O indicador do mercado imobiliário acompanha o comportamento de preços de imóveis residenciais em 50 cidades brasileiras.
Segundo a pesquisa, houve aumento nos valores em 45 delas e apenas São Paulo não registrou alta acima do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) do mês de julho – a prévia da inflação divulgada pelo IBGE.
Já nos primeiros sete meses do ano, o índice de venda residencial somou 3,5%, inferior à inflação ao consumidor de 5,62%.
Além disso, a variação também foi menor que o resultado acumulado no mesmo período pelo Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), de 8,39%.
De acordo com o Alison Oliveira, coordenador do Índice FipeZAP+, o crescimento nos preços dos imóveis residenciais não é inesperado, sendo fruto de uma conjuntura macroeconômica.
Segundo o especialista, com variações mais baixas em índices como o IPCA e IGP-M, o mercado imobiliário tende a aumentar os valores para recuperar os ganhos.
“Quando olhamos para o acumulado de 12 meses, vemos uma relação bastante instável. A nossa expectativa é que o indicador FipeZAP+ ainda aumente de forma parecida com a qual observamos, enquanto os outros índices da economia estão desacelerando. A tendência não é que os valores diminuam, mas a nossa projeção é que o Índice FipeZAP+ se torne estável”, afirma.
O levantamento aponta que o preço médio para comprar um imóvel residencial, calculado para as 50 cidades monitoradas, é de R$ 8.120 por metro quadrado.
O estudo também indica que o valor médio por metro quadrado mais elevado no último mês foi registrado na cidade de São Paulo, com R$ 9.946.
Na sequência, entre as capitais, aparecem Rio de Janeiro (R$ 9.798/m²), Vitória (R$ 9.528/m²), Florianópolis (R$ 9.118/m²) e Brasília (R$ 8.673/m²).
Em contraste, considerando as capitais monitoradas com menor preço médio de venda residencial no referido mês, destacam-se Campo Grande (R$ 4.906/m²), João Pessoa (R$ 5.316/m²), Salvador (R$ 5.613/m²), Manaus (R$ 5.696m²) e Goiânia (R$ 5.775/m²).
Diante da alta nos preços, Alison Oliveira avalia que o aluguel não se torna necessariamente uma boa fonte de renda, já que depende de fatores como a localização.
Segundo ele, tudo depende das próximas decisões em relação às taxas de juros da economia. O especialista afirma que se a taxa Selic parar de subir e tiver uma queda, isso pode incentivar o mercado de compra e venda de imóveis.
Matéria publicada em 03/08/2022