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20/05/2022

Aluguel mais caro: como proprietários e imobiliárias têm driblado alta para atrair clientes

Dados do QuintoAndar indicam que, quanto mais tempo o imóvel ficar anunciado, maior terá de ser o desconto médio concedido

O aluguel nunca esteve tão caro. Segundo o Índice QuintoAndar de aluguel, a média do valor do m² na capital paulista atingiu R$ 39,15, valor mais alto da série histórica e que ultrapassou pela primeira vez o patamar dos contratos fechados no período pré-pandemia. O mesmo recorde foi registrado no Rio de Janeiro, cuja métrica vem aumentando há 8 meses, chegando a R$ 33,11 no último mês.

 

Um dos motivos para isso é o aquecimento do mercado de aluguel, impulsionado, entre outros motivos, pela alta da taxa Selic, que diminui o ritmo de pessoas aderindo ao financiamento imobiliário. O aquecimento do mercado, no entanto, tem provocado um desequilíbrio na precificação de imóveis, o que pode frustrar tanto inquilinos quanto proprietários. Segundo o QuintoAndar, 40% dos imóveis são anunciados em valores que não refletem a realidade, e isso torna o imóvel menos atrativo nos primeiros dias de anúncio, que são primordiais para garantir o sucesso da transação. Além disso, os gastos gerados pelo período de vacância traz prejuízos para o proprietário, com custos de IPTU, condomínio e o não ganho do aluguel.

 

Dados do QuintoAndar indicam que, quanto mais tempo o imóvel ficar anunciado, maior terá de ser o desconto médio concedido para concretização do aluguel - sendo que o valor da própria unidade amplifica esse efeito. Ou seja, quanto mais caro o imóvel e maior o tempo do anúncio, mais elevado o desconto terá de ser.

O desconto médio em imóveis alugados em 4 semanas é 30% maior que aquele concedido para imóveis similares alugados nas primeiras duas semanas. É também 75% maior que o desconto das unidades com contrato fechado em menos de sete dias. O proprietário de um imóvel que está disponível há mais semanas perde margem de negociação para manter o preço cheio, e acaba negociando valores menores.

 

Além disso, as visualizações de um anúncio são ao menos 25% maiores que a média na primeira semana em relação às seguintes. Assim como o número de visitas, que cai pela metade se comparado a média da primeira semana com a quarta semana de publicação.

"Nem sempre um imóvel mais caro é sinônimo de bom negócio. Observamos que a má precificação destes imóveis está diretamente associada a uma baixa liquidez e alta despublicação, o que prejudica todas as esferas da cadeia: proprietário, imobiliária e inquilino ou comprador. Com o tempo, cria-se uma bola de neve, porque novos proprietários que pesquisarem por conta própria, encontrarão uma base de valores inflada", explica o diretor de produto do QuintoAndar, Caio Oliveira.

 

Mercado

 

O QuintoAndar implementou a ferramenta ‘Preço Certo’, que orienta proprietários para uma precificação mais assertiva do imóvel, trazendo ainda mais liquidez para o processo. Somente nos três meses de teste, a ferramenta mostrou aumento de 16% na demanda de visitas nos imóveis do grupo que recebeu a recomendação, crescendo também o volume de contratos fechados pela plataforma.

 

Agora, no momento da publicação do imóvel, o proprietário visualiza um carrossel de imóveis similares, com base na geolocalização e características do imóvel, indicando ainda se estes foram alugados rapidamente e qual o valor de outras unidades no mesmo condomínio. A inteligência de dados por trás das sugestões indica apenas imóveis que já foram de fato alugados, ou seja, sem interferência da especulação do mercado. As sugestões de valores apresentadas pela ferramenta são aproveitadas por 85% dos usuários

 

 

Matéria publicada em 19/05/2022

FONTE: VALOR ECONôMICO