A demanda por imóveis seguirá firme no próximo ano, qualquer que seja o vencedor das eleições presidenciais, afirmou há pouco o presidente da Associação Brasileira das Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), Luiz França. Segundo o representante do setor, o mercado imobiliário é um “oásis de boas notícias”.
“O Brasil mostra indicadores econômicos muito melhores. Com a melhoria do emprego e do comportamento dos preços, a economia libera força para nosso setor”, disse França. “A oferta e as vendas de imóveis foram favoráveis no primeiro semestre”, emendou.
As declarações foram feitas há pouco durante a abertura da 5ª edição do Fórum Brasileiro das Incorporadoras Imobiliárias (Incorpora), organizado pela entidade.
Pesquisa realizada pela Abrainc em parceria com a Fipe mostrou que os lançamentos de imóveis subiram 2,6% na comparação entre o primeiro semestre de 2022 com o mesmo intervalo de 2021, para 62.414 unidades. No mesmo período, as vendas líquidas aumentaram 18,2%, para 77.687 unidades.
França reiterou a previsão de queda da taxa básica de juros a partir do próximo ano, à medida em que a inflação desacelera. Com isso é esperado um alívio nas taxas de juros do crédito imobiliário, favorecendo as vendas de casas e apartamentos.
O presidente da Abrainc celebrou o fato de o PIB da construção estar crescendo mais do que o PIB nacional, e destacou que 14% das vagas de empregos geradas nos primeiros seis meses do ano estão no setor.
Pelo lado negativo, citou que o único “senão são as decisões jurídicas que afrontam universo empresarial e criam insegurança”. Mas não deu exemplos a que estava se referindo.
Ele ainda ponderou que o cenário global está bastante complexo, com desaceleração da elevação das taxas de juros lá fora, desaceleração da economia de outros países, guerra na Ucrânia e tensões na China. “Cabe indagar se as condições favoráveis (para o mercado imobiliário) se manterão Eu acho que se manterão, sim”, ressaltou.
Também na abertura do evento, o fundador da incorporadora Setin, Antonio Setin, reforçou a expectativa de que a Selic recue no próximo ano, favorecendo os negócios imobiliários. Os juros e a inflação são os maiores vilões para o mercado, mas eles já estão sendo endereçados - o que reforça uma visão mais positiva para 2023, segundo o executivo.
Matéria publicada em 30/09/2022