podem ser avaliados à luz dos resultados mais recentes da Sondagem da Construção produzida pelo IBRE/FGV. O gráfico abaixo mostra a evolução dos itens Demanda Prevista e Tendência dos Negócios para o setor da construção de edificações residenciais, medidos em números-índice com ajuste sazonal (no eixo à esquerda), juntamente com o desempenho da variação percentual acumulada em 12 meses do IGMI-R/ABECIP (no eixo à direita):

A tendência de recuperação dos preços nominais iniciada no segundo semestre de 2018 ganha intensidade a partir do final de 2019, juntamente com a percepção de crescimento da Demanda Prevista e da Tendência de Negócios por parte dos empresários do setor. Essa intensidade de aceleração dos preços nominais é interrompida com a chegada da pandemia, a partir do final do primeiro trimestre de 2020. Apesar dessa perda de intensidade, a recuperação dos preços nominais ainda prossegue, em um ambiente onde as condições de financiamento e o deslocamento de consumo causado pelas restrições da pandemia promovem uma forte recuperação das expectativas já a partir do segundo trimestre. Os resultados de novembro mostram uma pequena reversão na margem tanto das variações dos preços nominais dos imóveis residenciais acumuladas em doze meses quanto das expectativas medidas pela Sondagem.  

 

A perspectiva de evolução dos preços dos imóveis nos próximos meses continua condicionada à redução das incertezas, tanto em relação ao equacionamento da crise sanitária quanto em relação aos fundamentos macroeconômicos que garantam a continuidade das condições favoráveis de financiamento de um lado, e a recuperação do mercado de trabalho do outro. 

 

IGMI-R ABECIP - OUTUBRO 2020

 

Apesar da ligeira desaceleração no resultado do IGMI-R/ABECIP em outubro (0,44%, após variar 0,57% no mês anterior), o resultado acumulado em 12 meses voltou a aumentar (10,59% ante os 10,40% em setembro). Fortaleza e Recife, as duas capitais onde houve queda nos preços médios dos imóveis residências em outubro, juntamente com Rio de Janeiro e Belo Horizonte formam um grupo com resultados acumulados em 12 meses abaixo de 6%. Já Curitiba, Porto Alegre, Salvador, Goiânia e Brasília apresentam, ainda sob a perspectiva das variações acumuladas em 12 meses, valores próximos ao da média nacional (10,59%), enquanto São Paulo descola desse resultado, registrando aumento de 16,35%.

 

 

Apesar das disparidades entre esses grupos de capitais, as variações acumuladas nos dez primeiros meses de 2020 encontram-se sistematicamente acima das do mesmo período de 2019. Como pode ser visto no gráfico abaixo, esse resultado mantém a recomposição dos preços reais dos imóveis residenciais na média do Brasil, comparando as evoluções dos acumulados em 12 meses do IGMI-R/ABECIP e do IPCA.

 

Dois movimentos recentes fizeram com que essa recomposição em termos reais, iniciada na virada entre 2019 e 2020, perdesse parte de sua força. As incertezas sobre o nível de atividades e o mercado de trabalho resultantes da chegada da pandemia no segundo trimestre do ano reduziram a taxa de aceleração dos preços dos imóveis residenciais no período. Por sua vez, os índices de preços ao consumidor vêm acelerando desde esse período, como resultado de algumas mudanças de padrões de consumo e choques pontuais de oferta.

De qualquer forma, os resultados nominais do IGMI-R/ABECIP durante o terceiro trimestre, e ainda nesse primeiro mês do último trimestre, voltaram a mostrar aceleração, ainda que em tendência inferior à do início do ano. Esse desempenho encontra contrapartida na recuperação da demanda prevista por edificações residências, de acordo com a Sondagem da Construção produzida pelo IBRE/FGV. Como pode ser visto no gráfico abaixo, os níveis de demanda prevista tiveram uma forte recuperação após a queda registrada durante o segundo trimestre, aproximando-se do ponto máximo observado em dezembro de 2019.

 

O desempenho recente dos volumes de vendas e financiamentos sob condições historicamente favoráveis estabelece a oportunidade para a continuidade da recuperação dos preços dos imóveis residenciais. No entanto, eventuais novos desdobramentos da crise sanitária renovam os desafios para essa trajetória de retomada dos preços do setor, considerando seus impactos potenciais sobre o mercado de trabalho e os fundamentos macroeconômicos que garantam as condições necessárias para o aumento de investimentos.

IGMI-R ABECIP - SETEMBRO 2020

O IGMI-R/ABECIP voltou a apresentar aceleração em setembro, com crescimento de 0,57% ante os 0,42% em agosto, o que também acarretou uma ligeira aceleração no resultado acumulado em 12 meses (10,40% em setembro ante 10,12% em agosto).

 

Na perspectiva da comparação dos resultados dos trimestres de 2020 contra os mesmos trimestres do ano anterior, apesar do segundo trimestre de 2020 ter registrado o pior momento em termos do impacto da pandemia sobre o nível de atividades, os preços nominais dos imóveis residenciais no Brasil ainda sustentaram a tendência de recuperação observada com maior intensidade desde meados de 2019. No entanto, as elevações dos índices de preços ao consumidor e ao produtor no período mitigaram parte desses ganhos em termos reais.

Sempre sob a ótica da comparação dos resultados dos trimestres de 2020 sobre os trimestres correspondentes de 2019, essa tendência de recuperação continuou, porém em menor intensidade: enquanto os resultados aceleraram de 6,22% para 9,64% entre o primeiro e segundo trimestres, o resultado da passagem do segundo para o terceiro trimestre foi mais modesto, de 9,64% para 10,19%. Adicionalmente, a continuidade da elevação dos índices de preços ao consumidor de produtos no período novamente significou uma recuperação mais lenta dos preços dos imóveis residenciais em termos reais.

Esse padrão foi repetido, em diferentes intensidades, em praticamente todas as capitais analisadas pelo IGMI-R. São Paulo continua sendo o destaque positivo, com crescimento de 15,79% no terceiro trimestre de 2020 sobre o mesmo período de 2019. O grupo formado por Curitiba, Porto Alegre, Salvador, Goiânia e Brasília apresentou crescimento em torno de 10% no terceiro trimestre de 2020 contra o terceiro trimestre de 2019. Já Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Fortaleza e Recife tiveram, sob a mesma base de comparação, variações positivas, porém bem inferiores. O Recife foi a única entre as dez capitais a registrar desaceleração (2,81% no terceiro trimestre ante 3,18% no segundo).

O movimento de recomposição dos preços dos imóveis residenciais vem corroborando diferentes indicadores relacionados à construção civil, como aumentos nos volumes de financiamento e vendas, crescimento da demanda por materiais de construção, e elevação das expectativas favoráveis de empresários tais como captadas nas sondagens de confiança do setor. Um dos fatores fundamentais para esse resultado continua sendo as condições de financiamento historicamente favoráveis. No entanto, a velocidade dessa retomada ainda está condicionada aos fundamentos macroeconômicos capazes de garantir a sustentabilidade dessas condições favoráveis de financiamento, e a uma maior disseminação do crescimento do nível de atividades entre os setores da economia e o mercado de trabalho.

IGMI-R ABECIP - AGOSTO 2020

O IGMI-R/ABECIP variou 0,42% em agosto, superior ao resultado de julho (0,29%). Esse resultado permitiu uma ligeira elevação na variação acumulada em 12 meses, que após ficar estável em 10,06% na passagem de junho para julho, registrou 10,12% em agosto.

Dentre as capitais analisadas, Porto Alegre e Recife tiveram variações negativas no mês, e desaceleração nos respectivos resultados acumulados em 12 meses. Belo Horizonte, apesar da (pequena) variação positiva em agosto, foi a terceira capital registrando desaceleração na perspectiva de 12 meses. Dentre as demais capitais, São Paulo mais uma vez foi o destaque positivo, com a maior taxa de variação mensal. Curitiba, Salvador, Goiânia e Brasília apresentam variações acumuladas em 12 meses pouco acima de 10%, com estabilidade durante os últimos meses em torno desse patamar.

Como pode ser visto no gráfico abaixo, após a variação acumulada em 12 meses do IPCA ter sido superior à do IGMI-R desde 2014, ao final de 2019 houve a equiparação entre os dois indicadores. A partir de então, tivemos a recomposição dos preços dos imóveis residenciais em termos reais, intensificada pela queda da taxa acumulada em 12 meses do IPCA em contrapartida à aceleração dos preços nominais mensurada através do IGMI-R/ABECIP.

Os três últimos meses terminados em agosto sugerem até agora um novo padrão para a evolução comparada das taxas acumuladas em 12 meses do IGMI-R/ABECIP e do IPCA, na medida em que a estabilização do IGMI-R em torno do patamar de 10% teve como contrapartida no período uma aceleração no resultado do IPCA. A consequência dessa combinação foi a redução na velocidade de recomposição dos preços dos imóveis residenciais em termos reais no período.

A elevação recente dos preços ao consumidor é predominantemente resultado de choques de oferta pontuais, não configurando até agora tendência de aceleração, de forma que a política monetária deve continuar propiciando condições favoráveis de financiamento. Os últimos indicadores do nível de atividades vêm apontando uma recuperação acima do inicialmente esperado, o que está refletindo positivamente nas sondagens de expectativas de empresários e consumidores. Como podemos ver no gráfico abaixo, a Sondagem da Construção Civil (FGV/IBRE) mostra uma forte recuperação da percepção dos empresários do setor com relação à demanda prevista por edificações residenciais, passado o pior momento dos efeitos da pandemia sobre a atividade econômica em geral.

A trajetória de recomposição dos preços reais dos imóveis residenciais ainda está sujeita às incertezas ligadas ao mercado de trabalho e à evolução da crise sanitária. Porém, as últimas revisões das expectativas acerca do crescimento da economia em 2020 apontam para um quadro melhor que o inicialmente imaginado durante o segundo trimestre, sendo o setor da construção civil um destaque entre aqueles responsáveis pelo ritmo da retomada.

IGMI-R ABECIP - JULHO 2020

 

O IGMI-R/ABECIP voltou a desacelerar em julho, variando 0,29% no mês ante os 0,55% registrados em junho. A variação acumulada em 12 meses ficou em estável em relação à já observada em junho (10,06%), interrompendo a sequência de aceleração verificada desde o início de 2019.

 

 

A recuperação dos preços dos imóveis residenciais em termos reais prossegue em menor intensidade, como pode ser vista no gráfico abaixo, dada a combinação da estabilização dos ganhos nominais dos preços dos imóveis com alguma aceleração nos índices de preços ao consumidor nos últimos meses.

 

 

A partir dos resultados de julho, o desempenho das diferentes capitais analisadas pelo IGMI-R pode ser dividido em três grupos. São Paulo e Goiânia apresentam estabilização das respectivas variações nominais acumuladas em 12 meses em 2020, em patamares elevados quando comparados às variações acumuladas do índice de preços ao consumidor no período.

Um segundo grupo, formado por Rio de Janeiro, Fortaleza, Recife, Porto Alegre e Brasília, apresenta alguma desaceleração nas variações acumuladas em 12 meses ao longo de 2019, e ganhos reais ainda positivos, mas em patamar menor que a média nacional nos casos do Rio de Janeiro, Fortaleza e Recife. Recife e Porto Alegre foram as únicas duas capitais analisadas pelo IGMI-R com variações negativas no mês de julho.

 

Em um terceiro grupo, Belo Horizonte, Curitiba e Salvador apresentam ainda alguma aceleração nas variações nominais acumuladas em 12 meses, com destaque para Curitiba e Salvador com patamares relativamente elevados em relação a Belo Horizonte.

A combinação da desaceleração das variações nominais nos preços dos imóveis residenciais com algum aumento nas taxas dos índices dos preços ao consumidor nos últimos meses acarreta uma desaceleração no ritmo da recomposição dos preços reais dos imóveis. Ainda assim, no contexto da recessão resultante dos efeitos da pandemia, esse resultado pode ser considerado relativamente positivo em relação ao restante da maioria dos setores da atividade econômica, como vem sendo observado em sondagens de expectativas do setor de construção em relação ao resultado do ano de 2020. Uma retomada mais robusta do setor continua sendo favorecida pela melhora nas condições de financiamento por um lado, mas ainda enfrenta as incertezas que afetam negativamente o mercado de trabalho e a confiança dos consumidores por outro.

IGMI-R ABECIP - JUNHO 2020

O IGMI-R/ABECIP variou 0,55% em junho, desacelerando em relação ao desempenho de maio (1,06%). Apesar disso, a variação acumulada em 12 meses manteve a trajetória dos últimos meses, registrando 10,06% em junho contra 9,85% no mês anterior. Diferentemente do resultado nacional, três das capitais analisadas pelo IGMI-R/ABECIP apresentaram aceleração nas respectivas variações mensais dos preços de seus imóveis residenciais: Rio de Janeiro (0,14% em junho ante 0,02% em maio), Recife (0,15% em junho ante 0,06% em maio), e Curitiba (1,08% em junho ante 0,82% em maio).

No entanto, entre essas três capitais, apenas Curitiba manteve a trajetória de aceleração nas variações acumuladas em 12 meses (10,08% em junho ante 9,12% em maio). Apesar do aumento nas variações mensais para o Rio de Janeiro e Recife, essas variações foram modestas em termos absolutos, revertendo ligeiramente nos dois casos as trajetórias de aceleração nos resultados acumulados em 12 meses. Goiânia foi a terceira capital registrando essa ligeira reversão no resultado acumulado em 12 meses, enquanto as demais sete capitais mantiveram as respectivas trajetórias de aceleração sob essa ótica.

As diferenças regionais entre esses resultados do mês que fechou o primeiro semestre do ano podem ser vistas como responsáveis pela heterogeneidade no que ainda representa um processo de recuperação geral nos preços dos imóveis residenciais em todo o país. Analisando essa recuperação na perspectiva da comparação entre os resultados acumulados nos primeiros semestres de 2020 e 2019, a tabela acima e o gráfico abaixo mostram ganhos de diferentes intensidades em todas as capitais.

O Rio de Janeiro, única entre as dez capitais analisadas pelo IGMI-R/ABECIP a apresentar variação acumulada negativa no primeiro semestre de 2019, ainda mostra uma recuperação lenta, com a menor variação acumulada no primeiro semestre de 2020. São Paulo continua sendo o destaque tanto nas variações acumuladas em 12 meses quanto na variação acumulada durante o primeiro semestre de 2020. De qualquer maneira, todas as dez capitais, tanto sob a perspectiva dos resultados acumulados em 12 meses quanto no primeiro semestre de 2020, mantém a recomposição dos valores reais de seus imóveis residências, considerando-se as variações acumuladas dos índices de preços ao consumidor nos dois períodos.

A oscilação dos resultados no mês de junho ilustra os desafios que ainda permanecem para uma recuperação mais robusta nos preços dos imóveis residenciais no Brasil. De um lado, a indústria de construção civil foi relativamente pouco afetada pelas medidas de distanciamento social quando comparada à maioria dos outros setores, e as condições de financiamento vêm sendo continuamente beneficiadas pelo processo de queda nas taxas de juros. De outro, apesar dos resultados de vários indicadores sugerirem que o pior momento da atividade econômica parece ter ficado para trás, a intensidade e velocidade da recuperação estão sujeitas a incertezas relativas às dinâmicas interligadas do mercado de trabalho e da própria pandemia, tornando consumidores e investidores mais cautelosos.

IGMI-R ABECIP - MAIO 2020

O IGMI-R/ABECIP avançou 1,06% em maio, desacelerando em relação ao resultado do mês anterior (1,78%). Todas as capitais pesquisadas registraram elevação dos preços dos imóveis residenciais no período, porém mantendo a heterogeneidade observada ao longo dos últimos meses no que diz respeito à magnitude das variações. O destaque positivo em maio foi Porto Alegre, onde os preços aumentaram 2,49%. No outro extremo, o Rio de Janeiro e Recife tiveram variações positivas, mas em verdade muito perto da estabilidade no mês.

As variações acumuladas em 12 meses continuaram em aceleração exceto pelo Recife, onde o número de maio (3,24%) ficou ligeiramente abaixo do registrado no mês anterior (3,30%). Mesmo nos casos de menor variação nominal no período, a tendência de recuperação dos preços em termos reais teve sequência, impulsionada pela deflação dos índices de preços ao consumidor nos últimos meses.

Olhando sempre sob a ótica das variações acumuladas em 12 meses, o gráfico abaixo mostra a evolução do IGMI-R/ABECIP para o Brasil e as dez capitais ao longo dos cinco primeiros meses de 2020. Em maio, os resultados das capitais se agrupam claramente em torno de três grupos distintos.

São Paulo é um resultado à parte (15,44%), bem acima da média nacional. O segundo grupo é formado por Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Fortaleza e Recife, com variações acumuladas em torno de 4%, abaixo da média para o Brasil. O terceiro grupo apresenta variações próximas à da média nacional, em torno de 10%, formado por Curitiba, Porto Alegre, Salvador, Goiânia e Brasília.

Essas diferenças regionais ilustram a incerteza associada ao ritmo da recuperação nos preços dos imóveis residenciais no Brasil. Em um primeiro momento, essa incerteza ainda era predominantemente derivada dos desafios de ajuste macroeconômico do país, que vinham impondo um ritmo lento à recuperação do nível de atividade econômica no período após a recessão terminada em 2016. Ainda assim, o setor de construção civil vinha apresentando desempenho relativamente favorável, com crescimento de 1,6% em 2019, acima do PIB no ano (1,1%). Nos dois últimos meses, a pandemia fez crescer consideravelmente esse ambiente de incerteza, porém novamente o setor de construção civil parece contar com elementos relativamente favoráveis. Do lado da oferta, as medidas de distanciamento social não afetaram as obras com a mesma intensidade de outros setores industriais. Do lado da demanda, os juros em baixa histórica parecem ter ajudado a impulsionar o volume de financiamentos imobiliários, mesmo em abril, primeiro mês completo sob os efeitos da pandemia. O principal desafio para a continuidade da recomposição dos preços dos imóveis está na dinâmica do mercado de trabalho, com efeitos provavelmente desfavoráveis das quedas nos níveis de emprego e rendimento sobre a confiança de consumidores e investidores.

IGMI-R ABECIP - ABRIL 2020

O resultado do IGMI-R/ABECIP em abril deu sequência à tendência de aceleração na variação dos preços dos imóveis residenciais do Brasil observada a partir do último trimestre de 2019. O indicador avançou 1,78% no mês, levando o resultado acumulado em 12 meses a uma alta de 9,01%. O gráfico abaixo apresenta as evoluções das variações acumuladas em 12 meses do IGMI-R/ABECIP e do índice de preços ao consumidor ampliado (IPCA/IBGE).

Ao longo do período desde o início da série histórica do IGMI-R/ABECIP, podemos ver quatro fases distintas. Na primeira, tivemos um movimento de queda contínua nos preços dos imóveis residenciais, inclusive em termos nominais, refletindo os efeitos negativos da recessão iniciada em 2014. A segunda fase mostra uma redução na tendência de quedas dos preços, a partir de meados de 2016. Na terceira fase, as variações nos preços dos imóveis residenciais voltam ao terreno positivo em termos nominais a partir de meados de 2018, porém ainda negativas em termos reais, com a diferença estreitando significativamente a partir de outubro de 2019. A quarta fase é marcada pelo primeiro quadrimestre de 2020, onde de um lado a aceleração nos preços dos imóveis residenciais, e de outro a queda nos preços ao consumidor, caracterizam aumentos dos preços dos imóveis residenciais em termos reais pela primeira vez na série histórica do IGMI-R/ABECIP.

Ainda que de forma heterogênea entre as localidades analisadas pelo IGMI-R/ABECIP, esse aumento em termos reais pela perspectiva do acumulado em 12 meses em abril de 2020 foi verificado para todas as capitais, como pode ser visto na tabela abaixo.

O destaque positivo continua sendo São Paulo, com um aumento de 2,19% em abril, levando o acumulado em 12 meses para 14,18%. No entanto, mesmo as capitais com pior desempenho relativo sob a perspectiva das variações em 12 meses, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Fortaleza e Recife, ainda assim passaram ao terreno positivo nas variações dos preços dos imóveis residenciais em termos reais, sempre levando em conta a variação do IPCA no período de 12 meses encerrado em abril.

 

A despeito das incertezas trazidas pela pandemia às decisões econômicas, os preços dos imóveis residenciais mantiveram até aqui a tendência de aceleração verificada a partir do final de 2019, sendo a queda dos preços ao consumidor um fator importante na recomposição de valores dos imóveis em termos reais. Até esse momento, a melhora nas condições de financiamento trazida pela tendência de queda significativa nas taxas de juros aparenta compensar a redução no volume de renda disponível. Indicadores como a sondagem de confiança do setor de construção trazem uma incerteza significativa para a trajetória dos preços dos imóveis residenciais nos próximos meses.

 

 

IGMI-R ABECIP - MARÇO 2020

O resultado do IGMI-R/ABECIP em março mostrou uma variação positiva de 1,45% nos preços dos imóveis residenciais no Brasil. Após a ligeira desaceleração registrada em fevereiro (0,92% ante 1,03% em janeiro), o crescimento do índice volta a configurar um cenário de aceleração. Isso pode ser observado tanto na taxa de crescimento acumulado em 12 meses, que passou de 6,09% em fevereiro para 7,40% em março, quanto na comparação entre o crescimento das variações das médias trimestrais. O comportamento médio do IGMI-R/ABECIP durante o primeiro trimestre de 2020 teve um crescimento de 3,05% contra o mesmo critério aplicado ao último trimestre de 2019, que por sua vez já havia crescido 1,32% ante ao terceiro trimestre de 2019, após este crescer 0,98% contra o segundo trimestre de 2019. Como pode ser visto na tabela abaixo, essa tendência de aceleração nas variações das médias trimestrais foi repetida, ainda que em intensidades diferentes, ao longo das dez capitais analisadas pelo índice.

O destaque positivo foi São Paulo, com um crescimento de 4,82% no primeiro trimestre de 2020 sobre o último de 2019, enquanto Belo Horizonte e Recife apresentaram o menor crescimento (0,86%), ainda que nos dois casos esse valor tenha representado uma elevação sobre os respectivos resultados do último trimestre de 2019.

Alguns resultados vistos no gráfico acima merecem destaque. Os efeitos negativos da recessão iniciada em 2014 sobre os preços dos imóveis residenciais foram significativos, e só começaram a ser revertidos em meados de 2018 em termos nominais, ainda que de forma bastante heterogênea entre as capitais. Somente em 2019 voltamos a observar variações nominais positivas em todas as capitais analisadas pelo IGMI-R/ABECIP, sendo que para algumas delas passamos a ter também ganhos em termos reais, comparando-se o resultado com as variações acumuladas dos índices de preços ao consumidor. Ao final desse primeiro trimestre de 2020, enquanto a variação acumulada em 12 meses do Índice de Preços ao Consumir Amplo (IPCA) foi de 3,3% (mostrada na linha preta horizontal no gráfico acima), apenas no Rio de Janeiro e no Recife as variações acumuladas do IGMI-R/ABECIP no mesmo período ainda ficam abaixo desse patamar.

Ao fim do primeiro trimestre de 2020, o processo de recuperação dos preços dos imóveis residenciais no Brasil mostrou uma clara aceleração. A continuidade desse processo nos próximos meses envolve o conjunto de incertezas trazidas pelos efeitos da pandemia sobre os principais agregados macroeconômicos.

IGMI-R ABECIP - FEVEREIRO 2020

A variação mensal do IGMI-R/ABECIP em fevereiro (0,92%) ficou pouco abaixo do crescimento verificado no mês anterior (1,03%), mas manteve sua tendência ascendente sob a perspectiva das variações acumuladas em 12 meses (6,09% em fevereiro contra 5,17% em janeiro). Entre as capitais analisadas, Recife foi a única a registrar variação negativa no resultado mensal, e na dinâmica da variação acumulada em 12 meses (2,13% em fevereiro, abaixo dos 2,37% em janeiro).

São Paulo foi mais uma vez o destaque positivo, tanto em termos da variação mensal quanto da acumulada em 12 meses, tendo nessa última superado os dois dígitos pela primeira vez na série histórica iniciada em janeiro de 2015. Entre as demais capitais, Curitiba, Salvador, Goiânia e Brasília tiveram crescimentos acumulados em 12 meses superando as variações dos índices de preços ao consumidor no período, enquanto Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Fortaleza e Recife ainda não apresentaram ganhos reais nas variações dos preços de seus imóveis residenciais.

Apesar da ligeira desaceleração das variações mensais nos dois primeiros meses de 2020, a comparação do primeiro bimestre do ano em relação ao último bimestre de 2019 mostra uma tendência de recuperação relativa ao desempenho da mesma base de comparação nos dois anos anteriores. No caso do Brasil, o crescimento do primeiro bimestre de 2019 comparado ao último de 2018 (0,08%) havia sido inferior ao do primeiro bimestre de 2018 em relação ao último de 2017 (0,15%). No entanto, o resultado do primeiro bimestre de 2020 comparado ao último de 2019 mostrou uma aceleração significativa (2,03%).

Os indicadores relativos ao nível de atividade e ao mercado de trabalho no início de 2020 já traziam alguma incerteza com relação à aceleração da tendência de retomada dos preços dos imóveis residenciais no Brasil, apesar de fatores favoráveis como a redução das taxas de juros. O desdobramento dos impactos da pandemia sobre virtualmente todos os indicadores econômicos fez crescer consideravelmente essa incerteza.

IGMI-R - JANEIRO 2020

No primeiro mês de 2020, o IGMI-R/ABECIP teve uma variação praticamente idêntica à do último mês de 2019 (1,03% ante os 1,07% anteriores). A variação acumulada em 12 meses, porém, continuou a trajetória de aceleração, passando dos 4,11% do fechamento do 2019 para 5,17%. Repetindo a tendência observada nos últimos meses, esse resultado foi novamente influenciado de forma positiva mais fortemente pelo desempenho dos preços dos imóveis residenciais na cidade de São Paulo, conforme pode ser visto na tabela abaixo. 

O resultado de São Paulo no início de 2020 garantiu uma aceleração em sua taxa de crescimento acumulada em 12 meses, passando dos 6,86% registrados em dezembro para 8,66% em janeiro. O município do Rio de Janeiro foi o único onde houve variação negativa em janeiro, ainda que em pequena magnitude, o que representou praticamente a estabilidade dos preços dos imóveis residenciais. Ainda assim, esse resultado possibilitou a aceleração da taxa acumulada em 12 meses para o município, passando dos 1,29% do fechamento de 2019 para 1,49% nesse início de 2020. Todas as demais capitais analisadas pelo IGMI-R/ABECIP também apresentaram aceleração em suas taxas de variação acumuladas em 12 meses na passagem de dezembro de 2019 para janeiro de 2020, com destaque para Salvador, Goiânia, Curitiba e Brasília. Nessas 4 capitais, as variações perto ou acima de 5% já representam uma pequena recuperação dos preços dos imóveis residências em termos reais, considerando-se a variação dos índices de preços ao consumidor no período.

Os principais indicadores do nível de atividades na economia brasileira na passagem de 2019 para 2020 ainda não permitem identificar uma consistência no processo de retomada capaz de aumentar significativamente a probabilidade de aceleração. No entanto, os níveis historicamente baixos das taxas de juros e a retomada gradual do mercado de trabalho continuam fornecendo argumentos para expectativas positivas em relação à demanda por imóveis residenciais ao longo dos próximos meses. Esse é um cenário favorável à disseminação da recuperação dos preços do setor em termos reais, por enquanto mais evidente na cidade de São Paulo, para as demais capitais. O ritmo dessa recuperação continua condicionado à aprovação de reformas capazes de melhorar a percepção em relação ao ambiente de negócios, de forma suficiente para alavancar uma retomada do nível de investimentos.

IGMI-R ABECIP - DEZEMBRO 2019

O IGMI-R/ABECIP variou 1,07% em dezembro, quase o dobro da variação do mês anterior, e realizou ao longo de 2019 um crescimento de 4,11%.

         

Alguns comentários relevantes sobre esse resultado são:

1)    O aumento em 2019 ocorre depois de resultados nos dois anos anteriores que praticamente deixaram os valores nominais inalterados ao longo dos dois anos (variação de -0,60% em 2017 seguida de 0,64% em 2018).

2)    A variação do IGMI-R/ABECIP em 2019 foi muito próxima à dos principais índices de preços ao consumidor no período, revertendo os resultados dos anos anteriores, em que ficou abaixo.

3)    Em termos das dez capitais analisadas pelo índice, o desempenho ainda apresenta heterogeneidade significativa, como pode ser visto na tabela abaixo.

O destaque positivo é São Paulo, cuja variação acumulada ao longo de 2019 superou a dos índices de preços ao consumidor no período, após visível aceleração ao longo dos meses do ano. Apesar de representar o destaque negativo, o Rio de Janeiro ainda assim voltou a registrar aumentos nominais nos preços dos imóveis residenciais em 2019. Todas as capitais apresentaram resultados positivos e em aceleração quando comparados os 12 meses de 2019 aos de 2018.

Apesar de sujeito a oscilações no final de 2019, o ritmo de crescimento do nível de atividade continua uma tendência de alta, que vai refletindo em indicadores do mercado de trabalho e de confiança de diferentes setores. A expectativa da construção civil é que este cenário, aliado a melhores condições de financiamento e à demanda represada nos últimos anos deve revigorar o setor em 2020. Se confirmada essa expectativa, os efeitos sobre os preços dos imóveis residenciais devem ficar claros nos próximos meses, reforçando a tendência de aumento que por enquanto vem sendo verificada de forma mais forte na cidade de São Paulo.

IGMI-R ABECIP - NOVEMBRO 2019

A taxa de variação do IGMI-R/ABECIP voltou a acelerar em novembro registrando crescimento de 0,55%, após o aumento de 0,26% verificado no mês anterior. Na perspectiva do aumento acumulado em 12 meses esse resultado garantiu uma elevação de 3,11%, mantendo a trajetória de aceleração dos últimos meses. A tabela e gráfico abaixo mostram a comparação entre os acumulados de janeiro a novembro de 2018 e 2019.

São Paulo continua sendo o destaque positivo tanto das variações mensais quanto acumuladas, porém a perspectiva de comparação dos acumulados nos onze primeiros meses do ano mostra que a tendência de recuperação dos preços dos imóveis residenciais foi disseminada entre todas as capitais analisadas pelo IGMI-R/ABECIP, ainda que não de maneira homogênea.

Rio de Janeiro e Recife, que ainda apresentavam variações nominais negativas acumuladas nos primeiros onze meses de 2018, agora juntam-se às demais capitais registrando variações positivas nos primeiros onze meses de 2019. Todas as demais capitais, que já registravam aumentos nominais dos imóveis residenciais entre janeiro e novembro de 2018, apresentaram variações ainda superiores no mesmo período de 2019. Além do caso já mencionado de São Paulo, também merecem destaque as cidades de Curitiba, Porto Alegre e Brasília, cujas variações acumuladas nos onze meses de 2019 superaram 3%.

A retomada dos preços dos imóveis residenciais, que vem acontecendo de forma mais evidente em São Paulo, vai se disseminando aos poucos para as demais capitais. A recuperação no nível de atividades da economia brasileira, que vinha se mostrando bastante lenta, vem apresentando sinais de aceleração de acordo com os indicadores mais recentes. Apesar dessa aceleração estar concentrada em um primeiro momento em consumo das famílias, outros fundamentos ligados ao mercado imobiliário também começam a mostrar sinais de melhora. Em particular, condições favoráveis para o financiamento imobiliário aliadas à recuperação gradual dos indicadores de confiança devem resultar na continuidade do processo de recuperação dos preços dos imóveis.

IGMI-R ABECIP - OUTUBRO 2019

O IGMI-R/ABECIP teve elevação de 0,26% em outubro, ligeiramente inferior à variação do mês anterior (0,32%). Apesar disso, a taxa acumulada em 12 meses continuou acelerando, passando dos 2,55% verificados em setembro para 2,74%. Do ponto de vista das variações acumuladas durante os primeiros 10 meses do ano, o quadro abaixo mostra um aumento significativo na comparação entre 2018 e 2019.


  

No entanto, os desempenhos individuais das 10 capitais analisadas pelo IGMI-R/ABECIP revelam uma heterogeneidade considerável. Tomando por base a variação acumulada em 12 meses do IPCA até outubro (2,54%), São Paulo continua a tendência de recuperação dos valores dos imóveis residenciais em termos reais, agora também acompanhado (ainda que em menor intensidade) por Curitiba, Salvador e Brasília.  As demais capitais apresentam ao menos recomposição em termos nominais, tanto no acumulado em 12 meses quanto na comparação entre os primeiros 10 meses de 2019 contra 2018. Rio de Janeiro e Fortaleza foram os destaques negativos do mês de outubro, apresentando variações negativas no mês. Nos dois casos, apesar das variações acumuladas em 12 meses continuaram positivas, houve desaceleração em relação aos resultados de setembro.

Dentre as 10 capitais analisadas pelo IGMI-R/ABECIP, São Paulo é aquela onde a recuperação do nível de atividades do mercado imobiliário residencial está mais clara. A retomada dos preços na cidade em termos reais, ainda que lentamente, acompanha um conjunto de indicadores ligados a aumentos de vendas e novos lançamentos nos últimos meses. Do ponto de vista macroeconômico, os efeitos positivos de quedas nas taxas de juros e de estímulos como a liberação de parte do FGTS já se fazem sentir em indicadores de consumo das famílias. O desempenho do setor imobiliário residencial em São Paulo poderá aos poucos se disseminar entre as demais regiões do país na medida em que o aumento da confiança de consumidores e empresários possibilite a retomada dos investimentos em geral.

IGMI-R ABECIP - SETEMBRO 2019

Em setembro, a variação do IGMI-R/ABECIP foi de 0,32%, praticamente a mesma observada em agosto (0,36%). A trajetória de aceleração da taxa acumulada em 12 meses foi mantida, passando dos 2,33% em agosto para 2,55%. Como pode ser visto no quadro abaixo, essa aceleração ocorreu de forma constante durante os primeiros três trimestres de 2019, tomando como base de comparação os mesmos trimestres do ano anterior.

Apesar das diferenças em intensidade, as acelerações ao longo dos primeiros três trimestres de 2019 ocorreram em quase todas as 10 capitais analisadas pelo IGMI-R/ABECIP. O destaque fica por conta de São Paulo, onde a variação acumulada em 12 meses dá sequência à tendência de retomada dos preços dos imóveis em termos reais no período. O Rio de Janeiro saiu do terreno negativo nas variações trimestrais neste terceiro trimestre, e manteve a tendência de crescimento dos ganhos ao menos nominais na perspectiva do acumulado em 12 meses, registrando aumento de 0,19% em setembro ante os 0,07% observados em agosto. A única das capitais que não registrou aceleração no terceiro trimestre de ano foi Goiânia, mas que já vinha apresentando taxas de crescimento relativamente elevadas nos dois trimestres anteriores. Fortaleza, assim como já havia ocorrido em agosto, é a única das capitais a apresentar variação negativa no mês, sendo também a única com desaceleração sob a perspectiva do acumulado em 12 meses (1,69% em setembro ante 1,82% em agosto).

 Aos poucos, alguns indicadores de nível de atividade da economia brasileira vêm apresentando sinais de melhora nos últimos meses. Alguns desses são particularmente relevantes para o setor de construção civil, como o aumento de financiamentos no contexto da queda nas taxas de juros, e a retomada do nível de emprego. O início do processo de recuperação dos preços dos imóveis residenciais em termos nominais, e mesmo em termos reais como em São Paulo, vem associado a essa tendência gradual de retomada do nível de atividades. O aumento da intensidade dessa tendência deve ocorrer na proporção pela qual o aumento da confiança de investidores e consumidores se consolide nos próximos meses, o que segue condicionado à aprovação das reformas estruturais necessárias.

IGMI-R ABECIP - AGOSTO 2019

 

A variação dos preços dos imóveis residenciais para o Brasil, medida pelo IGMI-R/ABECIP, teve uma ligeira aceleração em agosto, registrando 0,36% ante os 0.29% observados no mês anterior. Entre as dez capitais analisadas, apenas Fortaleza teve uma redução nominal de preços no período (-0.10%), enquanto o destaque positivo ficou mais uma vez com São Paulo (0,71%).

 

 

Na perspectiva temporal mais ampla, considerando as variações acumuladas em 12 meses, apenas Fortaleza e Goiânia tiveram desacelerações, ainda que em torno de variações positivas: 1,82% em agosto contra 1,95% em julho no caso de Fortaleza, e 1,49% em agosto contra 1,60% no caso de Goiânia. Enquanto Salvador registrou estabilidade nessa variação acumulada (2,29% em agosto, mantendo o número de julho), as demais capitais mostraram acelerações, como pode ser visto no gráfico abaixo.

 

Para o Brasil como um todo, a variação acumulada em 12 meses passou de 1,99% em julho para 2,33% em agosto. Duas das capitais merecem destaque. O resultado da variação acumulada em 12 meses de São Paulo (4,31%) foi o mais alto entre as 10 capitais analisadas pelo IGMI-R/ABECIP, superando a variação dos índices de preços ao consumidor no período. Esse resultado sinaliza um início (ainda que modesto) de recuperação dos valores reais dos preços dos imóveis residenciais na cidade. Já o Rio de Janeiro, apesar de registrar a menor variação acumulada em 12 meses entre as capitais, voltou a apresentar um valor positivo pela primeira vez desde março de 2015 (lembrando que a série histórica do IGMI-R/ABECIP tem início em janeiro de 2014). Esse resultado, por sua vez, sinaliza ao menos um início potencial de recuperação dos valores nominais dos imóveis residenciais na cidade, apesar dos resultados ainda no campo negativo em termos de reposição de valores reais considerando o aumento dos índices de preços ao consumidor no período.

 

Apesar dos desafios ainda enfrentados pela retomada do nível de atividades da economia brasileira, o mercado residencial conta com alguns fatores positivos, como o baixo nível histórico das taxas de juros e novas condições de financiamentos imobiliários.  Dados recentes apontando aumento de vendas de imóveis novos e licenças para construções em São Paulo aparecem como contrapartida desse processo de início de recuperação dos preços observados na cidade. Uma retomada mais vigorosa, incluindo o restante do país, segue condicionada a uma melhora mais sensível das expectativas de consumidores e investidores.

 

 

 

 

IGMI-R ABECIP - JULHO 2019

Os preços nominais dos imóveis residenciais para o Brasil variaram 0,29%, segundo o IGMI-R/ABECIP, ligeiramente abaixo do resultado do mês anterior (0,36%). No sentido contrário, houve uma aceleração na perspectiva dos resultados acumulados em 12 meses (1,99% em julho contra 1,65% em junho). Outro ponto merecedor de destaque são os resultados acumulados desde o início da série histórica (janeiro de 2014). 

 

Os preços nominais dos imóveis residenciais no Brasil cresceram até abril de 2016, apesar de abaixo dos índices de preços ao consumidor. Como resultado da recessão então em curso, estes preços nominais passaram a ter variações negativas, o que em termos acumulados só foi revertido com este resultado de julho de 2019 (0,11% ante -0,18% em junho último).

No entanto, esta recuperação observada para a média do Brasil não ocorreu em cinco das dez capitais analisadas pelo IGMI-R/ABECIP. Nas cidades do Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Curitiba e Salvador os resultados nominais acumulados desde janeiro de 2014 ainda são negativos, com destaque para o Rio de Janeiro (-8,13%). No lado positivo, os destaques são as cidades de São Paulo e Goiânia, com resultados acumulados desde janeiro de 2014 acima de 7%. Mesmo nestes casos, os valores reais continuam defasados em relação a qualquer índice de preços ao consumidor no país.

O início da série histórica do IGMI-R/ABECIP coincide com o pico anual do valor das obras e serviços da construção mensurado pelo Sistema de Contas Nacionais, que vem decaindo desde então. Neste contexto, o início de recuperação dos valores reais dos imóveis ainda depende da concretização de uma melhoria nas expectativas em relação ao nível de atividade da economia brasileira, que seja capaz de reverter a tendência declinante dos investimentos nos últimos anos. Alguns fatores neste sentido são positivos na virada do semestre, principalmente a perspectiva de aprovação das reformas estruturais destinadas a equacionar a questão fiscal, os estímulos de curto prazo sendo cogitados e a redução das taxas de juros. No entanto, a recuperação do mercado de trabalho ainda permanece como um dos maiores desafios para a economia brasileira em geral, e para o mercado imobiliário em particular.

 

 

IGMI-R ABECIP - JUNHO 2019

No mês de junho, os preços nominais dos imóveis residenciais para o Brasil variaram 0,36%, segundo o IGMI-R/ABECIP. Com este resultado, o aumento acumulado do valor dos imóveis no país ao longo do primeiro semestre foi de 1,19%.

Apesar do resultado acumulado no semestre ainda ficar abaixo das variações dos índices de preços ao consumidor no período, assim como na perspectiva do acumulado em 12 meses, os preços nominais dos imóveis residenciais continuam o processo de lenta recuperação. Esta retomada pode ser vista tanto na comparação em relação ao primeiro semestre de 2018 (variação acumulada de 0,19% contra os 1,19% do primeiro semestre de 2019), quanto na perspectiva do acumulado em 12 meses (1,65% em junho contra os 1,38% registrados em maio).

Do ponto de vista das dez capitais analisadas pelo IGMI-R/ABECIP, esta retomada também se mostra consistente. Como pode ser visto na tabela acima, à exceção do Rio de Janeiro todas as demais capitais mostraram aceleração no resultado acumulado no primeiro semestre de 2019 comparado ao mesmo período de 2018. Mesmo no caso do Rio de Janeiro, a magnitude da variação negativa acumulada nos primeiros seis meses de 2019 (-0,47%) é menor que a registrada no primeiro semestre de 2018 (-1,16%). Ainda neste caso, a variação positiva no mês de junho (0,18%) foi suficiente para reduzir também o ritmo de queda na perspectiva do acumulado em 12 meses (-0,81% em junho ante os -1,18% registrados em maio).

Com relação às demais capitais, as pequenas variações positivas no mês de junho fizeram as respectivas taxas acumuladas em 12 meses ficarem praticamente estáveis em relação aos resultados do mês anterior. As exceções nesta ótica da aceleração das variações acumuladas em 12 meses ficaram por conta de São Paulo (3% em junho contra 2,48% em maio) e Recife (0,44% em junho contra 0,08% em maio), tendo estes desempenhos sido suficientes para acelerar a variação acumulada em 12 meses do Brasil, como mencionado acima.

A perspectiva de aprovação das reformas necessárias para a economia brasileira deve ter um impacto positivo sobre o nível de atividades através do canal das expectativas, juntamente com algumas medidas de estímulo de curto prazo que vêm sendo consideradas. Uma aceleração na recuperação dos valores dos imóveis residenciais capaz de levar seus preços para o terreno positivo das variações reais continua dependendo da materialização do impacto positivo das expectativas, tanto sobre as decisões de investimento quanto em uma melhora consistente nas condições do mercado de trabalho.

IGMI-R ABECIP - MAIO 2019

Os preços dos imóveis residenciais medidos pelo IGMI-R/ABECIP para o Brasil em maio tiveram variação praticamente idêntica à observada no mês anterior (0,29% ante 0,28% em abril). A variação percentual interanual voltou a acelerar, registrando 1,38% em maio contra os 1,09% registrados em abril.

A única entre as dez capitais pesquisadas pelo IGMI-R a mostrar variação negativa dos preços dos imóveis residenciais foi o Rio de Janeiro, o que ocasionou uma nova queda na taxa acumulada em 12 meses, dos -1,08% de abril para -1,18% agora em maio. O gráfico abaixo mostra que a maior queda acumulada em 12 meses foi registrada no início de 2018, tendo recuado desde então. Entretanto, esta variação acumulada parece ter estabilizado em torno de -1% a partir do início de 2019.

 

Já nos casos de Salvador, São Paulo, Belo Horizonte, Curitiba e Porto Alegre, as variações acumuladas em 12 meses são positivas, e vêm acelerando nos últimos meses como mostra o gráfico abaixo.

Um terceiro grupo de capitais, formado por Goiânia, Brasília e Recife possuem trajetórias de crescimento acumulado em 12 meses também positivas, mas com menor intensidade e maior volatilidade nos últimos meses. O caso de Recife merece destaque pelo fato da variação interanual ter-se tornado positiva pela primeira vez na série histórica do IGMI-R agora em maio.

