A análise das principais ações recomendadas por analistas no último ano mostra que, se um investidor tivesse montado uma carteira com os papéis, distribuindo seu dinheiro de forma equivalente a cada mês, o resultado seria um ganho de 18% em 12 meses, até o início de setembro. No mesmo intervalo, a poupança rendeu apenas 1,8% e Índice de Fundos Imobiliários da B3 (Ifix) acumulou perda de 1,7%.
O desempenho dessa carteira com as recomendações de analistas de sete instituições financeiras, acompanhadas pelo UOL, supera também outros importantes referenciais de mercado. Todos os cálculos foram elaborados pela plataforma de informações financeiras Economatica, a pedido do UOL. Veja abaixo a análise completa.
Recomendações superam até o Ibovespa
Além da poupança e do Ifix, as recomendações acompanhas pelo UOL também superaram o Ibovespa (principal índice da Bolsa, que subiu 16% no período), o IBrX 100 (que reúne número equivalente de ações mais negociadas da Bolsa, que teve ganhos de 17,5%), o CDI (2,7%) e o dólar (-2,6%)
"Observamos ainda que o retorno da carteira recomendada, quando comparado aos principais indicadores de renda variável da B3, só perdeu para o IBrX 50 e para o BDRX [índice com os recibos de ações de empresas estrangeiras]", diz Einar Rivero, gerente de relacionamento institucional e comercial da Economatica.
Em 12 meses encerrados em 3 de setembro (data de corte da pesquisa), o IBRX 50 acumulou alta de 18,9%, enquanto o índice de BRDs da Bolsa avançou 26,9%.
Rivero explica que, para medir o retorno da carteira hipotética de ações, foram consideradas as empresas que acumularam o maior número de recomendações dos especialistas em cada mês.
Outro fator importante foi a data de divulgação das indicações no Achados da Bolsa, pois é quando a informação chegou ao leitor e serviu como base para o rebalanceamento do portfólio. A performance dos papéis foi medida de acordo com os intervalos de publicação, considerando a entrada ou saída de empresas no rol de destaques, mês a mês.
"Nesse trabalho, também ponderamos o peso das ações na carteira de acordo com a quantidade de indicações recebidas no mês correspondente", diz Rivero.
Tomando como exemplo agosto deste ano, as ações mais recomendadas foram as da Vale (VALE3), com seis apontamentos; seguidas das preferenciais (PNs) da Petrobras (PETR4), com cinco; e das PNs do Itaú Unibanco (ITUB4), com quatro, totalizando 15 indicações.
Por esta base, a mineradora concentraria 40% dos recursos que o investidor estivesse disposto a aplicar, a estatal de petróleo ficaria com 33,33% e o banco, com a fatia restante.
Vale lidera com folga a preferência dos analistas
O balanço das recomendações mensais por parte de bancos e corretoras mostra um domínio absoluto da Vale. A companhia foi a mais indicada por especialistas em todos os 12 meses da pesquisa (de setembro de 2020 a agosto de 2021), sendo que em 11 ocasiões ocupou o primeiro lugar de forma isolada.
A única exceção foi dezembro do ano passado, quando a mineradora dividiu o topo do pódio com a B3 (B3SA3).
A preferência pela Vale fica ainda mais evidente quando se analisa o total geral de indicações recebidas no intervalo: 84, contra 46 das ações PN da Petrobras, que aparece em segundo lugar.
A terceira posição entre as mais escolhidas é da B3, que figurou em 33 carteiras sugeridas por analistas.
Em quarto aparece a ação PN da siderúrgica Gerdau (GGBR4), com 25 recomendações, seguida da Via (VIIA3), com 24 indicações.