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26/12/2016

BR Brokers avalia que terá receita maior

A partir de 2012, os lançamentos foram reduzidos, o que teve forte impacto nos negócios das imobiliárias.

Chiara Quintão 

Claudio Hermolin, novo presidente da segunda maior rede de imobiliárias do país: "Temos o grande desafio de ganhar participação de mercado" Após cinco anos de queda da receita líquida, a Brasil Brokers tem expectativa de melhora do indicador em 2017. 

Isso resultaria, segundo o novo presidente da rede de imobiliárias, Claudio Hermolin, dos lançamentos previstos para cidade de São Paulo - maior mercado imobiliário do país - e de oportunidades para a companhia em segmentos fora do mercado residencial de média a alta renda, como imóveis enquadrados no programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, loteamentos, grandes lajes corporativas e galpões. "Temos o grande desafio de ganhar participação de mercado", conta Hermolin, em sua primeira entrevista desde que assumiu o cargo, no fim de novembro. Há intenção, segundo o executivo, de transformar a Brasil Brokers em uma plataforma efetiva de negócios imobiliários, com atuação mais intensa em diversos segmentos. 

A Brasil Brokers tornou-se a segunda maior rede de imobiliárias do país por meio de aquisições de empresas. No período de forte crescimento do mercado, entre 2007 e 2011, a preocupação com custos era secundária para a companhia, que crescia como consequência da expansão das incorporadoras. A partir de 2012, os lançamentos foram reduzidos, o que teve forte impacto nos negócios das imobiliárias. Foi preciso fechar lojas, cortar pessoal e devolver aos antigos proprietários algumas das controladas adquiridas nos últimos anos. 

Na Brasil Brokers, o corte de custos tornou-se uma bandeira quando Plínio de Serpa Pinto assumiu a presidência, no início de 2014. "Plínio começou, e Silvio [Almeida, ex-presidente e antecessor de Hermolin] intensificou a arrumação da casa", diz. O novo presidente conta que a maior parte dessa arrumação ocorreu em 2016 e que a companhia já tem o tamanho adequado para os próximos anos. Hermolin afirma que, ao assumir a presidência da Brasil Brokers, agrega à companhia sua história no setor de incorporação. 

O executivo de 43 anos começou a atuar no setor há 20 anos, passando por incorporadoras como Even e PDG Realty. "Consigo agregar à Brasil Brokers o que eu enxergava de oportunidade de melhoria como cliente", conta. Ele é também presidente da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi) e participante de outras entidades setoriais. Hermolin afirma ser um "otimista por natureza" e diz esperar que o primeiro semestre do próximo ano seja difícil, mas haja início de melhora no segundo. "Por pior que possa ser 2017, as confusões de 2016, dificilmente, vão se repetir", afirma, ressaltando que o ano foi marcado por momentos "bastante confusos" em relação à política e à economia do país.

A retomada do mercado imobiliário paulistano está começando, segundo ele, com volta dos lançamentos e boa velocidade de venda dos novos projetos. "No fim de 2015 e nos três primeiros trimestres deste ano, o mercado viveu de venda de estoques", afirma. Já no Rio de Janeiro, a melhora deve ocorrer somente no segundo semestre do próximo ano, de acordo com Hermolin. Neste ano, a Brasil Brokers teve menos lançamentos e vendas do que em 2015, o que será refletido na receita anual da companhia. "Os lançamentos sempre foram a grande alavanca para o setor imobiliário.

A velocidade de vendas no mercado secundário [de imóveis usados] e de estoques é mais reduzida", diz o executivo. De janeiro a setembro, a companhia teve receita líquida de R$ 85,9 milhões, 38,5% abaixo da registrada no mesmo período do ano passado. As vendas contratadas caíram 36%, para R$ 3,66 bilhões no acumulado de nove meses. Os lançamentos por meio da Brasil Brokers tiveram queda de 26%, para R$ 6,71 bilhões.

 

FONTE: VALOR ECONôMICO