São Paulo é a sexta cidade mais cara do Brasil para comprar um imóvel. É a terceira entre as capitais. Após registrar uma valorização de 5,68% nos últimos 12 meses, o preço médio do metro quadrado na capital paulista é R$ 11.077, de acordo com o Índice FipeZAP, divulgado pelo DataZAP. Os imóveis localizados nos bairros de alta renda da capital paulista, no entanto, têm valores bem mais altos.
Na zona oeste de São Paulo, o Itaim Bibi possui o metro quadrado mais caro da cidade. Atualmente, o preço médio no bairro é R$ 17.563 por metro quadrado – quase 60% mais caro que a média da cidade. Desta forma, para comprar um imóvel de 80 m² no distrito custaria cerca de R$ 1,4 milhão.
Pinheiros aparece em segundo lugar, com um preço de R$ 17.403, seguido pelo Jardins, com o metro quadrado avaliado em R$ 15.488.
“É uma questão sobretudo de investimento público/privado nestas regiões. As melhores vias de transporte, expansão de metrô, saneamento, itens de lazer, parques e escolas vão se concentrando e gerando um grande atrativo para quem procura, além de uma boa morada, qualidade de vida no bairro”, analisa Renata Nogueira, Sócia da imobiliária Refúgios Urbanos.
Contraste entre as regiões
Observa-se que a zona sul e a zona oeste abrigam, cada uma, quatro bairros entre os 10 mais caros de São Paulo. Daniel Rosenthal, consultor imobiliário e CEO da Taurus Exp, indica que os eixos comerciais e polos financeiros que estão instalados nestas regiões, como a Avenida Paulista, a Faria Lima e a Berrini, justificam a valorização constante.
“A ampliação das linhas de metrô, possibilitando uma melhor mobilidade e, consequentemente, a melhoria pontual de infraestrutura corrobora para a consolidação deste distanciamento em relação ao restante da cidade”, complementa.
Por outro lado, nenhum distrito da zona leste aparece no ranking. Santana é o único representante da zona norte na lista e Bela Vista é o único distrito representando a região central. “O bairro de Santana é o principal vetor da região norte da capital paulista, sempre teve vida própria e nas últimas décadas tem chamado a atenção”, pontua Daniel.
“Como consequência dos desafios de mobilidade e oportunidades de trabalho remoto, a população apresenta uma tendência em permanecer na região, algo que não ocorria no passado. Como consequência natural a região se fortaleceu e prosperou, tornando- se cada vez mais atrativa e gerando cada vez mais investimentos locais”, acredita o consultor imobiliário.
Bela Vista apresenta a maior valorização
Entre os 10 bairros mais caros da cidade, a Bela Vista foi o que mais valorizou no último ano. A região apresenta uma alta de 8,8% nos preços e está à frente do Paraíso (+8,7%) e de Pinheiros (+8,2%), os dois distritos que seguem o bairro central no ranking de valorização.
“A Bela Vista é o maior bairro do Centro de São Paulo, isso faz com que ele seja muito diverso, já que ele começa perto do centro histórico na região do Anhangabaú e termina na Paulista. Essa diversidade também transparece no perfil de imóveis da região. É um bairro onde você encontra desde estúdios a apartamentos de 300, 400m2 voltados para um perfil mais familiar”, pontua Karen Siqueira, também sócia da Refúgios Urbanos.
Para ela, a alta valorização é justificada por uma mudança que a Bela Vista está vivendo. “A construção de duas estações de metrô da linha laranja bem no meio do bairro é um dos pontos. Com essa mudança, houve um interesse das incorporadoras e construtoras em investir na região. Isso se reflete também na chegada de novos comércios e restaurantes, por exemplo”, enumera.
