A Caixa Econômica Federal planeja conceder R$ 70 bilhões em financiamentos imobiliários com recursos originados nas cadernetas de poupança em 2023. O valor, se confirmado, representará uma queda de 23,9% na comparação com 2022, quando o banco estatal atingiu um recorde de R$ 92 bilhões.
A informação foi compartilhada com o Broadcast pela vice-presidente de habitação, Inês Magalhães. O montante previsto de empréstimos para este ano é uma estimativa, não uma meta oficia, ponderou. “Estamos brigando para emprestar R$ 70 bilhões. É um valor bem razoável”, afirmou.
Segundo Magalhães, esse encolhimento está relacionado à diminuição de recursos disponíveis nas cadernetas de poupança, de onde sai o dinheiro para abastecer os empréstimos. “Temos um colchão forte de liquidez, mas precisaremos combinar com outros recursos”, justificou. Magalhães.
Ao todo, a Caixa planeja chegar a R$ 170 bilhões em financiamentos imobiliários neste ano, considerando também as operações com recursos do FGTS, destinadas majoritariamente para o Minha Casa Minha Vida.
A poupança acumula retirada líquida (saldo entre depósitos menos saques) de R$ 51,23 bilhões no acumulado do primeiro trimestre deste ano, de acordo com dados do Banco Central. Com a diminuição dos recursos disponíveis nas cadernetas, a Caixa e os bancos privados passaram a recorrer a outras fontes de recursos para abastecer os financiamentos imobiliários.
Esse é o caso dos certificados de recebíveis e letras imobiliárias. Apesar de garantir recursos para o setor, esse movimento tem um custo de captação maior, o que provocou o aumento das taxas do crédito imobiliário.
Diante das condições mais duras do mercado, a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) projeta uma queda de 13% nas concessões de financiamentos em 2023, para o total de R$ 156 bilhões.