As variações nominais positivas nos preços dos imóveis residenciais para o Brasil e a maioria das dez capitais analisadas pelo IGMI-R, tanto na perspectiva mensal quanto na do resultado interanual, ainda não resultam em recomposição dos valores dos imóveis em termos reais, configurando mais o final do processo de quedas nos valores nominais, com exceção do Rio de Janeiro. A probabilidade associada a uma recomposição efetiva de preços reais dos imóveis durante os próximos meses é pequena, levando em conta a continuidade das revisões baixistas em relação ao crescimento da economia brasileira, e os efeitos destas expectativas sobre o setor da construção civil.

IGMI-R ABECIP - ABRIL 2019

Em abril de 2019 os preços dos imóveis residenciais medidos pelo IGMI-R/ABECIP tiveram elevações nas dez capitais analisadas pelo índice. Como resultado, o acumulado em 12 meses para o Brasil continuou sua trajetória ascendente, registrando 1,09% ante os 0,82% acumulados até março. Dentre as capitais, apenas o Rio de Janeiro e Recife continuam com acumulados negativos na perspectiva de 12 meses, oscilando pouco nesta ótica durante os quatro primeiros meses de 2019.

Neste primeiro quadrimestre do ano, as taxas mensais de variações dos preços dos imóveis residenciais apresentaram resultados distintos entre as capitais. Um primeiro grupo, incluindo São Paulo e Brasília, apresentou variações nulas em janeiro, mas crescentemente positiva a partir de então, como podemos ver no gráfico abaixo.

 

Já um segundo grupo, formado pelo Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Recife, saiu de resultados negativos em janeiro para variações positivas nos meses mais recentes.

 

O terceiro grupo, com Fortaleza, Curitiba, Porto Alegre, Salvador e Goiânia é caracterizado pela volatilidade dos resultados mensais que, apesar das variações positivas em abril, não apresentam um padrão consistente de aumento desde o início do ano.

 

Esta volatilidade aliada aos resultados nominais positivos, mas ainda abaixo dos índices de preços ao consumidor nos últimos meses, caracteriza a dinâmica de um mercado em recuperação muito lenta, a exemplo do nível de atividade em geral no Brasil. A recente piora das expectativas em relação ao crescimento da economia até o final do ano não permite vislumbrar um aumento consistente e significativo do ritmo de retomada dos preços dos imóveis residenciais.

IGMI-R ABECIP - MARÇO 2019

Em março de 2019 os preços dos imóveis residenciais medidos pelo IGMI-R/ABECIP tiveram aumento de 0,21%, acumulando 0,82% de crescimento em 12 meses. Este resultado foi superior ao verificado em fevereiro, que havia mostrado crescimento de 0,68% no acumulado em 12 meses. No entanto, comparando o primeiro trimestre de 2019 com o mesmo período de 2018, observamos uma elevação de 0,71%, resultado idêntico ao do trimestre anterior, interrompendo uma sequência de aceleração que vinha acontecendo desde o terceiro trimestre de 2018. 

Olhando para as dez capitais analisados pelo IGMI-R/ABECIP, o destaque negativo mais uma vez ficou por conta do Rio de Janeiro, que apresentando queda de -0,32% em março acelerou o ritmo de queda no acumulado em 12 meses (-1,18% contra -0,88% em fevereiro). Apesar de também apresentar queda na variação do mês, os preços em Porto Alegre ficaram praticamente estáveis na variação acumulada em 12 meses em relação aos dois meses anteriores. No Recife, a variação positiva do mês garantiu a desaceleração no ritmo de queda no acumulado em 12 meses (-0,08% em março ante -0,14% em fevereiro), aproximando o indicador da estabilidade nominal. São Paulo, Belo Horizonte, Fortaleza, Curitiba, Salvador, Goiânia e Brasília tiveram aumentos nos preços nominais de seus imóveis residenciais em março, e acelerações nas respectivas taxas acumuladas em 12 meses em relação a fevereiro. Excetuando-se São Paulo, estas capitais também tiveram acelerações na comparação dos trimestres sobre trimestres do ano anterior.

Mesmos nestes casos onde ocorrem recuperações nos valores nominais dos imóveis residenciais, a trajetória para a estabilidade dos preços reais ainda permanece lenta, ainda considerando-se alguma aceleração inflacionária neste início do ano. Esta aceleração dos preços, no entanto, resulta principalmente de questões pontuais de oferta, não representando sinais de elevação consistente dos níveis de consumo e investimento na economia brasileira. Neste contexto, os preços do mercado imobiliário residencial ainda não devem apresentar uma recuperação significativa nos próximos meses.

 

IGMI-R ABECIP - FEVEREIRO 2019

Após ficar praticamente estável em janeiro de 2019 (variando 0,01%), o IGMI-R/ABECIP teve uma ligeira aceleração em fevereiro, registrando aumento de 0,04%. Com isso, a tendência medida pela variação acumulada em 12 meses também mostrou uma pequena aceleração (passando de 0,62% em janeiro para 0,68% em fevereiro). Apesar de pequena, esta variação interrompeu a sequência de desaceleração observada a partir de dezembro de 2018.  Com relação às dez capitais pesquisadas, apenas o Rio de Janeiro e Recife continuam com quedas nas variações de 12 meses no preço dos imóveis residenciais. No entanto, mesmo com a redução de -0,05% observada em fevereiro, o ritmo de queda na variação acumulada em 12 meses continuou desacelerando para o Rio de Janeiro, passando dos -1,07% de janeiro para -0,88% em fevereiro.

De forma geral, os resultados de fevereiro ficaram bem próximos da estabilidade para as dez capitais, com apenas São Paulo e Porto Alegre apresentando variações positivas na primeira casa decimal. Esta tendência de estabilidade no resultado do mês foi reproduzida na perspectiva das taxas acumuladas em 12 meses para praticamente todas as capitais, podendo-se caracterizar as variações em fevereiro como pequenas oscilações em torno de um patamar baixo de variações nominais, ainda inferior ao da variação dos índices de preços ao consumidor no período.

Olhando para a variação acumulada no primeiro bimestre do ano contra o último bimestre do ano anterior nos três últimos anos, percebe-se que a recuperação nos preços nominais dos imóveis residenciais neste início de 2019 não manteve o ritmo observado em 2018. No caso do Brasil, enquanto os preços nominais cresceram 0,15% no primeiro bimestre de 2018 contra o último bimestre do ano anterior, no primeiro bimestre de 2019 este aumento foi de 0,08% contra o último bimestre de 2018. Este resultado, no entanto, não foi o mesmo no caso das dez capitais: Brasília e Salvador, nesta mesma base de comparação, saíram de variações negativas em 2018 para positivas em 2019, e nos casos do Rio de Janeiro e Recife, apesar destas variações serem negativas nos dois últimos anos, o ritmo de queda neste início de 2019 foi inferior ao de 2018. Os destaques positivos ficaram com Fortaleza e Curitiba, que apresentaram aceleração nesta comparação bimestral em 2019.

Dentro do contexto geral de frustração em relação ao ritmo da retomada do nível de atividades neste início de 2019, o comportamento dos preços dos imóveis residenciais segue refletindo um mercado cuja recuperação é normalmente defasada com relação à da economia em geral, junto com o dos investimentos em ativos reais como um todo.

IGMI-R ABECIP - JANEIRO 2019

Em janeiro de 2019, o IGMI-R/ABECIP continuou a tendência de desaceleração observada no final de 2018. Após variar 0,10% no último mês do ano anterior, o índice ficou praticamente estável no primeiro mês de 2019. Com isso, o resultado acumulado em 12 meses também sofreu uma ligeira desaceleração, passando de um aumento de 0,64% no final de 2018 para 0,62% neste início de ano.

Entretanto, este comportamento não foi homogêneo entre as dez capitais analisadas pelo IGMI-R/ABECIP. Entre elas, apenas o Rio de Janeiro e Recife tiveram quedas nos preços nominais dos imóveis residenciais em janeiro, porém quando olhamos na perspectiva das respectivas variações acumuladas em 12 meses, as duas continuaram com números negativos, mas rumando para a estabilidade. As variações acumuladas em 12 meses entre dezembro de 2018 e janeiro de 2019 passaram de -1,49% para -1,07% no caso do Rio de Janeiro, e de -0,22% para -0,13% no caso do Recife.

No caso das outras oito capitais que tiveram variações positivas em janeiro, cinco delas verificaram acelerações nas respectivas variações acumuladas em 12 meses (Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Salvador e Brasília), enquanto as outras três (São Paulo, Fortaleza e Goiânia) sofreram desaceleração nesta perspectiva.

De forma geral, estes resultados representam os efeitos da recuperação ainda incipiente do nível de atividade da economia, e do setor imobiliário em particular, sobre os preços dos imóveis residenciais. Os últimos números divulgados do índice de Confiança da Industria da FGV (relativos a fevereiro) mostram uma queda na percepção da situação atual, mas alguma melhora em relação às expectativas com relação ao futuro. Alguns fatores importantes justificam esta melhora de percepção, principalmente o comportamento dos preços e das taxas de juros e o aumento no volume de financiamento imobiliário. No entanto, o grande condicionante da concretização destes fatores continua sendo a efetiva aprovação das reformas capazes de garantir a trajetória favorável de preços e juros em um primeiro momento, e dos investimentos em geral na sequência.

IGMI-R ABECIP - DEZEMBRO 2018

O IGMI-R/ABECIP desacelerou no último mês de 2018, variando 0,10% (ante 0,19% no mês anterior). Este resultado fez com que a variação acumulada em 12 meses também tenha desacelerado de 0,79% (novembro) para 0,64% (dezembro). Entretanto, esta variação positiva no acumulado do ano contrapõe-se às variações negativas observadas nos três anos anteriores, como mostrado na tabela ao lado.

A partir de dezembro, o IGMI-R/ABECIP passa a incorporar também informações sobre as variações dos preços dos imóveis residenciais em Brasília, com uma série histórica que se inicia em janeiro de 2015. Dentre as 10 capitais agora consideradas, apenas Rio de Janeiro e Recife tiveram variações negativas acumuladas em 2018, enquanto os destaques positivos ficaram por conta de São Paulo, Fortaleza, Curitiba, Salvador e Goiânia, todas com crescimentos acima de 1% nos preços dos imóveis residenciais ao longo de 2018. No entanto, mesmo as elevações de preços observadas nestas capitais no ano não foram suficientes para compensar as quedas verificadas nos anos anteriores, com exceção de Fortaleza e Goiânia onde os preços nominais conseguiram se sustentar ao longo de 2015 e 2016, caindo apenas em 2017.

De qualquer maneira, os preços dos imóveis residenciais ainda apresentaram quedas em termos reais em 2018, mesmo considerando-se os índices de preços ao consumidor terminaram o ano em patamares reduzidos. Apesar da tendência de estancamento nas quedas dos preços nominais observada na maioria das capitais, uma recuperação mais forte, capaz de impactar os preços reais, está condicionada a alguns fundamentos. As condições de financiamento tendem a melhorar com a tendência de permanência das taxas de juros em níveis historicamente baixos. As expectativas estão favoráveis em relação uma aceleração da retomada da atividade econômica. O desempenho do mercado imobiliário ainda depende da aprovação das reformas necessárias para que esta retomada seja suficiente para impactar a confiança de investidores e as condições do mercado de trabalho que possibilitem um crescimento significativo da massa salarial. 

 

IGMI-R ABECIP - NOVEMBRO 2018

Com a ligeira elevação do IGMI-R/ABECIP em novembro, sua taxa acumulada em 12 meses completou um semestre de variações positivas. No entanto, o ritmo do crescimento deste acumulado em 12 meses foi o menor desde o início da recuperação dos preços nominais dos imóveis residenciais em junho. Comparando-se os acumulados entre janeiro e novembro de 2018 contra os de 2017 na tabela abaixo nota-se que a tendência é positiva, porém o resultado de novembro mostra que esta recuperação ainda não está consolidada entre as capitais analisadas.

Enquanto o destaque positivo continua sendo São Paulo, Rio de Janeiro e Goiânia voltaram a ter quedas nos preços nominais em novembro. Recife, por outro lado, após apresentar variação negativa em outubro, ficou próximo da estabilidade em novembro. As demais capitais apresentaram aumentos em novembro, destacando-se Salvador com a maior taxa de variação no mês.

Em termos dos acumulados em 12 meses, o Rio de Janeiro e Recife ainda possuem variações negativas, ainda que esta queda tenha desacelerado no caso do Recife (-0,30% em novembro ante – 0,47% em outubro). Já o Rio de Janeiro vinha desacelerando o valor da queda acumulada em 12 meses desde março de 2018, porém o resultado de novembro interrompeu esta sequência, registrando queda de 1,52% ante -1,49% em outubro.

Apesar da pequena magnitude do aumento nos preços dos imóveis residenciais em novembro, alguma recuperação real dos valores ocorreu por conta das quedas nos índices de preços ao consumidor. No entanto, este resultado ainda não configura uma tendência clara de retomada dos preços dos imóveis, ainda condicionada às definições de política econômica da nova administração que garantam um aumento consistente da confiança por parte dos investidores.

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IGMI-R ABECIP - OUTUBRO 2018

O IGMI-R ABECIP teve uma variação positiva de 0,08% em outubro, ligeiramente inferior à observada em setembro (0,10%). A taxa de variação acumulada em 12 meses subiu para 0,70%, completando cinco meses de aumentos consecutivos.  Entre as nove capitais cobertas pelo IGMI-R/ABECIP, Recife foi a única com retração de preços nominais dos imóveis residenciais em outubro. Na perspectiva da variação acumulada em doze meses, apenas Recife e o Rio de Janeiro ainda apresentam variações nominais negativas.

Quando comparadas as variações acumuladas nos dez primeiros meses do ano em 2018 e 2017, o quadro é mais favorável para todas as capitais. Enquanto todas menos Curitiba tiveram quedas entre janeiro e outubro de 2017, apenas o Rio de Janeiro e Recife ainda apresentam variações nominais negativas nos preços dos imóveis residenciais no mesmo período de 2018. Ainda assim, deve-se ressaltar que nestes dois casos o ritmo de queda teve uma desaceleração, indicando uma tendência de estancamento das perdas nominais. Ainda sob a perspectiva das variações acumuladas em 12 meses, os destaques positivos ficam por conta de São Paulo, Porto Alegre, Salvador e Goiânia, com aumentos superiores a 1,30% em todos os casos.

A evolução recente favorável dos índices de preços ao consumidor, a redução da incerteza com relação ao quadro político e a retomada gradual do nível de atividades devem propiciar a continuidade da trajetória de aumento dos preços nominais dos imóveis residenciais. O aumento do ritmo desta retomada ainda está condicionado ao conjunto de reformas do lado fiscal capazes de criar um ambiente mais favorável para os investimentos.

 

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IGMI-R ABECIP - Setembro 2018

A ligeira elevação nos preços dos imóveis residenciais captada pelo IGMI-R ABECIP em setembro (0,10% comparada a agosto) resultou na continuidade da aceleração da taxa de variação acumulada em 12 meses do indicador (0,60% em setembro após registrar 0,46% em agosto).  Olhando para as nove capitais consideradas pelo IGMI-R/ABECIP, apenas Recife apresentou uma variação acumulada em 12 meses crescentemente negativa (-0,39% em setembro contra -0,12% em agosto). No caso do Rio de Janeiro, única dentre as outras capitais a apresentar um acumulado negativo nos 12 meses em setembro (-1,75%), ainda assim observamos uma evolução com relação ao resultado pior observado em agosto (-2,09%). Sempre no critério do acumulado em 12 meses, Fortaleza passou de uma variação negativa em agosto (-0,13%) para positiva em setembro (0,13%), enquanto todas as outras capitais tiveram aceleração nas suas taxas positivas de crescimento dos preços nominais dos imóveis residenciais.

No entanto, sob a perspectiva das variações trimestrais, esta recuperação não apresenta aceleração para o Brasil, assim como para a maioria das capitais.

Enquanto para o Brasil a variação do terceiro trimestre de 2018 sobre o segundo foi de 0,07%, a variação do segundo sobre o primeiro trimestre havia sido um pouco superior (0,08%).

 

 

 

O gráfico acima mostra o terceiro trimestre de 2017 como o ponto mais baixo da série histórica do IGMI-R em termos trimestrais, com a recuperação tendo início no trimestre seguinte. Isso faz com que, a partir do último trimestre de 2018, a base de comparação mais alta torne mais difícil a aceleração da recuperação dos preços dos imóveis residenciais, na perspectiva puramente estatística. Em termos dos fundamentos econômicos, principalmente no que diz respeito aos investimentos, o ambiente ainda é dominado pelos efeitos da incerteza gerada pelo quadro político. Como resultado, a probabilidade de uma aceleração mais forte na retomada dos preços dos imóveis residenciais ainda é pequena no curto prazo.

 

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IGMI-R ABECIP - AGOSTO 2018

0 IGMI-R ABECIP registrou ligeira elevação (0,04%) em agosto, retornando à trajetória interrompida pela pequena queda observada no mês anterior. Com isso, a variação acumulada em 12 meses dos preços dos imóveis residenciais no Brasil continuou sua lenta tendência de recuperação nominal, registrando elevação de 0,43% ante aos 0,30% observados em julho. Esta tendência aparece claramente no índice para o Brasil e para as nove capitais, comparando-se a variação acumulada de janeiro a agosto de 2018 sobre 2017, contra a de 2017 sobre 2016, como pode ser visto na tabela abaixo.

Enquanto no agregado para o Brasil, assim como para as nove capitais, os primeiros oito meses de 2017 apresentavam variações negativas quando comparados aos oito primeiros meses de 2016, na comparação envolvendo os mesmos períodos de 2018 contra 2017 a maioria das capitais passou a apresentar variações positivas, ou com menores montantes de queda. O destaque positivo fica por conta de São Paulo, cuja variação dos preços dos imóveis residenciais passou de -1,59% no período de janeiro a agosto de 2017 sobre o mesmo período do ano anterior, para 1,01% comparando-se o acumulado ao longo dos mesmos meses de 2018 contra 2017. Do outro lado, sempre na mesma base de comparação, o Rio de Janeiro ainda apresenta uma queda de -3,21% em 2018 contra 2017, ainda que inferior ao montante da queda de 2017 contra 2016 (-4,10%). Fortaleza foi a única das capitais onde observou-se uma aceleração do ritmo de queda na mesma base de comparação, apesar do montante ser relativamente pequeno (-0,28%).

Em termos da variação de agosto contra julho, apenas o Rio de Janeiro e Porto Alegre tiveram quedas nos preços dos imóveis residenciais, ainda que o montante destas quedas possa ser melhor interpretado como praticamente uma estabilidade dos preços nominais. A partir de outra perspectiva, das variações acumuladas em 12 meses, todas as capitais menos Recife e Fortaleza tiveram resultados melhores, com destaque para Belo Horizonte, que passou dos -0,12% em julho para +0,11% em agosto. Apesar do desempenho negativo na variação mensal em agosto, o Rio de Janeiro continuou na tendência de desaceleração do ritmo de queda nesta perspectiva do acumulado em 12 meses.

A retomada mais vigorosa das variações dos preços dos imóveis residenciais no Brasil ainda depende de condições cuja probabilidade é relativamente pequena nos próximos meses. Notadamente, as incertezas internas ligadas ao cenário eleitoral e à política fiscal, e externas decorrentes de um cenário mundial menos favorável, têm impactado negativamente as decisões de investimentos no país. Neste cenário, a trajetória mais provável para os preços dos imóveis residenciais até o final do ano continua sendo a de uma lenta convergência rumo à estabilização dos valores nominais.

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IGMI-R ABECIP - JULHO 2018

Após quatro meses de aumentos consecutivos, 0 IGMI-R ABECIP teve uma leve retração em julho. O montante desta variação negativa foi modesto (0.04%), aproximando na verdade o índice da estabilidade em termos nominais. Mesmo com este desempenha na margem, a variação acumulada em 12 meses dos preços dos imóveis residenciais no Brasil, que havia apresentado em junho o primeiro resultado positivo desde agosto de 2015, teve uma aceleração (passando de 0.15% para 0,30%). Este fato é explicado pela baixa base de comparação, na medida em que o IGMI-R ABECIP ainda apresentava variações negativas em julho do ano passado.

Em termos do desempenho das capitais, São Paulo foi um dos principais responsáveis pela reversão da tendência de aceleração do indicador para o Brasil, na medida em que os preços dos imóveis residenciais na cidade ficaram praticamente estáveis em julho, após terem subido 0,17% no mês anterior. Porto Alegre também teve influência relevante no resultado nacional, sendo que os preços caíram -0,08% em julho, após uma sequência de elevações nos quatro meses anteriores. Curitiba e Goiânia tiveram variações positivas em julho, porém com desaceleração com relação ao mês anterior. O desempenho do Rio de Janeiro foi novamente um destaque negativo, com aceleração do ritmo de queda em julho quando comparado a junho.  Do lado positivo, Fortaleza e Salvador tiveram pequenas acelerações nos aumentos de preços em julho, enquanto os imóveis residenciais em Belo Horizonte tiveram seus preços estáveis no período.

Do ponto de vista das variações acumuladas em 12 meses, a aceleração para o Brasil mencionada acima deve ser atribuída principalmente à desaceleração do ritmo de queda no caso da maioria das capitais, na medida em que São Paulo, Curitiba, Salvador e Goiânia tiveram em julho variações acumuladas positivas, mas inferiores às observadas até o mês anterior. Apesar do resultado negativo na margem, Porto Alegre foi a única das capitais onde verificou-se uma aceleração na taxa positiva de variação acumulada em 12 meses entre junho e julho.

 

A evolução dos preços dos imóveis residenciais no Brasil continua uma trajetória de lenta recuperação. A frustração com relação ao ritmo da atividade econômica no segundo trimestre do ano teve impacto em algumas variáveis fundamentais para o mercado imobiliário, como estabilização da taxa do desemprego em níveis elevados, crescimento moderado da renda e queda na confiança do consumidor. Este conjunto de fatores não deve, no entanto, ser suficiente para reverter a direção da retomada dos preços dos imóveis residenciais em um horizonte mais longo. A manutenção da taxa de juros em níveis historicamente baixos juntamente com novas medidas de estímulo ao crédito habitacional são elementos importantes e que devem desempenhar um papel fundamental para a retomada do setor em um ambiente futuro de menor incerteza.

 

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IGMI-R ABECIP - JUNHO 2018

No mês de fechamento do primeiro semestre de 2018, 0 IGMI-R ABECIP mostrou uma pequena aceleração com relação a maio (0,08%). Um indicador relevante a partir deste resultado é a variação acumulada em 12 meses para o Brasil, que apresentou o primeiro resultados positivo desde agosto de 2015. Apesar desta reversão na tendência de queda dos valores nominais ainda não ser verificada em quatro das capitais analisadas, todas estas tiveram uma desaceleração no ritmo de queda da variação acumulada em 12 meses. 

O destaque positivo para a variação acumulada em 12 meses é São Paulo, com 1,35%, mas a tendência de recuperação das capitais em geral pode ser vista comparando-se este resultado com o de Belo Horizonte, que apesar de ainda apresentar uma variação acumulada em 12 meses negativa (-0,66%), foi juntamente com Goiânia a capital onde ocorreu a maior variação positiva em junho (0,21%). O destaque negativo foi o Rio de Janeiro, que teve nova queda na margem no mês de junho (-0,19%), e a maior queda na comparação acumulada em 12 meses (-3,16%). Ainda assim, como mencionado anteriormente, mesmo no caso deste destaque negativo o ritmo de queda no acumulado em 12 meses vem tornando-se menos intenso, dado que nesta comparação o Rio de Janeiro havia registrado uma queda de -3,25% em maio. 

Uma outra perspectiva da tendência de recuperação dos preços nominais dos imóveis residenciais pode ser obtida comparando as médias dos primeiros semestres de 2018 contra 2017, e 2017 contra 2016, como nas duas últimas colunas da tabela acima. Das nove capitais analisadas pelo IGMI-R, cinco passaram de variações negativas para positivas (São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, Salvador e Goiânia), enquanto três apresentaram quedas menos intensas (Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Recife). Fortaleza foi a única entre as capitais a registrar aceleração no ritmo de queda na comparação entre semestres, mas foi justamente aquela em que o ajuste de redução de preços verificado em todo o país começou mais tarde.

A recuperação dos preços nominais dos imóveis residenciais continua de forma lenta, assim como a dos preços reais, na medida em que os efeitos dos eventos de maio sobre os índices de preços ficaram claramente contidos aos períodos imediatamente subsequentes, não comprometendo a trajetória de longo prazo. Alguns indicadores apontam quedas significativas nos estoques de imóveis em algumas das capitais mais representativas nas comparações interanuais, colaborando para a tendência de recuperação dos preços. O principal fator de limitação para esta recuperação ainda está fortemente associado às incertezas econômicas e seus desdobramentos, do lado interno, e a um ambiente externo mais volátil que já surte efeitos negativos sobre a taxa de câmbio e a percepção de risco dos mercados emergentes.

 

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IGMI-R ABECIP - MAIO 2018

O IGMI-R ABECIP ficou estável em maio de 2018 com relação ao mês anterior. Apesar desta estabilidade na margem, a tendência de variação acumulada em 12 meses apresentou uma desaceleração significativa no ritmo de queda, praticamente zerando as variações nominais em um ano (-0,02%), após registrar -0,29% em abril. A tendência de recuperação dos preços nominais coincide com o final da recessão no último trimestre de 2016, e sua trajetória na série histórica do IGMI-R/ABECIP pode ser vista no gráfico abaixo.

 

 

Do ponto de vista das 9 capitais analisadas pelo IGMI-R ABECIP, este comportamento não é homogêneo. A tabela abaixo apresenta os resultados para o mês de maio e acumulados em 12 meses para o Brasil e as 9 capitais:

 

 

As mesmas capitais que apresentam variações positivas em maio também apresentam variações positivas acumuladas em 12 meses, com destaque para São Paulo, cuja variação acumulada situa-se bem acima da média nacional e das demais capitais. Do outro lado, Rio de Janeiro destaca-se pela maior variação acumulada negativa, bem superior à das outras capitais que ainda apresentam quedas de preços nominais acumuladas em 12 meses (Belo Horizonte, Fortaleza e Recife).

Apesar destes resultados negativos em algumas das capitais, merece destaque a observação que em todos os casos de variações negativas acumuladas em 12 meses, as taxas de quedas estão menores desde o início de 2018, assim como nos casos de variações acumuladas positivas as taxas de aumento estão em aceleração. Com isso, podemos afirmar que o resultado nacional sintetiza uma tendência de estancamento das quedas de preços nominais dos imóveis residenciais, com algumas diferenças de ritmo regionais.

As condições para a consolidação da tendência de recuperação dos preços nominais e reais dos imóveis residenciais no Brasil continuam, no entanto o aumento recente da incerteza com relação ao desempenho da economia impede que esta recuperação ocorra em ritmo mais forte.

 

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IGMI-R ABECIP - ABRIL 2018

O IGMI-R ABECIP voltou a apresentar um ligeiro aumento em abril (0,02%), pouco inferior aos 0,06% registrados no mês anterior. A tendência de variação acumulada em 12 meses continua apresentando uma desaceleração no ritmo de queda, com -0,29% até abril ante os -0,36% até março.

Comparando-se as variações dos preços dos imóveis residenciais acumuladas durante o primeiro quadrimestre de 2018 contra o mesmo período de 2017 verificamos uma queda de -0,35%. No entanto, conforme pode ser visto no quadro abaixo, este resultado ocorre em meio a diferenças regionais significativas entre as nove capitais analisadas pelo IGMI-R ABECIP.

A maior influência negativa sobre o desempenho no primeiro quadrimestre foi do Rio de Janeiro, com queda de -3,69%. Outras quatro capitais também tiveram quedas na comparação entre os primeiros quadrimestres de 2018 e 2017, Belo Horizonte (-1,82%), Fortaleza (-0,35%), Recife (-1,11%) e Porto Alegre (-0,02%), porém em magnitudes bem inferiores à do Rio de Janeiro. Do outro lado, quatro capitais tiveram desempenho positivo tomando-se a mesma base de comparação, Goiânia (0,06%), Salvador (0,44%), Curitiba (0,46%), e São Paulo com a maior contribuição positiva (0,79%).

Em termos da tendência medida pela variação acumulada em 12 meses, de forma geral as mesmas capitais são responsáveis pelas contribuições negativas e positivas que nos casos da comparação quadrimestral interanual, com exceção de Porto Alegre, cuja variação dos preços dos imóveis residenciais de 0,04% em abril foi suficiente para trazer a variação acumulada em 12 meses do terreno negativo para o positivo na passagem de março para abril (-0,25% em março contra +0,52% em abril). Entre as nove capitais analisadas, Recife foi a única a apresentar uma piora no resultado acumulado em 12 meses na passagem de março (-0,49%) para abril (-0,65%). As demais capitais mostraram desacelerações no ritmo de queda acumulado em 12 meses, ou pequenas oscilações em torno de valores positivos, cujo destaque é São Paulo, com 0,84% em abril contra 0,86% em março.

Os principais temas no centro do debate sobre o desempenho da economia brasileira neste início de ano são relevantes para a análise da evolução dos preços dos imóveis residenciais no período. A defasagem entre as quedas das taxas de juros para operações interbancárias e aquelas cobradas para o consumidor final, juntamente com a lenta retomada da massa salarial são fatores que ainda inibem uma recuperação mais forte dos negócios imobiliários. Por outro lado, registram-se em algumas capitais neste início de ano um aumento no número de vendas superior ao de lançamentos de novos imóveis, fazendo com que o estoque tenda a cair gradativamente. A ausência de uma recuperação mais consistente dos preços nominais dos imóveis residenciais até agora pode ser considerada à luz dos diferentes impactos relativos destes fatores sobre o desempenho das diferentes capitais.

 

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IGMI-R ABECIP - Março

Após uma ligeira queda nos preços nominais dos imóveis residenciais verificada pelo IGMI-R ABECIP em fevereiro (-0.01%), os resultados de março mostraram uma retomada da recuperação gradual, com aumento de 0,06% no mês. Com este resultado, a tendência de variação acumulada em 12 meses voltou a registrar uma desaceleração no ritmo de queda, ainda que pequena (-0,36% em março contra -0,38% em fevereiro).

A tendência de recuperação nos preços nominais fica mais evidente considerando-se as variações trimestrais recentes. Enquanto a quatro trimestre de 2017 mostrou um crescimento de 0,05% com relação ao trimestre anterior, o primeiro trimestre de 2018 apresentou uma elevação mais expressiva, de 0,24% com relação ao último trimestre de 2017.

Esta aceleração no crescimento na comparação trimestral foi também verificada nas cidades de São Paulo e Porto Alegre, porém é notável que outras 2 capitais pesquisadas pelo IGMI-R (Belo Horizonte e Fortaleza) reverteram o sinal da taxa de crescimento trimestral, passando de variações negativas no quarto trimestre de 2017 para positivas ou estáveis no primeiro trimestre de 2018. Já os casos de Goiânia, Salvador e Curitiba mostraram variações positivas nos dois últimos trimestres, porém em desaceleração. Ainda na ótica da comparação trimestral, os piores resultados ficaram por conta do Rio de Janeiro e Recife, onde observou-se uma aceleração na taxa de queda no primeiro trimestre de 2018 com relação à verificada no último trimestre de 2017.

Sob estas diferentes comparações temporais, a heterogeneidade dos resultados entre as nove capitais pesquisadas pelo IGMI-R/ABECIP em março continua a refletir, de forma geral para o mercado residencial no Brasil, uma recuperação ainda lenta e volátil dos preços nominais dos imóveis. Este resultado está inserido no contexto da retomada econômica do país, cujos resultados recentes medidos por diferentes indicadores de nível de atividade vêm frustrando as expectativas de um ritmo mais forte de crescimento. Pode-se afirmar que o setor de formação de capital em geral é o mais afetado por estas expectativas, que se de um lado não se deterioraram o suficiente para antever uma reversão do ciclo de crescimento, por outro adiam decisões de investimentos e, portanto, uma retomada mais vigorosa dos preços dos imóveis residenciais.

 

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IGMI-R ABECIP - FEVEREIRO 2018

A tendência de recuperação nos preços nominais dos imóveis residenciais observada desde o segundo semestre de 2017 perdeu força momentaneamente em fevereiro, de acordo com os resultados do IGMI-R ABECIP. A taxa acumulada em 12 meses do indicador vinha apresentando números cada vez menos negativos no período, mas após os -0.36% observados em janeiro, esta voltou a acelerar ligeiramente o ritmo de queda, registrando -0.38% em fevereiro, em virtude do resultado negativo (ainda que praticamente estável) no mês (-0.01%).

A principal contribuição negativa para o IGMI-R ABECIP em fevereiro veio mais uma vez do Rio de Janeiro, que ao apresentar uma queda de -0.25% no mês elevou o ritmo de queda no acumulado em 12 meses dos preços dos imóveis residenciais da cidade para -3.80% (tendo registrado -3.49% em janeiro). Curitiba e Goiânia, após variações positivas em janeiro, apresentaram quedas em fevereiro, enquanto Salvador mostrou uma ligeira aceleração no ritmo de queda no mês. Como destaques positivos, Belo Horizonte e Recife tiveram elevações em fevereiro após registrarem quedas no mês anterior, enquanto Porto Alegre apresentou uma ligeira aceleração positiva em fevereiro. 

Em que pesem os destaques negativos e positivos, a característica geral da dinâmica de preços das nove capitais pesquisadas pelo IGMI-R ABECIP em fevereiro é de relativa estabilidade, como refletido no índice nacional, tanto da perspectiva das variações mensais, quanto das taxas acumuladas em 12 meses.

Este cenário é por enquanto compatível com a tendência de defasagem da recuperação da formação de capital fixo em geral com relação à retomada do nível de atividade da economia brasileira, que parece consolidada, mas em ritmo modesto. Enquanto diversos indicadores de expectativas se mantém positivos, mostrando que o adiamento do ajuste fiscal e a incerteza política não vêm afetando de forma significativa a percepção de empresários e consumidores, indicadores do nível corrente de atividades vêm revelando alguma oscilação em torno de uma tendência suave de crescimento. O efeito da combinação destes fatores sobre os preços dos imóveis residenciais vem se mostrando consistentemente como uma tendência ao estancamento das perdas nominais. Vale ressaltar que do ponto de vista dos preços reais, a tendência de redução no ritmo de perdas vem sendo favorecida pelas surpresas baixistas dos índices de inflação nos primeiros meses de 2018.

 

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IGMI-R ABECIP - JANEIRO 2018

No primeiro mês de 2018, o resultado do IGMI-R ABECIP mostrou uma continuidade da tendência de recuperação nos preços nominais dos imóveis residenciais iniciada na segunda metade do ano anterior. A variação do índice no mês mostrou uma pequena elevação (0,03%), que por sua vez acarretou em uma pequena melhora na taxa acumulada em 12 meses (-0,36% contra os -0,60% em dezembro de 2017).

Duas das nove capitais pesquisadas pelo IGMI-R ABECIP registraram acelerações nas taxas de variação acumuladas em 12 meses entre dezembro de 2017 e janeiro de 2018: São Paulo (0,40% para 0,70%) e Salvador (0,24% para 0,41%). Seguindo a mesma base de comparação, Porto Alegre e Recife apresentaram os piores desempenhos entre as nove capitais, com variações respectivas entre dezembro e janeiro de -0,02% para -0.14%, e -1,19% contra -1,36%. Duas outras capitais ainda apresentaram variações acumuladas em 12 meses negativas, porém em menor intensidade comparando-se com dezembro de 2017: Goiânia (-0,08% contra -0,46%) e Fortaleza (-0,14% contra -0,29%). Curitiba apresentou uma pequena desaceleração no ritmo de crescimento da taxa acumulada em 12 meses, enquanto Rio de Janeiro e Belo Horizonte ainda apresentaram variações negativas, porém praticamente estáveis. 

Esta heterogeneidade com relação ao desempenho regional revela alguma volatilidade em torno de uma tendência de recuperação ainda muito lenta no estancamento das quedas dos preços nominais dos imóveis residenciais ao longo do país. Esta dinâmica deve continuar ao longo do ano, refletindo um balanço de forças opostas. De um lado a queda nas taxas de juros, o baixo nível da inflação, e alguma recuperação no mercado de trabalho colaboram para uma recuperação potencial do setor. De outro lado, as incertezas associadas aos efeitos do adiamento das reformas necessárias para o equacionamento do quadro fiscal, e à definição do quadro político, continuam encurtando o horizonte de planejamento e fazendo do nível de investimentos em geral a parcela mais fraca da recuperação do nível de atividades na economia brasileira. Ao longo dos próximos meses, se por um lado a probabilidade associada a um desempenho negativo dos preços dos imóveis residenciais como o observado principalmente ao longo de 2016 é pequena, por outro parece igualmente pequena a probabilidade de uma retomada mais vigorosa.  

 

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IGMI-R ABECIP - DEZEMBRO 2017

Índice ABECIP teve um ligeiro aumento (0,24%) na passagem do mês de novembro para dezembro em 2017. 

O IGMI-R ABECIP teve um ligeiro aumento (0,24%) na passagem do mês de novembro para dezembro em 2017. Este resultado deu sequência à tendência de lenta recuperação nos preços nominais a partir do segundo semestre do ano. Como consequência, a variação acumulada ao longo de 2017, apesar de ainda negativa (-0,60%), foi menos negativa em comparação à verificada em 2016 (-2,26%), como pode ser visto na tabela abaixo.

A recessão iniciada no segundo trimestre de 2014 foi uma das mais longas e profundas já verificadas na economia brasileira, tendo terminado apenas no último trimestre de 2016. O maior impacto desta recessão sobre os preços dos imóveis residenciais foi sentido justamente no ano de 2016. A série história do IGMI-R ABECIP, iniciada em janeiro de 2014, mostrou que o acumulado ao final deste ano ainda era positivo em termos nominais, ainda que negativo em termos reais quando considerada a evolução dos diferentes índices gerais de preços no período. Já 2015 apresentou variação acumulada negativa em termos nominais, o que em termos reais implicou quedas substanciais, levando-se em conta a grade elevação da inflação no período. Apesar da queda dos índices de inflação em 2016, os preços nominais dos imóveis acentuaram o ritmo de queda no ano. Nesta perspectiva, o resultado do ano de 2017 mostra uma tendência menos negativa, na medida em que não só o ritmo de queda nos preços nominais caiu com relação a 2016, como apontado acima, mas também a variação dos índices de inflação terminou o ano em patamares historicamente muito baixos. 

Em resumo, o passado recente mostra um estancamento da tendência de queda nos preços reais dos imóveis residenciais no país. Esta trajetória não foi perfeitamente homogênea entre as nove capitais pesquisadas pelo IGMI-R ABECIP. No caso de Fortaleza em Goiânia, o ajuste parece ter chegado mais tarde com relação às demais capitais. Contrariamente ao resultado geral, as variações acumuladas em 2015 e 2016 ainda foram positivas (em termos nominais), porém negativas em 2017. Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Recife apresentaram quedas contínuas nestes últimos três anos, ainda que o ritmo desta queda tenha diminuído em 2017. 

Este comportamento dos preços dos imóveis residenciais reflete o desempenho do setor de construção nas contas nacionais, que ainda não começou a acompanhar a recuperação, ainda que lenta, verificada nos demais setores. Esta defasagem é esperada, na medida em que o ambiente geral para os investimentos ainda é marcado pela capacidade ociosa gerada durante a recessão, e pela incerteza relacionada ao impacto do cenário político sobre as reformas necessárias para a redução da percepção de risco relacionado ao quadro fiscal. Estes fatores ainda devem desempenhar um papel relevante ao longo de 2018, mas alguma contrapartida dos efeitos do ambiente de queda de juros e recomposição do poder de compra e endividamento por parte das famílias deve colaborar para a continuidade da tendência de estabilização dos preços dos imóveis residenciais ao longo do ano.

 

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IGMI-R ABECIP - NOVEMBRO 2017

O IGMI-R ABECIP mostrou um pequeno avanço nos preços dos imóveis residenciais em novembro (0,10%), comparando-se com o mês de outubro. Com este resultado, o acumulado em doze meses do indicador, ainda que negativo em -0,76%, manteve pelo décimo segundo mês consecutivo a tendência de desaceleração nas quedas nominais (em outubro havia registrado -0,86%). Esta tendência aparece claramente no quadro abaixo, onde compara-se os acumulados entre janeiro e novembro para 2016 e 2017. Enquanto nos onze primeiros meses de 2016 o IGMI-R ABECIP acumulava uma queda de -2,34%, no mesmo período de 2017 esta queda foi reduzida para -0,61%, sempre em termos de valores históricos. Levando-se em consideração a forte desaceleração dos índices de preços ao consumidor no período, o resultado em termos reais mostra uma recuperação ainda mais significativa.

Dentre as nove capitais pesquisadas pelo IGMI-R/ABECIP, São Paulo merece destaque por apresentar a primeira variação positiva no acumulado em doze meses desde março de 2016. Curitiba e Salvador também apresentaram variações positivas nos preços dos imóveis residenciais acumulados em 12 meses no mês de novembro, dando sequência aos aumentos verificados a partir do segundo semestre do ano. No caso das demais capitais, todas com exceção de Recife apresentaram taxas de variações negativas nos acumulados em 12 meses, porém seguindo o padrão de desaceleração destas taxas negativas, indicando a perspectiva de estancamento nas quedas dos preços nominais de seus imóveis residenciais. Recife foi o único caso a apresentar uma aceleração nesta queda acumulada em 12 meses, passando dos -0,79% observados em outubro para -0,91 em novembro.

Entretanto, considerando o acumulado entre janeiro e novembro, Recife mostra um resultado melhor em 2017 (-0,95%) quando comparado ao de 2016 (-1,48%), indicando que apesar do resultado na margem a tendência também pode ser de alguma recuperação para os preços dos imóveis residenciais na cidade. As demais capitais também apresentaram um melhor desempenho na comparação dos primeiros doze meses de 2017 contra o mesmo período de 2016, com exceção de Fortaleza e Goiânia. No entanto, estas foram as duas únicas cidades a mostrar resultados positivos no acumulado de janeiro a novembro de 2016, o que indica que o ajuste de preços observado no restante do país parece ter sido realizado com alguma defasagem nestas duas capitais. 

A dinâmica dos preços dos imóveis residenciais no Brasil apresenta uma lenta melhora em termos nominais, potencializada em termos reais pela contínua queda nos índices de preços ao consumidor e no atacado. Os últimos resultados relativos ao nível de atividade da construção civil no país corroboram este desempenho dos preços dos imóveis residenciais, caracterizando uma defasagem com relação ao ciclo de crescimento iniciado no primeiro trimestre de 2017. A recuperação do setor deve manifestar-se de forma mais clara na medida em que este crescimento ganhe impulso, para o que vem colaborando o aumento gradativo da renda e a continuidade da queda nas taxas de juros.

 

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IGMI-R ABECIP - OUTUBRO 2017

Apesar da ligeira queda registrada na passagem entre setembro e outubro (-0,02%), o IGMI-R ABECIP para o Brasil ficou muito próximo da estabilidade nominal, e deu sequência à trajetória de redução na queda acumulada em 12 meses, que ocorre de forma contínua desde o início de 2017. De fato, este indicador de variação acumulada em 12 meses também já se aproxima da estabilidade nominal, tendo registrado -0,86% em outubro.

Os números da variação do  IGMI-R  ABECIP em outubro ainda mostram uma heterogeneidade considerável entre as nove capitais analisadas pelo índice: enquanto São Paulo, Recife, Curitiba e Goiânia tiveram variações nominais positivas, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Fortaleza, Porto Alegre e Salvador tiveram quedas nos preços nominais de seus imóveis residenciais. Estas oscilações de curto prazo decorrem da volatilidade que caracteriza o processo de retomada lenta do mercado imobiliário, mas duas perspectivas temporais mais amplas ajudam a entender melhor esta tendência de retomada. Do ponto de vista das variações acumuladas em 12 meses, apesar de Curitiba ser a única entre as nove capitais a apresentar ganhos nominais em outubro, dentre as demais, com exceção de Belo Horizonte e Salvador, todas tiveram reduções no ritmo de queda dos preços nominais entre setembro e outubro, a exemplo do indicador para o Brasil, que passou de uma variação acumulada em 12 meses de -1,03% em setembro para os -0,86 de outubro.

