Na análise da XP Investimentos, a alta da taxa básica de juros (Selic) não altera a visão construtiva dos Fundos Imobiliários (FIIs). Portanto, os ativos permanecem atrativos. Para confirmar, a corretora comparou o título do Tesouro Direto de longo prazo com o índice de FIIs, o IFIX. “Ao compararmos o dividend yield médio do índice dos fundos imobiliários, que está hoje em aproximadamente 9,0%, com juros reais de longo prazo (NTNB com vencimentos longos, nesse caso NTNB 2035), o prêmio de risco ainda permanece em patamares saudáveis, em aproximadamente 4,3 ponto percentual (p.p)”. Vale lembrar que o NTBN 2035 é comercializado como Tesouro IPCA+ 2035. Ontem, o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentou a Selic para 6,25% e indicou outro aumento na mesma magnitude para a próxima reunião. Os economistas da corretora estimam que a taxa deve aumentar até atingir o patamar de 8,0% a.a. no final do ano. A alta da taxa básica faz com que a demanda por imóveis e o acesso a credito imobiliário fique mais restrito. Dessa forma os preços dos ativos no mercado imobiliário em geral ficam mais deprimidos. Mas, segundo a XP, os FIIs permanecem atrativos.
“Apesar do cenário macro desafiador, os Fundos Imobiliários continuam uma excelente alternativa para investidores que se interessam pelo mercado imobiliário e que buscam renda e valorização do seu patrimônio”, analisa a XP.
Na linha do tempo, fundos imobiliários são mais interessantes que título público
Além disso, a corretora ressalta que ao comparar a média do spread entre IFIX e o título público com vencimento em 2035 desde janeiro de 2018 com a curva de evolução do spread, o prêmio atual está em patamares atrativo, com uma diferença aproximada de 1,6 p.p.
“As incertezas sobre a economia brasileira cresceram com o aumento do risco fiscal e político, além da crise hídrica. A pressão sobre a inflação corrente está se mostrando mais persistente e disseminada. Esse cenário de incertezas não só aumenta o custo de capital como o ‘prêmio de risco’ dos ativos em geral, incluindo os fundos imobiliários. Na nossa visão, a alta da Selic nesses patamares não altera nossa visão construtiva dos fundos imobiliários“, concluiu o relatório.