O vice-presidente de finanças e controladoria da Caixa, Marcos Brasiliano, reafirmou que a instituição tem conversado com o Banco Central para a redução de compulsório no crédito habitacional, em meio à queda na poupança, que dificulta o funding.
"O BC já tomou medidas nesse sentido, quando há desabastecimento em alguma linha, ele atua. A última vez foi no depósito à vista, na parte que é direcionada a microfinanças. Temos uma conversa com o BC para, da mesma forma, fazer isso com a poupança", comentou durante painel na 25ª Conferência Anual do Santander.
Para ele, na questão da moradia popular não há problemas, com a retomada do programa Minha Casa, Minha Vida. A dificuldade está na classe média, que depende de linhas do Sistema Financeiro de Habitação (SFH), onde os juros são limitados a 12% ao ano.
"Hoje, para dar crédito com essa taxa, precisamos ter um funding mais barato. Temos conversado com o Ministério da Fazenda, pensando em solução para um mercado secundário."
No mesmo painel, o diretor financeiro e de mercado de capitais do BNDES, Alexandre Abreu, afirmou que hoje o banco não dá mais crédito subsidiado, sendo que atualmente seu principal diferencial é em termos de prazos mais longos. Segundo ele, a única exceção, ou seja, com subsídios, é uma linha para inovação.
"Estamos tendo um boom de data centers no Brasil, é um movimento meio silencioso, mas que tem várias oportunidades que surgem. O BNDES vem olhando esse setor com bastante interesse, tanto em crédito como eventualmente em participação acionária."