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18/12/2023

Alphaville fará aumento de capital de até R$ 1,2 bi (Valor Econômico)

Os valores obtidos por meio de conversões de debêntures e aportes financeiros serão utilizados para reforçar o caixa da empresa e reduzir seu endividamento

A loteadora Alphaville anunciou nesta sexta-feira (15) que fará um aumento de capital que pode chegar a R$ 1,2 bilhão. O valor mínimo da operação é de R$ 677 milhões.

Do valor mínimo, R$ 537 milhões virão da conversão em ações de debêntures detidas por fundos geridos pelo Pátria — acionista controladora da Alphaville — e pela Ulbrex Capital, gestora especializada no segmento imobiliário.

 

Ao menos outros R$ 140 milhões virão de aporte em dinheiro de fundos geridos pelo Pátria. A participação de terceiros poderá elevar o valor para o teto de R$ 1,2 bilhão.


Com o movimento, a Ulbrex vai passar a dividir o bloco de controle da Alphaville com o Pátria — a proporção de cada uma só será definida após o término do aumento de capital, em janeiro. Hoje, fundos geridos pelo Pátria detém 61,7% das ações.

Klaus Monteiro, presidente da Alphaville, afirma que o valor obtido será utilizado para reforçar o caixa da empresa e reduzir seu endividamento. A companhia terminou o terceiro trimestre com dívida bruta de R$ 1 bilhão, 21% mais do que há um ano, e dívida líquida de R$ 895 milhões, aumento de 24% sobre o mesmo período de 2022.

A projeção da Alphaville é conseguir, com o valor mínimo do aumento de capital, reduzir a dívida bruta em 52% e a líquida em 76%.

 

A operação também tem a função de prolongar o endividamento restante da empresa, que passa de um prazo médio de 1,2 anos para 6,2 anos. “Passamos a ter dívida bruta menor, com serviço de dívida mais barato”, afirma Monteiro.

A redução do endividamento deve auxiliar a empresa em sua busca pelo retorno da rentabilidade. A Alphaville tem apresentado prejuízo líquido nos últimos anos. O indicador acumulado até o terceiro trimestre, de R$ 421 milhões, supera em 2,5% o prejuízo de todo 2022.

 

Operacionalmente, ressalta Monteiro, a companhia teve um bom ano.

A Alphaville também divulgou hoje (15) prévia operacional com o volume de lançamentos do quarto trimestre. A empresa fecha 2023 com lançamentos que somam R$ 1,1 bilhão em valor geral de venda (VGV) potencial, alta de 18% sobre 2022. O dado de vendas líquidas vai apenas até o terceiro trimestre. Até setembro, eram R$ 283 milhões, alta anual de 21%.

“A companhia está lançando em patamar estabilizado de R$ 1 bilhão, está vendendo bem, tem entregado boa margem bruta (ajustada, de 35% no terceiro trimestre), o que faltava era arrumar a estrutura de capital”, afirma.

 

A empresa tem um banco de terrenos avaliado em R$ 23 bilhões em VGV. Monteiro justifica o valor elevado, para um ritmo de lançamento de R$ 1 bilhão ao ano, pela dificuldade maior em aprovar loteamentos do que terrenos para incorporações urbanas. “Também posso aumentar o crescimento (de lançamentos) porque temos terrenos contratados”, diz.

Com meio século de atividade completo em 2023, a loteadora começou a entrar no segmento de construção de casas. Lançou desde o ano passado dois empreendimentos que incluem as obras. Segundo Monteiro, as margens são similares ao modelo de loteamento, mas a construção própria reduz o ciclo dos projetos. “É avenida de crescimento forte de mercado, não quero deixar de aproveitar”, disse o executivo. 

FONTE: VALOR ECONôMICO