Outra forma de olhar os resultados em uma perspectiva temporal que dilui a volatilidade das variações mensais é a variação da média móvel de 6 meses contra os 6 meses anteriores. Em outubro, este indicador para o Brasil mostrou uma queda de -0,57%, inferior à variação acumulada em 12 meses no mês (-0,86%), mostrando a tendência de recuperação nos meses mais recentes. Nos casos de Belo Horizonte e Salvador, onde as quedas acumuladas em 12 meses cresceram entre setembro e outubro, as variações negativas da média móvel de 6 meses foram menores, indicando que nestes últimos seis meses alguma recuperação também parece estar se encaminhando.

A pior recessão da economia brasileira em termos de duração e profundidade terminou no último trimestre de 2016. Desde então, vários indicadores de nível de atividade econômica vêm apontando para uma recuperação, ainda que lenta e caracterizada por volatilidade no curto prazo. Os números recentes do IGMI-R/ABECIP mostram que este início de recuperação vem acontecendo aos poucos no mercado imobiliário residencial, dentro da defasagem que se pode esperar do setor com relação à reversão do ciclo econômico.

 

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IGMI-R ABECIP - SETEMBRO 2017

O IGMI-R ABECIP em setembro continuou em sua trajetória recente de redução no ritmo de queda nos preços nominais dos imóveis residenciais: apesar de uma nova queda na margem (0,07%), o acumulado em 12 meses registrou -1,03%, contra -1,45% observados em agosto. Analisando o índice pela ótica da comparação entre médias das variações trimestrais, o trimestre encerrado em setembro mostrou uma variação média de -0,12%, praticamente idêntica à variação média do segundo trimestre do ano (-0,13%). Estes resultados, no entanto, mostram alguns padrões diferentes entre as nove capitais para as quais o IGMI-R ABECIP é calculado individualmente.

Nos casos de São Paulo, Recife, Curitiba, Salvador e Goiânia, as médias de variação dos preços dos imóveis residenciais durante o terceiro trimestre foram positivas, após registrarem valores negativos na média do segundo trimestre. Dentre estas cinco capitais, apenas Salvador apresentou variação negativa dos preços em setembro, porém praticamente dentro da estabilidade. Ainda com relação a este grupo de capitais, São Paulo, Recife e Goiânia ainda registram variações negativas no acumulado em 12 meses, porém com uma clara tendência observada nos últimos meses de arrefecimento no ritmo destas variações negativas, apontando para a estabilidade dos preços nominais. Nos casos de Curitiba e Salvador, as variações acumuladas em 12 meses já apresentam ligeiros aumentos.

As demais capitais, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Fortaleza e Porto Alegre, tiveram quedas nos preços nominais dos imóveis em setembro, mas todas com exceção de Fortaleza também apresentaram um arrefecimento no ritmo de queda nas variações acumuladas em 12 meses.  Em termos das médias trimestrais, enquanto Belo Horizonte e Fortaleza mostraram variações médias praticamente estáveis entre o segundo e o terceiro trimestres, Porto Alegre registrou variações negativas menores no terceiro trimestre, enquanto o Rio de Janeiro foi a única entre as nove capitais a registrar variações médias negativas em maior magnitude no trimestre encerrado em setembro, com relação ao segundo trimestre.

A evolução dos preços dos imóveis residenciais desde o início do ano reflete, apesar de algumas diferenças regionais, a tendência em direção à estabilização dos preços nominais, e a perdas menores em termos reais, dada a forte desaceleração inflacionária no período. Uma recuperação mais forte dos preços dos imóveis está condicionada ao desempenho da economia brasileira. Apesar de vários indicadores recentes do nível de atividades apontarem para uma melhora, a retomada ainda ocorre em um ritmo ainda lento e sujeito a oscilações no curto prazo.

Confira e baixe os gráficos do Brasil e das nove capitais abaixo.

 

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IGMI-R ABECIP - AGOSTO 2017

Pelo quinto mês consecutivo, O IGMI-R ABECIP registrou nova queda nos preços dos imóveis residenciais em agosto. No entanto, o montante desta queda, -0,09%, foi inferior aos -0.19% observados em julho, e com isso a trajetória medida pela variação acumulada do indicador em 12 meses continuou sua tendência iniciada em fevereiro último de suave reversão do ritmo de queda, registrando -1,45% em julho após o resultado de -1,48% observado em maio.

Esta tendência de suavização no ritmo de queda na variação acumulada em 12 meses foi reproduzida em seis das nove capitais analisadas pelo IGMI-R ABECIP - São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Porto Alegre, Salvador e Goiânia

No caso de São Paulo, essa suavização no ritmo de queda no acumulado em 12 meses (de -0.78% para -0.74%) foi muito pequena, em função da variação negativa na margem do mês de agosto (-0.05%), após registrar pequeno aumento em julho (0.18%). Este resultado ilustra as dificuldades para reverter de forma clara o ritmo de negócios dos imóveis residenciais na cidade.

O Rio de Janeiro, apesar de registrar a maior queda nos preços dos imóveis com relação às nove capitais (-0.37%), a variação acumulada em 12 meses reverteu o ritmo de queda que havia acelerado nos dois meses anteriores, ficando em -3.79% contra os -4.28% observados em julho. Curitiba representa um destaque positivo, na medida em que foi a única entre as nove capitais que passou de uma variação acumulada em 12 meses negativa para uma positiva entre julho (-0.11%) e agosto (0.88%). Belo Horizonte e Fortaleza foram as únicas duas capitais onde o ritmo de queda nos preços dos imóveis medido pela variação acumulada em 12 meses se intensificou entre julho e agosto.

Os preços dos imóveis residenciais ainda apresentam quedas em termos reais, tanto na perspectiva da variação mensal quanto na do acumulado em 12 meses. Os indicadores que apontam para a retomada gradual no nível de atividade da economia brasileira ainda não possuem efeitos notáveis sobre o desempenho do mercado imobiliário. No entanto, o efeito combinado da contínua desaceleração dos índices de inflação com a tendência de quedas nominais cada vez menores nos preços dos imóveis faz com que a variação de seus preços reais tenda à estabilidade.

Assim como na dimensão do nível geral de investimentos, alguns fundamentos importantes já permitem vislumbrar uma reversão do ciclo para os imóveis, porém com uma defasagem em relação ao desempenho dos demais setores da economia.

 Confira e baixe os gráficos do Brasil e das nove capitais abaixo.

 

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IGMI-R ABECIP - JULHO

O IGMI-R ABECIP apresentou uma nova queda em julho, de 0,19%, após a variação negativa de 0.09% do mês anterior. Apesar deste resultado na margem, a trajetória medida pela variação acumulada do indicador em 12 meses continuou a tendência de reversão do ritmo de queda, registrando -1,48% em julho após o resultado de -1,59% observado em maio. 

Entre as nove capitais analisadas, quatro tiveram variações positivas em julho (São Paulo, Curitiba, Salvador e Goiânia), enquanto as demais (Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Fortaleza, Recife e Porto Alegre) tiveram quedas. A maior taxa de variação negativa nos preços dos imóveis residenciais no mês de julho foi verificada no Rio de Janeiro (-1,14%), que também acumula a maior variação negativa em acumulada em 12 meses nas variações nominais (-4,28%, contra a média nacional de -1,48%).

A maior variação positiva foi observada em Salvador (0,21%), seguido por São Paulo (0,18%). Apesar disso, a variação acumulada de 12 meses dos preços dos imóveis em Salvador apresentou em julho pequena aceleração com relação ao acumulado em junho (-1,71% contra -1,63%). Este resultado de ligeira aceleração na variação acumulada em 12 meses, sempre se comparando julho com relação ao mês anterior, também foi observado em Belo Horizonte (-2,34% contra -2,31%), Recife (-1,30% contra -1,27%), e no Rio de Janeiro (-4,28% contra -4,21%), que apresenta a maior queda nominal no acumulado de 12 meses entre as nove capitais. 

A trajetória dos preços dos imóveis residenciais no Brasil continua apresentando uma relativa melhora apenas na forma de desaceleração do ritmo de queda nos preços nominais. Alguns fatores importantes atuam na direção do favorecer alguma recuperação no ritmo dos negócios do setor imobiliário, como a trajetória de queda sustentável de juros, os sinais de redução do comprometimento da renda das famílias com o pagamento de empréstimos anteriores, e o início da recuperação dos níveis de emprego. Os efeitos mais fortes desses fatores sobre os preços dos imóveis residenciais ainda devem levar algum tempo, principalmente no contexto das incertezas que dificultam decisões mais sensíveis a condições de longo prazo.

Confira e baixe os gráficos do Brasil e das nove capitais abaixo.

 

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IGMI-R ABECIP JUNHO

O IGMI-R ABECIP (Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial), baseado em laudos dos bancos, apresentou uma ligeira queda em junho na leitura para o Brasil, de -0,09%. No entanto, a trajetória medida pela variação acumulada do indicador em 12 meses manteve a tendência de reversão do ritmo de queda, registrando -1,59% em junho após o resultado de -1,73% observado em maio. Esta tendência pode ser constatada por outro ângulo, comparando os acumulados no primeiro semestre de 2016 e 2017.

Enquanto a variação acumulada durante o primeiro semestre de 2016 na leitura nacional foi de -1,24%, em 2017 o primeiro semestre registrou uma queda bem menor, de -0,57%. Deve-se ressaltar que, na medida em que os vários índices de preços vêm registrando uma forte tendência desinflacionaria em 2017, a desaceleração do ritmo de queda nos preços dos imóveis residenciais torna-se ainda mais relevante quando analisada sob a ótica dos preços reais.

Do ponto de vista das nove capitais analisadas pelo IGMI-R ABECIP, esta tendência também foi verificada em São Paulo, Belo Horizonte, Recife e Salvador, sendo que os preços dos imóveis residenciais nestas cidades tiveram variações negativas no acumulado do primeiro semestre de 2017, mas em montante inferior à variação também negativa no primeiro semestre de 2016.  Por sua vez, Curitiba e Porto Alegre, que mostraram variações negativas no primeiro semestre de 2016, tiveram aumentos nos preços nominais dos imóveis residenciais durante o primeiro semestre de 2017. Já Goiânia passou de uma variação positiva nos primeiros seis meses de 2016 para uma queda nos preços nominais dos imóveis residenciais no mesmo período de 2017. Fortaleza, juntamente com Goiânia, a única das cidades a apresentar variações positivas no acumulado do primeiro semestre de 2016, repetiu o desempenho no primeiro semestre de 2017, porém em menor intensidade. No sentido contrário, o Rio de Janeiro apresentou uma queda no primeiro semestre de 2017 superior à verificada no mesmo período de 2016, senda a capital com a maior redução de preços nominais no acumulado de 12 meses (-4,21%).

A recuperação dos preços dos imóveis residenciais no Brasil continua de forma lenta, ainda sob a forma de desaceleração do ritmo de queda nos preços nominais. O processo de forte desinflação nos preços em geral abre espaço para uma intensificação do processo de redução dos juros, o que tende a melhorar as condições de financiamento, com efeitos positivos sobre o nível de atividade no setor imobiliário. Entretanto, uma retomada mais forte de negócios ainda parece condicional a um horizonte de planejamento mais amplo que o permitido no contexto da atual crise política no país.

 Confira e baixe os gráficos do Brasil e das nove capitais abaixo.

 

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IGMI-R ABECIP Abril

Em abril, a variação para o Brasil do IGMI-R ABECIP foi praticamente nula, apresentando uma ligeira queda de 0,05%. Com este resultado, a variação em 12 meses do indicador registrou o quarto mês consecutivo de desaceleração no ritmo de queda nominal nos preços dos imóveis residenciais, passando dos -1,86% de março para -1,82 em abril. 

Das nove capitais para as quais o IGMI-R ABECIP é calculado, Fortaleza, Curitiba e São Paulo registraram variações positivas na comparação entre março e abril, com taxas de respectivamente 0,19%, 0,31% e 0,04%. Dentre as demais capitais, as quedas mais expressivas nos preços nominais dos imóveis residenciais foram observadas em Belo Horizonte (-0,47%), Porto Alegre (-0,73%), Salvador (-0.26%) e Goiânia (-0,12%), enquanto Rio de Janeiro e Recife tiveram praticamente estabilidade nos preços dos imóveis. 

Os resultados de abril interromperam momentaneamente as tendências de desaceleração nas quedas dos acumulados em 12 meses de algumas das capitais. Para o Recife a variação acumulada em 12 meses em abril ficou em -1,38%, após registrar -0,93% em março, e na mesma base de comparação Porto Alegre (-0,89% em abril contra -0,70% em março) e Salvador (-2,74% em abril contra -2,64% em março) tiveram o mesmo comportamento. Fortaleza, que ainda registrava uma taxa de variação positiva de 0,43% no acumulado em 12 meses de março, passou para uma variação negativa de -0,06% em abril, apesar do crescimento de 0,19% na comparação mensal entre abril e março. Nas demais capitais, o comportamento do acumulado em 12 meses foi o mesmo do observado no Brasil, com a continuidade da desaceleração da queda nos acumulados em 12 meses.

De forma geral, os resultados de abril podem ser interpretados como resultantes de alguma volatilidade em torno da tendência de arrefecimento no ritmo de queda nos preços nominais dos imóveis residenciais no Brasil. Esta volatilidade reproduz as incertezas acerca da retomada do nível de atividade econômica no país, para as quais contribuem os desdobramentos do quadro político. Uma vez que o cenário desenhado pela queda consistente da inflação e dos juros ainda está mantido, estas incertezas parecem por enquanto apenas adiar um pouco a retomada mais robusta do crescimento da economia, que deverá consolidar as condições para a estabilização dos preços dos imóveis residenciais. 

 

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IGMI-R ABECIP MAIO

Após uma pequena variação negativa em abril (-0,05%), O IGMI-R ABECIP para o Brasil apresentou uma nova queda em maio em relação ao mês anterior, desta vez mais significativa (-0,26%). A variação acumulada do indicador nos primeiros cinco meses de 2017 foi de 0,48%. No entanto, a magnitude desta variação negativa foi inferior à observada nos primeiros cinco meses de 2016 (-1,01%), mostrando alguma tendência de estancamento nas quedas dos preços nominais dos imóveis residenciais entre os dois períodos. Na perspectiva do acumulado em 12 meses, esta tendência aparece com a queda observada em abril (-1,82%), dando lugar a uma queda inferior (-1,73%) em maio. 

A variação negativa dos preços dos imóveis residenciais no mês de maio foi praticamente generalizada entre as capitais para as quais o IGMI-R ABECIP é calculado, excetuando-se Salvador, que apresentou estabilidade.

Do ponto das variações acumuladas nos acumulados em 12 meses, todas as nove capitais mostraram quedas, porém com diferentes tendências: comparando-se os resultados de abril e maio tivemos desacelerações nos ritmos de quedas em São Paulo (-1,74% para -1,49%), Rio de Janeiro (-3,87% para -3,72), Recife (-1,38% para -1,30%) e Salvador (-2,74% para -1,78%). No sentido inverso, apresentando acelerações nas quedas acumuladas em 12 meses entre abril e maio temos Belo Horizonte (-2,04% para -2,40%), Fortaleza (-0,06% para -0,86%), Curitiba (-0,07% para -0,16%), Porto Alegre (-0,98% para -1,03%) e Goiânia (-1,37% para -2,22%). 

A dinâmica dos preços do mercado imobiliário residencial nestes primeiros cinco meses do ano, de acordo com os resultados do IGMI-R ABECIP, aponta para uma recuperação lenta e sujeita a oscilações nos resultados de curto prazo, reproduzindo o contexto da retomada do nível de atividade em geral da economia brasileira.

Por um lado, a forte desaceleração dos vários indicadores de inflação no país impacta positivamente as decisões de consumo dependentes de financiamento, viabilizando a trajetória de redução das taxas de juros. No entanto, uma retomada mais vigorosa continua condicionada às incertezas decorrentes da relação entre o quadro político e a aprovação das reformas necessárias para uma percepção concreta de queda de risco por parte dos agentes econômicos.

 

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IGMI-R Abecip Março

O IGMI-R/ABECIP cresceu 0,03% em março para o Brasil, o que possibilitou a continuidade da tendência de estancamento das perdas nominais nos preços dos imóveis. Dentro da perspectiva de variação acumulada em 12 meses, a queda de -2,2% registrada em fevereiro passou para -1,86% com o resultado de março.

Das nove capitais para as quais o IGMI-R/ABECIP é calculado, Fortaleza aparece em destaque apresentando a maior variação positiva em março (0,40%), e também como a única a registrar crescimento no acumulado em 12 meses (0,43%). No outro extremo, o destaque fica por conta de Goiânia, com a maior variação negativa no mês (-0,12%), dando sequência a uma tendência de aumento na queda acumulada em 12 meses, que passou de -0,51% em fevereiro para -1,44% em março. Considerando-se que Goiânia apresenta o maior crescimento de preços nominais entre todas as capitais desde o início da série do IGMI-R ABECIP em janeiro de 2014, esse resultado de março indica que após uma valorização acima da média neste período, as variações dos preços de imóveis nesta capital começam a convergir para as observadas nas demais.

Duas outras capitais apresentaram variações negativas em março: Rio de Janeiro (-0,01%) e Porto Alegre (-0,05%). Apesar deste resultado, a variação acumulada em 12 meses nos preços dos imóveis no Rio de Janeiro (-4,05%) foi inferior à verificada em fevereiro (-4,44%), enquanto no caso de Porto Alegre ficou praticamente estável (-0,69% em fevereiro contra -0,61% em março).

As demais capitais apresentaram resultados homogêneos, com aumentos nos preços dos imóveis em março, e continuidade da tendência de queda nas variações negativas acumuladas em 12 meses. A tabela abaixo sintetiza todas estas informações.

Os resultados de março indicam que de forma geral a tendência de queda nos preços nominais dos imóveis residenciais no Brasil continua arrefecendo, o que juntamente com a queda nas taxas de inflação resulta em quedas reais também menores. A perspectiva é de continuidade deste movimento, no contexto de quedas adicionais nas taxas de juros e de uma esperada recuperação na atividade econômica do país.

IGMI-R Abecip Fevereiro

A tendência de desaceleração da queda nos preços nominais dos imóveis residenciais continuou em fevereiro, quando a variação do IGMI-R/ABECIP para o Brasil ficou praticamente estável  em relação a janeiro de 2017 (+0,02%). Com este resultado, a queda acumulada em doze meses ficou em -2,20%, desacelerando com relação aos -2,26% aferidos em janeiro.

Houve elevação nos preços dos imóveis em cinco das nove capitais pesquisadas pelo IGMI-R/ABECIP, com o destaque da maior variação positiva para Porto Alegre (0,46%), enquanto Curitiba (0,07%), São Paulo (0,01%), Rio de Janeiro (0,07%) e Fortaleza (0,03%) ficaram perto da estabilidade. Com relação às demais quatro capitais, o destaque de variação negativa foi Belo Horizonte (-0,16%), seguido por Recife (-0,11%), Salvador (-0,11%), e Goiânia (-0,10).

A tendência de desaceleração no ritmo de queda também foi disseminada entre as capitais na perspectiva da variação anual. Enquanto a variação de janeiro de 2017 sobre o mesmo mês de 2016 havia sido de -2,51% no caso de São Paulo, em fevereiro de 2017 contra fevereiro de 2016, ela passou para -2,49%. Considerando-se os mesmos dois períodos, esta tendência foi também verificada em Belo Horizonte (-2,57% contra -2,35%), Curitiba (-1,62% contra -0,97%), Porto Alegre (-1,09% contra -0,61%), e Salvador (-2,83% contra -2,79%). No sentido contrário, mas com pequenas variações, estão o Rio de Janeiro (-4,40% contra -4,44%), Recife (-1,34% contra -1,36%), Goiânia (-0,07% contra -0,51%). Fortaleza, a única entra as nove capitais com variação positiva, passou de uma variação de 1,21% para 0,35%, sempre na mesma base de comparação.

As variações de preços em termos reais de forma geral apontam para quedas menores, na medida em que os principais índices de inflação passam por um claro processo de desaquecimento. Ainda que de forma gradual, a combinação de alguma retomada do nível de atividade na economia brasileira, combinada com melhorias nas condições de crédito de forma geral, deve continuar a favorecer o processo de ajuste pelo qual vem passando o setor de construção, com impacto mais favorável sobre o desempenho dos preços. 

 

IGMI-R Abecip Janeiro

Após registrar pequena uma variação positiva (0,08%) em dezembro de 2016, a média nacional do IGMI-R/ABECIP voltou a cair em janeiro de 2017 (-0,18%). Este comportamento, no entanto, não é homogêneo considerando-se separadamente as nove capitais atualmente pesquisadas pelo IGMI-R/ABECIP. Enquanto São Paulo (-0,20%), Rio de Janeiro (-0,67%), Belo Horizonte (-0,14%), Recife (-0,08%), Salvador (-0,24%) e Goiânia (-0,35%) mostraram quedas nos preços entre dezembro de 2016 e janeiro de 2017, Fortaleza (0,17%), Curitiba (0,23%) e Porto Alegre (0,40%) apresentaram variações positivas no mesmo período.

Apesar desta queda verificada na comparação entre janeiro de 2017 e dezembro de 2016, a comparação interanual revela a continuação da tendência de desaceleração no ritmo de queda nos preços dos imóveis residenciais. Comparando-se janeiro de 2017 contra janeiro de 2016, a queda acumulada nos preços no período (-2,23%) foi ligeiramente inferior à verificada na comparação anterior, de dezembro de 2016 contra dezembro de 2015 (-2,26%).

Esse resultado em termos de comparação interanual também não foi homogêneo entre as nove capitais. Apenas Fortaleza mostrou um crescimento entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017 (1,21%), tendo as demais oito capitais pesquisadas pelo IGMI-R/ABECIP apresentado reduções no mesmo período. Dentre essas, apenas São Paulo e Rio de Janeiro tiveram uma aceleração na queda com relação ao verificado no mês anterior. No caso de São Paulo, a queda na comparação entre dezembro de 2015 e dezembro de 2016 foi de -2,39%, acelerando para -2,51% na comparação entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017. No caso do Rio de Janeiro, considerando-se os mesmo dois períodos, a queda passou de -3,85% para -4,40%. Belo Horizonte, Recife, Curitiba, Porto Alegre, Salvador e Goiânia, seguindo o mesmo padrão da média nacional, apresentaram desacelerações nas respectivas quedas de preços nas comparações interanuais.

Um elemento importante de ponderação do resultado em termos de variação mensal é o número de transações utilizadas no cálculo do IGMI-R/ABECIP, tradicionalmente menor no primeiro mês do ano. Este fator soma-se a outros ligados ao atual contexto macroeconômico, impondo alguma volatilidade nos resultados mensais. No entanto, esta volatilidade não invalida a análise de tendência, que no momento aponta para um estancamento do processo de quedas nos preços nominais dos imóveis residenciais. Esta percepção é reforçada pelos fundamentos ligados à expectativa de reversão do ciclo econômico ao longo do primeiro semestre de 2017. Além do processo de queda sustentável nas taxas de juros, merece consideração a melhoria nas condições de financiamento no caso específico do mercado imobiliário. 

IGMI-R Abecip Dezembro

O IGMI-R/ABECIP registrou variação positiva de 0,08% em dezembro de 2016 para a média nacional, após ficar praticamente estável no mês anterior. Esta é a primeira variação mensal positiva desde novembro de 2015, o que caracteriza 2016 como um ano de queda contínua nos valores nominais dos imóveis residenciais, acumulando -2,26 no ano (somando-se à queda de -0,20% já observada no acumulado de 2015).

Este resultado de dezembro sinaliza uma possível reversão da tendência das quedas acumuladas em 12 meses, que havia registrado -2,47 em novembro último. Em linha com o que se espera para os fundamentos da economia brasileira a partir deste início de 2017, esta reversão de tendência pode apontar para um estancamento da queda dos preços nominais dos imóveis, preparando uma eventual estabilização dos valores reais ao longo dos próximos meses.

Do ponto de vista das nove capitais para as quais calcula-se o IGMI-R/ABECIP separadamente, este comportamento não foi homogêneo. A tabela abaixo compara a variação de dezembro de 2016 com a variação acumulada ao longo do ano para as nove capitais. 

Dentre as cidades que apresentaram variações positivas nos valores de seus imóveis residenciais em dezembro de 2016, estão algumas das que apresentaram maiores quedas acumuladas ao longo do ano: São Paulo, Recife, Porto Alegre, Salvador e Curitiba. Belo Horizonte, apesar da pequena variação negativa de dezembro, apresenta uma clara suavização da tendência de queda nos preços de seus imóveis residências observada desde o início da série histórica do IGMI-R/ABECIP em janeiro de 2014. Para estas capitais, estes resultados  indicam potencialmente o final de uma fase de ajustes mais fortes para baixo nos preços nominais.

As cidades onde observou-se quedas mais acentuadas nos valores dos imóveis residenciais em dezembro, notadamente Fortaleza e Goiânia, são justamente as duas únicas entre as nove pesquisadas onde observou-se elevações nos preços dos imóveis residenciais ao longo de 2016, indicando por enquanto um ajuste defasado com relação ao verificado no restante do país.

O caso de ajuste para baixo nos preços nominais dos imóveis residências mais forte é observado no Rio de Janeiro, onde verificou-se em dezembro de 2016 a continuidade da tendência de baixa iniciada em meados de 2014, que prosseguiu ao longo de 2016. No entanto, o ritmo deste ajuste nominal parece arrefecer, na medida em que a variação do acumulado em 12 meses entre novembro de dezembro (-3,75% para -3,85%) representa um ritmo menor do que verificado anteriormente na passagem de outubro para novembro (-3,49% para -3,75%).

A queda nominal nos preços dos imóveis residenciais no Brasil captada pelo IGMI-R/ABECIP ao longo de 2016 representou uma queda ainda maior em termos reais, considerando-se a inflação dos demais preços em geral no período. Este ajuste resulta das condições pouco favoráveis para o mercado imobiliário em geral no contexto da continuidade da recessão iniciada no segundo trimestre de 2014 no país. Na medida em que a estabilização do ambiente político e a reversão dos fundamentos econômicos neste início de 2017 se concretizem, a fase de ajuste de preços mais acentuada no mercado imobiliário pode estar ficando para trás. 

IGMI-R Abecip Novembro

Dentre as 9 capitais avaliadas no IGMI-R Abecip, São Paulo apresentou variação positiva após 11 meses de quedas consecutivas. Recife, Curitiba, Porto Alegre e Salvador também registraram pequenas elevações no mês, enquanto Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Fortaleza e Goiânia tiveram variações negativas na margem.

Faça o dowload dos anexos abaixo.

IGMI-R Abecip Outubro

Confira o IGMI-R ABECIP de nove cidades brasileiras: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Fortaleza, Recife, Curitiba, Porto Alegre, Salvador e Goiânia.

Faça o dowload doa anexos abaixo.

O Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R) apresentou valorização de 1,32% em outubro, superando a alta de 1,01% registrada no mês anterior. Esse desempenho reforça o ritmo de aceleração observado na taxa interanual, que avançou de 12,42% em agosto para 13,05% em setembro, sinalizando um mercado imobiliário residencial em trajetória de forte expansão.

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 Fonte: Elaboração FGV IBRE com dados da ABECIP

Em outubro, o Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R) registrou aceleração em cinco das dez cidades monitoradas. Destaque para as regiões Sudeste e Nordeste, onde se observaram os maiores avanços: São Paulo, com alta passando de 0,88% para 1,50%; Fortaleza, de 1,79% para expressivos 4,87%; e Salvador, que saltou de 1,16% para 7,19%. No entanto, o desempenho geral do índice foi contido pelos recuos significativos em Belo Horizonte (de 1,77% para -1,45%) e Goiânia (de 0,29% para -1,31%), que moderaram o impacto das acelerações positivas.

IGMI-R

Evolução da taxa de variação (%) nos últimos dez meses (janeiro a outubro) desde 2016



O Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R) acumulou alta de 11,55% nos primeiros dez meses de 2024, refletindo o dinamismo e o aquecimento do mercado imobiliário ao longo do ano. Esse movimento foi observado em diversas cidades contempladas pelo índice, abrangendo as principais regiões do país, evidenciando uma aceleração generalizada no setor. Entre os destaques, Belo Horizonte registrou uma expressiva alta acumulada de 22,91%, seguida por Salvador, com 18,63%, e Curitiba, com 16,56%, consolidando-se como polos de forte valorização no período.

Outro termômetro do mercado imobiliário, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), apresentou uma aceleração em sua taxa interanual, passando de 5,48% em setembro para 5,98% em outubro, sinalizando o contínuo aquecimento no setor de construção. Em contrapartida, o Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR) registrou desaceleração em sua taxa interanual, que recuou de 12,29% para 9,32% no mesmo período. Esses dados refletem dinâmicas distintas no mercado, com os custos de construção pressionados, enquanto os aluguéis apresentam arrefecimento, como ilustrado no gráfico a seguir.

 

INCC x IVAR

Evolução da taxa de variação acumulada em 12 meses

O cenário atual confirma o momento favorável para o setor imobiliário. Enquanto os preços dos aluguéis, medidos pelo Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR), registraram desaceleração em outubro, o Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R) apresentou uma trajetória oposta, avançando de 12,42% para 13,05% no mesmo período. Esse movimento reforça a valorização dos imóveis residenciais, destacando o dinamismo e o aquecimento do mercado.

 

IVAR x IGMI-R 

Evolução da taxa de variação acumulada em 12 meses



Esses números destacam um contraste marcante em relação ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Apesar de uma leve aceleração, o IPCA apresenta uma taxa interanual de 4,76% até outubro de 2024, posicionando-se bem abaixo dos índices imobiliários. Esse desempenho revela uma dinâmica inflacionária mais controlada na economia em geral, enquanto o mercado de imóveis residenciais segue registrando valorizações expressivas, refletindo o vigor do setor diante de uma inflação moderada.

IGMI-R x IPCA

Evolução da taxa de variação acumulada em 12 meses

O crescimento real do mercado imobiliário, mesmo em um contexto de inflação ligeiramente acima da faixa de tolerância da meta, evidencia o sólido desempenho do setor. Ao prosperar diante destes desafios macroeconômicos, o setor demonstra sua relevância, impulsionando a atividade econômica em diversas regiões do país.

 

 

Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R)

O Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R) registrou alta de 1,01% em setembro, acelerando em relação à alta de 0,83% observada em agosto. Com esse resultado, a taxa interanual manteve a tendência de alta, passando de 12,27% em agosto para 12,42% em setembro.

 

 

Em setembro, o IGMI-R registrou aceleração em seis das dez cidades analisadas. Em três das quatro regiões do país, pelo menos uma cidade apresentou aumento no índice em comparação a agosto. Apenas no Centro-Oeste, as duas cidades representadas tiveram números inferiores aos do mês anterior. No Sudeste, o destaque foi Belo Horizonte, onde a variação saltou de 0,23% para 1,77%. No Nordeste, Fortaleza registrou o maior avanço, com a taxa de variação subindo de 0,66% para 1,79%. No Sul, Curitiba apresentou a maior aceleração, passando de 0,85% para 3,85%.

A variação acumulada do IGMI-R nos primeiros nove meses de 2024 alcançou 10,10%, a maior para esse período desde 2022, evidenciando o aquecimento do mercado imobiliário ao longo do ano. Esse movimento de alta foi verificado também em diversas cidades que compõem o índice, abrangendo todas as grandes regiões do país, o que aponta para uma aceleração generalizada em várias localidades do território nacional. Entre os destaques, estão Belo Horizonte, com uma alta acumulada de 24,72%, Curitiba com 16,26% e Goiânia com 14,91%.

Outro indicador do mercado imobiliário, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), apresentou uma nova aceleração em sua taxa interanual, que subiu de 5,23% em agosto para 5,48% em setembro. O mesmo ocorrendo com o Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR) cuja taxa interanual passou de 9,97% para 12,29%. Esses dados indicam que o setor de construção continua aquecido, conforme ilustrado no gráfico a seguir.

INCC x IVAR

Evolução da taxa de variação acumulada em 12 meses 

 

Fonte: FGV

O cenário atual reforça o bom momento para o setor imobiliário. Os preços dos aluguéis, medidos pelo Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR), estão acompanhando o movimento do Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R), que avançou 12,42% no mesmo período.

IVAR x IGMI-R

Evolução da taxa de variação acumulada em 12 meses

             Fonte: FGV e ABECIP

 

 Esses números contrastam significativamente com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que, embora tenha registrado uma leve aceleração, ainda se mantém distante dos índices do mercado imobiliário, com uma taxa interanual de 4,42% até setembro de 2024.

IGMI-R x IPCA

Evolução da taxa de variação acumulada em 12 meses

                 Fonte: IBGE e ABECIP

O crescimento real observado no mercado imobiliário, mesmo em um contexto de inflação dentro da faixa de tolerância da meta, reforça o bom desempenho do setor. Esse cenário destaca não apenas a resiliência, mas também a capacidade de adaptação e o dinamismo do mercado imobiliário, que continua a se consolidar como um pilar essencial da economia, capaz de prosperar mesmo diante de desafios macroeconômicos.

Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R)

Resultado de Agosto/2024

O Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R) registrou alta de 0,83% em agosto, desacelerando em relação à alta de 1,06% observada em julho. Com esse resultado, a taxa interanual continuou acelerando, passando de 12,13% em julho para 12,27% em agosto.

 

                Fonte: Elaboração FGV IBRE com dados da ABECIP

O IGMI-R registrou aceleração em cinco das dez cidades analisadas em agosto. Em todas as quatro regiões do país, pelo menos uma cidade apresentou aceleração no IGMI-R de julho para agosto. No Sudeste, a cidade do Rio de Janeiro foi o destaque, com a variação avançando de 0,63% para 0,86%. No Nordeste, Fortaleza foi a única cidade a registrar crescimento, passando de 0,62% para 0,66%. No Sul, Curitiba teve o maior aumento, de 0,67% para 0,85%. Por outro lado, no Centro-Oeste, a cidade de Goiânia apresentou aceleração, com a taxa avançando de 1,73% para 2,32%.

IGMI-R

Evolução da taxa de variação (%) nos últimos sete meses (janeiro a agosto) desde 2016

 

A variação acumulada pelo IGMI-R nos primeiros oito meses de 2024 foi de 9,00%, a maior taxa acumulada para esse período desde 2021, o que destaca o aquecimento do setor imobiliário em 2024. Essa tendência de alta também foi registrada em outras cinco cidades que compõem o índice, abrangendo todas as grandes regiões do país, indicando aceleração generalizada em diversas localidades do território nacional. Entre as cidades com as maiores altas acumuladas, destacam-se Belo Horizonte (22,55%), Goiânia (14,57%) e Curitiba (11,94%). 

Outro indicador do mercado imobiliário, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), apresentou uma nova aceleração em sua taxa interanual, que subiu de 4,67% em julho para 5,23% em agosto. O mesmo ocorrendo com o Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR) cuja taxa interanual passou de 9,90% para 9,97%. Esses dados indicam que o setor de construção continua aquecido, conforme ilustrado no gráfico a seguir. 

 

INCC x IVAR 

Evolução da taxa de variação acumulada em 12 meses

O cenário atual reforça o bom momento para o setor imobiliário. Os preços dos aluguéis, medidos pelo Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR), estão acompanhando o movimento do Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R), que avançou 12,27% no mesmo período.

IVAR x IGMI-R

Evolução da taxa de variação acumulada em 12 meses

 

Esses números contrastam significativamente com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que, embora tenha registrado uma leve aceleração, ainda se mantém distante dos índices do mercado imobiliário, com uma taxa interanual de 4,24% até agosto de 2024.

IGMI-R x IPCA

Evolução da taxa de variação acumulada em 12 meses


A evidência de um crescimento real no preço dos imóveis residenciais, em um período de inflação dentro do intervalo de tolerância da meta de inflação, corrobora o bom momento do setor imobiliário. 

 

Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R)

O Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R) registrou um aumento de 1,06% em julho, acelerando em relação à alta de 0,85% observada em junho. Com esse resultado, a taxa interanual também acelerou, passando de 11,65% em junho para 12,13% em julho.

 

Fonte: Elaboração FGV IBRE com dados da ABECIP

 

O IGMI-R registrou crescimento em cinco das dez cidades analisadas em julho. Em três das quatro regiões do país, pelo menos uma cidade apresentou aceleração no IGMI-R de junho para julho. No Sudeste, São Paulo e Rio de Janeiro se destacaram, com aumentos nas taxas de variação de 0,37% para 1,30% e de 0,17% para 0,63%, respectivamente. No Nordeste, Salvador foi a única cidade a registrar crescimento, passando de 0,22% para 0,91%. No Centro-Oeste, Goiânia teve o maior aumento, de 0,97% para 1,73%. Por outro lado, no Sul, nenhuma cidade apresentou aceleração, com Curitiba reduzindo de 0,80% para 0,67% e Porto Alegre de 1,64% para 1,39%.

A variação acumulada pelo IGMI-R nos primeiros sete meses de 2024 foi de 8,10%, a maior taxa acumulada para esse período desde 2016, o que destaca o aquecimento do setor imobiliário em 2024. Essa tendência de alta também foi registrada em outras seis cidades que compõem o índice, abrangendo todas as grandes regiões do país, indicando uma aceleração generalizada em diversas localidades do território nacional. Entre as cidades com as maiores altas acumuladas, destacam-se Belo Horizonte (22,26%), Goiânia (11,97%) e Salvador (11,00%).

IGMI-R x IPCA

 

 

Evolução da taxa de variação acumulada em 12 meses

Fonte: IBGE e ABECIP

Outro indicador do mercado imobiliário, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), apresentou uma nova aceleração em sua taxa interanual, que subiu de 4,03% em junho para 4,67% em julho. Por outro lado, o Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR) registrou uma leve desaceleração, com a taxa interanual passando de 10,65% para 9,90%. Esses dados indicam que, apesar da moderação no mercado de locação, o setor de construção continua aquecido, conforme ilustrado no gráfico a seguir.

INCC x IVAR

 

Evolução da taxa de variação acumulada em 12 meses

Fonte: FGV e ABECIP

A evidência de um crescimento real no mercado imobiliário, em um período de inflação controlada, corrobora o bom momento do setor. Esse cenário ressalta a resiliência e o dinamismo do mercado imobiliário, afirmando sua importância como um pilar fundamental da economia, capaz de se adaptar e prosperar mesmo em meio a desafios macroeconômicos.

 

Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R)

O Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R) subiu 0,85% em junho, mostrando uma aceleração em comparação a maio, quando havia registrado uma alta de 0,78%. Com este resultado, a taxa interanual continuou a crescer, passando de 11,24% em maio para 11,65% em junho. Esta é a maior taxa interanual registrada desde junho de 2023, quando o índice acumulou um aumento de 12,07%.

IGMI-R x IPCA 

Evolução da taxa de variação acumulada em 12 meses

       Fonte: IBGE e ABECIP

Outros indicadores do mercado imobiliário, como o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) e o Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR), também registraram aceleração. Isso sugere que o mercado imobiliário, tanto no segmento de construção quanto no de locação residencial, continua aquecido, conforme ilustrado no gráfico a seguir.

INCC x IVAR

Evolução da taxa de variação acumulada em 12 meses

         Fonte: FGV

O cenário atual sustenta um bom momento para o setor imobiliário. Os preços dos aluguéis, medidos pelo Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR), acumulam um aumento interanual de 10,65% até junho, apresentando um movimento similar ao Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R), que avançou 11,65% no mesmo período. Ambos os indicadores contrastam com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que, apesar de uma leve aceleração, permanece distante dos índices do mercado imobiliário, registrando alta de 4,23% até junho de 2024, ante 3,93% no mês anterior.

IGMI-R x IVAR

Evolução da taxa de variação acumulada em 12 meses

             Fonte: FGV e ABECIP

A evidência de um crescimento real de preços no mercado imobiliário, em um período de inflação controlada, ressalta o potencial de investimento e a atratividade do setor. Esse cenário destaca a resiliência e o dinamismo do mercado imobiliário como um componente crucial da economia, capaz de se adaptar e prosperar mesmo diante de desafios macroeconômicos.

IGMI-R

Taxas de variação mensal e acumulada em 12 meses

 Fonte: Elaboração FGV IBRE com dados da ABECIP

Em junho, o IGMI-R apresentou crescimento em seis das dez cidades integrantes. Em todas as regiões do país, pelo menos uma cidade registrou aceleração do IGMI-R de maio para junho. No Sudeste, as cidades que registraram crescimento foram São Paulo (de 0,32% para 0,37%) e Belo Horizonte (de 2,86% para 4,12%). No Sul, destacaram-se Curitiba (de 0,64% para 0,80%) e Porto Alegre (de -3,54% para 1,64%). No Nordeste, Fortaleza foi a única cidade a apresentar aumento na taxa de variação (de -0,38% para 0,77%). Por fim, no Centro-Oeste, Brasília (de 1,80% para 1,92%) foi a única cidade onde a taxa do índice avançou em junho.

IGMI-R

Evolução da taxa de variação (%) no semestre (janeiro a junho) desde 2016

 

A variação acumulada pelo IGMI-R nos primeiros seis meses de 2024 foi de 6,96%, sendo a maior taxa acumulada para o mesmo período desde 2020, evidenciando o aquecimento do setor imobiliário em 2024. Essa tendência também foi observada em outras seis cidades que fazem parte do índice, abrangendo todas as grandes regiões do país, o que indica uma aceleração generalizada em diversas cidades em todo o território nacional. Entre as regiões cujas cidades acumulam as maiores altas estão Belo Horizonte (19,15%), Brasília (11,86%) e Curitiba

Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R)

O Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R) subiu 0,78% em maio, mostrando desaceleração em comparação a abril, quando havia registrado alta de 0,96%. Apesar da desaceleração na taxa mensal, a taxa interanual continuou a crescer, passando de 10,83% em abril para 11,24% em maio. Esta é a maior taxa interanual registrada desde julho de 2023, quando o índice acumulara aumento de 11,49%.

IGMI-R x IPCA

Evolução da taxa de variação acumulada em 12 meses

 

Outros indicadores do mercado imobiliário, como o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) e o Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR), também registraram aceleração. Isso indica que o mercado imobiliário, dividido em construção e locação residencial, segue aquecido, conforme ilustrado no gráfico a seguir.

INCC x IVAR

Evolução da taxa de variação acumulada em 12 meses

O cenário atual sustenta um bom momento para o setor imobiliário. Os preços dos aluguéis, medidos pelo Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR), acumulam um aumento interanual de 9,45% até maio, apresentando um movimento similar ao Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R), que avançou 11,24% no mesmo período. Ambos os indicadores contrastam com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que, apesar da tímida aceleração, segue distante dos indicies do mercado imobiliário, registrando alta de 3,93% até maio de 2024, ante 3,69% no mês anterior.

A recuperação observada no início de 2024 vem se confirmando como uma tendência positiva para o setor imobiliário, impulsionada pelos cortes acumulados na taxa Selic até maio de 2024. No entanto, a autoridade monetária ressalta que essa tendência precisará ser reavaliada, diante dos desafios que se acumulam no cenário doméstico e internacional.

A evidência de um crescimento real no mercado imobiliário, em um período de inflação controlada, ressalta o potencial de investimento e a atratividade do setor. Este momento destaca a resiliência e o dinamismo do mercado imobiliário como um componente crucial da economia, capaz de se adaptar e prosperar mesmo diante de desafios macroeconômicos.

IGMI-R

Taxas de variação mensal e acumulada em 12 meses

Fonte: Elaboração FGV IBRE com dados da ABECIP

Em maio, o mercado imobiliário apresentou aceleração dos preços, comparado ao mês anterior, em apenas três das dez cidades integrantes do IGMI-R. As cidades que mostraram essa tendência estão localizadas nas regiões Sudeste e Nordeste. No Sudeste, as cidades que registraram crescimento são: Rio de Janeiro (de 0,11% para 0,40%) e Belo Horizonte (de 1,96% para 2,86%). No Nordeste, apenas Salvador apresentou aumento na taxa de variação, que passou de 0,76% para 3,55%.

