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21/05/2021

‘Corte de verbas que ameaça programas habitacionais deve impactar empregos’, afirma Flávio Amary

Secretário da Habitação de São Paulo disse que cada casa própria gera, em média, três empregos diretos; empenho do governador Doria pode fazer que impacto seja menor no Estado

O secretário de Habitação do Estado de São Paulo, Flávio Amary, afirmou que o corte de verbas que ameaça ao programas habitacionais custeados pelo governo federal pode aumentar o desemprego. “Cada casa construída gera, em média, três empregos diretos. Sem contar os empregos indiretos. A falta de investimento é proporcional a falta de geração de emprego. Em São Paulo temos 30 mil unidades em construção, com muitos empregos sendo gerados. Mas se considerarmos a necessidades de 300 mil unidades pelo governo federal, estamos falando de menos um milhão de empregos gerados com esse corte significativo para o setor.”

Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, Amary destacou que o Estado de São Paulo tem um orçamento forte por determinação do governador João Doria e do vice-governador Rodrigo Garcia — o que pode fazer que o impacto seja um pouco menor do que no resto do país. “Como presidente do Fórum Nacional dos Secretários de Habitação, falo que o impacto é em todos os Estados. Nenhum está com programas novos ou atendidos pelo governo federal. É uma sinalização clara de presidente de que esse não é uma política dele. E isso é geração de emprego, é a realização do sonho da casa própria. Em São Paulo trabalhamos muito, mas com recursos próprios.”

Amary complementou dizendo que a iniciativa privada tem feito investimentos na área da construção por conta da demanda crescente que existe pela habitação em todas as classes sociais e faixas etárias no país. “Isso também se deve a taxa de juros baixa, onde a gente tem um aumento do financiamento imobiliário e a demanda pelo investimento em ativo real”, explica o secretário. Porém, isso não tira a responsabilidade do poder público. “Olhamos de forma focada para atender a população de mais baixa renda, que precisa de orçamento público, subsídio, financiamento, para que a gente possa diminuir o déficit habitacional e diminuir ocupações irregulares e habitações em áreas de risco — fazendo a remoção dessas famílias e trazendo segurança, até dignidade, para essas famílias.”

Para o secretário, essa falta do orçamento federal em um momento crítico, como a pandemia, atrapalha todas essas ações. “Aqui estamos falando só de São Paulo. Na reunião com os outros secretários, constatou-se que o investimento público federal em programas habitacionais novos em todo o Brasil está paralisado. Não existe investimento. É muito sério em um momento de pandemia, que devíamos ampliar as ações para dar segurança para as família.” Ele completou dizendo que, em São Paulo, o trabalho não parou nem em nenhum fase do Plano São Paulo. “Estamos trabalhando muito para que possamos manter os investimentos e até agora nenhuma obra foi paralisa.” Ele disse que o governo estadual “está fazendo sua parte” tanto na capital, região metropolitana, interior e baixada santista.

FONTE: JOVEM PAN