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01/11/2019

A indústria da construção continua confiante

Ao contrário do que ocorre com a indústria brasileira em geral, o segmento da construção civil está em recuperação firme e tem bons prognósticos

Ao contrário do que ocorre com a indústria brasileira em geral, o segmento da construção civil está em recuperação firme e tem bons prognósticos. É consequência da melhora do mercado imobiliário, que registra aumento tanto da produção como das vendas – visível pelo número de lançamentos na cidade de São Paulo.

Em outubro, a Sondagem da Construção da Fundação Getúlio Vargas (FGV-Ibre) mostrou que o Índice de Confiança da Construção (ICST) dessazonalizado atingiu 87,5 pontos, segunda melhor marca em 12 meses.

Embora o indicador ainda esteja abaixo da linha divisória de 100 pontos, que separam os campos positivo e negativo, cresceu a confiança dos empresários da construção no momento atual. Mas, como notou a coordenadora de Projetos da Construção da FGV-Ibre, economista Ana Maria Castelo, os empresários ainda não estão seguros quanto à continuidade da melhora. A demanda não é forte o bastante e limita a melhora dos negócios. Afinal, “o cenário de baixo crescimento do investimento responde por parte importante dessa insegurança em relação à retomada”, segundo Ana Maria.

Pelo critério de média móvel trimestral, o ICST mostrou avanço de 0,8% entre setembro e outubro, porcentual inferior ao crescimento de 1,7% registrado entre agosto e setembro. Os números mais fracos vieram do nível de expectativas, que se aproximou da marca de 100 pontos em agosto e declinou para 97 pontos, em setembro, e para 96,5 pontos, em outubro.

Outro aspecto relevante diz respeito ao nível de utilização da capacidade (Nuci) do setor da construção, que passou de 66% em outubro de 2018 para 70,1% em outubro de 2019. É a melhor marca desde junho de 2015.

O ponto mais preocupante é a piora do desempenho do segmento de edificações dependente de recursos públicos, como o programa de habitação popular Minha Casa Minha Vida. Há um nítido contraste entre essa faixa de atuação e a das edificações para as classes de rendas média e média alta. Nos últimos meses, o crédito imobiliário concedido com recursos das cadernetas do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) vem registrando sucessivos recordes.

Como a habitação popular precisa das verbas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), o governo terá de agir com cautela ao liberar recursos com essa origem.

FONTE: O ESTADO DE S. PAULO