O presidente da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), Isaac Sidney, afirmou que, em 16 anos, o saldo do crédito imobiliário saltou de R$ 100,9 bilhões, em 2007, para R$ 982,7 bilhões, em setembro de 2023.
"Temos apetite e potencial para crescer", afirmou em evento da Esfera Brasil, nesta segunda (27), em São Paulo.
Apesar disso, hoje, o saldo da linha imobiliária está em torno de R$ 1 trilhão e representa 10% do PIB (Produto Interno Bruto) –muito abaixo de países como Austrália e Suíça, cuja relação crédito imobiliário/PIB ultrapassa 100%.
O Brasil ocupa a penúltima posição no volume de crédito imobiliário na comparação com outros 17 países.
"Com os setores público e privado atuando, juntos, para reduzir o custo de crédito imobiliário, a gente consegue ter uma capacidade maior de alavancagem", disse.
Esse desempenho se deve à criação da alienação fiduciária, que é a transferência de propriedade de um bem como garantia, em substituição à hipoteca, como instrumento mais eficaz e efetivo de retomada da garantia.
"O crédito funciona pela força das garantias. Quanto mais rápido os bancos recuperarem o crédito, isso se traduz em custos menores para concessão", disse Sidney.
Mesmo com o advento da alienação fiduciária, os bancos sempre reclamaram da dificuldade de execução das garantias. Isso porque o tomador tentava impedi-la recorrendo à Justiça.
Em outubro, o Supremo Tribunal Federal confirmou o entendimento legal de que a alienação fiduciária deve ter execução extrajudicial, pondo fim às discussões que antes ocorriam.
Diante desse cenário, o setor avalia que haverá menos risco nas garantias o que, em tese, reduz o custo do financiamento imobiliário.
O presidente da Febraban disse ainda que a aprovação do Marco de Garantias também irá contribuir com o aumento da oferta de crédito. Com as novas regras, os bancos poderão conceder mais de um empréstimo com a mesma garantia da alienação fiduciária sobre um imóvel. Isso permitirá que o tomador acesse linhas mais baratas garantidas por seu imóvel