O Banco Central anunciou, nesta terça-feira (23), que pretende aprovar medida que libera o uso de imóvel já financiado como garantia para um novo empréstimo com as mesmas condições contratadas anteriormente.
A medida foi anunciada junto com novo pacote de enfrentamento à crise gerada pelo novo coronavírus e tem potencial de liberação de R$ 60 bilhões em créditos novos.
Na prática, o consumidor que contratou crédito para compra da casa própria poderá usar o saldo já quitado para pedir outro empréstimo com o mesmo valor e mesma taxa pactuada em contrato.
Se o tomador tem um financiamento imobiliário de R$ 500 mil a 8% ao ano, por exemplo, e já pagou R$ 200 mil, ele poderá pedir esse valor em novo empréstimo com essa mesma taxa.
O tomador pode pegar mais de um empréstimo com o saldo restante e poderá utilizar como bem entender.
"Como o mercado de crédito imobiliário no Brasil não é tão alavancado, acreditamos que a medida é adequada", explicou Campos Neto.
A iniciativa será enviada por meio de Medida Provisória (MP). "A gente espera que seja feita ainda nesta semana", disse o presidente do BC, Roberto Campos Neto.
Em caso de inadimplência de uma das operações garantidas pelo mesmo imóvel, as demais vencem antecipadamente.
“Na prática, se a família precisa de crédito naquele momento e buscar na instituição financeira, ela conseguirá um empréstimo muito mais caro. Então, com a iniciativa, ela poderá ter acesso a uma linha mais barata”, pontuou o presidente do BC.
Segundo o diretor de Fiscalização da autarquia, Paulo Souza, a ação não aumenta o nível de endividamento das famílias. “Como o empréstimo seria tomado nas mesmas condições, o cliente vai voltar a ter comprometimento que ela já mostrou que será capaz de suportar”, argumentou.
Apenas operações com as parcelas em dia e que tenha folga entre valor do empréstimo e de avaliação do imóvel farão parte da medida.