O financiamento com recursos da poupança voltou a ganhar importância na carteira de crédito imobiliário da Caixa Econômica Federal (CEF). No segundo trimestre, chegou a 40,2% do total de operações, ante 37,4% um ano antes, de acordo com balanço divulgado pelo banco público nesta quinta-feira.
O financiamento através do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) ainda é o mais representativo, com 58,7% do total. Nos últimos 12 meses, no entanto, foi diluído na carteira: cresceu 6,7% ao todo, enquanto os empréstimos com os recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) avançaram 19,3%.
Ao longo do último ano, o financiamento imobiliário através do FGTS aumentou a ritmo mais lento que o da poupança diante da disparada dos custos do setor de construção, com o consequente repasse aos preços dos imóveis. Este efeito "desenquadrou" muitos projetos das regras do Casa Verde e Amarela, programa habitacional do governo federal que é operado quase na integralidade pela Caixa.
Em julho, após medidas tomadas pelo governo federal para atender a pleitos de empresários do setor, a Caixa atualizou as condições de aquisição de imóveis através de linhas que utilizam recursos do FGTS.
As expectativas da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) apontam que o FGTS ajudará a sustentar o setor neste ano, com expansão de até 31%. A entidade espera uma queda de 4% nos financiamentos imobiliários neste ano, no que ainda assim deve ser o segundo melhor ano da história do setor.
A Caixa é líder em financiamento imobiliário no Brasil. Com a expansão da carteira no segundo trimestre, ganhou 0,3 ponto porcentual em participação de mercado em relação a março, chegando a 66,2%. Em base anual, porém, a participação caiu 1,5 ponto porcentual.
Matéria publicada em 18/08/2022