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03/02/2023

2023 deverá ser o 3º melhor ano para crédito imobiliário com recursos da poupança, avalia Abecip (Valor Investe)

No ano passado, o crédito imobiliário com recursos da poupança e do FGTS fechou com um volume total de concessões de R$ 241 bilhões

O crédito imobiliário com recursos da poupança vai se manter resiliente em 2023, segundo o presidente da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), José Ramos Rocha Neto. Segundo o dirigente, o ano será o terceiro melhor da série histórica, depois de 2021, que registrou o recorde histórico, e de 2022.

 

Segundo a Abecip, as concessões de financiamento habitacional com recursos da caderneta vão recuar 13% para um volume de R$ 156 bilhões. Já o crédito com "funding" do FGTS deve subir 5% para R$ 65 bilhões. No total, nas duas modalidades, as linhas vão ter uma produção de R$ 221 bilhões, um recuo agregado de 8,3%.

 

No ano passado, o crédito imobiliário com recursos da poupança e do FGTS fechou com um volume total de concessões de R$ 241 bilhões, o que representa um recuo de 5% na comparação com 2021, ano que marcou o recorde da série histórica com R$ 255 bilhões.

Conforme o dirigente, o mercado já está "sobreaplicado" em relação ao uso dos recursos da caderneta, que têm custo mais baixo do que aqueles captados no mercado.

 

Rocha explica que o custo das linhas para as instituições, em geral, tem uma composição mista que inclui os 6,17% mais a variação da TR da poupança e o custo do dinheiro no mercado. Isso porque parte dos recursos dos financiamentos vem da captação de produtos como Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e Letras Imobiliárias Garantidas (LIG).

 

"Os balanços de setembro do ano passado já mostram que os agentes que atuam no SBPE estão sobreaplicados, ou seja, os bancos já estão aplicando mais no crédito imobiliário do que o percentual obrigatório de 65% de uso do saldo da poupança", afirma. "Essa diferença do excendente é composto pela LCI, LIG e pelo próprio CDI, ou seja, o custo do dinheiro",acrescenta.

 

Confome o dirigente, "por isso as taxas de financiamento imobiliário ainda estão subindo". Para Rocha Neto, "mesmo que a taxa de juros caia dos 13,7% e chegue ao final do ano perto de 12%, o funding poderá encarecer um pouco, então a conclusão é que em 2023 as taxas de crédito imobiliário provavelmente deverão se manter nos mesmos patamares ou poderão ter subidas".

 

Matéria publicada em 02/02/2023

FONTE: VALOR INVESTE