IGMI-R

Evolução da taxa de variação (%) no quinquemestre (janeiro a maio) desde 2016

A variação acumulada pelo IGMI-R nos primeiros cinco meses de 2024 foi de 6,06%, sendo a maior taxa acumulada para o mesmo período desde 2020, evidenciando o aquecimento do setor imobiliário em 2024. Essa tendência também foi observada em outras seis cidades que fazem parte do índice, abrangendo todas as grandes regiões do país, o que indica que essa aceleração está sendo verificada em diversas cidades em todo o território nacional. Entre as regiões cujas cidades acumulam as maiores altas estão Belo Horizonte (14,44%), Brasília (9,75%) e Salvador (9,38%).

 

Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R)

O Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R) subiu 0,96% em abril, mostrando desaceleração em comparação a março, quando havia registrado alta de 1,49%. Apesar da desaceleração na taxa mensal, a taxa interanual continuou a crescer, passando de 10,29% em março para 10,83% em abril. Esta é a maior taxa interanual registrada desde julho de 2023, quando o índice acumulava aumento de 11,49%.

Outros indicadores do mercado imobiliário, como o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) e o Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR), também registraram aceleração. Isso indica que o mercado imobiliário, dividido em construção e locação residencial, está aquecido, conforme ilustrado no gráfico a seguir.

INCC x IVAR 

Evolução da taxa de variação acumulada em 12 meses

O cenário atual sustenta um bom momento para o setor imobiliário. Os preços dos aluguéis, medidos pelo Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR), acumulam um aumento interanual de 9,16% até abril, apresentando um movimento similar ao Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R), que avançou 10,83% no mesmo período. Ambos os indicadores contrastam com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que segue em desaceleração, registrando uma alta de 3,69% até abril de 2024, em comparação aos 4,18% de abril de 2023.

A recuperação observada no início de 2024 se confirma como uma tendência positiva para o setor imobiliário, impulsionada pelos cortes acumulados na taxa Selic até maio de 2024. No entanto, a autoridade monetária ressalta que essa tendência precisará ser reavaliada a partir de maio, diante dos desafios que se acumulam no cenário doméstico e internacional.

A evidência de um crescimento real no mercado imobiliário, em um período de inflação controlada, ressalta o potencial de investimento e a atratividade do setor. Este momento destaca a resiliência e o dinamismo do mercado imobiliário como um componente crucial da economia, capaz de se adaptar e prosperar mesmo diante de desafios macroeconômicos.

IGMI-R

Taxas de variação mensal e acumulada em 12 meses 

          Fonte: Elaboração FGV IBRE com dados da ABECIP

Em abril, o preço dos imóveis residenciais apresentou crescimento em apenas quatro das dez cidades integrantes do IGMI-R. As cidades que mostraram essa tendência estão localizadas nas regiões Nordeste e Centro-Oeste. No Nordeste, todas as cidades registraram crescimento mais forte que no mês anterior: Fortaleza (de 0,81% para 1,06%), Recife (de 1,23% para 1,24%) e Salvador (de 0,31% para 0,76%). No Centro-Oeste, apenas Goiânia apresentou um aumento na taxa de variação, que passou de 1,85% para 1,97%.

IGMI-R

Evolução da taxa de variação (%) nos primeiros quadrimestres desde 2016

A variação acumulada pelo IGMI-R nos primeiros quatro meses de 2024 foi de 5,24%, sendo a maior taxa acumulada para o mesmo período desde 2016, evidenciando o aquecimento do setor imobiliário em 2024. Essa tendência também foi observada em outras seis cidades que fazem parte do índice, abrangendo três grandes regiões do país, o que indica que essa aceleração está distribuída por grandes cidades em todo o território nacional. Apenas a região Sul apresentou uma taxa inferior à observada nos últimos anos, um fenômeno que não tem relação com as chuvas que afetaram a região no início de maio, período não considerado nesta edição do IGMI-R. Entre as regiões cujas cidades acumulam as maiores altas estão Belo Horizonte (11,26%), Salvador (8,69%) e Brasília (7,82%). 

Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R)

A análise do Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R) demonstra estabilidade, com uma leve desaceleração nas taxas de crescimento ao passar de 1,53% em fevereiro para 1,49% em março. No entanto, a taxa de variação interanual exibe um incremento significativo, movendo-se de 9,28% em fevereiro para 10,29% em março. Este aumento acumulado reflete ainda uma dinâmica positiva para o mercado imobiliário residencial, apesar das incertezas vinculadas ao desempenho macroeconômico do Brasil e do mundo que estamos vivenciando.

IGMI-R x IPCA

Evolução da taxa de variação acumulada em 12 meses

       Fonte: IBGE e ABECIP

O cenário atual indica mudança na economia para o setor imobiliário. O aumento do IGMI-R/ABECIP, em contraponto à variação moderada do IPCA, aponta para uma recuperação do mercado imobiliário. A virada observada no início de 2024 parece indicar uma tendencia de recuperação para o setor, que pode estar conectada com a queda do IPCA e a consequente expectativa que havia, ao menos até março de 2024, da queda de juros.

A evidência de um crescimento real no mercado imobiliário, em um período caracterizado por uma inflação controlada, ressalta o potencial de investimento e a atratividade do setor.  Este momento destaca a resiliência e o dinamismo do mercado imobiliário como um componente crucial da economia, capaz de se adaptar e prosperar mesmo diante de desafios macroeconômicos.

Em março, o mercado imobiliário apresentou nas dez principais capitais crescimento, sendo que nove das dez cidades as variações superaram os de fevereiro. Destacando-se nesse grupo, Brasília que registrou variação mais significativa, com um salto para 3,08%. Já a maior aceleração da taxa interanual também ocorreu em Brasília, onde a taxa saltou de 7,37% para 10,51%. Ainda sobre a taxa interanual, Salvador foi a única cidade a registrar desaceleração, passando a taxa de 11,72% para 11,09%.

A variação acumulada pelo IGMI-R no primeiro trimestre de 2024 atingiu 4,24%, ultrapassando a taxa trimestral registrada para o mesmo período desde 2016, evidenciando o aquecimento do setor imobiliário em 2024. Essa tendência também foi observada em outras cinco cidades que fazem parte do índice, representando as quatro grandes regiões do Brasil, indicando que essa aceleração está distribuída por grandes cidades em todo o território nacional. Entre essas, as maiores taxas registradas no primeiro trimestre foram em Belo Horizonte com 9,12%, seguida por Curitiba com 7,01%, Brasília com 5,26%, Goiânia com 5,19% e Recife com 4,95%.

Apesar da taxa trimestral estar sujeita a influências sazonais, a aceleração observada em 2024 excede as marcas registradas para o mesmo período nos anos anteriores. Esse dado reforça o aquecimento do setor imobiliário, um fenômeno também evidenciado pela evolução da taxa interanual, uma medida não afetada por efeitos sazonais, demonstrando um aumento contínuo nos últimos meses.

Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R)

A análise do Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R) revela um comportamento ascendente significativo, com incrementos mensais de 1,17% em janeiro e de 1,53% em fevereiro, sinalizando viés de alta. Consequentemente, a taxa de variação acumulada anual observou um avanço, movendo-se de 8,30% em janeiro para 9,28% em fevereiro. Este aumento acumulado reflete a dinâmica positiva do mercado imobiliário residencial, indicando não apenas a recuperação do setor, mas também o potencial para investimentos futuros, dadas as expectativas de valorização contínua dos imóveis residenciais nesse ambiente econômico.

IGMI-R x IPCA

Evolução da taxa de variação acumulada em 12 meses

            Fonte: IBGE e ABECIP

 

O gráfico acima reflete os resultados reais acumulados em 12 meses, apontando para uma evolução do IGMI-R/ABECIP e do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA/IBGE) até fevereiro de 2024.

A análise temporal dos dados indica a existência de três fases distintas na dinâmica dos indicadores examinados. Inicialmente, de janeiro de 2021 a meados de 2022, observa-se uma fase de crescimento simultâneo tanto para o Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial/ABECIP (IGMI-R/ABECIP) quanto para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), com uma escalada mais pronunciada no IGMI-R/ABECIP. Esse fenômeno pode ser interpretado como um reflexo do aumento da demanda por imóveis residenciais. A elevação da taxa Selic, implementada como estratégia para frear a inflação, paradoxalmente, poderia ter reduzido o apelo da compra de imóveis. Contudo, o aumento acentuado no IGMI-R/ABECIP sugere que outros fatores, possivelmente o apelo ao investimento imobiliário como proteção contra a inflação, superaram o possível desincentivo causado pela elevação dos juros. Assim, esse período se caracteriza por uma ascensão simultânea nos preços do setor imobiliário e na taxa inflacionária, indicando uma correlação notável entre o aquecimento do mercado imobiliário e o incremento da inflação.

A partir do segundo semestre de 2022, observa-se uma inflexão significativa nos padrões anteriores: tanto o Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial/ABECIP (IGMI-R/ABECIP) quanto o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) começaram a mostrar sinais de desaceleração concomitante. Essa mudança sugere um processo de ajuste onde o ritmo de crescimento tanto no mercado imobiliário quanto na inflação geral passou por uma moderação. Esse período pode ser interpretado como uma resposta direta às medidas de política econômica adotadas anteriormente, bem como às mudanças nas expectativas do mercado e no comportamento dos consumidores.

A desaceleração quase simultânea desses indicadores reflete uma dinâmica complexa onde fatores como a política monetária, o custo do crédito imobiliário e as expectativas inflacionárias interagem para influenciar tanto o mercado imobiliário quanto a economia em geral. Esse ajuste no ritmo de crescimento indica uma fase de recalibragem na economia, onde os agentes econômicos, incluindo consumidores e investidores, adaptam-se a um novo cenário de expectativas ajustadas, tanto em relação à inflação quanto à valorização imobiliária.

No contexto mais recente, inaugurado em meados de 2023, delineia-se uma divergência notável entre os comportamentos do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e do Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial/ABECIP (IGMI-R/ABECIP). Enquanto o IPCA registra uma variação anual em torno de 4,5%, o IGMI-R/ABECIP exibe taxas anuais de crescimento substancialmente mais altas em torno de 9,28%, indicando um fenômeno de descolamento entre os dois indicadores, apontando para um momento de retomada no crescimento real do mercado imobiliário, em comparação direta com a inflação medida pelo IPCA.

Este cenário sinaliza uma importante inflexão na dinâmica econômica, especialmente para o setor imobiliário. A ascensão do IGMI-R/ABECIP, em contraste com uma variação moderada do IPCA, sugere que o mercado imobiliário está não apenas se recuperando, mas também ganhando força em termos reais. A mudança de tendência observada no início de 2024 reforça a perspectiva de um viés de recuperação para o setor, possivelmente impulsionada por uma combinação de fatores econômicos.

A evidência de um crescimento real no mercado imobiliário, em um período caracterizado por uma inflação controlada, ressalta o potencial de investimento e a atratividade do setor. Além disso, sugere que as medidas de política econômica, possivelmente ajustes na política monetária ou incentivos específicos ao setor imobiliário, podem estar surtindo efeito. Este momento destaca a resiliência e o dinamismo do mercado imobiliário como um componente crucial da economia, capaz de se adaptar e prosperar mesmo diante de desafios macroeconômicos.

IGMI-R

Taxas de variação mensal e acumulada em 12 meses

Jan/24 e fev/24

           Fonte: Elaboração FGV IBRE com dados da ABECIP

Em fevereiro, uma análise detalhada do mercado imobiliário nas dez principais capitais revelou uma dinâmica de crescimento variado em cinco capitais - São Paulo, Belo Horizonte, Recife, Porto Alegre, e Brasília - exibindo aumentos mensais em suas variações de preço que superaram os valores registrados em janeiro. Destacando-se nesse grupo, Belo Horizonte registrou a ascensão mais significativa, com um salto para 5,50%, enquanto Fortaleza observou a menor variação, marcando uma ligeira retração de -0,20%. A performance de Belo Horizonte não apenas sobressaiu pela sua alta expressiva, mas também pela aceleração, onde sua variação mensal avançou de 1,21% para 5,50%, evidenciando um aquecimento particularmente forte no mercado imobiliário local.

Por outro lado, Goiânia apresentou a maior desaceleração entre as capitais analisadas, com sua taxa de crescimento declinando de 2,42% para 0,85%, sugerindo uma moderação no ritmo de aumento dos preços imobiliários na cidade.

Esse panorama de fevereiro reflete a heterogeneidade do mercado imobiliário brasileiro, onde diferentes capitais apresentaram ritmos distintos de ajuste nos preços. Tal diversidade de desempenho pode ser atribuída a uma variedade de fatores locais, incluindo oferta e demanda de imóveis, condições econômicas regionais, e a implementação de políticas públicas específicas ao setor imobiliário.

No que se refere às taxas interanuais, apenas três das dez cidades analisadas: Rio de Janeiro, Fortaleza e Porto Alegre apresentaram desaceleração e não acompanharam a tendência da média nacional.

IGMI-R

Evolução da taxa de variação acumulada em 12 meses

             Fonte: Elaboração FGV/IBRE com dados da ABECIP

 

De acordo com a Sondagem da Construção Civil realizada pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (IBRE-FGV), o setor construtivo enfrenta um horizonte repleto de incertezas que estão atreladas ao desempenho macroeconômico do Brasil nos próximos meses. Essas incertezas refletem as interações entre o setor de construção civil e os mais amplos indicadores econômicos, tais como crescimento do PIB, taxas de juros, e a confiança do consumidor, que coletivamente podem influenciar tanto os investimentos no setor quanto a demanda por novas construções.

Apesar desse cenário de incertezas, a sondagem destaca um elemento positivo: o indicador de demanda prevista para os próximos três meses manteve-se em uma trajetória de crescimento que tem sido observada desde o início do ano. Este indicador é fundamental para entender as expectativas dos empresários do setor e sua disposição para novos investimentos, servindo como um termômetro para a confiança na recuperação e no desenvolvimento futuro do mercado.

A manutenção dessa tendência de crescimento na expectativa de demanda, mesmo diante de um panorama econômico incerto, pode ser interpretada como um sinal de resiliência do setor da construção civil. Tal resiliência é potencialmente impulsionada por fatores como a continuidade de programas habitacionais, investimentos em infraestrutura, e a busca por ativos reais como proteção contra a inflação, que tendem a sustentar a demanda por construção mesmo em períodos de volatilidade econômica.

Assim, embora as incertezas macroeconômicas possam impor desafios, a expectativa positiva para a demanda no setor da construção civil nos próximos três meses reflete um otimismo cauteloso. Este otimismo, por sua vez, é crucial para a tomada de decisão estratégica das empresas do setor, influenciando desde o planejamento de novos projetos até a gestão de recursos, e indica uma percepção de oportunidades de crescimento apesar dos obstáculos econômicos previstos.

 

Sondagem da Construção Civil FGV IBRE

            * No 1º tri/24 contabilizou-se os meses de janeiro e fevereiro de 2024.

            Fonte: FGV IBRE

 

O mesmo levantamento do IBRE-FGV que aborda a Sondagem da Construção Civil também evidencia uma tendência encorajadora no que diz respeito ao indicador "Tendência dos Negócios", que avalia a percepção das empresas sobre a conjuntura dos negócios nos próximos seis meses. Este indicador tem mostrado uma melhoria significativa em suas últimas apurações, refletindo um crescente otimismo entre os empresários do setor. Tal otimismo parece ser embasado, em parte, pelo início de um ciclo de redução nas taxas de juros, assim como pela recuperação observada no mercado de trabalho, dois fatores que conjuntamente apontam para um ambiente propício ao aumento das oportunidades de negócios no segmento da construção civil.

A possibilidade de desaceleração nos preços dos imóveis residenciais nos meses vindouros, caso se concretize, é projetada para ocorrer de maneira mais suave. Isso se deve à continuidade da demanda por imóveis, um fenômeno sustentado não apenas pela melhoria das condições macroeconômicas, mas também pela expectativa de continuidade nos cortes da taxa Selic. A recente decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) em março, que reduziu a taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual, levando-a a 10,75% ao ano, sinaliza um caminho favorável para a renovação do interesse dos consumidores pela compra de imóveis.

Este conjunto de fatores cria um cenário otimista para o setor da construção civil. A redução dos juros, ao diminuir o custo do crédito imobiliário, torna a aquisição de imóveis mais acessível para um maior número de pessoas, impulsionando assim a demanda. Além disso, a melhora no mercado de trabalho contribui para aumentar a confiança dos consumidores, que se sentem mais seguros para realizar investimentos de longo prazo como a compra de um imóvel. Portanto, embora existam incertezas quanto à evolução geral da economia, os indicativos atuais apontam para um horizonte de oportunidades e crescimento para o setor da construção civil, sustentados pela dinâmica positiva dos seus principais drivers econômicos.

Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R)

O Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R) registrou variações positivas de 1,15% em dezembro e de 1,17% em janeiro, demonstrando um viés de estabilidade. Com o resultado, a variação acumulada nos últimos 12 meses passou de 7,97% em dezembro para 8,30% em janeiro.

IGMI-R x IPCA

Evolução da taxa de variação acumulada em 12 meses

 

O gráfico acima reflete os resultados reais acumulados em 12 meses, apontando para uma evolução do IGMI-R/ABECIP e do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA/IBGE) até janeiro de 2024.

Os dados permitem identificar três fases distintas no comportamento recente dos indicadores analisados. Entre o início de 2021 e meados de 2022, tanto o IGMI-R/ABECIP como o IPCA exibiram tendência simultânea de aumento, mais acentuado no caso do IGMI-R/ABECIP. Esse período foi caracterizado por um crescimento sincronizado, destacando-se uma fase de elevação conjunta nos preços do mercado imobiliário e no IPCA.

Nota-se que a partir do segundo semestre de 2022, houve uma mudança de direção, com ambos os indicadores iniciando um processo de desaceleração quase simultâneo, indicando um ajuste no ritmo de crescimento tanto do setor imobiliário quanto da inflação geral.

No cenário atual, iniciado em meados de 2023o IPCA apresenta uma variação anual em torno de 4,5%, enquanto o IGMI-R/ABECIP variações anuais mais elevadas. Ou seja, começa a haver um descolamento nas trajetórias dos dois indicadores: o IGMI-R/ABECIP retoma a trajetória de crescimento real, quando comparado ao IPCA. A mudança de tendência observada no início de 2024 sugere um viés de recuperação no mercado imobiliário.

Em janeiro, sete das dez capitais analisadas - São Paulo, Belo Horizonte, Fortaleza, Recife, Curitiba, Porto Alegre e Brasília - registraram variações mensais superiores às observadas em dezembro. Goiânia apresentou a maior alta, com 2,42%, enquanto o Rio de Janeiro teve a menor variação de 0,13%. Recife destacou-se pela maior aceleração, saindo de -0,15% para 1,65%. Em contraste, Porto Alegre registrou a maior desaceleração, com a variação do índice de -0,81% para 0,37%.

No que se refere às taxas interanuais, Rio de Janeiro, Fortaleza e Porto Alegre divergiram da tendência nacional, apresentando reduções nas suas variações anuais para 7,96%, 5,90% e 5,03%, respectivamente.

A região Sudeste, que inclui São Paulo, Rio de Janeiro (RJ) e Belo Horizonte (BH), mostrou um aumento nas taxas mensais e interanuais em São Paulo e Belo Horizonte. Em contraste, o Rio de Janeiro apresentou desaceleração tanto nas taxas mensais quanto interanuais.

Na região Nordeste, representada por Recife, Salvador e Fortaleza, houve uma aceleração nas taxas mensais de Recife e Fortaleza, embora Fortaleza tenha experimentado um pequeno recuo na taxa interanual.

No Sul, em Curitiba e Porto Alegre houve aceleração na taxa mensal, mas Curitiba também mostrou avanço na taxa interanual.

Por fim, na região Centro-Oeste, apenas a taxa mensal de Brasília mostrou aceleração, mas as taxas interanuais aumentaram tanto em Brasília como em Goiânia.

IGMI-R

Evolução da taxa de variação acumulada em 12 meses

Conforme apontado na Sondagem da Construção Civil realizada pelo IBRE-FGV, as perspectivas para o setor permanecem marcadas por incertezas relacionadas ao desempenho geral da economia brasileira nos próximos meses. Apesar dessas incertezas, o indicador de demanda prevista para os próximos três meses conseguiu sustentar a tendência de crescimento notada desde o começo do ano, conforme ilustrado no gráfico abaixo.

Sondagem da Construção Civil FGV IBRE

Setor de Edificações Residenciais 

* No 1º tri/24 apenas está sendo contabilizado o mês de jan/24.

Fonte: FGV IBRE

Além disso, o mesmo gráfico revela que o indicador 'Tendência dos Negócios' – que mede a percepção da situação geral dos negócios para as empresas nos próximos seis meses – registrou uma melhoria significativa no último levantamento. Esta perspectiva otimista, conjugada com o início de um ciclo de redução nas taxas de juros e com a melhora observada no mercado de trabalho, pode sinalizar um aumento nas oportunidades de negócios para o segmento da construção civil. 

Neste contexto, espera-se que a tendência de desaceleração dos preços dos imóveis residenciais nos próximos meses, se ocorrer, deverá ser mais gradual, pois persiste o aumento na demanda por imóveis. O crescimento será sustentado pela expectativa de prosseguimento nos cortes da taxa básica de juros, o que gradualmente renova o interesse dos consumidores na aquisição de imóveis.

Após variar 0,19% em novembro, o IGMI-R/ABECIP acelerou para 1,15% em dezembro. Com esse resultado, a variação acumulada em 12 meses ficou praticamente estável, passando de 7,86% para 7,97%.  Nas variações percentuais anuais, houve uma forte desaceleração na passagem de 2022 para 2023: 15,06% para 7,97%. Essa desaceleração no resultado nacional também foi verificada nas dez capitais analisadas, em intensidades não idênticas, mas sempre mostrando a mesma direção. A tabela abaixo permite a visualização desses resultados.

A queda na variação anual nos preços nominais dos imóveis residenciais entre 2022 e 2023 não representou uma perda de seus valores reais médios, tomando como base de comparação o IPCA/IBGE, que variou 4,6% em 2023, abaixo dos 7,97% registrados pelo IGMI-R/ABECIP. O gráfico abaixo mostra a evolução dessa comparação desde 2015.

Após o período de quedas entre 2015 e 2017, os preços dos imóveis residenciais no Brasil iniciaram um ciclo de recuperação que se intensificou entre 2019 e 2021, seguindo uma tendência de desaceleração junto com a do IPCA a partir de 2022. Sob uma perspectiva de prazo mais longo, enquanto o IPCA acumula um aumento de 66,84% entre os finais de 2014 e 2023, o IGMI-R/ABECIP ainda fica um pouco abaixo (61,80%), mostrando que as variações reais nos preços dos imóveis no período mais recente estão na direção de uma recomposição cíclica em relação aos preços de um conjunto amplo de bens de consumo, tais como mensurados pelo IPCA.

Em novembro, o IGMI-R/ABECIP manteve a trajetória de desaceleração no resultado acumulado em 12 meses, passando de 9,23% em outubro para 7,86%, após a variação mensal entre os dois períodos passar de 0,75% para 0.19%.

Entre as dez capitais analisadas, as exceções em termos das comparações entre as variações mensais de outubro e novembro, foram Curitiba e Brasília, as únicas duas apresentando aceleração entre os dois períodos. Esse resultado, no entanto, não foi suficiente para que essas duas capitais deixassem de registrar quedas nas variações acumuladas em 12 meses, a exemplo de todas as demais. Fortaleza, que já havia registrado variação mensal negativa em outubro, teve novamente variação negativa em novembro, apesar do resultado ficar próximo da estabilidade.

Na perspectiva dos resultados acumulados em 12 meses em termos reais, o gráfico abaixo mostra as evoluções do IGMI-R/ABECIP e do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA/IBGE), incorporando os últimos resultados de novembro.

Pode-se notar três momentos no passado recente. A partir de 2021, os dois indicadores possuem tendência conjunta de elevação, sendo a aceleração do IGMI-R/ABECIP superior à do IPCA. A partir de meados de 2022 a tendência passa a ser de desaceleração, praticamente de forma contemporânea entre os dois. O momento atual, iniciado em meados de 2023, apresenta o IPCA convergindo para uma variação anual em torno de 4%, ao passo que o IGMI-R/ABECIP ainda registra variações superiores em nível, mas em contínua desaceleração. Em resumo, os preços dos imóveis residenciais ainda registram ganhos em termos reais nesse final de 2023 (tomando o IPCA/IBGE como base de comparação), mas esses ganhos vêm decrescendo nos últimos meses.

 

Essa desaceleração nas variações reais dos preços dos imóveis residenciais envolve um ajuste nesse mercado, na medida em que desde o final de 2019 os preços nominais cresceram em ritmo superior ao dos índices de preços ao Consumidor. Adicionalmente, apesar da resiliência observada no mercado de trabalho nos últimos meses de 2023, a desaceleração do nível de atividades em geral diminui o espaço para uma trajetória de variações mais expressivas nos preços reais dos imóveis residenciais.

Dentro desse contexto, na última leitura da Sondagem da Construção Civil (IBRE-FGV), os empresários do setor antecipam uma nova desaceleração na Demanda Prevista para os próximos 3 meses, como pode ser visto no gráfico abaixo.

Porém, ainda no gráfico acima podemos ver que, nessa mesma pesquisa, os empresários antecipam alguma melhora na Tendência dos Negócios para os próximos 6 meses. Essa melhora é modesta, face a incertezas que perduram sobre o quadro macroeconômico, mas as condições de crédito imobiliário devem ser positivamente impactadas pelo ciclo de queda nas taxas de juros, fator que provavelmente deve resultar na manutenção da valorização real dos imóveis residenciais, ainda que em patamares inferiores aos registrados desde 2021.

O IGMI-R/ABECIP desacelerou em outubro, registrando avanço de 0,75% após variar 0,88% em setembro. O resultado acumulado em 12 meses manteve a trajetória de desaceleração iniciada nos últimos meses variando 9,23%, o primeiro resultado abaixo de dois dígitos desde junho de 2021.

Na direção contrária da média nacional, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Goiânia foram as únicas entre as dez capitais analisadas onde houve aceleração das variações mensais entre setembro e outubro, porém esse resultado não impediu que, juntamente com todas as outras, ocorresse desaceleração na perspectiva das variações acumuladas em 12 meses.

Essa desaceleração do IGMI-R/ABECIP na perspectiva dos resultados acumulados em 12 meses contrasta com a tendência de aceleração do Índice de Preços ao Consumidor Ampliado (IPCA-IBGE) a partir do início do segundo semestre do ano, implicando na desaceleração das variações reais dos preços dos imóveis residenciais no Brasil durante o período, como pode ser visto no gráfico abaixo.

Ainda na perspectiva dos resultados acumulados em 12 meses, na medida em que as expectativas relativas ao IPCA até o final de 2023 estejam próximas do patamar de outubro, se mantida a tendência de desaceleração nos valores nominais dos imóveis residenciais até o final do ano, o mesmo deve ocorrer em termos das variações dos seus preços reais.

Essa tendência vai ao encontro de indicadores recentes que apontam para uma desaceleração no nível geral de atividade da economia brasileira, assim como à opinião dos empresários consultados pela Sondagem da Construção Civil (IBRE-FGV). Como pode ser visto no gráfico abaixo, os quesitos Demanda Prevista e Evolução Recente da Atividade do setor, após superarem o patamar neutro de 100 pontos no último mês, voltaram a cair abaixo dele na última leitura dos resultados da Sondagem.

Esse conjunto de indicadores reforça a tendência de continuidade de variações positivas dos preços nominais e reais dos imóveis residenciais nos próximos meses, porém em desaceleração.

O IGMI-R/ABECIP teve uma elevação de 0,88% em setembro, superando a do mês anterior (0,70%), mas registrou novamente uma desaceleração no resultado acumulado em 12 meses, passando de 10,81% em agosto para 10,28% nessa última leitura.

Seis entre as dez capitais analisadas (São Paulo, Recife, Curitiba, Porto Alegre, Salvador e Bahia) apresentaram variações mensais em setembro superiores às verificadas em agosto, porém todas reproduziram o resultado da média nacional sob a perspectiva das variações acumuladas em doze meses, desacelerando em relação aos resultados de agosto.

Em termos da comparação das variações das médias dos primeiros três trimestres do ano em relação às médias dos respectivos trimestres imediatamente anteriores, o resultado nacional mostrou uma queda entre o primeiro e segundo trimestres (1,48% no segundo trimestre contra 2,66% no primeiro trimestre), mas uma elevação no terceiro trimestre (1,86%) em relação ao resultado do segundo trimestre.

A análise desses resultados revela uma tendência de convergência nas variações dos preços dos imóveis residenciais entre as dez capitais. Porto Alegre, por exemplo, apresentou o maior crescimento entre todas as capitais no primeiro trimestre (3,81%), porém o menor no terceiro trimestre (0,88%). No outro extremo Curitiba, onde foi observado o segundo menor crescimento entre as capitais no primeiro trimestre (1,90%), registrou a maior elevação entre todas no terceiro trimestre (2,55%). Essa convergência aparece na perspectiva das elevações acumuladas em doze meses, onde as dez capitais mostram resultados em torno de 10%, sendo o menor em Belo Horizonte (9,03%), e o maior em Porto Alegre (11,21%). Esses padrões de desaceleração e convergência entre as capitais na perspectiva das variações acumuladas em doze meses podem ser visualizados no gráfico abaixo.

As perspectivas do setor na opinião dos empresários consultados pela Sondagem da Construção Civil (IBRE-FGV) ainda refletem incertezas acerca do nível de atividades em geral da economia brasileira nos próximos meses. Por um lado, o quesito demanda prevista para os próximos três meses manteve na última leitura a tendência de crescimento observada desde o início do ano, como pode ser visto no gráfico abaixo.

 

Por outro lado, podemos observar no mesmo gráfico que o quesito Tendência dos Negócios, que avalia a percepção de situação geral dos negócios para as empresas nos próximos seis meses, mostrou piora significativa no último resultado. Essa expectativa, a despeito do início de um ciclo de queda nas taxas de juros e da resiliência do mercado de trabalho, pode refletir alguns indicadores recentes de desaceleração no nível de atividades em geral, como a queda na arrecadação de tributos e o desempenho do setor de serviços.

Nesse contexto, a tendência dos preços dos imóveis residenciais nos próximos meses parece de continuidade da desaceleração dos resultados tanto em termos nominais quanto reais, caracterizando uma acomodação após o ciclo de elevação entre meados de 2021 e 2022.

Apesar da variação do IGMI-R/ABECIP em agosto (0,70%) ter superado levemente a do mês anterior (0,63%), a trajetória das variações acumuladas do indicador continuou desacelerando pelo sétimo mês consecutivo, passando de 11,49% em julho para 10,81% em agosto.

Essa desaceleração nas variações acumuladas em doze meses foi registrada em todas as dez capitais analisadas, a despeito de São Paulo, Belo Horizonte, Fortaleza e Recife apresentarem variações superiores às do mês anterior, na perspectiva das respectivas variações mensais.

Ao contrário do observado desde o início de 2023, a desaceleração da variação acumulada em 12 meses nos preços dos imóveis residenciais no Brasil não foi acompanhada em julho e agosto por um comportamento equivalente no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA/IBGE), como pode ser visto no gráfico abaixo.

Na medida em que as expectativas de mercado em relação ao IPCA até o final de 2023 apontem para valores próximos ou um pouco acima da variação acumulada em 12 meses registrada em agosto, a tendência de desaceleração do IGMI-R/ABECIP, se confirmada nos próximos meses, implica uma redução nas variações acumuladas em termos reais dos imóveis residenciais até o final desse ano.

Mesmo que essa redução se concretize, a maior probabilidade é que ela não seja substancial. O sentimento dos empresários do setor de construção civil residencial captado pela Sondagem da Construção do IBRE/FGV fornece uma visão favorável sobre o comportamento do mercado nos próximos meses. O quesito Demanda Prevista para os próximos meses mantém a trajetória de elevação desde o início do ano, ainda que com oscilações, a exemplo da queda na variação mensal da última leitura, como mostrado no gráfico abaixo.

Por sua vez, a resiliência do nível de atividades e do mercado de trabalho, juntamente com o início do ciclo de queda nas taxas de juros impactam positivamente o quesito Tendência Geral dos Negócios para os próximos 3 meses.

A exemplo do resultado do mês anterior, a variação do IGMI-R/ABECIP em julho acelerou na perspectiva mensal, passando de 0,48% em julho para 0,63% em julho, mas desacelerou sob a ótica da variação acumulada em 12 meses, passando de 12,07% em junho para 11,49% em julho.

Na abertura regional, essa desaceleração na variação acumulada em 12 meses foi novamente registrada em praticamente todas as dez capitais consideradas, excetuando o Rio de Janeiro onde o resultado de julho (10,94%) foi praticamente inalterado em relação ao de junho (10,92%).

Por sua vez, Belo Horizonte mostrou a maior desaceleração no resultado em 12 meses, passando de 10,54% em junho para 9,76% em julho. Esse resultado colocou Belo Horizonte no ponto mais abaixo da média nacional, enquanto Porto Alegre, mesmo com a desaceleração nos resultados mensal e acumulado em 12 meses, permaneceu como o resultado mais elevado (13,17%) em relação à média nacional.

Essas diferenças regionais, no entanto, não impactaram a tendência de convergência entre as capitais analisados, interrompida a partir de 2020 e retomada a partir de 2022, como mostra o gráfico abaixo.

As perspectivas para a evolução dos preços dos imóveis residenciais no Brasil, apesar da desaceleração nos resultados nominais, ainda implicam na manutenção dos ganhos em termos reais, na medida em que os índices de preços mantêm uma trajetória de desaceleração ainda mais intensa.

 

Nesse início de segundo semestre, o sentimento dos empresários do setor de construção civil residencial ainda não apresenta tendência clara. No gráfico abaixo, as últimas observações dos itens Evolução Recente da Atividade e Tendência dos Negócios voltaram a oscilar negativamente, na esteira de diferentes indicadores de nível de atividade econômico que apontam para uma desaceleração nesse início de semestre.

Por outro lado, a evolução recente dos quesitos Demanda Prevista e Facilidade de Acesso ao Crédito pelas empresas do setor sugere que o efeito do início do ciclo de relaxamento da política monetária impacta positivamente as expectativas dos empresários do setor, como mostra o gráfico abaixo.

 

A evolução dos preços reais dos imóveis residências nos próximos meses ainda não possui uma tendência clara, na medida em que continua condicionada a outros fundamentos que impactam o mercado de trabalho e crédito, em particular à implementação das reformas estruturais no lado fiscal da economia brasileira. 

Apesar da variação do IGMI-R/ABECIP em junho (0,48%) ter sido superior à do mês anterior (0,41%), o índice manteve sua trajetória de desaceleração sob a perspectiva da variação acumulada em 12 meses, passando de 12,98% em maio para 12,07% em junho.  

Essa desaceleração na variação acumulada em 12 meses foi registrada em todas as dez capitais consideradas, destacando-se a continuidade da convergência dos resultados regionais para a média nacional sob essa perspectiva. Analisando as variações das médias de cada primeiro semestre sobre as médias dos respectivos segundos semestres nos últimos três anos, vemos que essa convergência envolveu uma evolução diferenciada entre as capitais.

Enquanto São Paulo apresentou um patamar relativamente elevado em relação à média nacional no primeiro semestre de 2021, seus resultados desaceleraram nos dois anos seguintes, ficando mais próximos à média nacional. No outro extremo, Fortaleza, Recife e Porto Alegre saíram de patamares inferiores ao da média nacional em 2021, mas tiveram aceleração nas respectivas comparações semestrais em 2022 e 2023. Já Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Salvador, Goiânia e Brasília seguiram o movimento do resultado agregado, acelerando entre 2021 e 2022, e desacelerando entre 2022 e 2023, sempre na perspectiva das variações das médias do primeiro semestre sobre as médias dos semestres anteriores.

Em termos de variações reais dos preços dos imóveis residenciais no Brasil, os resultados desse primeiro semestre de 2023 contrastam com a desaceleração das variações nominais, na medida em que os principais índices de preços mantêm uma tendência clara de desaceleração no período, que por sua vez alimentam a expectativa do início de um ciclo de política monetária menos restritiva a partir do segundo semestre.

A combinação dessa expectativa com o programa de incentivos a habitações populares impacta favoravelmente a percepção de demanda prevista para os próximos 3 meses por parte dos empresários do setor de edificações residenciais, como apontam os últimos resultados da Sondagem da Construção Civil do IBRE/FGV.

Por sua vez, o quesito Tendência dos Negócios para os próximos 6 meses, captado pelo mesma Sondagem, ainda não apresenta a mesma tendência, apesar da oscilação positiva na última leitura. Esse desempenho reflete os desafios da economia brasileira que, apesar de resultados surpreendendo para o lado positivo nos últimos meses, vem apresentando sinais de desaceleração em alguns indicadores de nível de atividade nesse início de segundo semestre. No entanto, os efeitos das expectativas em relação à já mencionada mudança de rumo da política monetária e à aprovação de importantes reformas estruturais para a economia brasileira têm o potencial de impactar o nível de atividades nos próximos meses, e com ele o mercado de trabalho e a evolução dos preços dos imóveis residenciais.  

O IGMI-R/ABECIP manteve sua trajetória de desaceleração em maio, variando 0,41% ante os 0,46% registrados no mês anterior. Na perspectiva da variação acumulada em 12 meses, o resultado de maio (12,98%) também marcou uma desaceleração em relação ao observado em abril (13,58%).

A variação mensal ao longo das capitais inverteu alguns dos resultados observados no mês anterior: São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza e Porto Alegre, que haviam registrado desacelerações entre março e abril, apresentaram em maio resultados mais elevados em relação a abril. Por sua vez, Belo Horizonte, Recife, Curitiba, Salvador, Goiânia, que mostraram em abril variações superiores às de março, tiveram variações positivas, mas em desaceleração comparando maio e abril. Já Brasília e Fortaleza mantiveram suas trajetórias de aceleração nos preços de seus imóveis residenciais. Sob a perspectiva das variações acumuladas em 12 meses, apenas Recife apresentou em maio resultado acima do mês anterior.

A tendência de desaceleração nas variações nominais dos preços dos imóveis residenciais continua acompanhada de uma tendência de desaceleração dos índices de preços ao consumidor, e de deflação nos principais índices de preços no atacado, resultando na continuidade da valorização real dos imóveis residenciais. O gráfico abaixo compara as evoluções das variações acumuladas em 12 meses do IGMI-R/ABECIP e do IPCA/IBGE.

A persistência de alguns desafios, principalmente ligados à dinâmica intertemporal das contas públicas, ainda impactam as expectativas dos empresários do setor de edificações residenciais. Os quesitos Tendência dos Negócios para os próximos 6 meses, e Demanda Prevista, captados pela Sondagem da Construção Civil do IBRE/FGV, após variarem positivamente em abril caíram em maio, mantendo o padrão de oscilação em torno de uma tendência sem direção definida nos últimos meses, como pode ser visto no gráfico abaixo.

 

Em contrapartida, o contexto de surpresas positivas nos indicadores de atividade econômica e mercado de trabalho, a perspectiva do início de um ciclo de política monetária menos restritiva ao longo do segundo semestre, e os incentivos para habitações populares, devem colaborar para alavancar a demanda de edificações residenciais ao longo dos próximos meses.

A variação de 0,46% do IMGI-R/ABECIP em abril marcou o sexto mês consecutivo de desaceleração do indicador, cuja variação acumulada em 12 meses por sua parte desacelerou pelo quinto mês seguido, passando de 14,27% em março para 13,58% em abril.

Esse resultado agregado não foi homogêneo entre as dez capitais analisadas: enquanto São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza e Porto Alegre mostraram desacelerações nos preços de seus imóveis residenciais, Belo Horizonte, Recife, Curitiba, Salvador, Goiânia e Brasília tiveram em abril variações nesses preços acima das registradas em março. No entanto, na perspectiva da variação acumulada em 12 meses apenas Recife mostrou aceleração entre abril e maio.

O gráfico abaixo mostra a evolução das variações acumuladas em 12 meses, o que permite verificar que a dispersão entre os resultados regionais iniciada em 2020 foi revertida ao longo dos últimos meses, em uma convergência na direção de resultados entre cerca de 11% em 14% na última leitura.

Deve-se notar que na medida em que diferentes índices de preços, tanto ao consumidor quanto no atacado e de insumos de produção, vêm registrando tendência de desaceleração nos últimos meses, essa desaceleração dos preços nominais dos imóveis residenciais ainda não implica desvalorização em termos reais. Resultados recentes apontando para resiliência do nível de atividades da economia brasileira nesses primeiros meses de 2023, assim como do mercado de trabalho, vão ao encontro à manutenção do ritmo dos valores reais dos imóveis residenciais nos últimos meses.

Nesse contexto, a avaliação dos empresários do setor de acordo com a Sondagem da Construção Civil do IBRE/FGV, em relação aos quesitos Tendência dos Negócios para os próximos 6 meses, e Demanda Prevista, oscilou positivamente no último mês. O gráfico abaixo permite ponderar essa oscilação positiva na margem por dois elementos importantes, a volatilidade dos últimos resultados e o nível dos indicadores na série histórica:

A volatilidade mencionada acima ainda não permite caracterizar os últimos resultados como parte de uma tendência de recuperação robusta, a partir de um nível dos indicadores que ainda não recuperou o pico registrado antes do início da pandemia em 2020.

Ao longo dos próximos meses, a evolução dos preços dos imóveis residenciais no Brasil deverá continuar condicionada às definições de estratégias de ajuste fiscal e seus efeitos sobre as condições de financiamento em geral.

O IGMI-R/ABECIP desacelerou pelo quinto mês seguido em março, registrando variação de 0,57% (após variar 0,61% em fevereiro). A variação acumulada em 12 meses do índice foi de 14,27%, também mostrando ligeiro arrefecimento quando contrastada com o resultado de fevereiro (14,82%).

Com esse resultado, na perspectiva das variações dos trimestres sobre os trimestres imediatamente anteriores, os preços nominais dos imóveis residenciais nos primeiros três meses de 2023 apresentaram desaceleração em relação ao último trimestre de 2022, tanto para média nacional quanto das dez capitais analisadas pelo IGMI-R/ABECIP. 

Quando consideradas as variações acumuladas em 12 meses, os resultados de oito das dez capitais analisadas mostraram desaceleração, ficando as exceções por conta de Recife e Porto Alegre, sendo que essa última se destaca por apresentar nessa mesma perspectiva um resultado acima da média nacional em março. O gráfico acima mostra que esse desempenho de Porto Alegre foi impulsionado pelas variações nos dois últimos trimestres, onde foram registradas nessa capital elevações acima das de todas as demais.

Essas desacelerações nos preços nominais dos imóveis residenciais não implicam desaceleração dos valores reais em magnitudes semelhantes, na medida em que os diferentes índices de preços na economia brasileira também registram quedas nos resultados acumulados ao longo dos últimos meses. De qualquer forma, a avaliação dos empresários do setor refletida na Sondagem da Construção Civil do IBRE/FGV parece consistente com a continuidade dessa desaceleração. Os primeiros meses de 2023 caracterizam tendências decrescentes para os quesitos Evolução Recente da Atividade nos últimos 3 meses, e Tendência dos Negócios para os próximos 6 meses, como pode ser visto no gráfico abaixo.

Essa tendência aparenta ser corroborada pela avaliação do quesito Demanda Prevista para os próximos 3 meses, que como mostra o gráfico abaixo vem apresentando considerável volatilidade a partir do quarto trimestre de 2022, com variação negativa na última leitura (março de 2023).

 

Ainda que a divulgação da estratégia de ajuste fiscal intertemporal do atual governo tenha reduzido as incertezas de curto prazo, detalhes de sua implementação, e seus efeitos sobre a dinâmica da política monetária permanecem aspectos fundamentais para as perspectivas do nível de atividades e renda dos trabalhadores nos próximos meses. Nesse cenário, a evolução dos preços reais dos imóveis residenciais no Brasil ao longo desse ano ainda não apresenta uma tendência clara. 

Fotos

 

Em fevereiro o IGMI-R/ABECIP registrou o quarto mês consecutivo de desaceleração, variando 0,61% (ante 0,86% no mês anterior). O resultado acumulado em 12 meses também apresentou desaceleração, chegando a 14,82% (tendo registrado 15,06% em janeiro). Sete entre as dez capitais analisadas também mostraram desaceleração em seus respectivos resultados acumulados em 12 meses, enquanto as elevações observadas em Fortaleza, Recife e Porto Alegre aproximaram os resultados dessas capitais da média nacional, sempre na perspectiva das variações acumuladas em 12 meses. 

