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09/09/2024

Aquecimento da economia e juros elevados devem manter aluguéis em alta, diz FGV

Segundo o FGV Ibre, o Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (Ivar) de agosto subiu 1,93%, marcando uma aceleração em comparação com a taxa de -0,18% registrada em julho

desaceleração em relação a julho, mas foi mantida a tendência de alta, com o índice saindo de 1,23% para 1,07%.

Em Belo Horizonte, foi revertido o registro de queda, com o IVAR passando de -0,71% para 2,61%. Em Porto Alegre, a tendência de aceleração se manteve em agosto, com o índice saindo de 0,88% para 1,21%.

A taxa interanual, no entanto, apresentou aceleração apenas em São Paulo, passando de de 6,53% para 7,53% entre julho e agosto. No Rio, foi de 10,21% para 10,18%. Em BH, de 11,08% para 10,83%. Em Porto Alegre, de 12,85% para 11,43%.

O IVAR foi criado para medir a evolução dos aluguéis residenciais no país, utilizando como referência os valores nessas quatro capitais. A próxima divulgação ocorrerá em 4 de outubro.

O aquecimento do mercado de trabalho e da economia como um todo e os juros ainda elevados devem manter os preços dos aluguéis com tendência de alta até o fim do ano. A afirmação é do economista André Braz, superintendente adjunto para inflação do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), que divulgou nesta quinta-feira (5) que o Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (Ivar) de agosto subiu 1,93%, marcando uma aceleração em comparação com a taxa de -0,18% registrada em julho.

“O mercado imobiliário anda relativamente aquecido. A gente vê que outros indicadores, o próprio INCC [Índice Nacional do Custo da Construção] está acelerando. O mercado de trabalho anda muito aquecido, a mão de obra está mais escassa. Isso tudo acaba se materializando no mercado de locação”, pontua Braz.

O economista lembra que a taxa em 12 meses do Ivar segue em alta. Em agosto, somou 9,97%, contra 9,90% em julho. Apenas em São Paulo esse acumulado em 12 meses está abaixo dos 10%, com 7,53%.

“O mercado de trabalho aquecido coloca mais famílias em condição de demandar esse serviço de locação”, diz Braz, que acrescenta que a taxa básica de juros, hoje em 10,5% ao ano, ainda está em patamar elevado, o que encarece o financiamento imobiliário e aumenta o contingente de pessoas à procura de residências para alugar.

“Para os próximos meses não vejo, pelo menos no radar, nada que desconstrua essa tendência [de alta dos aluguéis]. O juro ainda está muito alto, o financiamento fica mais caro, comprar um imóvel nessa situação fica mais caro, então as pessoas voltam a alugar”, explica o economista do FGV Ibre, voltando a ressaltar que o aquecimento do mercado de trabalho sustenta essa demanda.

Em agosto, São Paulo registrou expressiva alta no Ivar, que passou de -1,11% em julho para +2,42% no mês passado. No Rio de Janeiro, houve desaceleração em relação a julho, mas foi mantida a tendência de alta, com o índice saindo de 1,23% em julho para 1,07% em agosto. Em Belo Horizonte foi revertido o registro de queda, com o Ivar passando de -0,71% em julho para +2,61% no mês passado. Em Porto Alegre a tendência de aceleração se manteve em agosto, com o índice saindo de 0,88% em julho para 1,21% no mês passado.

Essa foi a primeira vez desde agosto do ano passado que o Ivar registrou taxas positivas em todas as quatro cidades pesquisadas pelo FGV Ibre.

No acumulado em 12 meses, além da passagem de 6,53% para 7,53% entre julho e agosto em São Paulo, o indicador desacelerou de 10,21% para 10,18% no Rio de Janeiro; passou de 11,08% para 10,83% em Belo Horizonte; e de 12,85% para 11,43% em Porto Alegre.

FONTE: VALOR ECONôMICO