Nos últimos quatro anos, 56 incorporadoras lançaram 174 empreendimentos no município do Rio, em um total de 31 mil unidades, com um VGV de R$ 10,68 bilhões. Com viés de crescimento, o mercado imobiliário observa o renascimento de um tradicional campeão de vendas: a Barra da Tijuca. Dados da Ademi-RJ e do Sinduscon-Rio, divulgados na pesquisa “Lançamentos residenciais na cidade do Rio de Janeiro 2017-2022”, mostram que o carioca voltou a se encantar pelo bairro que lidera o “top ten” dos recantos favoritos do Rio. Na sequência, vêm Botafogo, Flamengo, Campo Grande, Leblon, Santa Cruz, Tijuca, Taquara, Guaratiba e Recreio dos Bandeirantes.
A progressão do mercado na Barra, de 2017 até hoje, mostra o quanto o bairro vem recuperando fôlego. Em 2017, na ressaca do período olímpico, foram lançadas 12 unidades. Em 2018, 272; em 2019, 170; e em 2020, no auge da pandemia, apenas 39. Este ano, já são 746 unidades. O bairro é um líder à altura do setor que, ao que tudo indica, está finalmente deixando para trás os anos difíceis.
— A Barra segue na liderança. Mas é importante observar o baixo volume de estoques dos lançamentos de 2021 em todo o Rio. A cidade, de modo geral, está com bastante liquidez — afirma o presidente do Sinduscon-Rio, Claudio Hermolin, informando que o VGV do bairro neste ano é R$ 1,285 bilhão.
Com tanta demanda, novos players buscam se posicionar nesse mercado. A imobiliária digital ON Brokers acaba de chegar à Barra com uma carteira de cerca de 500 imóveis e tíquete médio de R$ 7 milhões. O Opportunity Fundo de Investimento, outro estreante na região, acaba de lançar o All Jardim Oceânico, com 120 unidades. Quem também “chegou chegando” na Barra da Tijuca é a Patrimar. A tradicional incorporadora mineira lançou o Oceana Golf, com quase R$ 1 bilhão em VGV, e vendeu 80% da primeira fase em 48 horas, em outubro. O residencial tem 246 apartamentos, divididos em seis torres de 23 andares.
— Foi tão rápido que antecipamos todas as fases de lançamento para apenas 45 dias após a primeira. Isso só reforça o quanto fomos bem aceitos pelo carioca — diz o diretor Comercial e de Marketing do Grupo Patrimar, Lucas Couto, informando que a empresa tem mais dois terrenos na região.
Qualidade de vida
Na Península, a Canopus vai erguer o Be.Península. Somente no último fim de semana do lançamento, foram 60 unidades vendidas: apartamentos de duas suítes com 75 metros quadrados ou de três suítes com 96 metros quadrados.
— De uns tempos para cá, começamos a identificar uma escassez de imóveis na Península, tanto para vender quanto para alugar. E, com a pandemia, a demanda só aumentou. Muitas famílias, principalmente da Zona Sul, estão buscando qualidade de vida ímpar, com muito lazer e área verde — observa o superintendente Comercial da Canopus, Thiago Hernandez.
A RJZ Cyrela, por sua vez, está com quatro lançamentos no bairro: Latitud, Mudrá, Orygem e o Laguna, no Riserva Golf, ampliando um portfólio que começou a ser construído há 20 anos e que já conta com 18 residenciais entregues. O diretor Comercial da empresa, Marcel Vieira, percebe uma mudança no perfil de imóvel que os compradores buscam.
— Os empreendimentos estão mais sofisticados. Há uma preocupação maior com conforto, experiências e possibilidades de customização, e também em oferecer soluções variadas para facilitar a vida do morador — explica.