 

Apesar da desaceleração da média nacional, tanto na perspectiva da variação mensal quanto na do acumulado em 12 meses, a desaceleração mais que proporcional do IPCA/IBGE implica em elevações reais dos preços dos imóveis residenciais no período, como mostra o gráfico abaixo.

Nesse gráfico também podemos ver a tendência de convergência dos resultados acumulados em 12 meses entre as capitais, sendo que todas apresentam resultados acima do IPCA/IBGE a partir do último trimestre de 2022.

Enquanto as expectativas para o IPCA nos próximos meses são de uma ligeira elevação em relação ao patamar atual, as variações nominais dos preços dos imóveis residenciais dependem de um conjunto de incertezas ligadas à condução da política econômica e ao nível de atividades no período. A relação entre um novo arcabouço fiscal e a política monetária será um fator fundamental nesse sentido, em função de seu impacto sobre o custo de financiamento dos imóveis. Por sua vez, o anúncio da reedição de programas de incentivo à aquisição de habitações populares parece ter influenciado positivamente a expectativa dos empresários do setor de construção civil em relação à Demanda Esperada, como mostram os resultados mais recentes da Sondagem do setor realizada pelo IBRE/FGV, como pode ser visto no gráfico abaixo.

No entanto, esse resultado na margem ainda não configura uma tendência clara de recuperação efetiva, sendo que outros dois quesitos da Sondagem, a Tendência dos Negócios para os próximos seis meses e a Evolução Recente da Atividade, caminham no sentido contrário, como mostra o gráfico abaixo.

Em resumo, as perspectivas para a evolução dos preços dos imóveis residenciais ao longo do ano estão dentro do contexto de incertezas ligado às definições de aspectos fundamentais das políticas fiscal e monetária, que condicionarão as trajetórias do nível de atividades e das condições do mercado de trabalho

A variação mensal do IGMI-R/ABECIP voltou a desacelerar no primeiro mês de 2023, registrando 0,86% (ante 1,05% no mês anterior), enquanto o resultado acumulado em 12 meses ficou idêntico ao de dezembro de 2023 (15,06%). Entre as dez capitais analisadas pelo índice, São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e Belo Horizonte apresentaram resultados muito próximos aos registrados no mês anterior, tanto em termos da variação mensal quanto da acumulada em 12 meses. 

Entre as demais capitais analisadas, Fortaleza, Porto Alegre e Goiânia tiveram avanços na variação acumulada em 12 meses, aproximando seus respectivos resultados da média nacional, enquanto Brasília e Salvador registraram desacelerações. Apesar do resultado mais distante da média nacional (ainda em termos da variação acumulada em 12 meses), Fortaleza continua convergindo para ela, ainda que lentamente. 

As incertezas do mercado, decorrentes da definição do novo arcabouço fiscal e seus impactos sobre a política monetária são refletidas nas expectativas dos empresários do setor de Construção Civil, como captadas pelos últimos resultados da Sondagem do setor realizada pelo IBRE/FGV. Como pode ser visto no gráfico abaixo, apesar da evolução positiva do Índice da Situação Atual, o Índice de Expectativas Futuras sofreu nova queda em janeiro.

Enquanto o Índice da Situação Atual ainda reflete um bom momento das vendas do setor, o Índice de Expectativas sofre a influência da percepção de uma queda acentuada na demanda prevista, como mostra o gráfico abaixo. 

Esse resultado reflete a expectativa de uma desaceleração no nível de atividades e seus efeitos no mercado de trabalho ao longo de 2023. No entanto, uma avaliação robusta desses efeitos sobre a evolução dos preços dos imóveis residenciais ao longo do ano ainda depende da definição de alguns fatores fundamentais, com destaque para o equacionamento do desequilíbrio fiscal e seus efeitos sobre as condições de financiamento em geral do lado interno, e dos efeitos da inflação nas principais economias mundiais do lado externo. 

 

 

Após variar 1,46% em novembro, o IGMI-R/ABECIP desacelerou para 1,05% em dezembro, levando a variação acumulado em 12 meses a desacelerar ligeiramente, de 15,28% para 15,06%. Todas as dez capitais analisadas pelo índice tiveram variações percentuais acumuladas acima de dois dígitos em 2022, aproximando seus resultados da média nacional. No exemplo de Recife, que registrou um aumento de 6,70% em 2021 contra a média nacional de 16,25%, a variação em 2022 foi de 10,26%, bem mais próxima da média nacional no ano.

 

Apesar da desaceleração do resultado em termos nominais acumulado em 12 meses entre novembro e dezembro de 2022, a variação dos preços dos imóveis residenciais em termos reais em 2022 foi significativa, considerando como base de comparação a evolução do Índice de Preços ao Consumidor Ampliado (IPCA/IBGE) no ano (5,79%). Como pode ser visto no gráfico abaixo, esse foi o terceiro ano consecutivo em que a variação anual do IGMI-R/ABECIP superou a do IPCA desde o início de sua série histórica em 2014 para a média nacional, e o primeiro ano em que todas as dez capitais tiveram variações superiores ao IPCA.

O desempenho dos preços dos imóveis residenciais em 2022 reflete o aquecimento do mercado, que registrou ao longo do ano aumentos nos números de novos lançamentos e financiamentos nas principais capitais do país. As melhoras nas condições do mercado de trabalho tanto em termos de emprego quanto de renda, colaboraram para esse aquecimento, ao mesmo tempo em que os aumentos das taxas básicas de juros ao longo do ano não foram acompanhados na mesma intensidade pelas taxas para financiamentos imobiliários.

Alguns indicadores do nível de atividade na economia brasileira apontam para uma desaceleração no final de 2022, o que é refletido no sentimento dos empresários do setor da construção civil captado pela Sondagem da Construção do IBRE/FGV. Em dezembro de 2022, tanto a percepção da Evolução Recente da Atividade quanto a da Tendência de Negócios para os próximos seis meses apresentaram reduções, como pode ser visto no gráfico abaixo.

Esses sentimentos incorporam uma incerteza geral em relação ao desempenho da economia, no contexto de como a nova administração federal irá lidar com os desafios relacionados ao equacionamento do desequilíbrio fiscal gerado desde a pandemia, e seus efeitos sobre a política monetária. Uma perspectiva mais clara acerca do desempenho do mercado imobiliário residencial em 2023 será possível à medida em que essas questões forem sendo definidas ao longo dos próximos meses.

 

A variação mensal do IGMI-R/ABECIP desacelerou para 1,46% em novembro, após ter registrado 1,73% em outubro. Ainda assim, na perspectiva das variações acumuladas em 12 meses, novembro voltou a apresentar elevação ante ao resultado do mês anterior (15,28% contra 14,90%). Esse resultado merece destaque em termos das variações reais dos preços dos imóveis residenciais, na medida em que os principais índices de inflação no período não acompanharam essa evolução dos preços nominais dos imóveis.  

Merece destaque também o fato de nove entre as dez capitais analisadas pelo IGMI-R/ABECIP terem apresentado aceleração nas variações acumuladas em 12 meses, sendo que Recife, a única entre essas capitais que ainda apresentava variações acumuladas inferiores a 10%, acelerou nessa perspectiva para 10,55% em novembro. O resultado de Curitiba, a única entre as capitais que registrou desaceleração nas variações acumuladas em doze meses em novembro (15,95% ante 16,59% em outubro), viu seu desempenho reaproximar-se da média nacional. Salvador registrou em novembro a maior variação acumulada em 12 meses entre as dez capitais (16,89%), mantendo-se em um patamar praticamente estável em relação ao resultado do mês anterior.

O desempenho dos preços dos imóveis residenciais nessa leitura recente de novembro corrobora o sentimento dos empresários do Setor de Edificações Residenciais no quesito Evolução Recente da Atividade, tal como captado pela Sondagem da Construção Civil do IBRE/FGV. Nos últimos resultados apurados em novembro/22 esse indicador avançou 5,01% em relação ao mês anterior, e 2,55% em relação ao mesmo período de 2021. Por outro lado, os indicadores de expectativas da mesma Sondagem sofreram uma forte queda no período, em particular o quesito Demanda Prevista (para os próximos 3 meses) que recuou fortemente, -10,7% em novembro frente a outubro, e -1,63% em relação ao mesmo mês do ano anterior.

 

Essa queda significativa pode ser interpretada como a incorporação de dois conjuntos de informações por parte dos empresários do setor. Em primeiro lugar, vários indicadores apontam para uma desaceleração do nível de atividades no último trimestre do ano, possivelmente já refletindo os efeitos da política monetária. Mas a magnitude da queda do quesito Demanda Prevista parece ter mais relação com a indefinição de fundamentos de política econômica após o segundo turno das eleições, em particular em relação às políticas fiscal e monetária a partir do início de 2023. Nesse contexto, é cedo para afirmar que esse comportamento das expectativas em novembro dá início a uma tendência, na medida em que ainda existem muitas incertezas em torno da definição desses fundamentos de política econômica, bem como de seus efeitos sobre variáveis que afetam diretamente o setor de construção, como a evolução das taxas de juros e a retomada de programas de financiamento para habitações direcionadas a estratos de renda mais baixa. 

 

 

 

O IGMI-R/ABECIP variou 1,73% em outubro, após ter subido 1,36% em setembro, o que possibilitou uma ligeira reversão na tendência de queda do resultado acumulado em 12 meses. Após seis resultados de queda consecutiva, o acumulado em 12 meses havia registrado 14,68% em setembro, e subiu para 14,90% em outubro.

 

Em termos reais, essa reversão representou um ganho ainda maior, na medida em que o fim do período de três meses em que o IPCA apresentou deflação não foi suficiente para reverter a tendência de queda das variações acumuladas em 12 meses, apenas torná-la menos intensa, como mostra o gráfico abaixo.

Excetuando Recife e Brasília, as demais oito capitais analisadas pelo IGMI-R/ABECIP também apresentaram crescimento na perspectiva das variações nominais acumuladas em 12 meses. Enquanto Brasília ainda apresenta um resultado acima da média nacional (15,77% contra 14,90%), Recife é a única entre as capitais registrando uma variação acumulada em doze meses abaixo de dois dígitos (8,58%). Belo Horizonte, Fortaleza e Porto Alegre mantém a tendência de convergência para a média nacional, ainda dentro da perspectiva dos resultados nominais acumulados em 12 meses.

O sentimento dos empresários do setor de construção civil residencial, captado pela Sondagem da Construção do IBRE/FGV, aponta em sua última leitura (outubro de 2022) para uma situação favorável do mercado, registrando o terceiro mês consecutivo de variações positivas no Índice da Situação Atual.

 

Na mesma pesquisa o sentimento em relação aos próximos meses, traduzidas no Índice de expectativas, oscilou negativamente em outubro. Esse resultado parece já incorporar indicadores que apontam para uma desaceleração do nível de atividade da economia brasileira nos últimos meses de 2022, onde os efeitos defasados da política monetária começam a ficar mais evidentes. No entanto, esse resultado isolado ainda não constitui uma tendência que pode implicar em desaceleração significativa das variações nos preços dos imóveis residenciais. Com o provável final do ciclo de aumento nas taxas de juros e o recuo nos índices de inflação do país, os preços dos imóveis residenciais tendem a pelo menos acompanhar esses indicadores gerais de preços, mantendo seus valores reais. 

Apesar de registrar aceleração na variação mensal em setembro em relação a agosto (1,36% ante 1,32%), a trajetória da variação acumulada em 12 meses do IGMI-R/ABECIP manteve a tendência de queda dos meses anteriores, passando de 15,14% em agosto para 14,68% em setembro.

 

Essa tendência de desaceleração é reproduzida para a média nacional, em termos das variações acumuladas nos três primeiros trimestres de 2022, sempre tendo como base de comparação os trimestres equivalentes de 2021, como mostra a tabela acima. No que diz respeito ao comportamento das capitais nesses trimestres, São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Goiânia formam um grupo caracterizado por uma desaceleração no terceiro trimestre de 2022, porém apresentando um nível ainda superior ao da média nacional. Já Belo Horizonte, Fortaleza e Recife descrevem a trajetória contrária, sendo que a aceleração no terceiro trimestre indica uma recuperação que aproxima seus valores acumulados aos das demais capitais, ainda que lentamente, principalmente no caso de Recife. Finalmente, Brasília, Curitiba e Salvador destacam-se ao apresentar aceleração no terceiro trimestre, colocando as variações acumuladas acima da média nacional.

De forma geral, tanto nos casos de acelerações quanto desacelerações nas variações acumuladas no terceiro trimestre e nos últimos 12 meses, os resultados ainda apontam ganhos reais para os preços dos imóveis residenciais, considerando os três meses consecutivos de deflação registrada pelo IPCA/IBGE.

As expectativas dos empresários do setor foram atualizadas de forma significativamente positiva em setembro, tal como captadas por diferentes quesitos da Sondagem da Construção Civil do IBRE/FGV. O gráfico abaixo mostra que tanto a demanda prevista para os próximos três meses, quanto a situação geral dos negócios para os próximos seis meses, sofreram revisões que colocaram os indicadores acima do nível neutro de 100 pontos, refletindo otimismo por parte dos empresários.

Alguns fatores importantes colaboraram para esse otimismo, entre eles a indicação do término do processo de aumentos na taxa de juros básica, o recuo da inflação, a retomada do nível de atividades com reflexos na recomposição da massa salarial, e a redução das pressões dos custos ligados aos insumos da produção. Esse contexto deve assegurar a manutenção dos valores reais dos imóveis residenciais nos próximos meses, na medida em que a tendência de desaceleração nas variações nominais de seus preços parece acompanhar um arrefecimento das pressões inflacionárias de forma geral no Brasil. 

Em agosto, o IGMI-R/ABECIP teve uma elevação de 1,32%, ligeiramente superior à registrada em julho (1,16%). Apesar desse resultado na margem, a variação acumulada em doze meses continuou sua trajetória de desaceleração pelo quinto mês consecutivo, passando de 15,61% em julho para 15,14% em agosto.

Entretanto, os novos resultados de deflação nos índices de preços ao consumidor deram continuidade ao crescimento dos preços dos imóveis residenciais em termos reais no período, tanto na comparação mensal quanto na perspectiva dos acumulados em doze meses.

A desaceleração no resultado nominal acumulado em 12 meses da média nacional foi acompanhada por quatro das dez capitais analisadas pelo IGMI-R/ABECIP: São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Goiânia, como pode ser visto no gráfico abaixo.

Porto Alegre é a única entre essas quatro capitais cujo resultado, já bem inferior ao das outras três, acabou ficando um pouco mais distante da média nacional. Por outro lado, entre as demais seis capitais que mostraram aceleração ainda na perspectiva das variações acumuladas em 12 meses entre julho e agosto, Brasília e Curitiba se destacaram por já estarem acima da média nacional, enquanto Recife e Belo Horizonte, abaixo da média nacional, mostram tendência de aproximar-se, ainda que lentamente.

Apesar de ainda não apresentar uma tendência clara, o sentimento dos empresários do setor de edificações residenciais, tal como captado pela Sondagem da Construção Civil (IBRE/FGV), oscilou positivamente em agosto, tanto no quesito de Situação Atual dos Negócios quanto do de Demanda Prevista.

Esse sentimento na margem parece refletir o bom desempenho dos indicadores de nível de atividade, cujo efeito sobre o mercado de trabalho aparece na continuidade de redução do nível de desocupação, que mais recentemente passou a ser acompanhada por uma elevação no rendimento médio da população ocupada. Do lado do financiamento, a elevação das taxas de juros básicas na economia brasileira não vem sendo acompanhada na mesma intensidade nas taxas cobradas por empréstimos imobiliários. Da combinação desses fatores resulta um cenário favorável à sustentação dos preços reais dos imóveis residenciais.

O IGMI-R/ABECIP variou 1,16% em julho (ante 1,29% no mês anterior), registrando o quarto mês consecutivo de desaceleração no resultado acumulado em 12 meses, passando de 16,42% em junho para 15,61%.

 

 

Essa desaceleração no resultado acumulado em 12 meses nos preços dos imóveis residenciais não foi acompanhada de uma desaceleração em termos reais, considerando a queda relativamente mais acentuada do Índice de Preços ao Consumidor (IPCA/IBGE) no período, como pode ser visto no gráfico abaixo.

Em relação às dez capitais analisadas pelo IGMI-R, as variações nominais dos preços dos imóveis residenciais foram todas positivas em julho, sendo que as variações acumuladas em 12 meses mostraram aceleração em Belo Horizonte, Fortaleza, Recife e Brasília. Dentre essas, Brasília se destaca pela variação de 17,06%, acima da média nacional no período (15,61%). As outras três, apesar de ainda abaixo da média nacional, parecem iniciar uma tendência de convergência para esta, ainda que lenta, como pode ser visto no gráfico abaixo.

 Dentre as capitais com desempenho abaixo da média nacional, ainda sob a perspectiva dos resultados nominais acumulados em 12 meses, apenas Porto Alegre mostrou desaceleração no período, passando de 13,30% em junho para 12,78% em julho.

As perspectivas para os preços dos imóveis residências continuam sem tendência clara para o restante do ano. Conforme pode ser visto no gráfico abaixo, a percepção dos empresários do setor de Edificações Residenciais, captada pela Sondagem da Construção Civil do IBRE/FGV, ainda oscila sem direção definida desde o início do ano, sendo que o quesito Demanda Prevista para os próximos 3 meses teve desaceleração em julho, enquanto o quesito Tendência dos Negócios para os próximos 6 meses teve mostrou variação positiva.

Apesar da variação do IGMI-R/ABECIP em junho (1,29%) superar a do mês anterior (0,94%), o resultado acumulado em doze meses manteve a trajetória de desaceleração iniciada em março desse ano, passando de 16,81% em maio para 16,42% em junho.

 

Essa desaceleração no resultado nacional acumulado em doze meses entre maio e junho foi também observada em São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre. As demais sete capitais analisadas pelo indicador tiveram acelerações em seus resultados acumulados em doze meses no mesmo período, mas ainda persistem diferenças significativas entre elas com respeito a uma recuperação na direção da média nacional.

As maiores dessas disparidades estão em Belo Horizonte, Fortaleza e Recife, onde apesar das variações acumuladas em doze terem passado respectivamente, de 9,43% para 9,63, de 9,69% para 10,13%, e de 6,95% para 7,04% entre maio e junho, os resultados ainda estão distantes das demais sete capitais, e abaixo da variação acumulada em doze meses do IPCA/IBGE em junho (11,89%).

O gráfico abaixo apresenta os resultados do IGMI-R/ABECIP na ótica das variações acumuladas no primeiro semestre dos últimos 3 anos.

São Paulo se destaca pelo melhor resultado no primeiro semestre de 2020, porém com desaceleração nos dois anos posteriores, enquanto a maioria das demais capitais mostra evolução positiva na comparação entre o desempenho do primeiro semestre de 2022 em relação ao primeiro semestre de 2021, indicando pelo menos de forma qualitativa uma tendência de convergência dos resultados, apesar das diferenças quantitativas apontadas acima. Além de São Paulo, apenas Brasília mostra desaceleração entre os primeiros semestres de 2022 e 2021, porém esse resultado decorre muito mais da base de comparação elevada em 2021.

Apesar dos resultados positivos de indicadores relacionados ao nível de atividades da economia brasileira no primeiro semestre, os desafios impostos pelo quadro inflacionário e seus efeitos sobre a massa salarial real ainda estão presentes nos próximos meses. A percepção dos empresários do setor de edificações residenciais captada pela divulgação mais recente dos resultados da Sondagem da Construção Civil do IBRE/FGV mostra queda nos quesitos Demanda Prevista e Tendência dos Negócios para os próximos seis meses, como pode ser visto no gráfico abaixo.

Nesse contexto, em que pese a perspectiva de desaceleração nos índices de preços até o final de 2022, a desaceleração dos resultados nominais dos preços dos imóveis residenciais no Brasil deve fazer com que seus valores não tenham variações significativas em termos reais no período.

O IGMI-R/ABECIP avançou 0,94% em maio, o que representou uma ligeira desaceleração em relação ao resultado do mês anterior (1,08%), o mesmo acontecendo na perspectiva das variações acumuladas em doze meses (16,81% em maio ante 17,26% em abril).

 

 

A desaceleração nas variações acumuladas em doze meses foi verificada em 8 das 10 capitais analisadas pelo IGMI-R/ABECIP, sendo as exceções Fortaleza, Curitiba e Goiânia. Belo Horizonte, Fortaleza e Recife são as três capitais com perdas nos valores reais dos imóveis residências nos últimos doze meses, tomando como base o resultado acumulado do IPCA/IBGE no período (11,73%). No caso das demais capitais, mesmo entre aquelas que tiveram desaceleração nas variações acumuladas em doze meses os valores reais dos imóveis residências ficaram relativamente estáveis, na medida em que a variação acumulada em doze meses do IPCA/IBGE também apresentou desaceleração entre abril e maio.   

Apesar da queda da avaliação dos empresários do setor da construção civil residencial em relação à Situação Geral Atual dos Negócios em maio, tal como captada pela Sondagem da Construção do IBRE/FGV, a percepção com relação à Tendências dos Negócios para os próximos seis meses voltou a crescer em maio, como pode ser visto no gráfico abaixo.

 

 

Porém, podemos ver no mesmo gráfico que essas oscilações continuam, desde meados de 2021, em torno de um patamar constante, sem apresentar tendência clara. Esse fato pode ser associado ao conjunto de incertezas sobre a economia brasileira, onde a política de enfrentamento ao aumento generalizado de preços acarreta desafios à manutenção das surpresas positivas sobre o nível de atividades no início de 2022. A desaceleração das variações acumuladas em doze meses nos preços dos imóveis residenciais pode já ser um indicador do efeito desses desafios ao longo dos próximos meses.

 

 

 

 

A variação do IGMI-R/ABECIP em abril (1,08%) ficou muito próxima do resultado do mês anterior (1,05%). Na perspectiva temporal mais abrangente, a variação acumulada em doze meses, registrou 17,26% em abril (ante 17,43% em março), interrompendo o processo de aceleração iniciado em abril de 2021. 

A aceleração dos preços nominais dos imóveis residenciais a partir de abril de 2021 representou um ganho também em valores reais, tomando como base a evolução do IPCA/IBGE no período, como mostra o gráfico abaixo.

Os resultados de abril de 2020 mostram uma redução dessa valorização real dos imóveis residenciais, na medida em que a desaceleração do IGMI-R/ABECIP no mês ocorre juntamente a uma aceleração do IPCA/IBGE.

 

Em termos das dez capitais analisadas pelo IGMI-R/ABECIP, São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília compõem o grupo com as maiores variações acumuladas em doze meses, porém com desaceleração em relação aos respectivos resultados de março. Goiânia, Salvador, Curitiba e Porto Alegre integram um segundo grupo com variações acumuladas em 12 meses inferiores às do primeiro grupo, porém com aceleração em abril, e ainda registrando ganhos reais. Um terceiro grupo, formado por Belo Horizonte, Fortaleza e Recife, também apresenta aceleração nas taxas de variação acumuladas em 12 meses, porém ainda aquém da variação acumulada em 12 meses pelo IPCA/IBGE

A aceleração dos preços dos imóveis residenciais a partir do segundo trimestre de 2021 ocorreu no contexto da retomada do nível de atividades da economia brasileira, e do aumento da concessão de crédito para o setor. Apesar da tendência de acomodação do crescimento desses preços verificada em abril, e dos desafios renovados em relação à evolução dos preços ao consumidor, as expectativas dos empresários do setor ainda mostram resiliência.  Dois dos principais componentes do Índice de Expectativas da Sondagem da construção civil IBRE/FGV, Demanda Prevista e Tendência dos Negócios, reverteram em abril o movimento de queda verificado no mês anterior, como pode ser visto no gráfico abaixo.

 

O comportamento dos preços dos imóveis residenciais ao longo dos próximos meses pode ser ponderado à luz desses indicadores de expectativas, que ainda evoluem sem tendência clara, refletindo resultados recentes do nível de atividade que parecem contrabalançar em alguma medida os desafios da persistência inflacionária e da lenta recuperação do mercado de trabalho.

 

 

O IGMI-R/ABECIP acelerou para 1,05% em março, após ter variado 0,82% em fevereiro, resultado que mais uma vez possibilitou um avanço na variação acumulada em 12 meses, para 17,43% (ante 17,11% em fevereiro).  Essa aceleração na variação acumulada em 12 meses vem perdendo intensidade, quando consideradas as variações médias de trimestres contra trimestres imediatamente anteriores.

A tabela abaixo contém as variações dos últimos três trimestres sob essa ótica, e mostra que nas dez capitais analisadas pelo IGMI-R/ABECIP, enquanto apenas São Paulo e Rio de Janeiro (que possuem as maiores elevações acumuladas em 12 meses) tiveram desaceleração no quarto trimestre em relação ao terceiro de 2021, todas as capitais tiveram desacelerações nos preços nominais de seus imóveis residências no primeiro trimestre de 2022 em comparação ao último de 2021.

 

 

Em termos reais (considerando o IPCA/IBGE), os imóveis residenciais ainda apresentam ganhos na perspectiva da variação acumulada em 12 meses em todas as capitais analisadas, com exceção de Belo Horizonte, Fortaleza e Recife. Porém, essas variações reais tendem a serem reduzidas na medida em que as variações nominais dos imóveis perdem intensidade, enquanto os índices de inflação mantêm-se em patamares elevados.

A última leitura da Sondagem da construção civil IBRE/FGV mostra uma inversão dos sentimentos dos empresários do setor de edificações residenciais com relação ao presente e futuro, em relação ao mês anterior (fevereiro). Como mostra o gráfico abaixo, enquanto o Índice de Situação Atual em março teve uma elevação, após haver caído em fevereiro. Por sua vez, o Índice de Expectativas realizou o movimento oposto, caindo em março após ter subido em fevereiro.

Ainda de acordo com o gráfico acima, esses dois indicadores oscilam, desde meados de 2021, em torno de um patamar sem tendência bem definida. Em termos relativos, a volatilidade dessa oscilação é superior para o Índice de Expectativas em relação ao da Situação Atual, representando a incerteza que vem marcando o período em relação ao nível de atividades da economia brasileira.

 

Dois dos principais componentes do Índice de Expectativas, Demanda Prevista e Tendência dos Negócios, foram responsáveis pela queda no indicador, como pode ser visto no gráfico abaixo.

Os impactos da manutenção dos índices de inflação no Brasil em patamares elevados, sobre a renda real e o nível de atividade da economia, representam os principais desafios para a aceleração dos preços reais dos imóveis residenciais nos próximos meses.

A variação do IGMI-R/ABECIP em fevereiro (0,82%) foi praticamente idêntica a de janeiro (0,86%), garantindo uma ligeira elevação no resultado acumulado em 12 meses (17,11 em fevereiro contra 16,77% em janeiro). Comparando os dois primeiros meses do ano em relação aos dois últimos do ano anterior, podemos ver na tabela abaixo uma aceleração nos resultados de 2022 comparados aos de 2021, excetuando o caso de São Paulo.

 

Com isso, o resultado acumulado em 12 meses foi similar entre as dez capitais analisadas pelo IGMI-R/ABECIP, sendo São Paulo a única exceção, passando de 21,05% em janeiro para 20,76% em fevereiro. Esse resultado de fevereiro ainda mantém São Paulo em primeiro lugar em termos do resultado acumulado em 12 meses, porém com uma diminuição da distância em relação às demais capitais, como pode ser visto no gráfico abaixo.

Os valores nominais dos imóveis residenciais em Belo Horizonte, Fortaleza e Recife se recuperam mais lentamente em termos relativos, ainda registrando variações acumuladas em 12 meses inferiores a 10%, abaixo das variações acumuladas nos índices de preços ao consumidor no período.

Os sentimentos dos empresários do Setor de Construção Civil, de acordo com os últimos dados da Sondagem do IBRE/FGV mostraram um recuo no Índice da Situação Atual, e um avanço no Índice de Expectativas em fevereiro, porém o gráfico abaixo mostra que na verdade os dois continuam oscilando sem uma tendência clara nos últimos meses. 

A evolução do mercado de imóveis residenciais no Brasil ao longo dos próximos meses permanece sujeita a incertezas ligadas à recuperação do mercado de trabalho e à elevação dos preços em geral, agora somadas aos efeitos do conflito na Europa. 

Após uma elevação de 1,25% em dezembro, O IGMI-R/ABECIP desacelerou para 0,86% no primeiro mês de 2022. Apesar desse resultado, a variação acumulada em 12 meses aumentou ligeiramente entre os dois períodos, de 16,25% para 16,77%.

 

Todas as dez capitais analisadas apresentaram variações positivas em janeiro. Em termos das variações acumuladas em 12 meses, assim como no caso da média nacional todas as capitais menos São Paulo mostraram aceleração dos resultados. No caso de São Paulo, houve praticamente uma estabilidade na variação acumulada em 12 meses (de 21,09% em dezembro para 21,05% em janeiro), mas esse resultado ainda mantém o destaque positivo entre as demais capitais.

As perspectivas do setor imobiliário residencial para os próximos meses, tais como avaliadas pelo sentimento dos empresários captado pela Sondagem da Construção Civil do IBRE/FGV, continuam refletindo um cenário de incertezas. O item Evolução Recente da Atividade oscilou positivamente pelo segundo mês consecutivo em janeiro, mas ficando ainda abaixo do nível anterior à queda expressiva de novembro de 2021. Por sua vez, o item Tendência dos Negócios, que também havia registrado queda significativa em novembro de 2021, voltou a oscilar negativamente em janeiro.

 

 Da mesma forma, o item Demanda Prevista também oscilou negativamente em janeiro, estabelecendo nos últimos meses um comportamento volátil em torno de uma tendência de queda.

 

As variações dos valores dos imóveis residenciais de sete entre as dez capitais analisadas pelo IGMI-R/ABECIP em janeiro ainda mostram ganhos reais no primeiro mês de 2022. A evolução desses valores ao longo do ano continua sujeita a um cenário de incertezas, dada a dinâmica do nível de atividade econômica, da política monetária voltada para o combate da inflação e a massa de rendimentos reais que ainda não apresenta reação significativa.

O IGMI-R/ABECIP cresceu 1,25% em dezembro, acumulando ao longo de 2021 uma elevação de 16,25%. Desde o início da série histórica do indicador, essa é a primeira sequência de dois anos consecutivos de ganhos reais dos preços dos imóveis residenciais, tomando por base o IPCA/IBGE. O gráfico abaixo mostra a evolução mensal dos resultados acumulados em 12 meses do IGMI-R/ABECIP e do IPCA.

 O início da série é marcado pelo ajuste de preços dos imóveis residenciais abaixo das variações do IPCA, na esteira da recessão iniciada em 2014. A recuperação gradual dos valores nominais iniciada em 2018 termina com perdas reais praticamente nulas ao final de 2019. Os ganhos reais a partir de 2020 diminuem de ritmo com a recessão causada pela pandemia e a elevação do IPCA, mas são retomados ao longo de 2021.

Esse desempenho do IGMI-R/ABECIP nacional é marcado por uma considerável heterogeneidade entre as 10 capitais analisadas pelo indicador, como pode ser visto na tabela abaixo.

    

O gráfico abaixo permite a visualização das variações anuais dos preços dos imóveis residenciais no resultado nacional e em cada uma das 10 capitais, e sua comparação com as elevações do IPCA acumuladas ao final de cada ano.

 

O destaque regional da recuperação dos preços dos imóveis residenciais durante todo o período foi São Paulo, única entre as capitais a apresentar ganhos reais já em 2019. Enquanto São Paulo manteve esse papel de destaque em 2021, apenas três entre as dez capitais tiveram variações inferiores ao IPCA no ano: Belo Horizonte, Fortaleza e Recife, que mesmo assim vêm acompanhando a tendência geral de elevação dos preços nominais dos imóveis residenciais nos últimos três anos.

 

As incertezas relativas ao quadro geral de atividade econômica em 2022 estão refletidas na volatilidade de uma série de indicadores. No caso específico do mercado imobiliário residencial, tomando por base as percepções dos empresários do setor captadas na Sondagem da Construção Civil do IBRE/FGV, os itens Demanda Prevista e Tendência dos negócios voltaram a oscilar positivamente em dezembro, após quedas significativas em novembro, como mostra o gráfico abaixo.

 

Apesar da nova onda da pandemia, a atividade econômica tem mostrado capacidade de adaptação, ao contrário do contexto da onda anterior, antes do início do processo de imunização. Em contrapartida, a lenta recuperação da massa salarial real e o encarecimento do crédito decorrente da dinâmica da política monetária continuam impondo desafios ao ambiente dos investimentos em geral e à evolução dos preços das edificações residenciais nos próximos meses.

A variação do IGMI-R/ABECIP voltou a desacelerar em novembro, registrando 1,12% ante 1,54% em outubro. Apesar disso, o resultado acumulado em 12 meses cresceu pelo sétimo mês consecutivo (15,76% em novembro contra 15,05% em outubro).

Essa aceleração da taxa de variação acumulada em 12 meses foi observada para as 10 capitais analisadas pelo IGMI-R/ABECIP, porém com dispersão significativa entre elas. Enquanto São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Porto Alegre e Brasília registraram variações reais nos preços de seus imóveis residenciais, tomando como base o IPCA/IBGE acumulado durante os mesmos 12 meses, Salvador e Goiânia tiveram variações reais praticamente nulas, enquanto Belo Horizonte, Fortaleza e Recife apresentaram variações inferiores à do IPCA/IBGE.

As últimas informações relativas às percepções dos empresários do setor de edificações residenciais, refletidas na Sondagem da Construção Civil do IBRE/FGV, mostram em novembro quedas tanto no Índice de Situação Atual quanto no Índice de Expectativas, conforme pode ser visto no gráfico abaixo.

 

A queda no Índice de Expectativas da Sondagem da Construção Civil em novembro é explicada pelas quedas dos componentes relativos à Demanda Prevista (para os próximos três meses) e Tendência Geral dos Negócios (para os próximos seis meses).

A perspectiva de continuidade de aumentos nas taxas de juros, no contexto de preocupações com a dinâmica do quadro fiscal e fraca recuperação do mercado de trabalho, resulta em um cenário menos favorável para investimentos em geral nos próximos meses. Em particular, uma desaceleração no ritmo de financiamento de imóveis residenciais pode reduzir a demanda e suavizar o ritmo de elevações dos preços do setor.

Apesar de uma ligeira desaceleração no resultado do IGMI-R/ABECIP em outubro (1,54% ante 1,76% no mês anterior), a variação acumulada em 12 meses avançou 15,05% no mês (contra 13,81% em setembro), registrando o sexto mês consecutivo de acelerações sob essa perspectiva.

Entre as dez capitais analisadas, Belo Horizonte, Fortaleza, Recife, Curitiba e Porto Alegre mostraram variações positivas em outubro superiores às de setembro, enquanto as demais capitais tiveram desacelerações no resultado mensal. No entanto, todas as capitais reproduziram o resultado nacional de aceleração sob a perspectiva dos resultados acumulados em 12 meses. 

São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Porto Alegre e Brasília tiveram ganhos reais nas variações dos preços dos imóveis residenciais em 12 meses, tomando o IPCA/IBGE no período como base de comparação.  Por sua vez, Salvador, Goiânia, Belo Horizonte, Fortaleza e Recife sofreram reduções em termos reais dos preços de seus imóveis residenciais no período.

Essas desigualdades regionais refletem uma falta de tendência clara para o comportamento dos preços dos imóveis residenciais, dentro de um contexto em que a própria recuperação do nível de atividade geral da economia mostra sinais de desaceleração nos últimos meses do ano. Tomando como base os sentimentos dos empresários do setor de edificações residenciais tais como captados pela Sondagem da Construção Civil do IBRE/FGV, os sinais mais recentes com relação ao futuro são contraditórios. Como mostra o gráfico abaixo, enquanto a percepção de Demanda Prevista para os próximos 3 meses voltou a variar positivamente em outubro após cair em setembro, a percepção de Tendência Geral dos Negócios para os próximos 6 meses apresentou em outubro a terceira queda mensal consecutiva.

Apesar da intensificação recente dos movimentos da política monetária, as condições de financiamento ainda podem ser consideradas favoráveis no contexto histórico, alavancando a demanda por imóveis residenciais. O aumento da incerteza decorrente dos desafios fiscais e as pressões de custos do setor continuam impondo desafios para uma trajetória mais consistente da evolução dos preços do setor ao longo de todas as capitais nos próximos meses. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A variação dos preços dos imóveis residenciais em setembro (1,76%) foi praticamente idêntica à do mês anterior (1,74%), de acordo com o IGMI-R/ABECIP. Com esse resultado, a trajetória de aceleração da variação acumulada em doze meses foi mantida para as dez capitais analisadas. No resultado agregado para o Brasil, essa variação passou de 12,48% em agosto para 13,81% em setembro.  

 Comparando as variações nominais acumuladas nos trimestres em relação aos trimestres imediatamente anteriores, os três trimestres de 2021 apresentaram aceleração para o Brasil e para as dez capitais, ainda que com diferenças significativas do ponto de vista quantitativo. São Paulo apresentou a maior variação no terceiro trimestre (6,87%), enquanto Recife a menor (1,62%) entre as capitais.

 

Nos resultados acumulados em doze meses, São Paulo mais uma vez foi o destaque isolado de variação positiva (20,17%), seguido por Brasília (14,20%) e Rio de Janeiro (13,06%), enquanto Curitiba, Porto Alegre, Salvador, Goiânia apresentaram variações ao redor de 10%, muito próximas dos resultados acumulados dos índices de preços ao consumidor no período. No outro extremo, Belo Horizonte, Fortaleza e Recife, apresentaram variações acumuladas em 12 meses em torno de 5%, implicando em perdas de valores reais de seus imóveis residenciais.

Esses comportamentos de preços ocorrem em um momento em que a retomada do nível de atividades na economia Brasileira vem mostrando sinais de desaceleração. Se por um lado o avanço da imunização vem permitindo uma recuperação do setor de serviços, por outro o mercado de trabalho ainda sente os efeitos das perdas de nível de emprego e rendimentos reais desde o ano passado. Como mostra o gráfico abaixo, esse contexto ainda não afetou os sentimentos dos empresários do setor de edificações residenciais em relação à situação atual, porém já exerceu um impacto negativo sobre as expectativas, conforme os últimos resultados da Sondagem da Construção Civil do IBRE/FGV.

Entre os fundamentos por trás dessa redução, destacam-se as incertezas relativas ao quadro fiscal, e principalmente o cenário de aceleração generalizada de preços de insumos e produtos, com a reação anunciada da política monetária tornando menos favoráveis as condições de crédito. Ainda de acordo com os resultados mais recentes da Sondagem da Construção Civil, esses fundamentos implicam em um recuo na percepção dos empresários da demanda prevista por edificações residenciais em setembro, como pode ser visto no gráfico abaixo.

 

Os impactos dos do aumento das incertezas sobre o ritmo de retomada da economia e das elevações generalizadas nos preços de insumos e produtos irão condicionar a continuidade da aceleração dos preços nominais dos imóveis residenciais no Brasil nos próximos meses.

O resultado do IGMI-R/ABECIP em agosto mostrou uma variação ligeiramente inferior à do mês anterior (1,74% contra 1,86%). No entanto, a variação acumulada em doze meses continuou a trajetória de aceleração (12,48% em agosto ante 11,02% em julho), assim como nas dez capitais analisadas pelo indicador.

A despeito da aceleração dos índices de preços ao consumidor nos últimos meses, o IGMI-R/ABECIP ainda apresentou ganhos reais em agosto. Em comparação com a variação acumulada em 12 meses do IPCA/IBGE, São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Curitiba tiveram ganhos reais nos preços dos imóveis residenciais sob a mesma ótica em agosto, enquanto Goiânia e Porto Alegre ficaram ligeiramente abaixo. Belo Horizonte, Fortaleza, Recife e Salvador, apesar das respectivas acelerações nas variações acumuladas em 12 meses nos preços nominais, apresentaram recuos mais significativos em termos reais.

 

Apesar da disparidade regional, os avanços dos preços nominais dos imóveis residenciais ocorrem em um período em que a percepção dos empresários do setor, de acordo com a Sondagem da Construção Civil do IBRE/FGV, mostra em agosto um avanço nos quesitos Evolução Recente da Atividade e Demanda Prevista, colocando os dois indicadores nos respectivos níveis relativos ao final de 2019 e início de 2020, anteriores ao início da pandemia.

Porém, se por um lado a Sondagem indica um avanço da percepção em relação à Demanda Prevista em agosto, após um ligeiro recuo no mês anterior, por outro o indicador de Tendência dos Negócios descreve a trajetória contrária no período.

Os movimentos contrários dos indicadores de Demanda Prevista e Tendência dos Negócios nesse último mês refletem o contexto de aumento de incertezas em relação à evolução do nível de atividades em geral no Brasil. A redução das restrições de mobilidade e o avanço da imunização vêm sendo acompanhadas de recuperação no setor de serviços, mas também de elevações nos índices de preço no atacado, incluindo insumos da construção civil, e para os consumidores. A autoridade monetária vem sinalizando a necessidade de elevações nas taxas de juros para fazer frente a essa tendência geral de aumentos de preços, em um momento em que a recuperação do nível de atividades ainda não vem sendo suficiente para recompor as perdas de emprego e rendimentos registradas ao longo de 2020. Esses são desafios fundamentais para a dinâmica do setor de construção civil nos próximos meses, que irão determinar a trajetória dos preços dos imóveis, por ora ainda em tendência de aceleração.

 

Os preços dos imóveis residenciais nas dez capitais analisadas pelo IGMI-R/ABECIP tiveram elevação na leitura de julho, em comparação ao resultado do mês anterior, sendo que todos também tiveram aceleração nos respectivos resultados acumulados em 12 meses em relação aos resultados de junho.

 

 

As variações acumuladas em 12 meses do IGMI-R/ABECIP para o Brasil e do IPCA/IBGE praticamente igualaram-se em maio último, interrompendo uma sequência de valorização real dos preços dos imóveis residenciais, iniciada no último trimestre de 2019. Com os resultados apurados nos meses de junho e julho de 2021, verifica-se novamente um avanço dos preços dos imóveis residenciais em termos reais.

Os últimos resultados da Sondagem da Construção Civil do IBRE/FGV mostram uma acomodação da percepção dos empresários do setor de edificações residências em relação à evolução recente da atividade em relação em julho, em comparação ao mês anterior. No entanto, como podemos ver no gráfico abaixo, a percepção dos empresários do setor em relação à tendência dos negócios possui informação significativa para antecipar os movimentos da percepção em relação à evolução recente da atividade nos meses seguintes, sendo que em julho esse indicador avançou pelo segundo mês consecutivo.

O quesito tendência dos negócios compõem juntamente com a percepção dos empresários sobre demanda prevista o índice de expectativas da Sondagem da Construção Civil. O gráfico abaixo mostra que, a despeito de uma ligeira queda na percepção em relação à demanda prevista para os próximos meses, o desempenho da tendência dos negócios é suficiente para que o índice de expectativas tenha mantido em julho a tendência de crescimento iniciada no segundo trimestre do ano.

 

Uma interpretação desse recuo, ainda que ligeiro, da percepção em relação à demanda futura, são os efeitos potenciais das sinalizações recentes das autoridades monetárias em relação à intensidade do ajuste necessário nas taxas de juros. Entre os fatores por trás da aceleração dos índices de preços que justificam essas sinalizações, estão o aumento dos custos de insumos industriais, incluindo os da construção civil. Além desses efeitos, temos ainda a preocupação em relação à dinâmica da crise sanitária, em um momento em que diversos indicadores recentes mostram uma acomodação do ritmo de retomada da atividade econômica, antes que o mercado de trabalho tenha tido oportunidade de recuperar as perdas do pior momento da pandemia.

A conciliação dessas considerações com o avanço da percepção dos empresários do setor em relação à tendência dos negócios nos próximos meses envolve o fato de, apesar das sinalizações de elevação nas taxas de juros nominais, as taxas de juros reais ainda estão em níveis historicamente baixos. Adicionalmente, existe a perspectiva dos efeitos positivos do relaxamento de medidas de isolamento social sobre a retomada de atividades, principalmente dos setores de serviços, no contexto do avanço da imunização.

