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06/04/2018

Após forte retração, Basf vê retomada de tintas imobiliárias

O crescimento das vendas possibilitou que a Basf anunciasse, em janeiro, aumento de preços de tintas imobiliárias, com implementação em março.

A Basf - líder do segmento de tintas imobiliárias com as marcas Suvinil e Glasurit - estima crescer, em 2018, acima da expansão do Produto Interno Bruto (PIB) do país, após quatro anos sem elevar vendas do produto. A empresa, que trabalha com o patamar de alta do PIB de 2% a 3%, neste ano, não informa o patamar projetado para sua expansão. No primeiro trimestre, houve aumento de 2% das vendas de tintas decorativas da Basf na comparação anual.

As vendas de tintas imobiliárias com as marcas Suvinil e Glasurit caíram em 2014, 2015 e 2016 e ficaram estáveis no ano passado. "O primeiro semestre de 2017 foi ruim; já o segundo, bastante positivo", afirma o vice-presidente da Basf de Tintas Decorativas da América do Sul, Marcos Allemann. A melhora começou pelas regiões Sudeste, Sul e Norte e, neste ano, está se estendendo ao Centro-Oeste e Nordeste.

O crescimento das vendas possibilitou que a Basf anunciasse, em janeiro, aumento de preços de tintas imobiliárias, com implementação em março. A variação ficou em linha com a inflação. Em 2017, o ajuste para repassar custos só ocorreu em meados do ano. Pode haver outra alta no segundo semestre de 2018. No momento, a maior pressão de custos sentida pela Basf na fabricação de tintas decorativas é a de commodities globais, principalmente o pigmento branco dióxido de titânio.

Em 2018, a busca de incremento de volumes ganha importância na Basf em relação ao período da crise econômica brasileira. "Durante a crise, as margens eram prioridade. Precisávamos sobreviver, e os volumes iam cair de qualquer forma. Neste ano, voltam a ser tão importantes quanto as margens", diz.

Gasto em marketing vai crescer 15%, neste ano, para R$ 200 milhões, para reforçar demandas de produtos e serviços

A demanda de tintas continua sendo puxada por reformas, mas o perfil do consumidor mudou durante a crise, de acordo com o executivo. "O consumidor está muito mais racional, busca proposta de valor nos produtos e está menos disposto a se endividar", conta Allemann.

No mix de tintas imobiliárias comercializadas pela Basf, o segmento "standard" ganhou participação do "premium" e do econômico. Com isso, houve mudança nos lançamentos de produtos "premium", que passaram a ser direcionados para necessidades específicas. "Reforçamos os investimentos em marketing em 15%, neste ano, para traduzir novas demandas em produtos e serviços. O valor vai superar R$ 200 milhões", afirma Allemann.

Em 2017, a Basf registrou economia de R$ 40 milhões em decorrência de mais eficiência logística, aumento de produtividade e renegociação com fornecedores do segmento de tintas imobiliários. A empresa continuará a acelerar investimentos em logística neste ano. Por enquanto, não serão necessários aportes significativos para aumentar o uso da capacidade instalada das unidades de São Bernardo do Campo (SP) e Jaboatão dos Guararapes (PE) em função do crescimento da demanda.

A Basf deu início, em 2017, à comercialização digital de seus produtos por revendedores parceiros no Estado de São Paulo. A intenção é que a venda de tintas imobiliários pelo "e-commerce" chegue a todas as capitais e maiores cidades do país todo até o fim do ano. O comércio eletrônico correspondeu, em 2017, a 1% das vendas de tintas decorativas da Basf, patamar que pode alcançar de 12% a 15% em cinco anos, conforme estimativa da empresa.

Segundo o executivo, o aumento da procura do produto por parte dos clientes de construção civil só deverá ocorrer a partir de meados de 2019, devido à defasagem entre o lançamento dos imóveis e a fase de acabamento, em que as tintas são utilizadas.

FONTE: VALOR ECONôMICO