A queda da taxa Selic para um dígito torna a Letra Imobiliária Garantida (LIG) um instrumento de funding para o setor imobiliário, de acordo com o presidente da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), Gilberto Abreu. Para que deslanche no Brasil, porém, depende de regulamentação por parte do Banco Central. Embora não tenha dado um prazo para isso, Abreu disse que as discussões avançam bem.
"A LIG é muito interessante em um ambiente de juros de um dígito ao ano, não só para bancos como para empresas hipotecárias menores", disse o presidente da Abecip, em coletiva de imprensa, nesta manhã.
A Associação, de acordo com ele, gostou da proposta da LIG, que passou por audiência pública, e disse que o instrumento, além de ser muito diferente e com regulamentação sofisticada, tem um grau de segurança maior para os investidores. Segundo Abreu, as demandas da entidade em relação à letra foram acatadas, mas o mais importante é que o instrumento final a ser implementado seja simples para os investidores.
A LIG é uma alternativa de funding de longo prazo para o mercado imobiliário que no ambiente internacional é bastante desenvolvida, os chamados covered bonds. Aqui, o produto foi criado em 2015, mas ainda não tem regulamentação definida para ser emitida no País.
De acordo com ele, não só a LIG bem como outros instrumentos de securitização como letra de crédito imobiliária (LCI) e certificado de recebível imobiliário (CRI) não só voltam a ser atrativos com juros de um dígito no Brasil bem como viáveis, beneficiando a concessão de crédito para a compra de imóveis.