Apesar dos desafios do cenário atual à realização de projeções de prazo mais longo em relação aos fatores mencionados acima, o início do segundo semestre mostra uma tendência de elevação nos preços dos imóveis residenciais no Brasil.

 

 

 

O crescimento do IGMI-R/ABECIP registrado em junho representou o quinto mês consecutivo de aceleração nos resultados mensais. A variação acumulada em 12 meses foi de 9,31%, também mostrando aceleração em relação ao resultado de maio (8,15%), e voltando a superar as variações acumuladas dos principais índices de preços ao consumidor. Tomando esses índices de preços ao consumidor como base, os preços dos imóveis residenciais nos últimos 12 meses registram elevação, ainda que modesta, também em termos reais.

 

O primeiro semestre de 2020 também marcou um período de recuperação nos preços dos imóveis residenciais, a despeito dos efeitos da epidemia sobre o nível geral de atividades a partir do segundo semestre. Comparando os resultados acumulados nos primeiros semestres de 2020 e 2021, vemos que a recuperação do ano anterior foi mais forte que a atual na maioria das capitais analisadas pelo IGMI-R/ABECIP, excetuando Rio de Janeiro e Brasília, sendo que enquanto o Rio de Janeiro se recupera a partir de uma base de comparação muito baixa em 2020, o mesmo não vale para Brasília, que já integrava em 2020 um grupo de capitais com variações acumuladas acima de 7% no primeiro semestre. Apesar do resultado no primeiro semestre de 2021 estar abaixo do mesmo semestre do ano anterior, São Paulo ainda é o destaque positivo, sendo a única capital com variações acima de 10% nos dois anos sob essa ótica. Do outro lado, Recife e Fortaleza ainda registram variações relativamente baixas nos acumulados dos primeiros semestres dos dois anos, inclusive com desaceleração entre 2020 e 2021. As demais capitais registram variações mais elevadas, mas ainda assim com alguma desaceleração na comparação dos resultados acumulados dos primeiros semestres de 2020 e 2021.

Na perspectiva mais ampla das variações acumuladas em 12 meses, virtualmente todas as capitais apresentaram aceleração na comparação dos resultados entre maio e junho, indicando que a direção da recuperação a partir dos resultados do segundo semestre de 2020 é consistente entre as regiões, apesar das disparidades quantitativas.

Enquanto a Sondagem da Construção Civil do IBRE/FGV mostrava uma piora da percepção dos empresários do setor de edificações residências em maio, os resultados mais recentes mostram que a percepção otimista sobre a demanda prevista estava correta: os dois indicadores mostram uma clara tendência positiva em junho, como podemos ver no gráfico abaixo.

Esse movimento corrobora o desempenho dos preços dos imóveis residenciais mostrado nas leituras recentes do IGMI-R/ABECIP. Na mesma linha, os índices que agregam diferentes quesitos ligados a percepção da situação atual, e das expectativas, também mostraram um crescimento claro nos dados mais recentes, como podemos ver no gráfico abaixo.

 

A continuidade dos bons resultados observados em diferentes indicadores recentes do nível de atividade da economia brasileira sugere um cenário de continuidade da recuperação ao longo do segundo semestre do ano, para o que colabora de forma decisiva a evolução da imunização. Essa conjuntura favorece a retomada de ganhos reais nos preços dos imóveis residenciais até o final do ano, mas continua condicionada aos desafios impostos pela pandemia, em particular sobre o mercado de trabalho.

Após um ligeiro aumento no resultado mensal de maio (1,3%) em comparação a abril (1,2%), o o IGMI-R/ABECIP também apresentou uma aceleração no resultado acumulado em 12 meses (8,15% ante os 7,86% registrados no mês anterior). Esse desempenho reverteu a tendência de desaceleração no acumulado em 12 meses das seis leituras anteriores.

As variações acumuladas em 12 meses do IPCA/IBGE apresentam aceleração desde meados de 2020, reduzindo os ganhos dos preços dos imóveis residenciais no Brasil em termos reais. A reversão da tendência de desaceleração do IGMI-R/ABECIP na mesma ótica em maio foi suficiente para praticamente equiparar os resultados dos dois indicadores, em termos das variações acumuladas em 12 meses.

A única exceção dessa reversão da tendência de desaceleração no resultado acumulado em 12 meses entre as 10 capitais analisadas foi Porto Alegre, com 4,35% em maio ante 6,11% em abril. Fortaleza e Recife ainda se recuperam lentamente, com resultados acumulados em 12 meses de respectivamente 1,80% e 1,86%. O desempenho de São Paulo (13,64%) se mantém significativamente acima da média nacional, assim como do de Brasília, a capital com o segundo melhor desempenho acumulado em 12 meses (9,46%).

Em termos do sentimento dos empresários do setor de Construção de Edificações Residenciais, segundo a da Sondagem da Construção Civil do IBRE/FGV, os resultados em maio apontam por um lado uma piora na Evolução Recente da Atividade, mas ao mesmo tempo um sinal de reversão da tendência de queda na Demanda Prevista, em linha com o movimento dos preços nominais mencionado acima.

Os indicadores recentes de nível de atividade em geral apresentam surpresas no lado positivo, criando a expectativa de continuidade da retomada ao longo do segundo semestre, no contexto do avanço da imunização e consequente relaxamento de medidas de distanciamento social. O principal desafio para a tendência de negócios no setor imobiliário residencial nesse cenário contina sendo a disseminação dessa recuperação para todos os setores, e em última medida para as condições de emprego e renda.

O IGMI-R/ABECIP em abril voltou a apresentar aceleração ante ao mês anterior (1,22%, contra 0,78% em abril), com todas as capitais analisadas pelo índice apresentando variações nominais positivas. No entanto, esse resultado não foi suficiente para que a variação acumulada dos preços dos imóveis residenciais no Brasil desacelerasse pelo sexto mês consecutivo.

Comparando os resultados acumulados em 12 meses do IGMI-R/ABECIP com o IPCA/IBGE até abril, vemos que a tendência de recomposição dos valores reais dos imóveis residenciais vem sendo reduzida, tanto pela aceleração do IPCA quanto pela desaceleração do IGMI-R/ABECIP.

Esse movimento nos preços está refletido nos resultados recentes da Sondagem da Construção Civil do IBRE/FGV, que representam o sentimento dos empresários do setor de Construção de Edificações Residenciais.

Os quesitos “Demanda Prevista”, “Evolução Recente da Atividade” e “Situação Atual dos Negócios” mostraram piora significativa da percepção dos empresários do setor em abril, acentuando a tendência de queda iniciada no final de 2020. Cada um desses itens capta a percepção em relação a momentos distintos: enquanto “Evolução Recente da Atividade” olha para os últimos três meses, “Situação Atual dos Negócios” enfatiza o período atual, sendo “Demanda Prevista” relacionada aos próximos três meses. O movimento de baixa simultânea nesses três quesitos da Sondagem apresenta um quadro consistente com a desaceleração dos preços nominais e reais dos imóveis residenciais nos últimos meses.

O cenário por trás desses indicadores é marcado pelo recrudescimento da pandemia a partir do final de 2020, e seus efeitos sobre o nível de atividade e mercado de trabalho, aliado à nova orientação da política monetária visando conter a aceleração do IPCA. 

 

O único quesito da Sondagem apresentando estabilidade na margem em abril foi “Tendência dos Negócios”, cujo horizonte de três meses à frente incorpora alguma perspectiva de melhora da atividade econômica em geral a partir do segundo semestre do ano. O avanço do programa de imunização continua sendo a condicionante fundamental para a concretização dessa perspectiva, e por consequência da reversão da tendência recente de desaceleração nos valores reais dos imóveis residenciais. 

 

Apesar do resultado do IGMI-R/ABECIP em março (0,78%) ter sido superior ao anterior (0,53% em fevereiro), a variação do indicador acumulada em 12 meses caiu pelo quinto mês seguido. Todas as capitais tiveram aumentos nos preços nominais dos imóveis residenciais em março, porém apenas Rio de Janeiro, Recife e Brasília tiveram aceleração no resultado acumulado em 12 meses.  Entre essas cabe destacar que, apesar desse desempenho em termos da variação acumulada em 12 meses, as duas primeiras encontram-se um patamar relativamente baixo em comparação com as demais sob essa mesma perspectiva.

 

Na tabela acima podemos ver as variações dos últimos três trimestres, sempre em comparação direta com o trimestre imediatamente anterior. O gráfico abaixo mostra a trajetória da série completa da variação percentual de trimestre contra trimestre anterior para o Brasil.

 

A recessão iniciada no segundo trimestre de 2020 com a chegada da pandemia interrompeu a tendência de aceleração iniciada em 2019, tendo na sequência uma forte desaceleração no terceiro trimestre de 2020. Os resultados do último trimestre de 2020 e do primeiro de 2021 interromperam essa desaceleração, dando lugar a uma estabilidade em torno do patamar do final de 2019. No entanto, esse patamar nominal não reproduz a variação real dos preços dos imóveis residenciais no Brasil, na medida em que os índices de preços ao consumidor, e principalmente no atacado, tiveram aceleração significativa no período.

 

Os resultados da Sondagem da Construção Civil do IBRE/FGV, refletem essa dinâmica dos preços nos últimos meses. Tanto o Índice de Situação Atual (ISA) como o Índice de Expectativas (IE), calculados de acordo com o sentimento dos empresários do setor de Construção de Edificações Residenciais, mostram que houve uma recuperação a partir da queda acentuada no segundo trimestre de 2020. O Índice de Confiança da Construção (ICST),  que agrega percepções de situação atual e expectativas, chegou a atingir o mesmo nível anterior ao do início da recessão, porém vem declinando a partir daí desde o final de 2020.

 

O momento atual é marcado pelo recrudescimento da pandemia, que impõe restrições para a retomada do nível de atividade, e por limites fiscais para programas de incentivos e auxílios. O tempo necessário para a normalização desse cenário, e por consequência das condições de consumo e investimento da população, irá condicionar a evolução dos preços dos imóveis residenciais ao longo do restante do ano.

 

O IGMI-R/ABECIP variou 0,53% no segundo mês de 2021, acima do resultado de janeiro (0,41%). Apesar disso, a variação acumulada em doze meses do indicador desacelerou pelo quarto mês consecutivo ficando em 9,17% ante 9,60% do mês anterior.

Apesar de Salvador ter sido a única entre as capitais com queda nos preços dos imóveis residenciais em fevereiro, a tendência de desaceleração na variação acumulada em 12 meses foi sentida em todas as capitais, excetuando Recife, que se recupera de um patamar muito baixo (passando de 1,53% em janeiro para 1,75% em fevereiro), e Brasília com um pequeno avanço, de 9,12% em janeiro para 9,28% em fevereiro. O gráfico abaixo mostra a evolução das variações acumuladas em 12 meses para o índice nacional.

A desaceleração das variações recentes fica clara quando comparamos as trajetórias do primeiro bimestre do ano contra o último bimestre do ano anterior, nos três últimos anos. Sob essa perspectiva, em 2021 todas as capitas mostraram desaceleração, salvo o Rio de Janeiro que ficou estável. Analisando essas trajetórias na tabela acima, o início de 2020 mostra uma tendência geral de recuperação, enquanto o desempenho do início de 2021 é mais bem caracterizado como uma desaceleração. As acelerações recentes dos índices de preços no atacado e para consumidores faz com que a tendência de desaceleração nos preços reais dos imóveis residenciais seja ainda maior.

A percepção dos empresários do setor, de acordo com a Sondagem da Construção Civil do IBRE/FGV, reflete essa desaceleração na dinâmica dos preços nos últimos meses. Como mostra o gráfico abaixo, tanto a evolução recente da atividade (nos últimos três meses), quanto a demanda prevista (para os próximos três meses) reproduzem a desaceleração dos preços entre o final de 2020 e os primeiros dois meses de 2021.

Para os próximos meses, a trajetória dos preços dos imóveis residenciais está ligada ao avanço do programa de imunização, em um momento em que a piora acentuada da pandemia impõe medidas de isolamento desfavoráveis à atividade econômica em geral e ao mercado de trabalho. A esse desafio, somam-se a preocupação em relação à dinâmica dos índices de preços ao consumidor e no atacado mencionada anteriormente, que tende a tornar as condições de crédito menos favoráveis, e as dificuldades em conceder novos estímulos econômicos.

O avanço registrado pelo IGMI-R/ABECIP no primeiro mês de 2021 foi positivo (0,41%) representando, porém, metade da taxa observada no último mês de 2020. Em consequência, a variação acumulada em 12 meses do indicador registrou o terceiro mês consecutivo de desaceleração, situando-se em 9,60%, após ter registrado 10,28% no mês anterior.

Essa desaceleração nos resultados mensais e acumulados em 12 meses foi observada em praticamente todas as 10 capitais analisadas pelo IGMI-R/ABECIP. A única entre as capitais a apresentar aceleração no resultado acumulado em 12 meses foi o Rio de Janeiro (4,51% ante 4,35% no mês anterior) que, no entanto, ainda se recupera a partir de um patamar relativamente baixo em relação ao desempenho da média nacional. Quatro entre as dez capitais, Belo Horizonte, Fortaleza, Recife e Salvador apresentaram variações próximas da estabilidade, porém ligeiramente negativas, nos preços dos imóveis residenciais em janeiro.

Os resultados recentes da Sondagem da Construção Civil do IBRE/FGV refletem a desaceleração nos indicadores mensais e acumulados do IGMI-R/ABECIP no Índice de Situação Atual, mas apontam para um resultado potencialmente melhor no Índice de Expectativas.

Os principais componentes responsáveis pela queda observada no Índice de Situação Atual em janeiro são a Evolução Recente da Atividade (opinião dos empresários do setor em relação aos três últimos meses) e, principalmente, a Situação Atual dos Negócios (avaliação da situação da empresa entrevistada no período corrente), conforme podemos observar no gráfico abaixo.

Por sua vez, a melhora no Índice de Expectativas tem como principais responsáveis os componentes de Acesso a Crédito e Tendência dos Negócios (avaliação dos empresários do setor em relação à situação geral dos negócios da empresa nos próximos seis meses):

 

O contraste entre os sentimentos com relação ao período atual e os próximos seis meses captados pela Sondagem da Construção reflete a opinião sobre o nível de atividade econômica em geral nesse início de ano. Por trás dessa opinião existe um consenso relativo à necessidade do avanço da imunização para a retomada da atividade econômica, a aprovação de reformas estruturais do ambiente econômico, e a viabilização de alguma medida de estímulo como a prorrogação do auxílio emergencial. Em que pesem as dificuldades de curto prazo para essas questões, a perspectiva para elas em um horizonte mais longo ainda possui maior probabilidade associada a uma evolução favorável. Na medida em que essas condições efetivamente se realizem, e que a evolução dos índices de preços ao consumidor não prejudique as condições ainda favoráveis de crédito, os preços dos imóveis residenciais podem manter uma trajetória de recuperação ao longo do ano.

 

O IGMI-R/ABECIP avançou 0,82% em dezembro, resultado superior ao do mês anterior (0,50%), totalizando uma elevação de 10,28% ao longo do ano de 2020. Na tabela abaixo podemos comparar esse desempenho com relação aos dos dois anos anteriores.

A aceleração das variações anuais foi generalizada entre as 10 capitais analisadas pelo IGMI-R, ainda que de maneira heterogênea, como mostrado no gráfico para a série histórica completa.

O resultado para São Paulo é o destaque individual isolado, com elevação superior a 16% ao longo de 2020, enquanto um grupo formado por Curitiba, Porto Alegre, Salvador, Goiânia e Brasília apresentou taxas de variação próximas a 10%. Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Fortaleza aparecem a seguir, com taxas de variação próximas a 5%, enquanto o Recife ficou atrás com crescimento ligeiramente superior a 2% em 2020.

 

 

Os preços dos imóveis residenciais no Brasil mantiveram ao longo de 2020 a tendência de recuperação em termos reais, como pode ser visto no gráfico abaixo comparando as evoluções mensais acumuladas em 12 meses do IGMI-R e do IPCA:

 

Essa recomposição real dos valores dos imóveis residenciais perdeu força a partir do segundo trimestre, na medida em que tanto a valorização nominal não manteve a trajetória de aceleração verificada na virada do ano, quanto um conjunto de choques de oferta resultou na elevação dos índices de preços ao consumidor no período.

 

A evolução do IGMI-R pode ser interpretada em termos do desempenho da Sondagem da Construção (IBRE/FGV). Como pode ser visto no gráfico abaixo, a retomada dos preços dos imóveis a partir de 2016 encontra paralelo nos índices de Situação Atual e Expectativas relacionados a edificações residenciais na Sondagem.

No final de 2019, a expectativa do setor de construção civil era que a consolidação da retomada do nível de atividade econômica, aliada a condições favoráveis de crédito e o desempenho do mercado de trabalho, teria como contrapartida uma retomada mais robusta dos preços dos imóveis. A chegada da pandemia teve um forte efeito negativo nessa avaliação, como mensurado pelos índices de Situação Atual e Expectativas da Sondagem. No entanto, a construção civil acabou sendo um dos setores menos afetados pelas medidas de distanciamento social pelo lado da oferta, ao mesmo tempo em que a demanda se mostrou resistente no ambiente de condições de crédito ainda favoráveis e deslocamento dos padrões de consumo das famílias. O resultado foi a rápida recuperação dos indicadores da Sondagem, e a continuidade da retomada dos preços dos imóveis, ainda que como mencionado anteriormente em menor ritmo do que no início do ano, tanto em termos nominais quanto reais.

 

A ligeira desaceleração dos resultados acumulados em 12 meses do IGMI-R nos dois últimos meses de 2020 encontra contrapartida nos índices de situação atual e expectativas da Sondagem. O aumento da incerteza nesse período reflete de um lado o recrudescimento da crise sanitária, e de outro os fundamentos macroeconômicos, principalmente na medida em que a evolução da dívida pública torna difícil a continuidade das medidas de estímulo. Nesse contexto, o desempenho do setor de construção civil e dos preços dos imóveis tem como principal condicionante no início de 2021 a capacidade do processo de imunização em restaurar as condições de retomada de atividades ao longo de todos os setores da economia, e reverter a conjuntura negativa do mercado de trabalho. Superado esse importante obstáculo, a retomada da atividade econômica tem condições para ocorrer sem pressões que revertam as condições favoráveis de financiamento observadas nos últimos meses.

 

 

O IGMI-R/ABECIP de novembro variou 0,50%, mostrando um pequeno aumento em relação ao resultado do mês anterior (0,44%). Apesar disso, esse resultado acarretou uma variação acumulada em 12 meses ligeiramente inferior à de outubro (10,54%, ante 10,59%), interrompendo a sequência de aceleração iniciada em fevereiro de 2019.

Essa desaceleração no resultado acumulado em 12 meses nos preços de imóveis residenciais na passagem de outubro para novembro aconteceu em seis das dez capitais analisadas pelo IGMI-R/ABECIP (São Paulo, Fortaleza, Recife, Curitiba, Porto Alegre e Salvador), sendo que Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Goiânia e Brasília ainda mantiveram a tendência de elevação. Esses resultados ainda possuem uma heterogeneidade além da direção das taxas de variação: enquanto Rio de Janeiro e Belo Horizonte vêm mostrando recuperação a partir de patamares relativamente baixos, a aceleração de Goiânia e Brasília ocorre em torno de um resultado acumulado em 12 meses próximo da média nacional. Sempre considerando o resultado acumulado em 12 meses, São Paulo continua sendo o destaque positivo, apesar da ligeira desaceleração na margem, sendo Recife a capital com o menor resultado.

 

Apesar da pequena magnitude dessa tendência de desaceleração no resultado de 12 meses da maioria das capitas, a pressão sobre os índices de preços ao consumidor nos últimos meses representa um fator adicional no sentido de perda de intensidade da recuperação de preços reais dos imóveis residenciais. Os desafios impostos pelos novos desdobramentos da crise sanitária vêm fazendo aumentar o sentimento de incerteza, principalmente em relação à dinâmica do mercado de trabalho e ao ambiente de investimentos em geral. Os efeitos dessa incerteza podem ser avaliados à luz dos resultados mais recentes da Sondagem da Construção produzida pelo IBRE/FGV. O gráfico abaixo mostra a evolução dos itens Demanda Prevista e Tendência dos Negócios para o setor da construção de edificações residenciais, medidos em números-índice com ajuste sazonal (no eixo à esquerda), juntamente com o desempenho da variação percentual acumulada em 12 meses do IGMI-R/ABECIP (no eixo à direita):

A tendência de recuperação dos preços nominais iniciada no segundo semestre de 2018 ganha intensidade a partir do final de 2019, juntamente com a percepção de crescimento da Demanda Prevista e da Tendência de Negócios por parte dos empresários do setor. Essa intensidade de aceleração dos preços nominais é interrompida com a chegada da pandemia, a partir do final do primeiro trimestre de 2020. Apesar dessa perda de intensidade, a recuperação dos preços nominais ainda prossegue, em um ambiente onde as condições de financiamento e o deslocamento de consumo causado pelas restrições da pandemia promovem uma forte recuperação das expectativas já a partir do segundo trimestre. Os resultados de novembro mostram uma pequena reversão na margem tanto das variações dos preços nominais dos imóveis residenciais acumuladas em doze meses quanto das expectativas medidas pela Sondagem.  

 

A perspectiva de evolução dos preços dos imóveis nos próximos meses continua condicionada à redução das incertezas, tanto em relação ao equacionamento da crise sanitária quanto em relação aos fundamentos macroeconômicos que garantam a continuidade das condições favoráveis de financiamento de um lado, e a recuperação do mercado de trabalho do outro. 

 

 

Apesar da ligeira desaceleração no resultado do IGMI-R/ABECIP em outubro (0,44%, após variar 0,57% no mês anterior), o resultado acumulado em 12 meses voltou a aumentar (10,59% ante os 10,40% em setembro). Fortaleza e Recife, as duas capitais onde houve queda nos preços médios dos imóveis residências em outubro, juntamente com Rio de Janeiro e Belo Horizonte formam um grupo com resultados acumulados em 12 meses abaixo de 6%. Já Curitiba, Porto Alegre, Salvador, Goiânia e Brasília apresentam, ainda sob a perspectiva das variações acumuladas em 12 meses, valores próximos ao da média nacional (10,59%), enquanto São Paulo descola desse resultado, registrando aumento de 16,35%.

 

 

Apesar das disparidades entre esses grupos de capitais, as variações acumuladas nos dez primeiros meses de 2020 encontram-se sistematicamente acima das do mesmo período de 2019. Como pode ser visto no gráfico abaixo, esse resultado mantém a recomposição dos preços reais dos imóveis residenciais na média do Brasil, comparando as evoluções dos acumulados em 12 meses do IGMI-R/ABECIP e do IPCA.

 

Dois movimentos recentes fizeram com que essa recomposição em termos reais, iniciada na virada entre 2019 e 2020, perdesse parte de sua força. As incertezas sobre o nível de atividades e o mercado de trabalho resultantes da chegada da pandemia no segundo trimestre do ano reduziram a taxa de aceleração dos preços dos imóveis residenciais no período. Por sua vez, os índices de preços ao consumidor vêm acelerando desde esse período, como resultado de algumas mudanças de padrões de consumo e choques pontuais de oferta.

De qualquer forma, os resultados nominais do IGMI-R/ABECIP durante o terceiro trimestre, e ainda nesse primeiro mês do último trimestre, voltaram a mostrar aceleração, ainda que em tendência inferior à do início do ano. Esse desempenho encontra contrapartida na recuperação da demanda prevista por edificações residências, de acordo com a Sondagem da Construção produzida pelo IBRE/FGV. Como pode ser visto no gráfico abaixo, os níveis de demanda prevista tiveram uma forte recuperação após a queda registrada durante o segundo trimestre, aproximando-se do ponto máximo observado em dezembro de 2019.

 

O desempenho recente dos volumes de vendas e financiamentos sob condições historicamente favoráveis estabelece a oportunidade para a continuidade da recuperação dos preços dos imóveis residenciais. No entanto, eventuais novos desdobramentos da crise sanitária renovam os desafios para essa trajetória de retomada dos preços do setor, considerando seus impactos potenciais sobre o mercado de trabalho e os fundamentos macroeconômicos que garantam as condições necessárias para o aumento de investimentos.

O IGMI-R/ABECIP voltou a apresentar aceleração em setembro, com crescimento de 0,57% ante os 0,42% em agosto, o que também acarretou uma ligeira aceleração no resultado acumulado em 12 meses (10,40% em setembro ante 10,12% em agosto).

 

Na perspectiva da comparação dos resultados dos trimestres de 2020 contra os mesmos trimestres do ano anterior, apesar do segundo trimestre de 2020 ter registrado o pior momento em termos do impacto da pandemia sobre o nível de atividades, os preços nominais dos imóveis residenciais no Brasil ainda sustentaram a tendência de recuperação observada com maior intensidade desde meados de 2019. No entanto, as elevações dos índices de preços ao consumidor e ao produtor no período mitigaram parte desses ganhos em termos reais.

Sempre sob a ótica da comparação dos resultados dos trimestres de 2020 sobre os trimestres correspondentes de 2019, essa tendência de recuperação continuou, porém em menor intensidade: enquanto os resultados aceleraram de 6,22% para 9,64% entre o primeiro e segundo trimestres, o resultado da passagem do segundo para o terceiro trimestre foi mais modesto, de 9,64% para 10,19%. Adicionalmente, a continuidade da elevação dos índices de preços ao consumidor de produtos no período novamente significou uma recuperação mais lenta dos preços dos imóveis residenciais em termos reais.

Esse padrão foi repetido, em diferentes intensidades, em praticamente todas as capitais analisadas pelo IGMI-R. São Paulo continua sendo o destaque positivo, com crescimento de 15,79% no terceiro trimestre de 2020 sobre o mesmo período de 2019. O grupo formado por Curitiba, Porto Alegre, Salvador, Goiânia e Brasília apresentou crescimento em torno de 10% no terceiro trimestre de 2020 contra o terceiro trimestre de 2019. Já Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Fortaleza e Recife tiveram, sob a mesma base de comparação, variações positivas, porém bem inferiores. O Recife foi a única entre as dez capitais a registrar desaceleração (2,81% no terceiro trimestre ante 3,18% no segundo).

O movimento de recomposição dos preços dos imóveis residenciais vem corroborando diferentes indicadores relacionados à construção civil, como aumentos nos volumes de financiamento e vendas, crescimento da demanda por materiais de construção, e elevação das expectativas favoráveis de empresários tais como captadas nas sondagens de confiança do setor. Um dos fatores fundamentais para esse resultado continua sendo as condições de financiamento historicamente favoráveis. No entanto, a velocidade dessa retomada ainda está condicionada aos fundamentos macroeconômicos capazes de garantir a sustentabilidade dessas condições favoráveis de financiamento, e a uma maior disseminação do crescimento do nível de atividades entre os setores da economia e o mercado de trabalho.

O IGMI-R/ABECIP variou 0,42% em agosto, superior ao resultado de julho (0,29%). Esse resultado permitiu uma ligeira elevação na variação acumulada em 12 meses, que após ficar estável em 10,06% na passagem de junho para julho, registrou 10,12% em agosto.

Dentre as capitais analisadas, Porto Alegre e Recife tiveram variações negativas no mês, e desaceleração nos respectivos resultados acumulados em 12 meses. Belo Horizonte, apesar da (pequena) variação positiva em agosto, foi a terceira capital registrando desaceleração na perspectiva de 12 meses. Dentre as demais capitais, São Paulo mais uma vez foi o destaque positivo, com a maior taxa de variação mensal. Curitiba, Salvador, Goiânia e Brasília apresentam variações acumuladas em 12 meses pouco acima de 10%, com estabilidade durante os últimos meses em torno desse patamar.

Como pode ser visto no gráfico abaixo, após a variação acumulada em 12 meses do IPCA ter sido superior à do IGMI-R desde 2014, ao final de 2019 houve a equiparação entre os dois indicadores. A partir de então, tivemos a recomposição dos preços dos imóveis residenciais em termos reais, intensificada pela queda da taxa acumulada em 12 meses do IPCA em contrapartida à aceleração dos preços nominais mensurada através do IGMI-R/ABECIP.

Os três últimos meses terminados em agosto sugerem até agora um novo padrão para a evolução comparada das taxas acumuladas em 12 meses do IGMI-R/ABECIP e do IPCA, na medida em que a estabilização do IGMI-R em torno do patamar de 10% teve como contrapartida no período uma aceleração no resultado do IPCA. A consequência dessa combinação foi a redução na velocidade de recomposição dos preços dos imóveis residenciais em termos reais no período.

A elevação recente dos preços ao consumidor é predominantemente resultado de choques de oferta pontuais, não configurando até agora tendência de aceleração, de forma que a política monetária deve continuar propiciando condições favoráveis de financiamento. Os últimos indicadores do nível de atividades vêm apontando uma recuperação acima do inicialmente esperado, o que está refletindo positivamente nas sondagens de expectativas de empresários e consumidores. Como podemos ver no gráfico abaixo, a Sondagem da Construção Civil (FGV/IBRE) mostra uma forte recuperação da percepção dos empresários do setor com relação à demanda prevista por edificações residenciais, passado o pior momento dos efeitos da pandemia sobre a atividade econômica em geral.

A trajetória de recomposição dos preços reais dos imóveis residenciais ainda está sujeita às incertezas ligadas ao mercado de trabalho e à evolução da crise sanitária. Porém, as últimas revisões das expectativas acerca do crescimento da economia em 2020 apontam para um quadro melhor que o inicialmente imaginado durante o segundo trimestre, sendo o setor da construção civil um destaque entre aqueles responsáveis pelo ritmo da retomada.

 

O IGMI-R/ABECIP voltou a desacelerar em julho, variando 0,29% no mês ante os 0,55% registrados em junho. A variação acumulada em 12 meses ficou em estável em relação à já observada em junho (10,06%), interrompendo a sequência de aceleração verificada desde o início de 2019.

 

 

A recuperação dos preços dos imóveis residenciais em termos reais prossegue em menor intensidade, como pode ser vista no gráfico abaixo, dada a combinação da estabilização dos ganhos nominais dos preços dos imóveis com alguma aceleração nos índices de preços ao consumidor nos últimos meses.

 

 

A partir dos resultados de julho, o desempenho das diferentes capitais analisadas pelo IGMI-R pode ser dividido em três grupos. São Paulo e Goiânia apresentam estabilização das respectivas variações nominais acumuladas em 12 meses em 2020, em patamares elevados quando comparados às variações acumuladas do índice de preços ao consumidor no período.

Um segundo grupo, formado por Rio de Janeiro, Fortaleza, Recife, Porto Alegre e Brasília, apresenta alguma desaceleração nas variações acumuladas em 12 meses ao longo de 2019, e ganhos reais ainda positivos, mas em patamar menor que a média nacional nos casos do Rio de Janeiro, Fortaleza e Recife. Recife e Porto Alegre foram as únicas duas capitais analisadas pelo IGMI-R com variações negativas no mês de julho.

 

Em um terceiro grupo, Belo Horizonte, Curitiba e Salvador apresentam ainda alguma aceleração nas variações nominais acumuladas em 12 meses, com destaque para Curitiba e Salvador com patamares relativamente elevados em relação a Belo Horizonte.

A combinação da desaceleração das variações nominais nos preços dos imóveis residenciais com algum aumento nas taxas dos índices dos preços ao consumidor nos últimos meses acarreta uma desaceleração no ritmo da recomposição dos preços reais dos imóveis. Ainda assim, no contexto da recessão resultante dos efeitos da pandemia, esse resultado pode ser considerado relativamente positivo em relação ao restante da maioria dos setores da atividade econômica, como vem sendo observado em sondagens de expectativas do setor de construção em relação ao resultado do ano de 2020. Uma retomada mais robusta do setor continua sendo favorecida pela melhora nas condições de financiamento por um lado, mas ainda enfrenta as incertezas que afetam negativamente o mercado de trabalho e a confiança dos consumidores por outro.

O IGMI-R/ABECIP variou 0,55% em junho, desacelerando em relação ao desempenho de maio (1,06%). Apesar disso, a variação acumulada em 12 meses manteve a trajetória dos últimos meses, registrando 10,06% em junho contra 9,85% no mês anterior. Diferentemente do resultado nacional, três das capitais analisadas pelo IGMI-R/ABECIP apresentaram aceleração nas respectivas variações mensais dos preços de seus imóveis residenciais: Rio de Janeiro (0,14% em junho ante 0,02% em maio), Recife (0,15% em junho ante 0,06% em maio), e Curitiba (1,08% em junho ante 0,82% em maio).

No entanto, entre essas três capitais, apenas Curitiba manteve a trajetória de aceleração nas variações acumuladas em 12 meses (10,08% em junho ante 9,12% em maio). Apesar do aumento nas variações mensais para o Rio de Janeiro e Recife, essas variações foram modestas em termos absolutos, revertendo ligeiramente nos dois casos as trajetórias de aceleração nos resultados acumulados em 12 meses. Goiânia foi a terceira capital registrando essa ligeira reversão no resultado acumulado em 12 meses, enquanto as demais sete capitais mantiveram as respectivas trajetórias de aceleração sob essa ótica.

As diferenças regionais entre esses resultados do mês que fechou o primeiro semestre do ano podem ser vistas como responsáveis pela heterogeneidade no que ainda representa um processo de recuperação geral nos preços dos imóveis residenciais em todo o país. Analisando essa recuperação na perspectiva da comparação entre os resultados acumulados nos primeiros semestres de 2020 e 2019, a tabela acima e o gráfico abaixo mostram ganhos de diferentes intensidades em todas as capitais.

O Rio de Janeiro, única entre as dez capitais analisadas pelo IGMI-R/ABECIP a apresentar variação acumulada negativa no primeiro semestre de 2019, ainda mostra uma recuperação lenta, com a menor variação acumulada no primeiro semestre de 2020. São Paulo continua sendo o destaque tanto nas variações acumuladas em 12 meses quanto na variação acumulada durante o primeiro semestre de 2020. De qualquer maneira, todas as dez capitais, tanto sob a perspectiva dos resultados acumulados em 12 meses quanto no primeiro semestre de 2020, mantém a recomposição dos valores reais de seus imóveis residências, considerando-se as variações acumuladas dos índices de preços ao consumidor nos dois períodos.

A oscilação dos resultados no mês de junho ilustra os desafios que ainda permanecem para uma recuperação mais robusta nos preços dos imóveis residenciais no Brasil. De um lado, a indústria de construção civil foi relativamente pouco afetada pelas medidas de distanciamento social quando comparada à maioria dos outros setores, e as condições de financiamento vêm sendo continuamente beneficiadas pelo processo de queda nas taxas de juros. De outro, apesar dos resultados de vários indicadores sugerirem que o pior momento da atividade econômica parece ter ficado para trás, a intensidade e velocidade da recuperação estão sujeitas a incertezas relativas às dinâmicas interligadas do mercado de trabalho e da própria pandemia, tornando consumidores e investidores mais cautelosos.

O IGMI-R/ABECIP avançou 1,06% em maio, desacelerando em relação ao resultado do mês anterior (1,78%). Todas as capitais pesquisadas registraram elevação dos preços dos imóveis residenciais no período, porém mantendo a heterogeneidade observada ao longo dos últimos meses no que diz respeito à magnitude das variações. O destaque positivo em maio foi Porto Alegre, onde os preços aumentaram 2,49%. No outro extremo, o Rio de Janeiro e Recife tiveram variações positivas, mas em verdade muito perto da estabilidade no mês.

As variações acumuladas em 12 meses continuaram em aceleração exceto pelo Recife, onde o número de maio (3,24%) ficou ligeiramente abaixo do registrado no mês anterior (3,30%). Mesmo nos casos de menor variação nominal no período, a tendência de recuperação dos preços em termos reais teve sequência, impulsionada pela deflação dos índices de preços ao consumidor nos últimos meses.

Olhando sempre sob a ótica das variações acumuladas em 12 meses, o gráfico abaixo mostra a evolução do IGMI-R/ABECIP para o Brasil e as dez capitais ao longo dos cinco primeiros meses de 2020. Em maio, os resultados das capitais se agrupam claramente em torno de três grupos distintos.

São Paulo é um resultado à parte (15,44%), bem acima da média nacional. O segundo grupo é formado por Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Fortaleza e Recife, com variações acumuladas em torno de 4%, abaixo da média para o Brasil. O terceiro grupo apresenta variações próximas à da média nacional, em torno de 10%, formado por Curitiba, Porto Alegre, Salvador, Goiânia e Brasília.

Essas diferenças regionais ilustram a incerteza associada ao ritmo da recuperação nos preços dos imóveis residenciais no Brasil. Em um primeiro momento, essa incerteza ainda era predominantemente derivada dos desafios de ajuste macroeconômico do país, que vinham impondo um ritmo lento à recuperação do nível de atividade econômica no período após a recessão terminada em 2016. Ainda assim, o setor de construção civil vinha apresentando desempenho relativamente favorável, com crescimento de 1,6% em 2019, acima do PIB no ano (1,1%). Nos dois últimos meses, a pandemia fez crescer consideravelmente esse ambiente de incerteza, porém novamente o setor de construção civil parece contar com elementos relativamente favoráveis. Do lado da oferta, as medidas de distanciamento social não afetaram as obras com a mesma intensidade de outros setores industriais. Do lado da demanda, os juros em baixa histórica parecem ter ajudado a impulsionar o volume de financiamentos imobiliários, mesmo em abril, primeiro mês completo sob os efeitos da pandemia. O principal desafio para a continuidade da recomposição dos preços dos imóveis está na dinâmica do mercado de trabalho, com efeitos provavelmente desfavoráveis das quedas nos níveis de emprego e rendimento sobre a confiança de consumidores e investidores.

O resultado do IGMI-R/ABECIP em abril deu sequência à tendência de aceleração na variação dos preços dos imóveis residenciais do Brasil observada a partir do último trimestre de 2019. O indicador avançou 1,78% no mês, levando o resultado acumulado em 12 meses a uma alta de 9,01%. O gráfico abaixo apresenta as evoluções das variações acumuladas em 12 meses do IGMI-R/ABECIP e do índice de preços ao consumidor ampliado (IPCA/IBGE).

Ao longo do período desde o início da série histórica do IGMI-R/ABECIP, podemos ver quatro fases distintas. Na primeira, tivemos um movimento de queda contínua nos preços dos imóveis residenciais, inclusive em termos nominais, refletindo os efeitos negativos da recessão iniciada em 2014. A segunda fase mostra uma redução na tendência de quedas dos preços, a partir de meados de 2016. Na terceira fase, as variações nos preços dos imóveis residenciais voltam ao terreno positivo em termos nominais a partir de meados de 2018, porém ainda negativas em termos reais, com a diferença estreitando significativamente a partir de outubro de 2019. A quarta fase é marcada pelo primeiro quadrimestre de 2020, onde de um lado a aceleração nos preços dos imóveis residenciais, e de outro a queda nos preços ao consumidor, caracterizam aumentos dos preços dos imóveis residenciais em termos reais pela primeira vez na série histórica do IGMI-R/ABECIP.

Ainda que de forma heterogênea entre as localidades analisadas pelo IGMI-R/ABECIP, esse aumento em termos reais pela perspectiva do acumulado em 12 meses em abril de 2020 foi verificado para todas as capitais, como pode ser visto na tabela abaixo.

O destaque positivo continua sendo São Paulo, com um aumento de 2,19% em abril, levando o acumulado em 12 meses para 14,18%. No entanto, mesmo as capitais com pior desempenho relativo sob a perspectiva das variações em 12 meses, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Fortaleza e Recife, ainda assim passaram ao terreno positivo nas variações dos preços dos imóveis residenciais em termos reais, sempre levando em conta a variação do IPCA no período de 12 meses encerrado em abril.

 

A despeito das incertezas trazidas pela pandemia às decisões econômicas, os preços dos imóveis residenciais mantiveram até aqui a tendência de aceleração verificada a partir do final de 2019, sendo a queda dos preços ao consumidor um fator importante na recomposição de valores dos imóveis em termos reais. Até esse momento, a melhora nas condições de financiamento trazida pela tendência de queda significativa nas taxas de juros aparenta compensar a redução no volume de renda disponível. Indicadores como a sondagem de confiança do setor de construção trazem uma incerteza significativa para a trajetória dos preços dos imóveis residenciais nos próximos meses.

 

 

O resultado do IGMI-R/ABECIP em março mostrou uma variação positiva de 1,45% nos preços dos imóveis residenciais no Brasil. Após a ligeira desaceleração registrada em fevereiro (0,92% ante 1,03% em janeiro), o crescimento do índice volta a configurar um cenário de aceleração. Isso pode ser observado tanto na taxa de crescimento acumulado em 12 meses, que passou de 6,09% em fevereiro para 7,40% em março, quanto na comparação entre o crescimento das variações das médias trimestrais. O comportamento médio do IGMI-R/ABECIP durante o primeiro trimestre de 2020 teve um crescimento de 3,05% contra o mesmo critério aplicado ao último trimestre de 2019, que por sua vez já havia crescido 1,32% ante ao terceiro trimestre de 2019, após este crescer 0,98% contra o segundo trimestre de 2019. Como pode ser visto na tabela abaixo, essa tendência de aceleração nas variações das médias trimestrais foi repetida, ainda que em intensidades diferentes, ao longo das dez capitais analisadas pelo índice.

O destaque positivo foi São Paulo, com um crescimento de 4,82% no primeiro trimestre de 2020 sobre o último de 2019, enquanto Belo Horizonte e Recife apresentaram o menor crescimento (0,86%), ainda que nos dois casos esse valor tenha representado uma elevação sobre os respectivos resultados do último trimestre de 2019.

Alguns resultados vistos no gráfico acima merecem destaque. Os efeitos negativos da recessão iniciada em 2014 sobre os preços dos imóveis residenciais foram significativos, e só começaram a ser revertidos em meados de 2018 em termos nominais, ainda que de forma bastante heterogênea entre as capitais. Somente em 2019 voltamos a observar variações nominais positivas em todas as capitais analisadas pelo IGMI-R/ABECIP, sendo que para algumas delas passamos a ter também ganhos em termos reais, comparando-se o resultado com as variações acumuladas dos índices de preços ao consumidor. Ao final desse primeiro trimestre de 2020, enquanto a variação acumulada em 12 meses do Índice de Preços ao Consumir Amplo (IPCA) foi de 3,3% (mostrada na linha preta horizontal no gráfico acima), apenas no Rio de Janeiro e no Recife as variações acumuladas do IGMI-R/ABECIP no mesmo período ainda ficam abaixo desse patamar.

Ao fim do primeiro trimestre de 2020, o processo de recuperação dos preços dos imóveis residenciais no Brasil mostrou uma clara aceleração. A continuidade desse processo nos próximos meses envolve o conjunto de incertezas trazidas pelos efeitos da pandemia sobre os principais agregados macroeconômicos.

A variação mensal do IGMI-R/ABECIP em fevereiro (0,92%) ficou pouco abaixo do crescimento verificado no mês anterior (1,03%), mas manteve sua tendência ascendente sob a perspectiva das variações acumuladas em 12 meses (6,09% em fevereiro contra 5,17% em janeiro). Entre as capitais analisadas, Recife foi a única a registrar variação negativa no resultado mensal, e na dinâmica da variação acumulada em 12 meses (2,13% em fevereiro, abaixo dos 2,37% em janeiro).

São Paulo foi mais uma vez o destaque positivo, tanto em termos da variação mensal quanto da acumulada em 12 meses, tendo nessa última superado os dois dígitos pela primeira vez na série histórica iniciada em janeiro de 2015. Entre as demais capitais, Curitiba, Salvador, Goiânia e Brasília tiveram crescimentos acumulados em 12 meses superando as variações dos índices de preços ao consumidor no período, enquanto Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Fortaleza e Recife ainda não apresentaram ganhos reais nas variações dos preços de seus imóveis residenciais.

Apesar da ligeira desaceleração das variações mensais nos dois primeiros meses de 2020, a comparação do primeiro bimestre do ano em relação ao último bimestre de 2019 mostra uma tendência de recuperação relativa ao desempenho da mesma base de comparação nos dois anos anteriores. No caso do Brasil, o crescimento do primeiro bimestre de 2019 comparado ao último de 2018 (0,08%) havia sido inferior ao do primeiro bimestre de 2018 em relação ao último de 2017 (0,15%). No entanto, o resultado do primeiro bimestre de 2020 comparado ao último de 2019 mostrou uma aceleração significativa (2,03%).

