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30/10/2015

Alta do dólar influencia o resultado do Santander

Na prática, ao descontar esse efeito expressivo do câmbio, a carteira de crédito ampliada do Santander Brasil até sofreu uma pequena redução de 0,1% na comparação com o balanço do segundo trimestre de 2015.

Nos últimos 12 meses até o final de setembro, a cotação da moeda americana saltou 64,65% em relação ao real, o que influenciou positivamente no saldo de crédito em moeda local do Santander Brasil.

Entre esses efeitos cambiais está a evolução da carteira de crédito da unidade brasileira voltada para grandes empresas, que cresceu 25,7% em reais nesse período de 12 meses, do montante de R$ 90,268 bilhões em setembro de 2014 para R$ 113,505 bilhões em setembro de 2015.

Segundo o balanço contábil no padrão BR GAAP, publicado ontem, o saldo da carteira em moeda estrangeira incluindo as operações indexadas em dólar totalizou R$ 50,7 bilhões em setembro último, um aumento de 72,5% na comparação com o saldo de R$ 29,4 bilhões em igual mês de 2014, ou um aumento de 28,8% na comparação trimestral com o final de junho de 2015.

"Excluindo o impacto da variação cambial, a carteira [de crédito ampliada] teve um crescimento entre 6% a 7% em 12 meses", afirmou ontem ao DCI, o presidente do Santander Brasil, Jesús Zabalza.

Na prática, ao descontar esse efeito expressivo do câmbio, a carteira de crédito ampliada do Santander Brasil até sofreu uma pequena redução de 0,1% na comparação com o balanço do segundo trimestre de 2015.

Em outras palavras, o Santander Brasil emprestou menos e mostrou melhores resultados na moeda local, o real. Nas linhas onde não há o efeito do câmbio percebe-se que a subsidiária do banco espanhol, a exemplo, dos demais bancos brasileiros, também foi bastante conservador na concessão de empréstimos. Exemplo, no financiamento para pequenas e médias empresas, o crescimento do saldo foi de apenas 1,9% em doze meses para R$ 31,63 bilhões.

Na comparação com o mesmo período do ano passado, o saldo para financiamento de consumo encolheu 6,8% para R$ 34,057 bilhões. No financiamento a pessoa física, influenciado pelo crescimento de 29,3% do crédito imobiliário (R$ 25,157 bilhões), o saldo avançou 8% em doze meses para R$ 82,786 bilhões.

O Santander Brasil reporta seu lucro ao Grupo Santander Espanha em euros. Nos últimos doze meses até o final de setembro último, a cotação média do euro (Ptax do Banco Central) saltou 43,27% na comparação com o real.

Na moeda europeia, o lucro do Santander Brasil cresceu 2,4% para 385 milhões de euros no terceiro trimestre de 2015, ante 376 milhões de euros em igual trimestre de 2014. Já em 9 meses de 2015, o lucro do Santander Brasil avançou 22% para 1,315 bilhão de euros, ante 1,076 bilhão de euros em igual base de comparação. Nas demais regiões, o Reino Unido reportou 1,087 bilhão de libras esterlinas ou 1,496 bilhão de euros. A Espanha exibiu lucro de 883 milhões de euros, e o Santander dos EUA, lucro de 660 milhões de euros.

Segundo o balanço mundial do Grupo Santander, o Brasil foi responsável por 19% dos resultados da matriz, abaixo da participação de 22% resultado da subsidiária do Reino Unido, mas acima de praças importantes como Espanha e a unidade dos Estados Unidos.  

 

FONTE: DCI