Os cinco maiores bancos do país processaram mais de 2 milhões de pedidos de renegociação de contratos de crédito, levando em conta o benefício de prorrogação por 60 dias concedido para amenizar os efeitos econômicas da pandemia de coronavírus que assola o Brasil e o mundo.
Segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), os valores dessas negociações chegam a R$ 200 bilhões, abrangendo várias linhas, como crédito pessoal, crédito imobiliário, crédito com garantia de imóveis, crédito para aquisição de veículos e capital de giro.
Segundo os dados da entidade, a Caixa lidera o movimento, com 1 milhão de pedidos em contratos habitacionais, com oferta de R$ 111 bilhões em créditos e carências de até 90 dias.
Na sequência aparece o Bradesco, com 635 mil pedidos; seguido de Itaú, com 302,3 mil pedidos; Banco do Brasil, com 200 mil pedidos; e Santander, com 80,9 mil pedidos.
O levantamento é parcial e nem todos os bancos abriram todos os tipos de informações.
“Os bancos estão totalmente sensibilizados com a necessidade de os recursos chegarem rapidamente na ponta e continuarão agindo com foco para que o crédito seja dado nas mãos das pessoas físicas e das empresas”, diz a Febraban.
Segundo a entidade, ao contrário do que aconteceu na crise de 2008, desta vez não se observa um empoçamento de liquidez, mas sim um aumento substancial nas necessidades por recursos líquidos, o que torna esta crise bem diferente da anterior. “Além disso, os bancos internacionais cortaram as linhas que dispúnhamos, o que estreitou mais ainda a liquidez do sistema”.
A Febraban afirma que seguirá trabalhando com o Banco Central e governo para prover liquidez e crédito para quem precisa.
“Dentre as medidas já tomadas, repactuamos diversas operações com grandes empresas, que demandaram volumes expressivos de recursos, com impactos relevantes sobre a liquidez do setor bancário”.
A entidade diz ainda que os bancos vão se antecipar ao repasse de recursos do governo e, já a partir desta segunda-feira, irão disponibilizar crédito para financiar a folha de pagamento de pequenas e médias empresas com faturamento de até R$ 10 milhões, após dois dias da edição da Medida Provisória que criou uma linha de R$ 40 bilhões, sendo que os bancos irão suportar, com recursos próprios, R$ 6 bilhões desse total.