Os indicadores relativos ao nível de atividade e ao mercado de trabalho no início de 2020 já traziam alguma incerteza com relação à aceleração da tendência de retomada dos preços dos imóveis residenciais no Brasil, apesar de fatores favoráveis como a redução das taxas de juros. O desdobramento dos impactos da pandemia sobre virtualmente todos os indicadores econômicos fez crescer consideravelmente essa incerteza.

No primeiro mês de 2020, o IGMI-R/ABECIP teve uma variação praticamente idêntica à do último mês de 2019 (1,03% ante os 1,07% anteriores). A variação acumulada em 12 meses, porém, continuou a trajetória de aceleração, passando dos 4,11% do fechamento do 2019 para 5,17%. Repetindo a tendência observada nos últimos meses, esse resultado foi novamente influenciado de forma positiva mais fortemente pelo desempenho dos preços dos imóveis residenciais na cidade de São Paulo, conforme pode ser visto na tabela abaixo. 

O resultado de São Paulo no início de 2020 garantiu uma aceleração em sua taxa de crescimento acumulada em 12 meses, passando dos 6,86% registrados em dezembro para 8,66% em janeiro. O município do Rio de Janeiro foi o único onde houve variação negativa em janeiro, ainda que em pequena magnitude, o que representou praticamente a estabilidade dos preços dos imóveis residenciais. Ainda assim, esse resultado possibilitou a aceleração da taxa acumulada em 12 meses para o município, passando dos 1,29% do fechamento de 2019 para 1,49% nesse início de 2020. Todas as demais capitais analisadas pelo IGMI-R/ABECIP também apresentaram aceleração em suas taxas de variação acumuladas em 12 meses na passagem de dezembro de 2019 para janeiro de 2020, com destaque para Salvador, Goiânia, Curitiba e Brasília. Nessas 4 capitais, as variações perto ou acima de 5% já representam uma pequena recuperação dos preços dos imóveis residências em termos reais, considerando-se a variação dos índices de preços ao consumidor no período.

Os principais indicadores do nível de atividades na economia brasileira na passagem de 2019 para 2020 ainda não permitem identificar uma consistência no processo de retomada capaz de aumentar significativamente a probabilidade de aceleração. No entanto, os níveis historicamente baixos das taxas de juros e a retomada gradual do mercado de trabalho continuam fornecendo argumentos para expectativas positivas em relação à demanda por imóveis residenciais ao longo dos próximos meses. Esse é um cenário favorável à disseminação da recuperação dos preços do setor em termos reais, por enquanto mais evidente na cidade de São Paulo, para as demais capitais. O ritmo dessa recuperação continua condicionado à aprovação de reformas capazes de melhorar a percepção em relação ao ambiente de negócios, de forma suficiente para alavancar uma retomada do nível de investimentos.

Fotos

O IGMI-R/ABECIP variou 1,07% em dezembro, quase o dobro da variação do mês anterior, e realizou ao longo de 2019 um crescimento de 4,11%.

         

Alguns comentários relevantes sobre esse resultado são:

1)    O aumento em 2019 ocorre depois de resultados nos dois anos anteriores que praticamente deixaram os valores nominais inalterados ao longo dos dois anos (variação de -0,60% em 2017 seguida de 0,64% em 2018).

2)    A variação do IGMI-R/ABECIP em 2019 foi muito próxima à dos principais índices de preços ao consumidor no período, revertendo os resultados dos anos anteriores, em que ficou abaixo.

3)    Em termos das dez capitais analisadas pelo índice, o desempenho ainda apresenta heterogeneidade significativa, como pode ser visto na tabela abaixo.

O destaque positivo é São Paulo, cuja variação acumulada ao longo de 2019 superou a dos índices de preços ao consumidor no período, após visível aceleração ao longo dos meses do ano. Apesar de representar o destaque negativo, o Rio de Janeiro ainda assim voltou a registrar aumentos nominais nos preços dos imóveis residenciais em 2019. Todas as capitais apresentaram resultados positivos e em aceleração quando comparados os 12 meses de 2019 aos de 2018.

Apesar de sujeito a oscilações no final de 2019, o ritmo de crescimento do nível de atividade continua uma tendência de alta, que vai refletindo em indicadores do mercado de trabalho e de confiança de diferentes setores. A expectativa da construção civil é que este cenário, aliado a melhores condições de financiamento e à demanda represada nos últimos anos deve revigorar o setor em 2020. Se confirmada essa expectativa, os efeitos sobre os preços dos imóveis residenciais devem ficar claros nos próximos meses, reforçando a tendência de aumento que por enquanto vem sendo verificada de forma mais forte na cidade de São Paulo.

A taxa de variação do IGMI-R/ABECIP voltou a acelerar em novembro registrando crescimento de 0,55%, após o aumento de 0,26% verificado no mês anterior. Na perspectiva do aumento acumulado em 12 meses esse resultado garantiu uma elevação de 3,11%, mantendo a trajetória de aceleração dos últimos meses. A tabela e gráfico abaixo mostram a comparação entre os acumulados de janeiro a novembro de 2018 e 2019.

São Paulo continua sendo o destaque positivo tanto das variações mensais quanto acumuladas, porém a perspectiva de comparação dos acumulados nos onze primeiros meses do ano mostra que a tendência de recuperação dos preços dos imóveis residenciais foi disseminada entre todas as capitais analisadas pelo IGMI-R/ABECIP, ainda que não de maneira homogênea.

Rio de Janeiro e Recife, que ainda apresentavam variações nominais negativas acumuladas nos primeiros onze meses de 2018, agora juntam-se às demais capitais registrando variações positivas nos primeiros onze meses de 2019. Todas as demais capitais, que já registravam aumentos nominais dos imóveis residenciais entre janeiro e novembro de 2018, apresentaram variações ainda superiores no mesmo período de 2019. Além do caso já mencionado de São Paulo, também merecem destaque as cidades de Curitiba, Porto Alegre e Brasília, cujas variações acumuladas nos onze meses de 2019 superaram 3%.

A retomada dos preços dos imóveis residenciais, que vem acontecendo de forma mais evidente em São Paulo, vai se disseminando aos poucos para as demais capitais. A recuperação no nível de atividades da economia brasileira, que vinha se mostrando bastante lenta, vem apresentando sinais de aceleração de acordo com os indicadores mais recentes. Apesar dessa aceleração estar concentrada em um primeiro momento em consumo das famílias, outros fundamentos ligados ao mercado imobiliário também começam a mostrar sinais de melhora. Em particular, condições favoráveis para o financiamento imobiliário aliadas à recuperação gradual dos indicadores de confiança devem resultar na continuidade do processo de recuperação dos preços dos imóveis.

O IGMI-R/ABECIP teve elevação de 0,26% em outubro, ligeiramente inferior à variação do mês anterior (0,32%). Apesar disso, a taxa acumulada em 12 meses continuou acelerando, passando dos 2,55% verificados em setembro para 2,74%. Do ponto de vista das variações acumuladas durante os primeiros 10 meses do ano, o quadro abaixo mostra um aumento significativo na comparação entre 2018 e 2019.


  

No entanto, os desempenhos individuais das 10 capitais analisadas pelo IGMI-R/ABECIP revelam uma heterogeneidade considerável. Tomando por base a variação acumulada em 12 meses do IPCA até outubro (2,54%), São Paulo continua a tendência de recuperação dos valores dos imóveis residenciais em termos reais, agora também acompanhado (ainda que em menor intensidade) por Curitiba, Salvador e Brasília.  As demais capitais apresentam ao menos recomposição em termos nominais, tanto no acumulado em 12 meses quanto na comparação entre os primeiros 10 meses de 2019 contra 2018. Rio de Janeiro e Fortaleza foram os destaques negativos do mês de outubro, apresentando variações negativas no mês. Nos dois casos, apesar das variações acumuladas em 12 meses continuaram positivas, houve desaceleração em relação aos resultados de setembro.

Dentre as 10 capitais analisadas pelo IGMI-R/ABECIP, São Paulo é aquela onde a recuperação do nível de atividades do mercado imobiliário residencial está mais clara. A retomada dos preços na cidade em termos reais, ainda que lentamente, acompanha um conjunto de indicadores ligados a aumentos de vendas e novos lançamentos nos últimos meses. Do ponto de vista macroeconômico, os efeitos positivos de quedas nas taxas de juros e de estímulos como a liberação de parte do FGTS já se fazem sentir em indicadores de consumo das famílias. O desempenho do setor imobiliário residencial em São Paulo poderá aos poucos se disseminar entre as demais regiões do país na medida em que o aumento da confiança de consumidores e empresários possibilite a retomada dos investimentos em geral.

Em setembro, a variação do IGMI-R/ABECIP foi de 0,32%, praticamente a mesma observada em agosto (0,36%). A trajetória de aceleração da taxa acumulada em 12 meses foi mantida, passando dos 2,33% em agosto para 2,55%. Como pode ser visto no quadro abaixo, essa aceleração ocorreu de forma constante durante os primeiros três trimestres de 2019, tomando como base de comparação os mesmos trimestres do ano anterior.

Apesar das diferenças em intensidade, as acelerações ao longo dos primeiros três trimestres de 2019 ocorreram em quase todas as 10 capitais analisadas pelo IGMI-R/ABECIP. O destaque fica por conta de São Paulo, onde a variação acumulada em 12 meses dá sequência à tendência de retomada dos preços dos imóveis em termos reais no período. O Rio de Janeiro saiu do terreno negativo nas variações trimestrais neste terceiro trimestre, e manteve a tendência de crescimento dos ganhos ao menos nominais na perspectiva do acumulado em 12 meses, registrando aumento de 0,19% em setembro ante os 0,07% observados em agosto. A única das capitais que não registrou aceleração no terceiro trimestre de ano foi Goiânia, mas que já vinha apresentando taxas de crescimento relativamente elevadas nos dois trimestres anteriores. Fortaleza, assim como já havia ocorrido em agosto, é a única das capitais a apresentar variação negativa no mês, sendo também a única com desaceleração sob a perspectiva do acumulado em 12 meses (1,69% em setembro ante 1,82% em agosto).

 Aos poucos, alguns indicadores de nível de atividade da economia brasileira vêm apresentando sinais de melhora nos últimos meses. Alguns desses são particularmente relevantes para o setor de construção civil, como o aumento de financiamentos no contexto da queda nas taxas de juros, e a retomada do nível de emprego. O início do processo de recuperação dos preços dos imóveis residenciais em termos nominais, e mesmo em termos reais como em São Paulo, vem associado a essa tendência gradual de retomada do nível de atividades. O aumento da intensidade dessa tendência deve ocorrer na proporção pela qual o aumento da confiança de investidores e consumidores se consolide nos próximos meses, o que segue condicionado à aprovação das reformas estruturais necessárias.

 

A variação dos preços dos imóveis residenciais para o Brasil, medida pelo IGMI-R/ABECIP, teve uma ligeira aceleração em agosto, registrando 0,36% ante os 0.29% observados no mês anterior. Entre as dez capitais analisadas, apenas Fortaleza teve uma redução nominal de preços no período (-0.10%), enquanto o destaque positivo ficou mais uma vez com São Paulo (0,71%).

 

 

Na perspectiva temporal mais ampla, considerando as variações acumuladas em 12 meses, apenas Fortaleza e Goiânia tiveram desacelerações, ainda que em torno de variações positivas: 1,82% em agosto contra 1,95% em julho no caso de Fortaleza, e 1,49% em agosto contra 1,60% no caso de Goiânia. Enquanto Salvador registrou estabilidade nessa variação acumulada (2,29% em agosto, mantendo o número de julho), as demais capitais mostraram acelerações, como pode ser visto no gráfico abaixo.

 

Para o Brasil como um todo, a variação acumulada em 12 meses passou de 1,99% em julho para 2,33% em agosto. Duas das capitais merecem destaque. O resultado da variação acumulada em 12 meses de São Paulo (4,31%) foi o mais alto entre as 10 capitais analisadas pelo IGMI-R/ABECIP, superando a variação dos índices de preços ao consumidor no período. Esse resultado sinaliza um início (ainda que modesto) de recuperação dos valores reais dos preços dos imóveis residenciais na cidade. Já o Rio de Janeiro, apesar de registrar a menor variação acumulada em 12 meses entre as capitais, voltou a apresentar um valor positivo pela primeira vez desde março de 2015 (lembrando que a série histórica do IGMI-R/ABECIP tem início em janeiro de 2014). Esse resultado, por sua vez, sinaliza ao menos um início potencial de recuperação dos valores nominais dos imóveis residenciais na cidade, apesar dos resultados ainda no campo negativo em termos de reposição de valores reais considerando o aumento dos índices de preços ao consumidor no período.

 

Apesar dos desafios ainda enfrentados pela retomada do nível de atividades da economia brasileira, o mercado residencial conta com alguns fatores positivos, como o baixo nível histórico das taxas de juros e novas condições de financiamentos imobiliários.  Dados recentes apontando aumento de vendas de imóveis novos e licenças para construções em São Paulo aparecem como contrapartida desse processo de início de recuperação dos preços observados na cidade. Uma retomada mais vigorosa, incluindo o restante do país, segue condicionada a uma melhora mais sensível das expectativas de consumidores e investidores.

 

 

 

 

Os preços nominais dos imóveis residenciais para o Brasil variaram 0,29%, segundo o IGMI-R/ABECIP, ligeiramente abaixo do resultado do mês anterior (0,36%). No sentido contrário, houve uma aceleração na perspectiva dos resultados acumulados em 12 meses (1,99% em julho contra 1,65% em junho). Outro ponto merecedor de destaque são os resultados acumulados desde o início da série histórica (janeiro de 2014). 

 

Os preços nominais dos imóveis residenciais no Brasil cresceram até abril de 2016, apesar de abaixo dos índices de preços ao consumidor. Como resultado da recessão então em curso, estes preços nominais passaram a ter variações negativas, o que em termos acumulados só foi revertido com este resultado de julho de 2019 (0,11% ante -0,18% em junho último).

No entanto, esta recuperação observada para a média do Brasil não ocorreu em cinco das dez capitais analisadas pelo IGMI-R/ABECIP. Nas cidades do Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Curitiba e Salvador os resultados nominais acumulados desde janeiro de 2014 ainda são negativos, com destaque para o Rio de Janeiro (-8,13%). No lado positivo, os destaques são as cidades de São Paulo e Goiânia, com resultados acumulados desde janeiro de 2014 acima de 7%. Mesmo nestes casos, os valores reais continuam defasados em relação a qualquer índice de preços ao consumidor no país.

O início da série histórica do IGMI-R/ABECIP coincide com o pico anual do valor das obras e serviços da construção mensurado pelo Sistema de Contas Nacionais, que vem decaindo desde então. Neste contexto, o início de recuperação dos valores reais dos imóveis ainda depende da concretização de uma melhoria nas expectativas em relação ao nível de atividade da economia brasileira, que seja capaz de reverter a tendência declinante dos investimentos nos últimos anos. Alguns fatores neste sentido são positivos na virada do semestre, principalmente a perspectiva de aprovação das reformas estruturais destinadas a equacionar a questão fiscal, os estímulos de curto prazo sendo cogitados e a redução das taxas de juros. No entanto, a recuperação do mercado de trabalho ainda permanece como um dos maiores desafios para a economia brasileira em geral, e para o mercado imobiliário em particular.

 

 

No mês de junho, os preços nominais dos imóveis residenciais para o Brasil variaram 0,36%, segundo o IGMI-R/ABECIP. Com este resultado, o aumento acumulado do valor dos imóveis no país ao longo do primeiro semestre foi de 1,19%.

Apesar do resultado acumulado no semestre ainda ficar abaixo das variações dos índices de preços ao consumidor no período, assim como na perspectiva do acumulado em 12 meses, os preços nominais dos imóveis residenciais continuam o processo de lenta recuperação. Esta retomada pode ser vista tanto na comparação em relação ao primeiro semestre de 2018 (variação acumulada de 0,19% contra os 1,19% do primeiro semestre de 2019), quanto na perspectiva do acumulado em 12 meses (1,65% em junho contra os 1,38% registrados em maio).

Do ponto de vista das dez capitais analisadas pelo IGMI-R/ABECIP, esta retomada também se mostra consistente. Como pode ser visto na tabela acima, à exceção do Rio de Janeiro todas as demais capitais mostraram aceleração no resultado acumulado no primeiro semestre de 2019 comparado ao mesmo período de 2018. Mesmo no caso do Rio de Janeiro, a magnitude da variação negativa acumulada nos primeiros seis meses de 2019 (-0,47%) é menor que a registrada no primeiro semestre de 2018 (-1,16%). Ainda neste caso, a variação positiva no mês de junho (0,18%) foi suficiente para reduzir também o ritmo de queda na perspectiva do acumulado em 12 meses (-0,81% em junho ante os -1,18% registrados em maio).

Com relação às demais capitais, as pequenas variações positivas no mês de junho fizeram as respectivas taxas acumuladas em 12 meses ficarem praticamente estáveis em relação aos resultados do mês anterior. As exceções nesta ótica da aceleração das variações acumuladas em 12 meses ficaram por conta de São Paulo (3% em junho contra 2,48% em maio) e Recife (0,44% em junho contra 0,08% em maio), tendo estes desempenhos sido suficientes para acelerar a variação acumulada em 12 meses do Brasil, como mencionado acima.

A perspectiva de aprovação das reformas necessárias para a economia brasileira deve ter um impacto positivo sobre o nível de atividades através do canal das expectativas, juntamente com algumas medidas de estímulo de curto prazo que vêm sendo consideradas. Uma aceleração na recuperação dos valores dos imóveis residenciais capaz de levar seus preços para o terreno positivo das variações reais continua dependendo da materialização do impacto positivo das expectativas, tanto sobre as decisões de investimento quanto em uma melhora consistente nas condições do mercado de trabalho.

Os preços dos imóveis residenciais medidos pelo IGMI-R/ABECIP para o Brasil em maio tiveram variação praticamente idêntica à observada no mês anterior (0,29% ante 0,28% em abril). A variação percentual interanual voltou a acelerar, registrando 1,38% em maio contra os 1,09% registrados em abril.

A única entre as dez capitais pesquisadas pelo IGMI-R a mostrar variação negativa dos preços dos imóveis residenciais foi o Rio de Janeiro, o que ocasionou uma nova queda na taxa acumulada em 12 meses, dos -1,08% de abril para -1,18% agora em maio. O gráfico abaixo mostra que a maior queda acumulada em 12 meses foi registrada no início de 2018, tendo recuado desde então. Entretanto, esta variação acumulada parece ter estabilizado em torno de -1% a partir do início de 2019.

 

Já nos casos de Salvador, São Paulo, Belo Horizonte, Curitiba e Porto Alegre, as variações acumuladas em 12 meses são positivas, e vêm acelerando nos últimos meses como mostra o gráfico abaixo.

Um terceiro grupo de capitais, formado por Goiânia, Brasília e Recife possuem trajetórias de crescimento acumulado em 12 meses também positivas, mas com menor intensidade e maior volatilidade nos últimos meses. O caso de Recife merece destaque pelo fato da variação interanual ter-se tornado positiva pela primeira vez na série histórica do IGMI-R agora em maio.

As variações nominais positivas nos preços dos imóveis residenciais para o Brasil e a maioria das dez capitais analisadas pelo IGMI-R, tanto na perspectiva mensal quanto na do resultado interanual, ainda não resultam em recomposição dos valores dos imóveis em termos reais, configurando mais o final do processo de quedas nos valores nominais, com exceção do Rio de Janeiro. A probabilidade associada a uma recomposição efetiva de preços reais dos imóveis durante os próximos meses é pequena, levando em conta a continuidade das revisões baixistas em relação ao crescimento da economia brasileira, e os efeitos destas expectativas sobre o setor da construção civil.

Em abril de 2019 os preços dos imóveis residenciais medidos pelo IGMI-R/ABECIP tiveram elevações nas dez capitais analisadas pelo índice. Como resultado, o acumulado em 12 meses para o Brasil continuou sua trajetória ascendente, registrando 1,09% ante os 0,82% acumulados até março. Dentre as capitais, apenas o Rio de Janeiro e Recife continuam com acumulados negativos na perspectiva de 12 meses, oscilando pouco nesta ótica durante os quatro primeiros meses de 2019.

Neste primeiro quadrimestre do ano, as taxas mensais de variações dos preços dos imóveis residenciais apresentaram resultados distintos entre as capitais. Um primeiro grupo, incluindo São Paulo e Brasília, apresentou variações nulas em janeiro, mas crescentemente positiva a partir de então, como podemos ver no gráfico abaixo.

 

Já um segundo grupo, formado pelo Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Recife, saiu de resultados negativos em janeiro para variações positivas nos meses mais recentes.

 

O terceiro grupo, com Fortaleza, Curitiba, Porto Alegre, Salvador e Goiânia é caracterizado pela volatilidade dos resultados mensais que, apesar das variações positivas em abril, não apresentam um padrão consistente de aumento desde o início do ano.

 

Esta volatilidade aliada aos resultados nominais positivos, mas ainda abaixo dos índices de preços ao consumidor nos últimos meses, caracteriza a dinâmica de um mercado em recuperação muito lenta, a exemplo do nível de atividade em geral no Brasil. A recente piora das expectativas em relação ao crescimento da economia até o final do ano não permite vislumbrar um aumento consistente e significativo do ritmo de retomada dos preços dos imóveis residenciais.

Em março de 2019 os preços dos imóveis residenciais medidos pelo IGMI-R/ABECIP tiveram aumento de 0,21%, acumulando 0,82% de crescimento em 12 meses. Este resultado foi superior ao verificado em fevereiro, que havia mostrado crescimento de 0,68% no acumulado em 12 meses. No entanto, comparando o primeiro trimestre de 2019 com o mesmo período de 2018, observamos uma elevação de 0,71%, resultado idêntico ao do trimestre anterior, interrompendo uma sequência de aceleração que vinha acontecendo desde o terceiro trimestre de 2018. 

Olhando para as dez capitais analisados pelo IGMI-R/ABECIP, o destaque negativo mais uma vez ficou por conta do Rio de Janeiro, que apresentando queda de -0,32% em março acelerou o ritmo de queda no acumulado em 12 meses (-1,18% contra -0,88% em fevereiro). Apesar de também apresentar queda na variação do mês, os preços em Porto Alegre ficaram praticamente estáveis na variação acumulada em 12 meses em relação aos dois meses anteriores. No Recife, a variação positiva do mês garantiu a desaceleração no ritmo de queda no acumulado em 12 meses (-0,08% em março ante -0,14% em fevereiro), aproximando o indicador da estabilidade nominal. São Paulo, Belo Horizonte, Fortaleza, Curitiba, Salvador, Goiânia e Brasília tiveram aumentos nos preços nominais de seus imóveis residenciais em março, e acelerações nas respectivas taxas acumuladas em 12 meses em relação a fevereiro. Excetuando-se São Paulo, estas capitais também tiveram acelerações na comparação dos trimestres sobre trimestres do ano anterior.

Mesmos nestes casos onde ocorrem recuperações nos valores nominais dos imóveis residenciais, a trajetória para a estabilidade dos preços reais ainda permanece lenta, ainda considerando-se alguma aceleração inflacionária neste início do ano. Esta aceleração dos preços, no entanto, resulta principalmente de questões pontuais de oferta, não representando sinais de elevação consistente dos níveis de consumo e investimento na economia brasileira. Neste contexto, os preços do mercado imobiliário residencial ainda não devem apresentar uma recuperação significativa nos próximos meses.

 

Após ficar praticamente estável em janeiro de 2019 (variando 0,01%), o IGMI-R/ABECIP teve uma ligeira aceleração em fevereiro, registrando aumento de 0,04%. Com isso, a tendência medida pela variação acumulada em 12 meses também mostrou uma pequena aceleração (passando de 0,62% em janeiro para 0,68% em fevereiro). Apesar de pequena, esta variação interrompeu a sequência de desaceleração observada a partir de dezembro de 2018.  Com relação às dez capitais pesquisadas, apenas o Rio de Janeiro e Recife continuam com quedas nas variações de 12 meses no preço dos imóveis residenciais. No entanto, mesmo com a redução de -0,05% observada em fevereiro, o ritmo de queda na variação acumulada em 12 meses continuou desacelerando para o Rio de Janeiro, passando dos -1,07% de janeiro para -0,88% em fevereiro.

De forma geral, os resultados de fevereiro ficaram bem próximos da estabilidade para as dez capitais, com apenas São Paulo e Porto Alegre apresentando variações positivas na primeira casa decimal. Esta tendência de estabilidade no resultado do mês foi reproduzida na perspectiva das taxas acumuladas em 12 meses para praticamente todas as capitais, podendo-se caracterizar as variações em fevereiro como pequenas oscilações em torno de um patamar baixo de variações nominais, ainda inferior ao da variação dos índices de preços ao consumidor no período.

Olhando para a variação acumulada no primeiro bimestre do ano contra o último bimestre do ano anterior nos três últimos anos, percebe-se que a recuperação nos preços nominais dos imóveis residenciais neste início de 2019 não manteve o ritmo observado em 2018. No caso do Brasil, enquanto os preços nominais cresceram 0,15% no primeiro bimestre de 2018 contra o último bimestre do ano anterior, no primeiro bimestre de 2019 este aumento foi de 0,08% contra o último bimestre de 2018. Este resultado, no entanto, não foi o mesmo no caso das dez capitais: Brasília e Salvador, nesta mesma base de comparação, saíram de variações negativas em 2018 para positivas em 2019, e nos casos do Rio de Janeiro e Recife, apesar destas variações serem negativas nos dois últimos anos, o ritmo de queda neste início de 2019 foi inferior ao de 2018. Os destaques positivos ficaram com Fortaleza e Curitiba, que apresentaram aceleração nesta comparação bimestral em 2019.

Dentro do contexto geral de frustração em relação ao ritmo da retomada do nível de atividades neste início de 2019, o comportamento dos preços dos imóveis residenciais segue refletindo um mercado cuja recuperação é normalmente defasada com relação à da economia em geral, junto com o dos investimentos em ativos reais como um todo.

Fotos

Em janeiro de 2019, o IGMI-R/ABECIP continuou a tendência de desaceleração observada no final de 2018. Após variar 0,10% no último mês do ano anterior, o índice ficou praticamente estável no primeiro mês de 2019. Com isso, o resultado acumulado em 12 meses também sofreu uma ligeira desaceleração, passando de um aumento de 0,64% no final de 2018 para 0,62% neste início de ano.

Entretanto, este comportamento não foi homogêneo entre as dez capitais analisadas pelo IGMI-R/ABECIP. Entre elas, apenas o Rio de Janeiro e Recife tiveram quedas nos preços nominais dos imóveis residenciais em janeiro, porém quando olhamos na perspectiva das respectivas variações acumuladas em 12 meses, as duas continuaram com números negativos, mas rumando para a estabilidade. As variações acumuladas em 12 meses entre dezembro de 2018 e janeiro de 2019 passaram de -1,49% para -1,07% no caso do Rio de Janeiro, e de -0,22% para -0,13% no caso do Recife.

No caso das outras oito capitais que tiveram variações positivas em janeiro, cinco delas verificaram acelerações nas respectivas variações acumuladas em 12 meses (Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Salvador e Brasília), enquanto as outras três (São Paulo, Fortaleza e Goiânia) sofreram desaceleração nesta perspectiva.

De forma geral, estes resultados representam os efeitos da recuperação ainda incipiente do nível de atividade da economia, e do setor imobiliário em particular, sobre os preços dos imóveis residenciais. Os últimos números divulgados do índice de Confiança da Industria da FGV (relativos a fevereiro) mostram uma queda na percepção da situação atual, mas alguma melhora em relação às expectativas com relação ao futuro. Alguns fatores importantes justificam esta melhora de percepção, principalmente o comportamento dos preços e das taxas de juros e o aumento no volume de financiamento imobiliário. No entanto, o grande condicionante da concretização destes fatores continua sendo a efetiva aprovação das reformas capazes de garantir a trajetória favorável de preços e juros em um primeiro momento, e dos investimentos em geral na sequência.

O IGMI-R/ABECIP desacelerou no último mês de 2018, variando 0,10% (ante 0,19% no mês anterior). Este resultado fez com que a variação acumulada em 12 meses também tenha desacelerado de 0,79% (novembro) para 0,64% (dezembro). Entretanto, esta variação positiva no acumulado do ano contrapõe-se às variações negativas observadas nos três anos anteriores, como mostrado na tabela ao lado.

A partir de dezembro, o IGMI-R/ABECIP passa a incorporar também informações sobre as variações dos preços dos imóveis residenciais em Brasília, com uma série histórica que se inicia em janeiro de 2015. Dentre as 10 capitais agora consideradas, apenas Rio de Janeiro e Recife tiveram variações negativas acumuladas em 2018, enquanto os destaques positivos ficaram por conta de São Paulo, Fortaleza, Curitiba, Salvador e Goiânia, todas com crescimentos acima de 1% nos preços dos imóveis residenciais ao longo de 2018. No entanto, mesmo as elevações de preços observadas nestas capitais no ano não foram suficientes para compensar as quedas verificadas nos anos anteriores, com exceção de Fortaleza e Goiânia onde os preços nominais conseguiram se sustentar ao longo de 2015 e 2016, caindo apenas em 2017.

De qualquer maneira, os preços dos imóveis residenciais ainda apresentaram quedas em termos reais em 2018, mesmo considerando-se os índices de preços ao consumidor terminaram o ano em patamares reduzidos. Apesar da tendência de estancamento nas quedas dos preços nominais observada na maioria das capitais, uma recuperação mais forte, capaz de impactar os preços reais, está condicionada a alguns fundamentos. As condições de financiamento tendem a melhorar com a tendência de permanência das taxas de juros em níveis historicamente baixos. As expectativas estão favoráveis em relação uma aceleração da retomada da atividade econômica. O desempenho do mercado imobiliário ainda depende da aprovação das reformas necessárias para que esta retomada seja suficiente para impactar a confiança de investidores e as condições do mercado de trabalho que possibilitem um crescimento significativo da massa salarial. 

 

Com a ligeira elevação do IGMI-R/ABECIP em novembro, sua taxa acumulada em 12 meses completou um semestre de variações positivas. No entanto, o ritmo do crescimento deste acumulado em 12 meses foi o menor desde o início da recuperação dos preços nominais dos imóveis residenciais em junho. Comparando-se os acumulados entre janeiro e novembro de 2018 contra os de 2017 na tabela abaixo nota-se que a tendência é positiva, porém o resultado de novembro mostra que esta recuperação ainda não está consolidada entre as capitais analisadas.

Enquanto o destaque positivo continua sendo São Paulo, Rio de Janeiro e Goiânia voltaram a ter quedas nos preços nominais em novembro. Recife, por outro lado, após apresentar variação negativa em outubro, ficou próximo da estabilidade em novembro. As demais capitais apresentaram aumentos em novembro, destacando-se Salvador com a maior taxa de variação no mês.

Em termos dos acumulados em 12 meses, o Rio de Janeiro e Recife ainda possuem variações negativas, ainda que esta queda tenha desacelerado no caso do Recife (-0,30% em novembro ante – 0,47% em outubro). Já o Rio de Janeiro vinha desacelerando o valor da queda acumulada em 12 meses desde março de 2018, porém o resultado de novembro interrompeu esta sequência, registrando queda de 1,52% ante -1,49% em outubro.

Apesar da pequena magnitude do aumento nos preços dos imóveis residenciais em novembro, alguma recuperação real dos valores ocorreu por conta das quedas nos índices de preços ao consumidor. No entanto, este resultado ainda não configura uma tendência clara de retomada dos preços dos imóveis, ainda condicionada às definições de política econômica da nova administração que garantam um aumento consistente da confiança por parte dos investidores.

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O IGMI-R ABECIP teve uma variação positiva de 0,08% em outubro, ligeiramente inferior à observada em setembro (0,10%). A taxa de variação acumulada em 12 meses subiu para 0,70%, completando cinco meses de aumentos consecutivos.  Entre as nove capitais cobertas pelo IGMI-R/ABECIP, Recife foi a única com retração de preços nominais dos imóveis residenciais em outubro. Na perspectiva da variação acumulada em doze meses, apenas Recife e o Rio de Janeiro ainda apresentam variações nominais negativas.

Quando comparadas as variações acumuladas nos dez primeiros meses do ano em 2018 e 2017, o quadro é mais favorável para todas as capitais. Enquanto todas menos Curitiba tiveram quedas entre janeiro e outubro de 2017, apenas o Rio de Janeiro e Recife ainda apresentam variações nominais negativas nos preços dos imóveis residenciais no mesmo período de 2018. Ainda assim, deve-se ressaltar que nestes dois casos o ritmo de queda teve uma desaceleração, indicando uma tendência de estancamento das perdas nominais. Ainda sob a perspectiva das variações acumuladas em 12 meses, os destaques positivos ficam por conta de São Paulo, Porto Alegre, Salvador e Goiânia, com aumentos superiores a 1,30% em todos os casos.

A evolução recente favorável dos índices de preços ao consumidor, a redução da incerteza com relação ao quadro político e a retomada gradual do nível de atividades devem propiciar a continuidade da trajetória de aumento dos preços nominais dos imóveis residenciais. O aumento do ritmo desta retomada ainda está condicionado ao conjunto de reformas do lado fiscal capazes de criar um ambiente mais favorável para os investimentos.

 

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A ligeira elevação nos preços dos imóveis residenciais captada pelo IGMI-R ABECIP em setembro (0,10% comparada a agosto) resultou na continuidade da aceleração da taxa de variação acumulada em 12 meses do indicador (0,60% em setembro após registrar 0,46% em agosto).  Olhando para as nove capitais consideradas pelo IGMI-R/ABECIP, apenas Recife apresentou uma variação acumulada em 12 meses crescentemente negativa (-0,39% em setembro contra -0,12% em agosto). No caso do Rio de Janeiro, única dentre as outras capitais a apresentar um acumulado negativo nos 12 meses em setembro (-1,75%), ainda assim observamos uma evolução com relação ao resultado pior observado em agosto (-2,09%). Sempre no critério do acumulado em 12 meses, Fortaleza passou de uma variação negativa em agosto (-0,13%) para positiva em setembro (0,13%), enquanto todas as outras capitais tiveram aceleração nas suas taxas positivas de crescimento dos preços nominais dos imóveis residenciais.

No entanto, sob a perspectiva das variações trimestrais, esta recuperação não apresenta aceleração para o Brasil, assim como para a maioria das capitais.

Enquanto para o Brasil a variação do terceiro trimestre de 2018 sobre o segundo foi de 0,07%, a variação do segundo sobre o primeiro trimestre havia sido um pouco superior (0,08%).

 

 

 

O gráfico acima mostra o terceiro trimestre de 2017 como o ponto mais baixo da série histórica do IGMI-R em termos trimestrais, com a recuperação tendo início no trimestre seguinte. Isso faz com que, a partir do último trimestre de 2018, a base de comparação mais alta torne mais difícil a aceleração da recuperação dos preços dos imóveis residenciais, na perspectiva puramente estatística. Em termos dos fundamentos econômicos, principalmente no que diz respeito aos investimentos, o ambiente ainda é dominado pelos efeitos da incerteza gerada pelo quadro político. Como resultado, a probabilidade de uma aceleração mais forte na retomada dos preços dos imóveis residenciais ainda é pequena no curto prazo.

 

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0 IGMI-R ABECIP registrou ligeira elevação (0,04%) em agosto, retornando à trajetória interrompida pela pequena queda observada no mês anterior. Com isso, a variação acumulada em 12 meses dos preços dos imóveis residenciais no Brasil continuou sua lenta tendência de recuperação nominal, registrando elevação de 0,43% ante aos 0,30% observados em julho. Esta tendência aparece claramente no índice para o Brasil e para as nove capitais, comparando-se a variação acumulada de janeiro a agosto de 2018 sobre 2017, contra a de 2017 sobre 2016, como pode ser visto na tabela abaixo.

Enquanto no agregado para o Brasil, assim como para as nove capitais, os primeiros oito meses de 2017 apresentavam variações negativas quando comparados aos oito primeiros meses de 2016, na comparação envolvendo os mesmos períodos de 2018 contra 2017 a maioria das capitais passou a apresentar variações positivas, ou com menores montantes de queda. O destaque positivo fica por conta de São Paulo, cuja variação dos preços dos imóveis residenciais passou de -1,59% no período de janeiro a agosto de 2017 sobre o mesmo período do ano anterior, para 1,01% comparando-se o acumulado ao longo dos mesmos meses de 2018 contra 2017. Do outro lado, sempre na mesma base de comparação, o Rio de Janeiro ainda apresenta uma queda de -3,21% em 2018 contra 2017, ainda que inferior ao montante da queda de 2017 contra 2016 (-4,10%). Fortaleza foi a única das capitais onde observou-se uma aceleração do ritmo de queda na mesma base de comparação, apesar do montante ser relativamente pequeno (-0,28%).

Em termos da variação de agosto contra julho, apenas o Rio de Janeiro e Porto Alegre tiveram quedas nos preços dos imóveis residenciais, ainda que o montante destas quedas possa ser melhor interpretado como praticamente uma estabilidade dos preços nominais. A partir de outra perspectiva, das variações acumuladas em 12 meses, todas as capitais menos Recife e Fortaleza tiveram resultados melhores, com destaque para Belo Horizonte, que passou dos -0,12% em julho para +0,11% em agosto. Apesar do desempenho negativo na variação mensal em agosto, o Rio de Janeiro continuou na tendência de desaceleração do ritmo de queda nesta perspectiva do acumulado em 12 meses.

A retomada mais vigorosa das variações dos preços dos imóveis residenciais no Brasil ainda depende de condições cuja probabilidade é relativamente pequena nos próximos meses. Notadamente, as incertezas internas ligadas ao cenário eleitoral e à política fiscal, e externas decorrentes de um cenário mundial menos favorável, têm impactado negativamente as decisões de investimentos no país. Neste cenário, a trajetória mais provável para os preços dos imóveis residenciais até o final do ano continua sendo a de uma lenta convergência rumo à estabilização dos valores nominais.

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Após quatro meses de aumentos consecutivos, 0 IGMI-R ABECIP teve uma leve retração em julho. O montante desta variação negativa foi modesto (0.04%), aproximando na verdade o índice da estabilidade em termos nominais. Mesmo com este desempenha na margem, a variação acumulada em 12 meses dos preços dos imóveis residenciais no Brasil, que havia apresentado em junho o primeiro resultado positivo desde agosto de 2015, teve uma aceleração (passando de 0.15% para 0,30%). Este fato é explicado pela baixa base de comparação, na medida em que o IGMI-R ABECIP ainda apresentava variações negativas em julho do ano passado.

Em termos do desempenho das capitais, São Paulo foi um dos principais responsáveis pela reversão da tendência de aceleração do indicador para o Brasil, na medida em que os preços dos imóveis residenciais na cidade ficaram praticamente estáveis em julho, após terem subido 0,17% no mês anterior. Porto Alegre também teve influência relevante no resultado nacional, sendo que os preços caíram -0,08% em julho, após uma sequência de elevações nos quatro meses anteriores. Curitiba e Goiânia tiveram variações positivas em julho, porém com desaceleração com relação ao mês anterior. O desempenho do Rio de Janeiro foi novamente um destaque negativo, com aceleração do ritmo de queda em julho quando comparado a junho.  Do lado positivo, Fortaleza e Salvador tiveram pequenas acelerações nos aumentos de preços em julho, enquanto os imóveis residenciais em Belo Horizonte tiveram seus preços estáveis no período.

Do ponto de vista das variações acumuladas em 12 meses, a aceleração para o Brasil mencionada acima deve ser atribuída principalmente à desaceleração do ritmo de queda no caso da maioria das capitais, na medida em que São Paulo, Curitiba, Salvador e Goiânia tiveram em julho variações acumuladas positivas, mas inferiores às observadas até o mês anterior. Apesar do resultado negativo na margem, Porto Alegre foi a única das capitais onde verificou-se uma aceleração na taxa positiva de variação acumulada em 12 meses entre junho e julho.

 

A evolução dos preços dos imóveis residenciais no Brasil continua uma trajetória de lenta recuperação. A frustração com relação ao ritmo da atividade econômica no segundo trimestre do ano teve impacto em algumas variáveis fundamentais para o mercado imobiliário, como estabilização da taxa do desemprego em níveis elevados, crescimento moderado da renda e queda na confiança do consumidor. Este conjunto de fatores não deve, no entanto, ser suficiente para reverter a direção da retomada dos preços dos imóveis residenciais em um horizonte mais longo. A manutenção da taxa de juros em níveis historicamente baixos juntamente com novas medidas de estímulo ao crédito habitacional são elementos importantes e que devem desempenhar um papel fundamental para a retomada do setor em um ambiente futuro de menor incerteza.

 

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No mês de fechamento do primeiro semestre de 2018, 0 IGMI-R ABECIP mostrou uma pequena aceleração com relação a maio (0,08%). Um indicador relevante a partir deste resultado é a variação acumulada em 12 meses para o Brasil, que apresentou o primeiro resultados positivo desde agosto de 2015. Apesar desta reversão na tendência de queda dos valores nominais ainda não ser verificada em quatro das capitais analisadas, todas estas tiveram uma desaceleração no ritmo de queda da variação acumulada em 12 meses. 

O destaque positivo para a variação acumulada em 12 meses é São Paulo, com 1,35%, mas a tendência de recuperação das capitais em geral pode ser vista comparando-se este resultado com o de Belo Horizonte, que apesar de ainda apresentar uma variação acumulada em 12 meses negativa (-0,66%), foi juntamente com Goiânia a capital onde ocorreu a maior variação positiva em junho (0,21%). O destaque negativo foi o Rio de Janeiro, que teve nova queda na margem no mês de junho (-0,19%), e a maior queda na comparação acumulada em 12 meses (-3,16%). Ainda assim, como mencionado anteriormente, mesmo no caso deste destaque negativo o ritmo de queda no acumulado em 12 meses vem tornando-se menos intenso, dado que nesta comparação o Rio de Janeiro havia registrado uma queda de -3,25% em maio. 

Uma outra perspectiva da tendência de recuperação dos preços nominais dos imóveis residenciais pode ser obtida comparando as médias dos primeiros semestres de 2018 contra 2017, e 2017 contra 2016, como nas duas últimas colunas da tabela acima. Das nove capitais analisadas pelo IGMI-R, cinco passaram de variações negativas para positivas (São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, Salvador e Goiânia), enquanto três apresentaram quedas menos intensas (Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Recife). Fortaleza foi a única entre as capitais a registrar aceleração no ritmo de queda na comparação entre semestres, mas foi justamente aquela em que o ajuste de redução de preços verificado em todo o país começou mais tarde.

A recuperação dos preços nominais dos imóveis residenciais continua de forma lenta, assim como a dos preços reais, na medida em que os efeitos dos eventos de maio sobre os índices de preços ficaram claramente contidos aos períodos imediatamente subsequentes, não comprometendo a trajetória de longo prazo. Alguns indicadores apontam quedas significativas nos estoques de imóveis em algumas das capitais mais representativas nas comparações interanuais, colaborando para a tendência de recuperação dos preços. O principal fator de limitação para esta recuperação ainda está fortemente associado às incertezas econômicas e seus desdobramentos, do lado interno, e a um ambiente externo mais volátil que já surte efeitos negativos sobre a taxa de câmbio e a percepção de risco dos mercados emergentes.

 

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O IGMI-R ABECIP ficou estável em maio de 2018 com relação ao mês anterior. Apesar desta estabilidade na margem, a tendência de variação acumulada em 12 meses apresentou uma desaceleração significativa no ritmo de queda, praticamente zerando as variações nominais em um ano (-0,02%), após registrar -0,29% em abril. A tendência de recuperação dos preços nominais coincide com o final da recessão no último trimestre de 2016, e sua trajetória na série histórica do IGMI-R/ABECIP pode ser vista no gráfico abaixo.

 

 

Do ponto de vista das 9 capitais analisadas pelo IGMI-R ABECIP, este comportamento não é homogêneo. A tabela abaixo apresenta os resultados para o mês de maio e acumulados em 12 meses para o Brasil e as 9 capitais:

 

 

As mesmas capitais que apresentam variações positivas em maio também apresentam variações positivas acumuladas em 12 meses, com destaque para São Paulo, cuja variação acumulada situa-se bem acima da média nacional e das demais capitais. Do outro lado, Rio de Janeiro destaca-se pela maior variação acumulada negativa, bem superior à das outras capitais que ainda apresentam quedas de preços nominais acumuladas em 12 meses (Belo Horizonte, Fortaleza e Recife).

