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14/10/2016

Bradesco e Swiss Re fecham negócio em grandes riscos

A Bradesco Seguros foi assessorada pelo Bradesco BBI e o escritório de advocacia Mattos Filho, e a Swiss Re pelo J.P. Morgan e o escritório Souza Cescon.

A Bradesco Seguros e a Swiss Re Corporate Solutions anunciaram ontem aliança para atuação no ramo de grandes riscos, criando uma companhia com cerca de R$ 800 milhões em prêmios brutos, controlada pela seguradora suíça.

Em troca de sua carteira de seguros de grandes riscos, o Bradesco passará a deter 40% da Swiss Re Corporate Solutions no Brasil, além de receber um pagamento em dinheiro. Segundo o Valor apurou, essa quantia fica na casa dos R$ 200 milhões, embora as empresas não confirmem essa informação. Randal Zanetti, presidente da Bradesco Seguros, apenas afirmou que a transação não terá grande impacto no balanço do banco.

Antes dessa transação ser concluída, a Swiss Re contava com R$ 397 milhões em prêmios brutos de seguros, e a Bradesco Seguros, R$ 418 milhões, de acordo com dados do fim de 2015.


Para a Swiss Re, um dos primeiros e principais benefícios da transação é o uso da rede de distribuição do banco - são 4,6 mil agências bancárias e 40 mil agentes e corretores. Com isso, a seguradora suíça consegue acessar clientes médios e pequenos. Outro benefício é a complementariedade dos negócios. Enquanto a seguradora brasileira é forte em seguro patrimonial e de transportes, a suíça é maior nos ramos de garantia e rural.

A operação anunciada ontem ainda será submetida à aprovação de órgãos como o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e a Superintendência de Seguros Privados (Susep). De acordo com Zanetti, a aprovação deve ser um processo simples porque não existe nenhum obstáculo - de concentração ou de outra natureza - que faça o processo demorar.

O banco brasileiro começou a avaliar alternativas para o segmento de grandes riscos há mais de um ano. Segundo Zanetti, a empresa tinha um time de profissionais qualificado, uma carteira interessante, mas não explorava todo o potencial dessa operação.

"Acreditávamos que com a nossa capacidade de distribuição e muitas das características técnicas demandariam parceiro com visão global do tema e alguém que efetivamente compartilhasse conosco visão de futuro no país. Foram analisadas diversas companhias e possibilidades", afirmou o presidente.

"Muitas vezes me perguntam por que demorou quase um ano e quatro meses para chegarmos a uma conclusão e eu digo que foi um processo de casamento em que tivemos cuidado e atenção em já planejar quais vão ser os próximos passos", diz Zanetti.

Rudolf Flunger, executivo da Swiss Re Corporate Solutions, destacou a contribuição que a rede de distribuição do Bradesco trará para a companhia e afirmou ver grande potencial de crescimento no longo prazo.

"Os negócios são complementares. Temos habilidades técnicas globais e pensamos em uma base global, enquanto a Bradesco Seguros está perto dos clientes e pensa localmente", disse o executivo. "Pensamos que escala é importante para ser efetivo em um país grande como o Brasil. Como temos um tamanho parecido, dobramos de tamanho e criamos uma empresa líder no mercado brasileiro", afirma.

A Bradesco Seguros foi assessorada pelo Bradesco BBI e o escritório de advocacia Mattos Filho, e a Swiss Re pelo J.P. Morgan e o escritório Souza Cescon. 

FONTE: VALOR ECONôMICO