A Caixa cortou ontem em até 1 ponto percentual as taxas de juros dos empréstimos habitacionais com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), cujos saldos devedores são corrigidos de acordo com a variação da TR. Nas linhas mais baratas, a taxa efetiva ficou em 7,5% ao ano acima da TR e nas mais caras, em 9,5% ao ano. Esses níveis entram em vigor na próxima segunda-feira e valem apenas para novos contratos.
Anteriormente, os juros variavam de 8,5% a 9,75% ao ano acima da TR, após um corte de 1,25 ponto percentual realizado em junho. Naquele mês, também foi anunciado um programa de renegociação de dívidas que regularizou os pagamentos de 114 mil clientes, totalizando R$ 10,1 bilhões. “Estamos realizando redução consistente da taxa de juros”, afirmou o presidente da Caixa, Pedro Guimarães. “Vamos reagir a toda redução de taxas do Banco Central.”
A Caixa acompanhará a evolução da Selic nos juros para as linhas de crédito imobiliário corrigidas pela TR. No entanto, não fará esse movimento para as linhas corrigidas pela variação do IPCA no curto prazo. “No IPCA, estamos em outra discussão: a securitização, vender o crédito”, afirmou. “Mesmo que haja alguma redução da taxa [básica] de juros, não pretendemos reduzir [os juros da linha] IPCA nos próximos seis meses, pelo menos.”
Com o corte anunciado ontem, o custo do financiamento mais barato entre os corrigidos pela TR, com juros de 7,5% ao ano, fica próximo dos empréstimos mais competitivos oferecidos por instituições privadas. “É basicamente a menor taxa, muito próxima dos demais”, comentou Guimarães.
Questionado se a redução tinha o propósito de alinhar a Caixa ao mercado, ele frisou que a instituição já concede empréstimos com custos bem menores do que os demais bancos. “A competição é importante, sempre”, afirmou. “Mas o que fazemos é matemática e levamos em conta as duas linhas: IPCA e TR.” As linhas que cobram 3,45% ao ano acima da variação da inflação custam aproximadamente 30% menos do que as demais do mercado. As com taxa de 2,45% ao ano são cerca de 50% mais baratas.
Guimarães alertou que a correção pela taxa de inflação embute maior risco, dada a volatilidade dos preços. Lançado em agosto, o empréstimo imobiliário com correção pela inflação alcançou em 45 dias o volume de operações esperado para um ano. No momento, há quase R$ 2 bilhões em operações contratadas ou em andamento, informou o presidente.