Apesar destes resultados negativos em algumas das capitais, merece destaque a observação que em todos os casos de variações negativas acumuladas em 12 meses, as taxas de quedas estão menores desde o início de 2018, assim como nos casos de variações acumuladas positivas as taxas de aumento estão em aceleração. Com isso, podemos afirmar que o resultado nacional sintetiza uma tendência de estancamento das quedas de preços nominais dos imóveis residenciais, com algumas diferenças de ritmo regionais.

As condições para a consolidação da tendência de recuperação dos preços nominais e reais dos imóveis residenciais no Brasil continuam, no entanto o aumento recente da incerteza com relação ao desempenho da economia impede que esta recuperação ocorra em ritmo mais forte.

 

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O IGMI-R ABECIP voltou a apresentar um ligeiro aumento em abril (0,02%), pouco inferior aos 0,06% registrados no mês anterior. A tendência de variação acumulada em 12 meses continua apresentando uma desaceleração no ritmo de queda, com -0,29% até abril ante os -0,36% até março.

Comparando-se as variações dos preços dos imóveis residenciais acumuladas durante o primeiro quadrimestre de 2018 contra o mesmo período de 2017 verificamos uma queda de -0,35%. No entanto, conforme pode ser visto no quadro abaixo, este resultado ocorre em meio a diferenças regionais significativas entre as nove capitais analisadas pelo IGMI-R ABECIP.

A maior influência negativa sobre o desempenho no primeiro quadrimestre foi do Rio de Janeiro, com queda de -3,69%. Outras quatro capitais também tiveram quedas na comparação entre os primeiros quadrimestres de 2018 e 2017, Belo Horizonte (-1,82%), Fortaleza (-0,35%), Recife (-1,11%) e Porto Alegre (-0,02%), porém em magnitudes bem inferiores à do Rio de Janeiro. Do outro lado, quatro capitais tiveram desempenho positivo tomando-se a mesma base de comparação, Goiânia (0,06%), Salvador (0,44%), Curitiba (0,46%), e São Paulo com a maior contribuição positiva (0,79%).

Em termos da tendência medida pela variação acumulada em 12 meses, de forma geral as mesmas capitais são responsáveis pelas contribuições negativas e positivas que nos casos da comparação quadrimestral interanual, com exceção de Porto Alegre, cuja variação dos preços dos imóveis residenciais de 0,04% em abril foi suficiente para trazer a variação acumulada em 12 meses do terreno negativo para o positivo na passagem de março para abril (-0,25% em março contra +0,52% em abril). Entre as nove capitais analisadas, Recife foi a única a apresentar uma piora no resultado acumulado em 12 meses na passagem de março (-0,49%) para abril (-0,65%). As demais capitais mostraram desacelerações no ritmo de queda acumulado em 12 meses, ou pequenas oscilações em torno de valores positivos, cujo destaque é São Paulo, com 0,84% em abril contra 0,86% em março.

Os principais temas no centro do debate sobre o desempenho da economia brasileira neste início de ano são relevantes para a análise da evolução dos preços dos imóveis residenciais no período. A defasagem entre as quedas das taxas de juros para operações interbancárias e aquelas cobradas para o consumidor final, juntamente com a lenta retomada da massa salarial são fatores que ainda inibem uma recuperação mais forte dos negócios imobiliários. Por outro lado, registram-se em algumas capitais neste início de ano um aumento no número de vendas superior ao de lançamentos de novos imóveis, fazendo com que o estoque tenda a cair gradativamente. A ausência de uma recuperação mais consistente dos preços nominais dos imóveis residenciais até agora pode ser considerada à luz dos diferentes impactos relativos destes fatores sobre o desempenho das diferentes capitais.

 

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Após uma ligeira queda nos preços nominais dos imóveis residenciais verificada pelo IGMI-R ABECIP em fevereiro (-0.01%), os resultados de março mostraram uma retomada da recuperação gradual, com aumento de 0,06% no mês. Com este resultado, a tendência de variação acumulada em 12 meses voltou a registrar uma desaceleração no ritmo de queda, ainda que pequena (-0,36% em março contra -0,38% em fevereiro).

A tendência de recuperação nos preços nominais fica mais evidente considerando-se as variações trimestrais recentes. Enquanto a quatro trimestre de 2017 mostrou um crescimento de 0,05% com relação ao trimestre anterior, o primeiro trimestre de 2018 apresentou uma elevação mais expressiva, de 0,24% com relação ao último trimestre de 2017.

Esta aceleração no crescimento na comparação trimestral foi também verificada nas cidades de São Paulo e Porto Alegre, porém é notável que outras 2 capitais pesquisadas pelo IGMI-R (Belo Horizonte e Fortaleza) reverteram o sinal da taxa de crescimento trimestral, passando de variações negativas no quarto trimestre de 2017 para positivas ou estáveis no primeiro trimestre de 2018. Já os casos de Goiânia, Salvador e Curitiba mostraram variações positivas nos dois últimos trimestres, porém em desaceleração. Ainda na ótica da comparação trimestral, os piores resultados ficaram por conta do Rio de Janeiro e Recife, onde observou-se uma aceleração na taxa de queda no primeiro trimestre de 2018 com relação à verificada no último trimestre de 2017.

Sob estas diferentes comparações temporais, a heterogeneidade dos resultados entre as nove capitais pesquisadas pelo IGMI-R/ABECIP em março continua a refletir, de forma geral para o mercado residencial no Brasil, uma recuperação ainda lenta e volátil dos preços nominais dos imóveis. Este resultado está inserido no contexto da retomada econômica do país, cujos resultados recentes medidos por diferentes indicadores de nível de atividade vêm frustrando as expectativas de um ritmo mais forte de crescimento. Pode-se afirmar que o setor de formação de capital em geral é o mais afetado por estas expectativas, que se de um lado não se deterioraram o suficiente para antever uma reversão do ciclo de crescimento, por outro adiam decisões de investimentos e, portanto, uma retomada mais vigorosa dos preços dos imóveis residenciais.

 

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A tendência de recuperação nos preços nominais dos imóveis residenciais observada desde o segundo semestre de 2017 perdeu força momentaneamente em fevereiro, de acordo com os resultados do IGMI-R ABECIP. A taxa acumulada em 12 meses do indicador vinha apresentando números cada vez menos negativos no período, mas após os -0.36% observados em janeiro, esta voltou a acelerar ligeiramente o ritmo de queda, registrando -0.38% em fevereiro, em virtude do resultado negativo (ainda que praticamente estável) no mês (-0.01%).

A principal contribuição negativa para o IGMI-R ABECIP em fevereiro veio mais uma vez do Rio de Janeiro, que ao apresentar uma queda de -0.25% no mês elevou o ritmo de queda no acumulado em 12 meses dos preços dos imóveis residenciais da cidade para -3.80% (tendo registrado -3.49% em janeiro). Curitiba e Goiânia, após variações positivas em janeiro, apresentaram quedas em fevereiro, enquanto Salvador mostrou uma ligeira aceleração no ritmo de queda no mês. Como destaques positivos, Belo Horizonte e Recife tiveram elevações em fevereiro após registrarem quedas no mês anterior, enquanto Porto Alegre apresentou uma ligeira aceleração positiva em fevereiro. 

Em que pesem os destaques negativos e positivos, a característica geral da dinâmica de preços das nove capitais pesquisadas pelo IGMI-R ABECIP em fevereiro é de relativa estabilidade, como refletido no índice nacional, tanto da perspectiva das variações mensais, quanto das taxas acumuladas em 12 meses.

Este cenário é por enquanto compatível com a tendência de defasagem da recuperação da formação de capital fixo em geral com relação à retomada do nível de atividade da economia brasileira, que parece consolidada, mas em ritmo modesto. Enquanto diversos indicadores de expectativas se mantém positivos, mostrando que o adiamento do ajuste fiscal e a incerteza política não vêm afetando de forma significativa a percepção de empresários e consumidores, indicadores do nível corrente de atividades vêm revelando alguma oscilação em torno de uma tendência suave de crescimento. O efeito da combinação destes fatores sobre os preços dos imóveis residenciais vem se mostrando consistentemente como uma tendência ao estancamento das perdas nominais. Vale ressaltar que do ponto de vista dos preços reais, a tendência de redução no ritmo de perdas vem sendo favorecida pelas surpresas baixistas dos índices de inflação nos primeiros meses de 2018.

 

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No primeiro mês de 2018, o resultado do IGMI-R ABECIP mostrou uma continuidade da tendência de recuperação nos preços nominais dos imóveis residenciais iniciada na segunda metade do ano anterior. A variação do índice no mês mostrou uma pequena elevação (0,03%), que por sua vez acarretou em uma pequena melhora na taxa acumulada em 12 meses (-0,36% contra os -0,60% em dezembro de 2017).

Duas das nove capitais pesquisadas pelo IGMI-R ABECIP registraram acelerações nas taxas de variação acumuladas em 12 meses entre dezembro de 2017 e janeiro de 2018: São Paulo (0,40% para 0,70%) e Salvador (0,24% para 0,41%). Seguindo a mesma base de comparação, Porto Alegre e Recife apresentaram os piores desempenhos entre as nove capitais, com variações respectivas entre dezembro e janeiro de -0,02% para -0.14%, e -1,19% contra -1,36%. Duas outras capitais ainda apresentaram variações acumuladas em 12 meses negativas, porém em menor intensidade comparando-se com dezembro de 2017: Goiânia (-0,08% contra -0,46%) e Fortaleza (-0,14% contra -0,29%). Curitiba apresentou uma pequena desaceleração no ritmo de crescimento da taxa acumulada em 12 meses, enquanto Rio de Janeiro e Belo Horizonte ainda apresentaram variações negativas, porém praticamente estáveis. 

Esta heterogeneidade com relação ao desempenho regional revela alguma volatilidade em torno de uma tendência de recuperação ainda muito lenta no estancamento das quedas dos preços nominais dos imóveis residenciais ao longo do país. Esta dinâmica deve continuar ao longo do ano, refletindo um balanço de forças opostas. De um lado a queda nas taxas de juros, o baixo nível da inflação, e alguma recuperação no mercado de trabalho colaboram para uma recuperação potencial do setor. De outro lado, as incertezas associadas aos efeitos do adiamento das reformas necessárias para o equacionamento do quadro fiscal, e à definição do quadro político, continuam encurtando o horizonte de planejamento e fazendo do nível de investimentos em geral a parcela mais fraca da recuperação do nível de atividades na economia brasileira. Ao longo dos próximos meses, se por um lado a probabilidade associada a um desempenho negativo dos preços dos imóveis residenciais como o observado principalmente ao longo de 2016 é pequena, por outro parece igualmente pequena a probabilidade de uma retomada mais vigorosa.  

 

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Índice ABECIP teve um ligeiro aumento (0,24%) na passagem do mês de novembro para dezembro em 2017. 

O IGMI-R ABECIP teve um ligeiro aumento (0,24%) na passagem do mês de novembro para dezembro em 2017. Este resultado deu sequência à tendência de lenta recuperação nos preços nominais a partir do segundo semestre do ano. Como consequência, a variação acumulada ao longo de 2017, apesar de ainda negativa (-0,60%), foi menos negativa em comparação à verificada em 2016 (-2,26%), como pode ser visto na tabela abaixo.

A recessão iniciada no segundo trimestre de 2014 foi uma das mais longas e profundas já verificadas na economia brasileira, tendo terminado apenas no último trimestre de 2016. O maior impacto desta recessão sobre os preços dos imóveis residenciais foi sentido justamente no ano de 2016. A série história do IGMI-R ABECIP, iniciada em janeiro de 2014, mostrou que o acumulado ao final deste ano ainda era positivo em termos nominais, ainda que negativo em termos reais quando considerada a evolução dos diferentes índices gerais de preços no período. Já 2015 apresentou variação acumulada negativa em termos nominais, o que em termos reais implicou quedas substanciais, levando-se em conta a grade elevação da inflação no período. Apesar da queda dos índices de inflação em 2016, os preços nominais dos imóveis acentuaram o ritmo de queda no ano. Nesta perspectiva, o resultado do ano de 2017 mostra uma tendência menos negativa, na medida em que não só o ritmo de queda nos preços nominais caiu com relação a 2016, como apontado acima, mas também a variação dos índices de inflação terminou o ano em patamares historicamente muito baixos. 

Em resumo, o passado recente mostra um estancamento da tendência de queda nos preços reais dos imóveis residenciais no país. Esta trajetória não foi perfeitamente homogênea entre as nove capitais pesquisadas pelo IGMI-R ABECIP. No caso de Fortaleza em Goiânia, o ajuste parece ter chegado mais tarde com relação às demais capitais. Contrariamente ao resultado geral, as variações acumuladas em 2015 e 2016 ainda foram positivas (em termos nominais), porém negativas em 2017. Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Recife apresentaram quedas contínuas nestes últimos três anos, ainda que o ritmo desta queda tenha diminuído em 2017. 

Este comportamento dos preços dos imóveis residenciais reflete o desempenho do setor de construção nas contas nacionais, que ainda não começou a acompanhar a recuperação, ainda que lenta, verificada nos demais setores. Esta defasagem é esperada, na medida em que o ambiente geral para os investimentos ainda é marcado pela capacidade ociosa gerada durante a recessão, e pela incerteza relacionada ao impacto do cenário político sobre as reformas necessárias para a redução da percepção de risco relacionado ao quadro fiscal. Estes fatores ainda devem desempenhar um papel relevante ao longo de 2018, mas alguma contrapartida dos efeitos do ambiente de queda de juros e recomposição do poder de compra e endividamento por parte das famílias deve colaborar para a continuidade da tendência de estabilização dos preços dos imóveis residenciais ao longo do ano.

 

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O IGMI-R ABECIP mostrou um pequeno avanço nos preços dos imóveis residenciais em novembro (0,10%), comparando-se com o mês de outubro. Com este resultado, o acumulado em doze meses do indicador, ainda que negativo em -0,76%, manteve pelo décimo segundo mês consecutivo a tendência de desaceleração nas quedas nominais (em outubro havia registrado -0,86%). Esta tendência aparece claramente no quadro abaixo, onde compara-se os acumulados entre janeiro e novembro para 2016 e 2017. Enquanto nos onze primeiros meses de 2016 o IGMI-R ABECIP acumulava uma queda de -2,34%, no mesmo período de 2017 esta queda foi reduzida para -0,61%, sempre em termos de valores históricos. Levando-se em consideração a forte desaceleração dos índices de preços ao consumidor no período, o resultado em termos reais mostra uma recuperação ainda mais significativa.

Dentre as nove capitais pesquisadas pelo IGMI-R/ABECIP, São Paulo merece destaque por apresentar a primeira variação positiva no acumulado em doze meses desde março de 2016. Curitiba e Salvador também apresentaram variações positivas nos preços dos imóveis residenciais acumulados em 12 meses no mês de novembro, dando sequência aos aumentos verificados a partir do segundo semestre do ano. No caso das demais capitais, todas com exceção de Recife apresentaram taxas de variações negativas nos acumulados em 12 meses, porém seguindo o padrão de desaceleração destas taxas negativas, indicando a perspectiva de estancamento nas quedas dos preços nominais de seus imóveis residenciais. Recife foi o único caso a apresentar uma aceleração nesta queda acumulada em 12 meses, passando dos -0,79% observados em outubro para -0,91 em novembro.

Entretanto, considerando o acumulado entre janeiro e novembro, Recife mostra um resultado melhor em 2017 (-0,95%) quando comparado ao de 2016 (-1,48%), indicando que apesar do resultado na margem a tendência também pode ser de alguma recuperação para os preços dos imóveis residenciais na cidade. As demais capitais também apresentaram um melhor desempenho na comparação dos primeiros doze meses de 2017 contra o mesmo período de 2016, com exceção de Fortaleza e Goiânia. No entanto, estas foram as duas únicas cidades a mostrar resultados positivos no acumulado de janeiro a novembro de 2016, o que indica que o ajuste de preços observado no restante do país parece ter sido realizado com alguma defasagem nestas duas capitais. 

A dinâmica dos preços dos imóveis residenciais no Brasil apresenta uma lenta melhora em termos nominais, potencializada em termos reais pela contínua queda nos índices de preços ao consumidor e no atacado. Os últimos resultados relativos ao nível de atividade da construção civil no país corroboram este desempenho dos preços dos imóveis residenciais, caracterizando uma defasagem com relação ao ciclo de crescimento iniciado no primeiro trimestre de 2017. A recuperação do setor deve manifestar-se de forma mais clara na medida em que este crescimento ganhe impulso, para o que vem colaborando o aumento gradativo da renda e a continuidade da queda nas taxas de juros.

 

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Apesar da ligeira queda registrada na passagem entre setembro e outubro (-0,02%), o IGMI-R ABECIP para o Brasil ficou muito próximo da estabilidade nominal, e deu sequência à trajetória de redução na queda acumulada em 12 meses, que ocorre de forma contínua desde o início de 2017. De fato, este indicador de variação acumulada em 12 meses também já se aproxima da estabilidade nominal, tendo registrado -0,86% em outubro.

Os números da variação do  IGMI-R  ABECIP em outubro ainda mostram uma heterogeneidade considerável entre as nove capitais analisadas pelo índice: enquanto São Paulo, Recife, Curitiba e Goiânia tiveram variações nominais positivas, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Fortaleza, Porto Alegre e Salvador tiveram quedas nos preços nominais de seus imóveis residenciais. Estas oscilações de curto prazo decorrem da volatilidade que caracteriza o processo de retomada lenta do mercado imobiliário, mas duas perspectivas temporais mais amplas ajudam a entender melhor esta tendência de retomada. Do ponto de vista das variações acumuladas em 12 meses, apesar de Curitiba ser a única entre as nove capitais a apresentar ganhos nominais em outubro, dentre as demais, com exceção de Belo Horizonte e Salvador, todas tiveram reduções no ritmo de queda dos preços nominais entre setembro e outubro, a exemplo do indicador para o Brasil, que passou de uma variação acumulada em 12 meses de -1,03% em setembro para os -0,86 de outubro.

Outra forma de olhar os resultados em uma perspectiva temporal que dilui a volatilidade das variações mensais é a variação da média móvel de 6 meses contra os 6 meses anteriores. Em outubro, este indicador para o Brasil mostrou uma queda de -0,57%, inferior à variação acumulada em 12 meses no mês (-0,86%), mostrando a tendência de recuperação nos meses mais recentes. Nos casos de Belo Horizonte e Salvador, onde as quedas acumuladas em 12 meses cresceram entre setembro e outubro, as variações negativas da média móvel de 6 meses foram menores, indicando que nestes últimos seis meses alguma recuperação também parece estar se encaminhando.

A pior recessão da economia brasileira em termos de duração e profundidade terminou no último trimestre de 2016. Desde então, vários indicadores de nível de atividade econômica vêm apontando para uma recuperação, ainda que lenta e caracterizada por volatilidade no curto prazo. Os números recentes do IGMI-R/ABECIP mostram que este início de recuperação vem acontecendo aos poucos no mercado imobiliário residencial, dentro da defasagem que se pode esperar do setor com relação à reversão do ciclo econômico.

 

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O IGMI-R ABECIP em setembro continuou em sua trajetória recente de redução no ritmo de queda nos preços nominais dos imóveis residenciais: apesar de uma nova queda na margem (0,07%), o acumulado em 12 meses registrou -1,03%, contra -1,45% observados em agosto. Analisando o índice pela ótica da comparação entre médias das variações trimestrais, o trimestre encerrado em setembro mostrou uma variação média de -0,12%, praticamente idêntica à variação média do segundo trimestre do ano (-0,13%). Estes resultados, no entanto, mostram alguns padrões diferentes entre as nove capitais para as quais o IGMI-R ABECIP é calculado individualmente.

Nos casos de São Paulo, Recife, Curitiba, Salvador e Goiânia, as médias de variação dos preços dos imóveis residenciais durante o terceiro trimestre foram positivas, após registrarem valores negativos na média do segundo trimestre. Dentre estas cinco capitais, apenas Salvador apresentou variação negativa dos preços em setembro, porém praticamente dentro da estabilidade. Ainda com relação a este grupo de capitais, São Paulo, Recife e Goiânia ainda registram variações negativas no acumulado em 12 meses, porém com uma clara tendência observada nos últimos meses de arrefecimento no ritmo destas variações negativas, apontando para a estabilidade dos preços nominais. Nos casos de Curitiba e Salvador, as variações acumuladas em 12 meses já apresentam ligeiros aumentos.

As demais capitais, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Fortaleza e Porto Alegre, tiveram quedas nos preços nominais dos imóveis em setembro, mas todas com exceção de Fortaleza também apresentaram um arrefecimento no ritmo de queda nas variações acumuladas em 12 meses.  Em termos das médias trimestrais, enquanto Belo Horizonte e Fortaleza mostraram variações médias praticamente estáveis entre o segundo e o terceiro trimestres, Porto Alegre registrou variações negativas menores no terceiro trimestre, enquanto o Rio de Janeiro foi a única entre as nove capitais a registrar variações médias negativas em maior magnitude no trimestre encerrado em setembro, com relação ao segundo trimestre.

A evolução dos preços dos imóveis residenciais desde o início do ano reflete, apesar de algumas diferenças regionais, a tendência em direção à estabilização dos preços nominais, e a perdas menores em termos reais, dada a forte desaceleração inflacionária no período. Uma recuperação mais forte dos preços dos imóveis está condicionada ao desempenho da economia brasileira. Apesar de vários indicadores recentes do nível de atividades apontarem para uma melhora, a retomada ainda ocorre em um ritmo ainda lento e sujeito a oscilações no curto prazo.

Confira e baixe os gráficos do Brasil e das nove capitais abaixo.

 

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Pelo quinto mês consecutivo, O IGMI-R ABECIP registrou nova queda nos preços dos imóveis residenciais em agosto. No entanto, o montante desta queda, -0,09%, foi inferior aos -0.19% observados em julho, e com isso a trajetória medida pela variação acumulada do indicador em 12 meses continuou sua tendência iniciada em fevereiro último de suave reversão do ritmo de queda, registrando -1,45% em julho após o resultado de -1,48% observado em maio.

Esta tendência de suavização no ritmo de queda na variação acumulada em 12 meses foi reproduzida em seis das nove capitais analisadas pelo IGMI-R ABECIP - São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Porto Alegre, Salvador e Goiânia

No caso de São Paulo, essa suavização no ritmo de queda no acumulado em 12 meses (de -0.78% para -0.74%) foi muito pequena, em função da variação negativa na margem do mês de agosto (-0.05%), após registrar pequeno aumento em julho (0.18%). Este resultado ilustra as dificuldades para reverter de forma clara o ritmo de negócios dos imóveis residenciais na cidade.

O Rio de Janeiro, apesar de registrar a maior queda nos preços dos imóveis com relação às nove capitais (-0.37%), a variação acumulada em 12 meses reverteu o ritmo de queda que havia acelerado nos dois meses anteriores, ficando em -3.79% contra os -4.28% observados em julho. Curitiba representa um destaque positivo, na medida em que foi a única entre as nove capitais que passou de uma variação acumulada em 12 meses negativa para uma positiva entre julho (-0.11%) e agosto (0.88%). Belo Horizonte e Fortaleza foram as únicas duas capitais onde o ritmo de queda nos preços dos imóveis medido pela variação acumulada em 12 meses se intensificou entre julho e agosto.

Os preços dos imóveis residenciais ainda apresentam quedas em termos reais, tanto na perspectiva da variação mensal quanto na do acumulado em 12 meses. Os indicadores que apontam para a retomada gradual no nível de atividade da economia brasileira ainda não possuem efeitos notáveis sobre o desempenho do mercado imobiliário. No entanto, o efeito combinado da contínua desaceleração dos índices de inflação com a tendência de quedas nominais cada vez menores nos preços dos imóveis faz com que a variação de seus preços reais tenda à estabilidade.

Assim como na dimensão do nível geral de investimentos, alguns fundamentos importantes já permitem vislumbrar uma reversão do ciclo para os imóveis, porém com uma defasagem em relação ao desempenho dos demais setores da economia.

 Confira e baixe os gráficos do Brasil e das nove capitais abaixo.

 

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O IGMI-R ABECIP apresentou uma nova queda em julho, de 0,19%, após a variação negativa de 0.09% do mês anterior. Apesar deste resultado na margem, a trajetória medida pela variação acumulada do indicador em 12 meses continuou a tendência de reversão do ritmo de queda, registrando -1,48% em julho após o resultado de -1,59% observado em maio. 

Entre as nove capitais analisadas, quatro tiveram variações positivas em julho (São Paulo, Curitiba, Salvador e Goiânia), enquanto as demais (Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Fortaleza, Recife e Porto Alegre) tiveram quedas. A maior taxa de variação negativa nos preços dos imóveis residenciais no mês de julho foi verificada no Rio de Janeiro (-1,14%), que também acumula a maior variação negativa em acumulada em 12 meses nas variações nominais (-4,28%, contra a média nacional de -1,48%).

A maior variação positiva foi observada em Salvador (0,21%), seguido por São Paulo (0,18%). Apesar disso, a variação acumulada de 12 meses dos preços dos imóveis em Salvador apresentou em julho pequena aceleração com relação ao acumulado em junho (-1,71% contra -1,63%). Este resultado de ligeira aceleração na variação acumulada em 12 meses, sempre se comparando julho com relação ao mês anterior, também foi observado em Belo Horizonte (-2,34% contra -2,31%), Recife (-1,30% contra -1,27%), e no Rio de Janeiro (-4,28% contra -4,21%), que apresenta a maior queda nominal no acumulado de 12 meses entre as nove capitais. 

A trajetória dos preços dos imóveis residenciais no Brasil continua apresentando uma relativa melhora apenas na forma de desaceleração do ritmo de queda nos preços nominais. Alguns fatores importantes atuam na direção do favorecer alguma recuperação no ritmo dos negócios do setor imobiliário, como a trajetória de queda sustentável de juros, os sinais de redução do comprometimento da renda das famílias com o pagamento de empréstimos anteriores, e o início da recuperação dos níveis de emprego. Os efeitos mais fortes desses fatores sobre os preços dos imóveis residenciais ainda devem levar algum tempo, principalmente no contexto das incertezas que dificultam decisões mais sensíveis a condições de longo prazo.

Confira e baixe os gráficos do Brasil e das nove capitais abaixo.

 

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O IGMI-R ABECIP (Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial), baseado em laudos dos bancos, apresentou uma ligeira queda em junho na leitura para o Brasil, de -0,09%. No entanto, a trajetória medida pela variação acumulada do indicador em 12 meses manteve a tendência de reversão do ritmo de queda, registrando -1,59% em junho após o resultado de -1,73% observado em maio. Esta tendência pode ser constatada por outro ângulo, comparando os acumulados no primeiro semestre de 2016 e 2017.

Enquanto a variação acumulada durante o primeiro semestre de 2016 na leitura nacional foi de -1,24%, em 2017 o primeiro semestre registrou uma queda bem menor, de -0,57%. Deve-se ressaltar que, na medida em que os vários índices de preços vêm registrando uma forte tendência desinflacionaria em 2017, a desaceleração do ritmo de queda nos preços dos imóveis residenciais torna-se ainda mais relevante quando analisada sob a ótica dos preços reais.

Do ponto de vista das nove capitais analisadas pelo IGMI-R ABECIP, esta tendência também foi verificada em São Paulo, Belo Horizonte, Recife e Salvador, sendo que os preços dos imóveis residenciais nestas cidades tiveram variações negativas no acumulado do primeiro semestre de 2017, mas em montante inferior à variação também negativa no primeiro semestre de 2016.  Por sua vez, Curitiba e Porto Alegre, que mostraram variações negativas no primeiro semestre de 2016, tiveram aumentos nos preços nominais dos imóveis residenciais durante o primeiro semestre de 2017. Já Goiânia passou de uma variação positiva nos primeiros seis meses de 2016 para uma queda nos preços nominais dos imóveis residenciais no mesmo período de 2017. Fortaleza, juntamente com Goiânia, a única das cidades a apresentar variações positivas no acumulado do primeiro semestre de 2016, repetiu o desempenho no primeiro semestre de 2017, porém em menor intensidade. No sentido contrário, o Rio de Janeiro apresentou uma queda no primeiro semestre de 2017 superior à verificada no mesmo período de 2016, senda a capital com a maior redução de preços nominais no acumulado de 12 meses (-4,21%).

A recuperação dos preços dos imóveis residenciais no Brasil continua de forma lenta, ainda sob a forma de desaceleração do ritmo de queda nos preços nominais. O processo de forte desinflação nos preços em geral abre espaço para uma intensificação do processo de redução dos juros, o que tende a melhorar as condições de financiamento, com efeitos positivos sobre o nível de atividade no setor imobiliário. Entretanto, uma retomada mais forte de negócios ainda parece condicional a um horizonte de planejamento mais amplo que o permitido no contexto da atual crise política no país.

 Confira e baixe os gráficos do Brasil e das nove capitais abaixo.

 

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Em abril, a variação para o Brasil do IGMI-R ABECIP foi praticamente nula, apresentando uma ligeira queda de 0,05%. Com este resultado, a variação em 12 meses do indicador registrou o quarto mês consecutivo de desaceleração no ritmo de queda nominal nos preços dos imóveis residenciais, passando dos -1,86% de março para -1,82 em abril. 

Das nove capitais para as quais o IGMI-R ABECIP é calculado, Fortaleza, Curitiba e São Paulo registraram variações positivas na comparação entre março e abril, com taxas de respectivamente 0,19%, 0,31% e 0,04%. Dentre as demais capitais, as quedas mais expressivas nos preços nominais dos imóveis residenciais foram observadas em Belo Horizonte (-0,47%), Porto Alegre (-0,73%), Salvador (-0.26%) e Goiânia (-0,12%), enquanto Rio de Janeiro e Recife tiveram praticamente estabilidade nos preços dos imóveis. 

Os resultados de abril interromperam momentaneamente as tendências de desaceleração nas quedas dos acumulados em 12 meses de algumas das capitais. Para o Recife a variação acumulada em 12 meses em abril ficou em -1,38%, após registrar -0,93% em março, e na mesma base de comparação Porto Alegre (-0,89% em abril contra -0,70% em março) e Salvador (-2,74% em abril contra -2,64% em março) tiveram o mesmo comportamento. Fortaleza, que ainda registrava uma taxa de variação positiva de 0,43% no acumulado em 12 meses de março, passou para uma variação negativa de -0,06% em abril, apesar do crescimento de 0,19% na comparação mensal entre abril e março. Nas demais capitais, o comportamento do acumulado em 12 meses foi o mesmo do observado no Brasil, com a continuidade da desaceleração da queda nos acumulados em 12 meses.

De forma geral, os resultados de abril podem ser interpretados como resultantes de alguma volatilidade em torno da tendência de arrefecimento no ritmo de queda nos preços nominais dos imóveis residenciais no Brasil. Esta volatilidade reproduz as incertezas acerca da retomada do nível de atividade econômica no país, para as quais contribuem os desdobramentos do quadro político. Uma vez que o cenário desenhado pela queda consistente da inflação e dos juros ainda está mantido, estas incertezas parecem por enquanto apenas adiar um pouco a retomada mais robusta do crescimento da economia, que deverá consolidar as condições para a estabilização dos preços dos imóveis residenciais. 

 

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Após uma pequena variação negativa em abril (-0,05%), O IGMI-R ABECIP para o Brasil apresentou uma nova queda em maio em relação ao mês anterior, desta vez mais significativa (-0,26%). A variação acumulada do indicador nos primeiros cinco meses de 2017 foi de 0,48%. No entanto, a magnitude desta variação negativa foi inferior à observada nos primeiros cinco meses de 2016 (-1,01%), mostrando alguma tendência de estancamento nas quedas dos preços nominais dos imóveis residenciais entre os dois períodos. Na perspectiva do acumulado em 12 meses, esta tendência aparece com a queda observada em abril (-1,82%), dando lugar a uma queda inferior (-1,73%) em maio. 

A variação negativa dos preços dos imóveis residenciais no mês de maio foi praticamente generalizada entre as capitais para as quais o IGMI-R ABECIP é calculado, excetuando-se Salvador, que apresentou estabilidade.

Do ponto das variações acumuladas nos acumulados em 12 meses, todas as nove capitais mostraram quedas, porém com diferentes tendências: comparando-se os resultados de abril e maio tivemos desacelerações nos ritmos de quedas em São Paulo (-1,74% para -1,49%), Rio de Janeiro (-3,87% para -3,72), Recife (-1,38% para -1,30%) e Salvador (-2,74% para -1,78%). No sentido inverso, apresentando acelerações nas quedas acumuladas em 12 meses entre abril e maio temos Belo Horizonte (-2,04% para -2,40%), Fortaleza (-0,06% para -0,86%), Curitiba (-0,07% para -0,16%), Porto Alegre (-0,98% para -1,03%) e Goiânia (-1,37% para -2,22%). 

A dinâmica dos preços do mercado imobiliário residencial nestes primeiros cinco meses do ano, de acordo com os resultados do IGMI-R ABECIP, aponta para uma recuperação lenta e sujeita a oscilações nos resultados de curto prazo, reproduzindo o contexto da retomada do nível de atividade em geral da economia brasileira.

Por um lado, a forte desaceleração dos vários indicadores de inflação no país impacta positivamente as decisões de consumo dependentes de financiamento, viabilizando a trajetória de redução das taxas de juros. No entanto, uma retomada mais vigorosa continua condicionada às incertezas decorrentes da relação entre o quadro político e a aprovação das reformas necessárias para uma percepção concreta de queda de risco por parte dos agentes econômicos.

 

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O IGMI-R/ABECIP cresceu 0,03% em março para o Brasil, o que possibilitou a continuidade da tendência de estancamento das perdas nominais nos preços dos imóveis. Dentro da perspectiva de variação acumulada em 12 meses, a queda de -2,2% registrada em fevereiro passou para -1,86% com o resultado de março.

Das nove capitais para as quais o IGMI-R/ABECIP é calculado, Fortaleza aparece em destaque apresentando a maior variação positiva em março (0,40%), e também como a única a registrar crescimento no acumulado em 12 meses (0,43%). No outro extremo, o destaque fica por conta de Goiânia, com a maior variação negativa no mês (-0,12%), dando sequência a uma tendência de aumento na queda acumulada em 12 meses, que passou de -0,51% em fevereiro para -1,44% em março. Considerando-se que Goiânia apresenta o maior crescimento de preços nominais entre todas as capitais desde o início da série do IGMI-R ABECIP em janeiro de 2014, esse resultado de março indica que após uma valorização acima da média neste período, as variações dos preços de imóveis nesta capital começam a convergir para as observadas nas demais.

Duas outras capitais apresentaram variações negativas em março: Rio de Janeiro (-0,01%) e Porto Alegre (-0,05%). Apesar deste resultado, a variação acumulada em 12 meses nos preços dos imóveis no Rio de Janeiro (-4,05%) foi inferior à verificada em fevereiro (-4,44%), enquanto no caso de Porto Alegre ficou praticamente estável (-0,69% em fevereiro contra -0,61% em março).

As demais capitais apresentaram resultados homogêneos, com aumentos nos preços dos imóveis em março, e continuidade da tendência de queda nas variações negativas acumuladas em 12 meses. A tabela abaixo sintetiza todas estas informações.

Os resultados de março indicam que de forma geral a tendência de queda nos preços nominais dos imóveis residenciais no Brasil continua arrefecendo, o que juntamente com a queda nas taxas de inflação resulta em quedas reais também menores. A perspectiva é de continuidade deste movimento, no contexto de quedas adicionais nas taxas de juros e de uma esperada recuperação na atividade econômica do país.

Fotos

A tendência de desaceleração da queda nos preços nominais dos imóveis residenciais continuou em fevereiro, quando a variação do IGMI-R/ABECIP para o Brasil ficou praticamente estável  em relação a janeiro de 2017 (+0,02%). Com este resultado, a queda acumulada em doze meses ficou em -2,20%, desacelerando com relação aos -2,26% aferidos em janeiro.

Houve elevação nos preços dos imóveis em cinco das nove capitais pesquisadas pelo IGMI-R/ABECIP, com o destaque da maior variação positiva para Porto Alegre (0,46%), enquanto Curitiba (0,07%), São Paulo (0,01%), Rio de Janeiro (0,07%) e Fortaleza (0,03%) ficaram perto da estabilidade. Com relação às demais quatro capitais, o destaque de variação negativa foi Belo Horizonte (-0,16%), seguido por Recife (-0,11%), Salvador (-0,11%), e Goiânia (-0,10).

A tendência de desaceleração no ritmo de queda também foi disseminada entre as capitais na perspectiva da variação anual. Enquanto a variação de janeiro de 2017 sobre o mesmo mês de 2016 havia sido de -2,51% no caso de São Paulo, em fevereiro de 2017 contra fevereiro de 2016, ela passou para -2,49%. Considerando-se os mesmos dois períodos, esta tendência foi também verificada em Belo Horizonte (-2,57% contra -2,35%), Curitiba (-1,62% contra -0,97%), Porto Alegre (-1,09% contra -0,61%), e Salvador (-2,83% contra -2,79%). No sentido contrário, mas com pequenas variações, estão o Rio de Janeiro (-4,40% contra -4,44%), Recife (-1,34% contra -1,36%), Goiânia (-0,07% contra -0,51%). Fortaleza, a única entra as nove capitais com variação positiva, passou de uma variação de 1,21% para 0,35%, sempre na mesma base de comparação.

As variações de preços em termos reais de forma geral apontam para quedas menores, na medida em que os principais índices de inflação passam por um claro processo de desaquecimento. Ainda que de forma gradual, a combinação de alguma retomada do nível de atividade na economia brasileira, combinada com melhorias nas condições de crédito de forma geral, deve continuar a favorecer o processo de ajuste pelo qual vem passando o setor de construção, com impacto mais favorável sobre o desempenho dos preços. 

 

Após registrar pequena uma variação positiva (0,08%) em dezembro de 2016, a média nacional do IGMI-R/ABECIP voltou a cair em janeiro de 2017 (-0,18%). Este comportamento, no entanto, não é homogêneo considerando-se separadamente as nove capitais atualmente pesquisadas pelo IGMI-R/ABECIP. Enquanto São Paulo (-0,20%), Rio de Janeiro (-0,67%), Belo Horizonte (-0,14%), Recife (-0,08%), Salvador (-0,24%) e Goiânia (-0,35%) mostraram quedas nos preços entre dezembro de 2016 e janeiro de 2017, Fortaleza (0,17%), Curitiba (0,23%) e Porto Alegre (0,40%) apresentaram variações positivas no mesmo período.

Apesar desta queda verificada na comparação entre janeiro de 2017 e dezembro de 2016, a comparação interanual revela a continuação da tendência de desaceleração no ritmo de queda nos preços dos imóveis residenciais. Comparando-se janeiro de 2017 contra janeiro de 2016, a queda acumulada nos preços no período (-2,23%) foi ligeiramente inferior à verificada na comparação anterior, de dezembro de 2016 contra dezembro de 2015 (-2,26%).

Esse resultado em termos de comparação interanual também não foi homogêneo entre as nove capitais. Apenas Fortaleza mostrou um crescimento entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017 (1,21%), tendo as demais oito capitais pesquisadas pelo IGMI-R/ABECIP apresentado reduções no mesmo período. Dentre essas, apenas São Paulo e Rio de Janeiro tiveram uma aceleração na queda com relação ao verificado no mês anterior. No caso de São Paulo, a queda na comparação entre dezembro de 2015 e dezembro de 2016 foi de -2,39%, acelerando para -2,51% na comparação entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017. No caso do Rio de Janeiro, considerando-se os mesmo dois períodos, a queda passou de -3,85% para -4,40%. Belo Horizonte, Recife, Curitiba, Porto Alegre, Salvador e Goiânia, seguindo o mesmo padrão da média nacional, apresentaram desacelerações nas respectivas quedas de preços nas comparações interanuais.

Um elemento importante de ponderação do resultado em termos de variação mensal é o número de transações utilizadas no cálculo do IGMI-R/ABECIP, tradicionalmente menor no primeiro mês do ano. Este fator soma-se a outros ligados ao atual contexto macroeconômico, impondo alguma volatilidade nos resultados mensais. No entanto, esta volatilidade não invalida a análise de tendência, que no momento aponta para um estancamento do processo de quedas nos preços nominais dos imóveis residenciais. Esta percepção é reforçada pelos fundamentos ligados à expectativa de reversão do ciclo econômico ao longo do primeiro semestre de 2017. Além do processo de queda sustentável nas taxas de juros, merece consideração a melhoria nas condições de financiamento no caso específico do mercado imobiliário. 

O IGMI-R/ABECIP registrou variação positiva de 0,08% em dezembro de 2016 para a média nacional, após ficar praticamente estável no mês anterior. Esta é a primeira variação mensal positiva desde novembro de 2015, o que caracteriza 2016 como um ano de queda contínua nos valores nominais dos imóveis residenciais, acumulando -2,26 no ano (somando-se à queda de -0,20% já observada no acumulado de 2015).

Este resultado de dezembro sinaliza uma possível reversão da tendência das quedas acumuladas em 12 meses, que havia registrado -2,47 em novembro último. Em linha com o que se espera para os fundamentos da economia brasileira a partir deste início de 2017, esta reversão de tendência pode apontar para um estancamento da queda dos preços nominais dos imóveis, preparando uma eventual estabilização dos valores reais ao longo dos próximos meses.

Do ponto de vista das nove capitais para as quais calcula-se o IGMI-R/ABECIP separadamente, este comportamento não foi homogêneo. A tabela abaixo compara a variação de dezembro de 2016 com a variação acumulada ao longo do ano para as nove capitais. 

Dentre as cidades que apresentaram variações positivas nos valores de seus imóveis residenciais em dezembro de 2016, estão algumas das que apresentaram maiores quedas acumuladas ao longo do ano: São Paulo, Recife, Porto Alegre, Salvador e Curitiba. Belo Horizonte, apesar da pequena variação negativa de dezembro, apresenta uma clara suavização da tendência de queda nos preços de seus imóveis residências observada desde o início da série histórica do IGMI-R/ABECIP em janeiro de 2014. Para estas capitais, estes resultados  indicam potencialmente o final de uma fase de ajustes mais fortes para baixo nos preços nominais.

As cidades onde observou-se quedas mais acentuadas nos valores dos imóveis residenciais em dezembro, notadamente Fortaleza e Goiânia, são justamente as duas únicas entre as nove pesquisadas onde observou-se elevações nos preços dos imóveis residenciais ao longo de 2016, indicando por enquanto um ajuste defasado com relação ao verificado no restante do país.

O caso de ajuste para baixo nos preços nominais dos imóveis residências mais forte é observado no Rio de Janeiro, onde verificou-se em dezembro de 2016 a continuidade da tendência de baixa iniciada em meados de 2014, que prosseguiu ao longo de 2016. No entanto, o ritmo deste ajuste nominal parece arrefecer, na medida em que a variação do acumulado em 12 meses entre novembro de dezembro (-3,75% para -3,85%) representa um ritmo menor do que verificado anteriormente na passagem de outubro para novembro (-3,49% para -3,75%).

A queda nominal nos preços dos imóveis residenciais no Brasil captada pelo IGMI-R/ABECIP ao longo de 2016 representou uma queda ainda maior em termos reais, considerando-se a inflação dos demais preços em geral no período. Este ajuste resulta das condições pouco favoráveis para o mercado imobiliário em geral no contexto da continuidade da recessão iniciada no segundo trimestre de 2014 no país. Na medida em que a estabilização do ambiente político e a reversão dos fundamentos econômicos neste início de 2017 se concretizem, a fase de ajuste de preços mais acentuada no mercado imobiliário pode estar ficando para trás. 

Dentre as 9 capitais avaliadas no IGMI-R Abecip, São Paulo apresentou variação positiva após 11 meses de quedas consecutivas. Recife, Curitiba, Porto Alegre e Salvador também registraram pequenas elevações no mês, enquanto Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Fortaleza e Goiânia tiveram variações negativas na margem.

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Fotos

Confira o IGMI-R ABECIP de nove cidades brasileiras: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Fortaleza, Recife, Curitiba, Porto Alegre, Salvador e Goiânia.

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