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24/10/2024

Alta busca por crédito e regra da Caixa já elevam juro imobiliário em bancos privados (Folha de S.Paulo)

Itaú Unibanco já subiu taxa, e Santander diz que medida deve ser tomada no curtíssimo prazo

A alta demanda por crédito imobiliário já faz bancos privados elevarem os juros de suas linhas de financiamento. O cenário também é impulsionado pela redução do teto de financiamento pela Caixa Econômica Federal, que, apesar de ter sido confirmado pela instituição na semana passada, já era aventada pelo setor há algum tempo.

O Itaú Unibanco subiu sua taxa média de 10,49% ao ano e para 10,79% ao ano + TR (Taxa Referencial), no início deste mês. O Bradesco, que oferece taxas de juros de crédito imobiliário a partir de TR + 10,49% a.a., afirma que avalia reajustes de olho no cenário atual. O Santander, com taxas a partir de 10,99% ao ano + TR, diz que a alta dos juros está prevista para ocorrer "em curtíssimo prazo".

"O Santander vai continuar a oferecer crédito imobiliário e, se mantiver o atual contexto e patamar de demanda, haverá alta de juros", afirma Sandro Gamba, diretor de negócios imobiliários do banco e presidente da Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança).

Os bancos devem atrair parte dos consumidores que vão perder acesso ao crédito imobiliário pela Caixa —hoje, responsável por quase 70% dos financiamentos imobiliários do país.

A partir de 1º de novembro, a Caixa vai reduzir o valor máximo de crédito para a compra de imóveis pelo SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo), que engloba propriedades de até R$ 1,5 milhão. O banco federal está trabalhando no limite dos seus recursos.

A decisão vai obrigar o comprador a dar um valor maior de entrada. A cota máxima de financiamento admitida será de até 70% do valor do imóvel, e não mais os atuais 80%, no sistema de amortização SAC (Sistema de Amortização Constante), no qual as parcelas são maiores no início e menores no fim, por causa da diminuição progressiva dos juros.

Pela tabela Price, em que as prestações são sempre iguais e compostas por mais juros, o teto diminuirá de 70% para 50% do total do imóvel.

Enquanto isso, pelos bancos privados os compradores conseguem financiar até 90% do valor do imóvel, a depender do seu perfil e do relacionamento com a instituição.

É o caso do Itaú Unibanco, primeiro a subir os juros neste mês. O banco afirma ter "o compromisso de manter taxas competitivas no mercado, com foco em atender as necessidades" dos clientes.

FONTE: FOLHA DE S.PAULO