As ações do grupo imobiliário chinês Evergrande desabaram quase 80% na Bolsa de Hong Kong nesta segunda-feira (28), dia que marcou o retorno dos títulos ao mercado após uma suspensão de 17 meses.
A retomada das operações aconteceu depois que a empresa anunciou, na sexta-feira (25), que cumpriu as exigências da Bolsa, incluindo a publicação dos resultados financeiros e outras regras para permitir a cotação.
A Evergrande, que já foi a maior empresa do setor imobiliário da China, anunciou um default (suspensão de pagamentos) em 2021 e tem mais de US$ 300 bilhões (cerca de R$ 1,4 trilhão) em passivos, o que a transforma em um símbolo da crise imobiliária chinesa que muitos temem que possa ter consequências para a economia mundial.
As ações do grupo registraram queda de até 87% durante a sessão na Bolsa, o que reduziu seu valor de mercado a menos de US$ 600 milhões (cerca de R$ 2,9 bilhões) - em 2017 o grupo era avaliado em US$ 50 bilhões (R$ 244 billhões). O título da Evergrande encerrou o dia em baixa de 79,4%
No domingo, a construtora anunciou prejuízo no primeiro semestre do ano de 33 bilhões de yuanes (US$ 4,53 bilhões), um resultado melhor que as perdas de 66,4 bilhões de yuanes (cerca de US$ 9,1 bilhões) nos primeiros seis meses de 2022.
Mas os ativos disponíveis caíram de US$ 2 bilhões no ano passado para US$ 556 milhões, reflexo de sua liquidez cada vez menor.
O mercado imobiliário da China "esfriou significativamente" nos primeiros seis meses do ano por várias falências no setor, "o que exacerbou ainda mais a volatilidade no mercado", afirmou a Evergrande.
A empresa destacou ainda o trabalho "constante para a reestruturação das suas dívidas no exterior".