O primeiro trimestre do ano para o mercado imobiliário do Distrito Federal registrou um desempenho bom, frente às dificuldades comerciais enfrentadas devido à pandemia da covid-19. Em entrevista ao CB.Poder — uma parceria do Correio Braziliense e da TV Brasília —, nesta terça-feira (18/5), o presidente da Associação de Empresas do Mercado Imobiliário do Distrito Federal (Ademi-DF), Eduardo Aroeira Almeida, falou sobre o momento.
Para Eduardo, a procura por imóveis se justifica pelo momento pandêmico. “O cliente passou a ver o imóvel como necessário para a qualidade de vida. Estamos em isolamento social há mais de um ano, e faz com que a nossa residência seja fundamental. Cada vez mais teremos apartamentos amplos, com varandas, coberturas, quintais amplos”, ressalta Eduardo. De acordo com dados divulgados pela Ademi, o saldo foi positivo tanto nas vendas quanto no número de lançamentos residenciais: foram comercializadas 472 unidades e lançados quatro novos empreendimentos, totalizando 1.021 unidades.
Em março, ainda foi registrado Índice de Velocidade de Vendas (IVV) de 10,9%, coroando o melhor primeiro trimestre para o setor desde a criação da pesquisa, há seis anos. Segundo o presidente, isso representa um bom momento para a compra da casa própria, uma vez que os bancos têm disputado clientes, oferecendo boas condições para financiamentos. “Uma das razões que acreditamos que o mercado esteja bom é que, hoje, temos várias opções para cada perfil de cliente”, explica.
Atualmente, o DF possui busca por todos os tipos de imóveis. “Ano passado, a procura era por imóveis mais econômicos, que, na nossa definição, são de até 250 mil reais. Mas a queda de juros e a taxa Selic baixa, fazendo com que os investimentos em renda fixa não sejam tão atrativos, e com a bolsa de valores nessa insegurança, há necessidade de se fazer um investimento melhor”, explica Eduardo.
De acordo com o presidente, o grande destaque do último semestre no ano passado, no DF, foi o Setor Noroeste, devido ao alto padrão. “Somente nos últimos dois meses, Águas Claras ultrapassou. Acreditamos que isso se justifica no fato de investidores voltarem a acreditar em imóveis como investimentos, além das taxas de juros baixas”, pontua o especialista.
Preços disparados, bolso apertado
Com os altos preços, Eduardo explica que ainda há formas de os clientes tirarem proveito e conseguirem prestações que caibam no bolso. “Eu costumo falar que a preocupação não deve ser com o preço e sim com a valorização. Quando um imóvel valoriza, você gera riqueza para a maioria da população. Quem é proprietário de imóvel, acaba ficando mais rico. Mas pra quem não tem, em tese, pode ter um dificultador”, explica.
Segundo o presidente, realmente houve uma valorização dos imóveis na capital. “Dados da associação de bancos que financiam imóveis revelam que Brasília teve a segunda maior valorização do país, perdendo apenas para São Paulo. Nos últimos doze meses, Brasília teve uma valorização de 9,40% Isso significa que o imóvel tem sido uma valorização acima da inflação, que hoje em dia é muito difícil de se obter”, garante.
Apesar da valorização, o presidente garante que ainda é possível encontrar imóveis com bons preços. “E é importante lembrar que um dos componentes do imóvel é o preço, mas tem vários outros, como forma de pagamento e financiamento. Os financiamentos com taxa de juros baixa acabam compensando o aumento de preço, porque daí a prestação cabe no bolso da pessoa. Então é por isso que, apesar dessa valorização, ainda é um mercado virtuoso”, garante.