A Caixa Econômica Federal aumentou o rigor para dar crédito imobiliário, devido à elevação dos saques da caderneta de poupança, principal fonte de recursos para a modalidade de empréstimo. A aprovação dos pedidos de financiamento, segundo a agência de notícias Reuters, passou a ser mais rigorosa e demorada. Clientes sem renda formal ou estável, como autônomos, teriam os pedidos reprovados. E os contratos avalizados têm que esperar até cinco meses para receber os recursos e pagam um valor maior de entrada.
De acordo com a Reuters, dois gerentes de agências da Caixa em São Paulo confirmam o aumento do rigor na aprovação das propostas. Eles informaram que estão fazendo menos crédito imobiliário e mais devagar. A prioridade estaria voltada para os mutuários de empreendimentos financiados pelo próprio banco.
O movimento ocorre em função dos resgates no Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), principal fonte de financiamentos para o setor. Em 2015, a poupança teve resgates líquidos recordes de R$ 53,57 bilhões.
Na avaliação do presidente da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), Gilberto de Abreu Filho, a consequência será o encarecimento do crédito.
A Caixa aposta na expansão da carteira imobiliária pelo Minha Casa, Minha Vida que usa recurso do governo federal. Mas a terceira fase do programa terá 2 milhões de unidades, 1 milhão a menos do que o anunciado anteriormente.
Executivos de construtoras afirmam que o aumento do rigor também atingiu o programa. O diretor de relações institucionais da Cury Construtora, Ronaldo Cury, afirmou que pessoas com renda não estável, como taxistas, têm mais dificuldades para conseguir crédito. Em nota à Reuters, a Caixa informou que “sempre foi e continuará rigorosa nos critérios de concessão de crédito” e que segue os critérios de apuração de renda definidos pelo BC.