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02/03/2016

BR Properties vai manter atual portfólio de ativos

A BR Properties deve encerrar o ano com o portfólio de ativos imobiliários do tamanho atual, estimado em R$ 7,5 bilhões, informou o novo presidente da companhia, Martín Jaco, ao Valor, em sua primeira entrevista no cargo, assumido ontem. Não estão previstas vendas de ativos nem aquisições.

Chiara Quintão

A BR Properties deve encerrar o ano com o portfólio de ativos imobiliários do tamanho atual, estimado em R$ 7,5 bilhões, informou o novo presidente da companhia, Martín Jaco, ao Valor, em sua primeira entrevista no cargo, assumido ontem. Não estão previstas vendas de ativos nem aquisições. 

A companhia reduziu seu tamanho após comercializar seu portfólio de galpões de R$ 3,18 bilhões para a Global Logistic Properties (GLP), em 2014, e vender mais de R$ 3 bilhões em ativos de escritórios para a Blackstone e para a Brookfield no ano passado, operação concluída recentemente. 

"Já fizemos as vendas que deveríamos e queríamos", disse o executivo. Novas aquisições só farão sentido se for possível fechar negócio pelo "preço correto e com o financiamento correto", de acordo com Jaco. 

Se a companhia continuar, operacionalmente, neste ano e em 2017, da forma em que está, não será necessário nenhum aporte adicional junto a bancos, de acordo com o presidente da BR Properties. "Estaremos preparados para quando um novo ciclo tiver início", afirmou. No fim de 2015, a companhia tinha dívida bruta de R$ 3,625 bilhões e caixa de R$ 1,23 bilhão.

As atenções da BR Properties estão voltadas para a melhora da ocupação das propriedades comerciais e para a diminuição do seu custo da dívida. "Nosso desempenho está muito acima do mercado em termos de vacância e ocupação", afirmou Jaco. 

Segundo o executivo, o volume de entrega de edifícios comerciais, no mercado de São Paulo, nos últimos anos, foi elevado, mas inferior ao esperado. "O grande volume de entregas já ocorreu. A vacância começou a ser reduzida em alguns lugares, como a região dos Jardins e da Vila Olímpia", afirmou. 

A demanda por escritórios tem sido pautada por busca de melhores espaços e não por expansão. "Enquanto a economia não voltar a crescer, a absorção continuará mais lenta", disse. 

Jaco, que faz parte dos quadros da BR Properties há nove anos, reiterou o discurso de continuidade da gestão de Claudio Bruni, que renunciou à presidência executiva na sexta-feira e será indicado para liderar o conselho de administração. 

No mercado, há quem avalie que os planos da GP Investments de assumir o controle da BR Properties serão dificultados com a ida de Bruni para a presidência do conselho da companhia, mas Jaco discorda. "Não muda nada. As decisões serão dos acionistas se e quando houver uma proposta formal da GP", disse o novo presidente da BR Properties. 

A gestora propôs a compra de 37,81% a 62,81% da BR Properties e tem até o dia 28 para publicar o edital da oferta pública de aquisição (OPA). "Claudio já era membro do conselho. No caso de uma eventual OPA, ele tem capacidade de analisar [a operação], fazer as perguntas corretas e defender os interesses dos acionistas." 

FONTE: VALOR ECONôMICO