Por Ana Beatriz Bartolo e Cristiana Euclydes
As ações da Gafisa fecharam esta quarta-feira com alta de 27,2%, a R$ 8. O otimismo do mercado veio após o colegiado da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) decidir que a companhia deveria manter a assembleia geral extraordinária marcada para 2 de janeiro, uma decisão favorável à gestora Esh Capital, acionista da Gafisa.
Ao longo do dia, o preço dos papéis variou entre R$ 6,32 e R$ 8,06 e a ação movimentou um volume financeiro de R$ 59,7 milhões, aproximadamente cinco vezes superior ao volume registrado ontem, de R$ 11,3 milhões.
A gestora Esh Capital, que detém participação na Gafisa por meio do fundo Esh Theta, havia convocado uma assembleia geral extraordinária (AGE) para o dia 2 de janeiro, para os acionistas votarem a responsabilização pessoal dos controladores e diretores da Gafisa por alegadas “práticas ilícitas” que teriam causado prejuízo à companhia.
Nessa AGE, a gestora também deseja destituir os membros do conselho de administração e do conselho fiscal. A alegação para isso é que os conselheiros teriam quebrado deveres fiduciários, e por isso, o ideal seria a realização de uma nova eleição de administradores e conselheiros fiscais. A Esh Capital ainda pretende pedir o cancelamento e/ou não homologação do aumento de capital social de R$ 150 milhões da Gafisa.
A Gafisa havia suspendido a convocação de AGE original da Esh Capital e marcado uma assembleia no dia 9 de janeiro, após obter uma liminar judicial favorável.
Porém, em reunião realizada ontem, o colegiado da CVM decidiu acompanhar o parecer técnico da Superintendência de Relações com Empresas (SEP), que entendeu não ser possível afirmar que houve ilegalidade na convocação da AGE Esh por parte do fundo, diz a ata.
(Matéria publicada em 28/12/2022)