A pernambucana Moura Dubeux projeta elevar lançamentos e vendas de imóveis neste ano. Em 2021, a companhia registrou desempenhos operacionais recordes. O Valor Geral de Vendas (VGV) lançado, por exemplo, cresceu 65,2%, para R$ 1,1 bilhão. As vendas líquidas da incorporadora, cujas atividades se concentram no Nordeste, aumentaram 84,8%, para R$ 1,3 bilhão. Com comercialização superior à apresentação de projetos ao mercado, o estoque de imóveis da Moura Dubeux foi reduzido.
Para dar suporte ao crescimento buscado, a companhia comprou 17 terrenos, no quarto trimestre, adicionando VGV potencial de R$ 1,76 bilhão ao seu banco de áreas, que chega a R$ 6 bilhões. “Teremos um bom ciclo de lançamentos no primeiro trimestre, com projetos em Salvador, Recife, Fortaleza e Natal. Começamos janeiro com muitas vendas”, diz o presidente, Diego Villar.
No ano passado, o VGV consolidado dos 17 lançamentos realizados ficou em linha com o estimado pela companhia, e as vendas superaram as projeções internas. “Estamos sozinhos em regiões desabastecidas. Tecnicamente, o Brasil está em crise, mas vivemos a singularidade do mercado imobiliário da região, onde só atuam participantes locais”, afirma Villar. A Moura Dubeux atua nos padrões médio e alto.
A velocidade de comercialização medida pelo indicador VSO (vendas sobre oferta) foi de 58,5%. “Provavelmente, será um dos maiores VSO do setor”, afirma o presidente da companhia.
Na avaliação do diretor financeiro e de relações com investidores, Marcello Dubeux, a venda de unidades para segunda residência tem contribuído para o desempenho da incorporadora. Os compradores de imóveis com esse perfil são, majoritariamente, pessoas do Nordeste que buscam ter unidade em locais turísticos para uso nos fins de semana e em feriados. Há também investidores interessados na aquisição desses imóveis para locação.
A alta dos juros não vem afetando as vendas de imóveis na planta da Moura Dubeux, de acordo com os executivos, pois a companhia está vivendo ciclo de lançamentos e não de entregas. É ao receber as chaves que o comprador deixa de pagar prestações às incorporadoras e financia os imóveis com os bancos. “As unidades serão entregues, no mínimo daqui a dois anos, quando a taxa de juros tende a estar menor do que a atual”, diz Dubeux.
No quarto trimestre, os lançamentos caíram 59,7%, na comparação anual, para R$ 181,8 milhões. De acordo com o diretor de relações com investidores, dois lançamentos foram postergados devido a atrasos na obtenção de licenças. Por estratégia, a companhia preferiu lançar apenas a primeira fase de um de seus projetos de Pernambuco, deixando o restante para janeiro.
O VGV desses três empreendimentos soma R$ 350 milhões. Se esse total for acrescido aos quase R$ 182 milhões lançados, o VGV ultrapassaria R$ 532 milhões, superando os R$ 450,8 milhões do quarto trimestre de 2020. As vendas líquidas cresceram 17,6%, para R$ 340,61 milhões.
Em 2021, a Moura Dubeux gerou caixa de R$ 66,3 milhões, com R$ 7,4 milhões no último trimestre do ano. “Teremos uso intensivo de capital, em 2022, o que resultará em alguma queima de caixa”, conta Dubeux.