Segundo o Conselho Regional de Corretores de Imóveis, metade dos apartamentos do campus universitário estão desocupados em Marília (SP).
A educação à distância ganhou protagonismo diante da pandemia causada pela Covid-19 e, em consequência, nas cidades universitárias o setor imobiliário acabou sendo afetado com o retorno dos estudantes às suas cidades de origem devido a continuidade das aulas online.
De acordo com Conselho Regional de Corretores de Imóveis, metade dos apartamentos do campus universitário estão desocupados em Marília e as imobiliárias estão com muita dificuldade para conseguir aquecer esse mercado.
Isso porque, as universidades foram fechadas temporariamente para aulas presenciais em março do ano passado, mas com o avanço da pandemia em todo o estado de São Paulo e a manutenção das aulas remotas, muitos estudantes optaram por entregar os imóveis em que moravam próximos ao campus.
Como é o caso do estudante do terceiro ano de medicina João Marigotti, que decidiu retornar para a sua cidade natal, Votuporanga (SP), logo no início da pandemia e entregou o apartamento em que morava em Marília (SP) onde estuda.
“Até o início do ano passado eu estava tendo as atividades presenciais em Marília e com o início da pandemia eu tive que voltar para Votuporanga. Voltar para a dinâmica familiar depois de ter morado um tempo sozinho tem bastante influência.”
Por outro lado, o delegado sub-regional do CRECI/SP, Hederaldo Joel Benetti, explica que diante deste cenário pandêmico, este pode ser um bom período para que as pessoas interessadas em alugar ou entregar os imóveis consigam ter mais flexibilidade nas negociações.
“É muito importante eles fazerem contato com as imobiliárias ou com os proprietários desses imóveis, para que ele faça uma renegociação dos valores de aluguel e não fique com essa despesa com os imóveis fechados e o proprietário também não ficar com o imóvel vazio tendo que pagar condomínio, água, luz, toda.”
Além do setor imobiliário, os comércios da cidade também vem sofrendo os reflexos da partida dos estudantes dos bairros universitários, como o comerciante Pedro de Oliveira Ros, proprietário de um posto de combustível próximo a uma universidade de Marília, do qual 70% dos clientes eram estudantes.
“Tive que diminuir o quadro, fomos cortando. Diminui o horário de funcionamento que aqui nós trabalhávamos durante a noite e começou a fechar. Teve que fazer tudo pra cortar o custo, porque o custo aqui é fixo e tendo o cliente ou não no final do mês tem que pagar”, conta Pedro.