Por Álvaro Campos e Mariana Ribeiro
A Caixa Econômica Federal registrou lucro líquido recorrente de R$ 3,263 bilhões no terceiro trimestre de 2024, queda de 0,7% sobre o trimestre anterior e alta de 0,7% sobre o mesmo período de 2023. O lucro líquido contábil também foi de R$ 3,263 bilhões.
A carteira de crédito atingiu R$ 1,209 trilhão em setembro, com alta de 3,0% no trimestre e avanço de 10,8% em um ano. A margem financeira foi de R$ 14,497 bilhões, queda de 6,4% em relação ao último trimestre e recuo de 0,2% em relação ao terceiro trimestre de 2023. As provisões para créditos de liquidação duvidosa alcançaram R$ 3,084 bilhões, com reduções de 29,9% e 33,4%, na mesma base de comparação.
A carteira imobiliária, que corresponde a 67,1% do total, encerrou o terceiro trimestre com saldo de R$ 812,152 bilhões, crescimento de 3,6% no trimestre e 14,7% em 12 meses. Desse total, 58,5% são recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviços (FGTS) e 41,5% do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE).
Este mês, a Caixa apertou as condições para liberação do financiamento imobiliário. O presidente do banco, Carlos Vieira, vinha dizendo que para 2024 o orçamento estava resolvido, mas que para 2025 haveria desafios se nada fosse feito para endereçar as dificuldades de funding. Ao mesmo tempo, o banco vem ganhando cada vez mais participação de mercado, o que acabou pressionando seu orçamento.
A vice-presidente de Habitação da Caixa, Inês Magalhães, chegou a afirmar que não existia “bala de prata” em relação ao funding e que era preciso um conjunto de ações. O banco tem pedido ao Banco Central (BC) a redução dos compulsórios, mas a demanda não tem encontrado eco na autoridade monetária. Também defende uma redução no prazo mínimo da LCI, que voltasse para três meses.
O segmento de crédito comercial pessoa física encerrou o trimestre com R$ 133,198 bilhões de saldo em carteira, alta de 0,6% em relação a junho e queda de 1,4% ante setembro de 2023. Com relação ao crédito comercial pessoa jurídica, o saldo da carteira terminou setembro de 2024 com R$ 99,978 bilhões, alta de 2,1% no trimestre e 4,8% em um ano.
Já a carteira de crédito de infraestrutura alcançou saldo de R$ 104,521 bilhões, crescimento de 2,6% em três meses e 3,9% em 12 meses. No agronegócio, o total da carteira atingiu R$ 59,574 bilhões, aumento de 1,0% e 13,8%, na mesma base de comparação.
A Caixa projeta crescimento de 7% a 11% da sua carteira de crédito total em 2024. Tanto no segmento de habitação quanto no de saneamento e infraestrutura, esse avanço deve ser 8% a 12%. De acordo com as projeções, a margem financeira bruta deve ter alta de 3% a 7% e as despesas administrativas devem crescer entre 7% e 11%. A carteira de finanças sustentáveis também deve registrar um avanço de 7% a 11%.
A inadimplência fechou setembro em 2,27%, de 2,20% em junho e 2,67% no mesmo período do ano anterior. O índice no crédito imobiliário caiu para 1,42%, de 1,55% em junho e 2,02% em setembro do ano passado. Já em agro, avançou para 3,35%, de 2,11% e 0,75%, na mesma base de comparação.
Em crédito livre para pessoa física, a inadimplência recuou para 4,45% em setembro, de 4,50% em junho e 4,07% em setembro do ano passado. Já em livre para empresas, subiu para 7,77%, de 7,01% e 6,76%.
O banco afirma que houve redução dos atendimentos físicos em 7,9% e crescimento de 52,4% em transações digitais em 12 meses, decorrente de maior foco no cliente, modernização do atendimento alinhada à expansão das jornadas digitais, saque por biometria e emissão de cartão de débito pré-impresso.
(Matéria publicada em 12/11/2024)