Notícias

14/12/2021

Após dois meses de queda, venda de imóveis usados cresce 6,82% em SP

Aumento acontece mesmo com os financiamentos bancários perdendo espaço nas transações para as compras feitas à vista ou com pagamento parcelado pelos proprietários dos imóveis

As vendas de imóveis usados cresceram 6,82% em outubro sobre setembro depois de dois meses seguidos de queda no estado de São Paulo. Isso acontece mesmo com os financiamentos bancários perdendo espaço nas transações para as compras feitas à vista ou com pagamento parcelado pelos proprietários dos imóveis.

Pesquisa feita com 900 imobiliárias de 37 cidades do Estado pelo Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (CreciSP) apurou que 49,39% das vendas em outubro foram feitas com pagamento à vista, 48% com financiamento bancário, 2,27% com parcelamento e 0,35% com carta de crédito de consórcios imobiliários.

Foi o sexto mês este ano em que as vendas à vista e com pagamento parcelado pelos proprietários, somadas, superaram as realizadas com empréstimo dos bancos. José Augusto Viana Neto, presidente do CreciSP, vem apontando esse comportamento como uma “anomalia” que trava o crescimento do mercado de usados, definido por ele como “ponte para acesso a imóveis novos ou em construção.”

“As vendas neste ano poderiam ser muito maiores que os 20,9% acumulados de janeiro até outubro se os bancos abrissem as carteiras e dessem maior atenção a este segmento do mercado imobiliário”, afirma Viana Neto.

Mesmo com juros em alta por causa da alta da Selic e da inflação, “havendo oferta de crédito haverá demanda garantida porque a população sabe que prestação de casa própria é investimento que garante segurança e futuro mais tranquilo, ao contrário do aluguel”.

Os imóveis usados que deveriam receber maior volume de empréstimos bancários, segundo o presidente do CreciSP, são os de perfil mais popular, que as pesquisas seguidamente apontam como os mais vendidos no Estado de São Paulo.

“Alguns bancos até ofertam o crédito imobiliário, mas timidamente, quase escondido, quando deveriam fazê-lo maciçamente, usando todo o seu marketing de televisão, inclusive”, enfatiza Viana Neto.

Em outubro, 61,26% das casas e apartamentos vendidos custaram aos compradores até R$ 400 mil, sendo que 26% se enquadraram nas faixas de preços até R$ 200 mil e 35,25% nas faixas de R$ 201 mil a R$ 400 mil. Em setembro, os imóveis com preço até R$ 400 mil representaram 64,06% das vendas e em agosto, 53,17%

O índice Crecisp, que mede o comportamento dos preços dos aluguéis novos e dos imóveis usados negociados pelas imobiliárias pesquisadas mensalmente, registrou aumento de 5,50% em outubro e está positivo em 4,48% no acumulado dos primeiros dez meses deste ano. 

Mais apartamentos, menos casas

A pesquisa CreciSP apurou que em outubro foram vendidos no Estado mais apartamentos (60,38%) do que casas (39,62%) e que o crescimento de 6,82% nas vendas comparado a setembro foi puxado por duas das quatro regiões que compõem a pesquisa: a Capital (+ 38,51%) e Interior (+ 26,27%). Houve queda no Litoral (-0,65%) e nas cidades de Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema, Guarulhos e Osasco (-23,88%).

Os descontos que os donos dos imóveis concederam para vendê-los aumentaram em outubro: de 6,85% para 7,01% (+ 2,34%) em bairros de áreas nobres; de 5,81% para 6,71% (+ 15,49%) em bairros de áreas centrais: e de 7,99% para 15,05% (+ 88,36%) em bairros de periferia.

Casas e apartamentos situados em bairros centrais das cidades foram os mais vendidos, representando 68,04% do total no Interior, 57,79% no Litoral e 83,13% nas cidades do A, B, C, D, Guarulhos e Osasco.

Outra característica comum detectada pela pesquisa do CreciSP é o padrão construtivo das casas e apartamentos que as 900 imobiliárias venderam nas 37 cidades: são do padrão médio 68% dos imóveis vendidos no Interior, 63% no Litoral e 82% nas cidades do A, B, C, D, Guarulhos e Osasco.   

Mais caros, mais baratos

A pesquisa apurou que os imóveis mais baratos vendidos em outubro na região formada pelas cidades do A, B, C, D, Guarulhos e Osasco foram os apartamentos de 2 dormitórios situados em bairros de periferia em Osasco e São Bernardo – o preço médio foi de R$ 127 mil.

O imóvel mais caro saiu por R$ 1,280 milhão – apartamento de 3 dormitórios em bairro de área nobre também em São Bernardo.

No Interior, o imóvel mais barato vendido pelas imobiliárias foi apartamento de 1 dormitório em bairro central de Marília, por R$ 85 mil, e o mais caro foi casa de 5 dormitórios em bairro nobre de Itu, por R$ 2,8 milhões.

No Litoral, os imóveis mais baratos que as imobiliárias venderam foram apartamentos de 1 dormitório situados em bairros de periferia de Praia Grande, com preços médios entre R$ 80 mil e R$ 112 mil. Em Bertioga foi vendido o mais caro: R$ 8 milhões por apartamento de 5 dormitórios em bairro nobre.

FONTE: SPACEMONEY