A portabilidade de crédito tem um “potencial não realizado” no Brasil que soma 18,9 milhões de tomadores de empréstimos no crédito consignado, 4,2 milhões no financiamento de veículos e 493 mil no crédito imobiliário, num total de quase 23,6 milhões. É o que mostra boxe divulgado nesta terça-feira pelo Banco Central (BC). O boxe fará parte do Relatório de Economia Bancária (REB) a ser divulgado dia 7 de junho.
Em cada uma das três modalidades, os números divulgados são os totais de “operações com taxas de juros acima da média do mercado”.
O boxe também mostra queda das taxas anuais de juros após a portabilidade de crédito, com recuos de 2,9 pontos percentuais no crédito imobiliário e 5,7 pontos no consignado.
“Tal fato indica a capacidade de a portabilidade promover a melhoria das condições de crédito dos tomadores”, diz o BC.
No caso do financiamento imobiliário, “percebeu-se também a tendência de redução no número de parcelas e a variação modesta nos valores da operação”.
“Já para o consignado, os resultados foram dispersos em relação à variação do saldo e do número de parcelas”, diz. Nesse caso, houve tanto operações com “alongamento de prazo e aumento do saldo devedor” quanto “diminuição e manutenção da quantidade de parcelas e do saldo”.
Por sua vez, as operações portadas no ano passado mostraram “um funcionamento satisfatório”, com 75% dos pedidos registrados na Câmara Interbancária de Pagamentos (CIP) sendo bem sucedidos e menos de 5% de reclamações no BC.
No boxe, a autoridade monetária ainda destaca o impulso que o open banking pode dar à portabilidade, “ao favorecer a competitividade entre as instituições, com a redução da assimetria de informação no sistema financeiro”. Esse impulso se daria de duas formas: diminuindo “as vantagens informacionais das instituições originais” e facilitando para o tomador a procura “pela melhor oferta”.