A Caixa Econômica Federal deve anunciar um pacote habitacional para minimizar o efeito da pandemia do coronavírus na construção civil, um dos setores que mais empregam no país. Desta vez, o foco do banco é atender as construtoras e incorporadoras. A expectativa é a divulgação do pacote seja aconteça ainda nesta quinta.
O Valor apurou que a Caixa deve prever uma pausa no pagamento de empréstimo para as incorporadas e construtoras que deverá ser de 90 dias, o mesmo atraso permitido para o pagamento de financiamento imobiliário pelas pessoas físicas.
Também está previsto o lançamento de uma linha de financiamento para incorporadoras e construtoras com prazo de carência para pagamento da primeira parcela. Ainda estão sendo aguardadas medidas para reduzir a burocracia para que a liberação de recursos para construtoras e bancos — que dependem, por exemplo, de laudos técnicos — seja mais rápida.
Nos últimos dias a Caixa anunciou uma série de medidas para ajudar a minimizar os efeitos do coronavírus na economia e reforçar a liquidez. O banco reduziu taxas de juros para as pessoas físicas e deu mais prazo para pagamento de crédito. No caso de prorrogação de prazo de pagamento para a pessoa física, o presidente da Caixa Econômica, Pedro Guimarães, afirmou recentemente que poderá ser ampliado para seis meses, caso seja considerado necessário.
Para atender as pequenas e micro empresas, a instituição financeira já informou que vai oferecer a nova linha de financiamento para folha de pagamento. As medidas de estímulo, conforme vem sendo divulgado pelo presidente do banco, já somam R$ 111 bilhões.
Somente neste ano, a Caixa já contratou R$ 3,35 bilhões em 246 operações com 195 entes públicos. Ainda estão em estudo na no banco 324 operações de financiamento para esses clientes, que somam um total de R$ 5,16 bilhões, sendo várias delas sem necessidade de Aval da União.
“No momento, não há espaço dentro do limite de endividamento para entes públicos estipulado para este ano, contudo, há expectativa que o Conselho Monetário Nacional (CMN) faça nova definição sobre o tema, o que poderá viabilizar contratações com outras garantias (sem aval da união)”, segundo a assessoria do banco.
A equipe econômica deve elevar o limite de crédito, com ou sem aval da União, que poderá ser contratado pelos governos estaduais. Hoje o teto é de R$ 8 bilhões.