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17/04/2019

‘Construtechs’ vão tentar transformar a construção

De acordo com Serrano, a partir da liberdade de atuação como empresa independente foi possível obter excelentes resultados com autonomia, velocidade, sem medo de errar, corrigindo rápido e inovando.

As ‘construtechs’, a exemplo das fintechs, têm potencial para transformar o setor da construção civil nos próximos anos, de acordo com Filipe Ivo, diretor de novos negócios da Sunew, fabricante de painéis solares orgânicos, surgida em 2015. Para isso, no entanto, atrair investimentos é um ponto fundamental. “O setor de construção civil é talvez um dos mais arcaicos que temos hoje. Temos sistemas de construção que ainda não estão sendo utilizados, impressão 3D, entre outras inúmeros tecnologias. A inovação está aí, ao nosso alcance e o caminho ao poucos vai se firmando”.

Antônio Serrano, CEO da Juntos Somos+, maior programa de fidelidade no segmento de vendas de material de construção no varejo do Brasil, concorda. “As barreiras de inovação caíram. Essa ficha já caiu para algumas empresas, que estão criando comitês de inovação”, afirmou. De acordo com Serrano, a partir da liberdade de atuação como empresa independente foi possível obter excelentes resultados com autonomia, velocidade, sem medo de errar, corrigindo rápido e inovando.

A inovação no setor tem acelerado bastante, segundo os dois executivos, com o surgimento de várias startups em construção civil. “Temos observado uma vontade enorme de inovar entre os varejistas. Muitos deles não tiveram oportunidade de estudar, mas buscam esse tipo de conhecimento, inclusive entre os que não têm um perfil muito digital”, diz Serrano.

Marcos A. Cardoso, diretor da Syshaus, empresa que trabalha no desenvolvimento da casa do futuro e está lançando um protótipo que incorpora todas as tecnologias que já desenvolveu desde 1992, também vê essa tendência, que busca aplicar em seus negócios. “Trabalhamos com tecnologia, engenharia e design em um sistema construtivo que pode ser aplicado a qualquer tipo de projeto (habitação familiar)”, explica .

Reconstrução - Para além das iniciativas do governo, o setor imobiliário pode aprender com outros segmentos e usar mais a tecnologia para rever tanto a forma de projetar e construir empreendimentos quanto modernizar os processos de vendas e locações.

André Perfeito, da Necton, é um dos que defendem que incorporadoras e bancos façam no setor imobiliário uma revolução semelhante ao que ocorreu em empresas que oferecem alternativas de transporte, como a Uber.

O presidente da incorporadora Vitacon, Alexandre Frankel, diz que pretende manter a inovação como uma das marcas da empresa. “O nosso setor se acostumou a projetar e construir, há décadas, com a mesma fórmula, mas o consumidor mudou. É preciso imaginar o edifício como um smartphone, em que colocamos aplicativos de serviços (como novos espaços para uso coletivo) que sejam úteis para esse novo consumidor.”   

FONTE: O ESTADO DE S. PAULO