A Log Commercial Properties - controlada de logística da MRV Engenharia - divulgou, na sexta-feira, que o preço por ação no seu aumento de capital será de R$ 22 e que a capitalização poderá chegar a R$ 400 milhões. O valor de R$ 22 por papel foi definido a partir de acordo entre os acionistas e é o mesmo do último aumento de capital da Log, ocorrido no ano passado.
Havia expectativa que a nova capitalização ficasse entre R$ 100 milhões a R$ 300 milhões. Isso porque a Conedi, veículo de participação da família Menin na Log, se comprometeu com aportes de R$ 100 milhões e, se todos os acionistas aderissem, o aumento de capital ficaria em torno de R$ 300 milhões.
Considerando-se a possibilidade de a Conedi e Rubens Menin - presidente dos conselhos de administração da MRV e da Log -, aportarem mais de R$ 100 milhões na operação e de os outros acionistas acompanharem a família Menin, o total pode chegar ao teto estabelecido de R$ 400 milhões.
Foram anunciados novos acordos de acionistas em que fica assegurado aos demais sócios da Log - Starwood Brasil Fundo de Investimento em Participações e Fundo de Investimento em Participações Bradesco MPLUS - o direito de continuar ocupando cadeiras no conselho de administração após a reorganização societária.
Na sexta-feira, a Log entrou com pedido para que seu registro na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) seja convertido da categoria B para A. As ações da Log serão negociadas no Novo Mercado da B3. A expectativa é que a aprovação da mudança de categoria pela CVM ocorra até 12 de dezembro, quando os acionistas da MRV vão deliberar sobre a cisão parcial da Log.
O início da negociação das ações da Log está previsto para ocorrer por volta de 19 de dezembro. No fim de outubro, a MRV anunciou sua saída da Log. Na cisão, a participação de 46,3% será transferida, proporcionalmente, a todos os acionistas da incorporadora. O comitê independente da MRV aprovou a operação dia 8.
A Log tem 70 milhões de ações e será a única empresa com atuação principal em galpões logísticos e industriais listada na B3.
Os recursos do aumento de capital vão financiar a expansão da empresa, principalmente fora do eixo Rio-São Paulo. Segundo o presidente da companhia de propriedades comerciais, Sérgio Fischer, o estoque de galpões é pequeno e de baixa qualidade em boa parte do país, e há pouca concorrência fora de São Paulo e do Rio de Janeiro.
De acordo com o executivo, a Log tem condições de ter 300 mil metros quadrados de área bruta locável (ABL) a mais por ano com a equipe que possui. Essa expansão potencial permite diluir as despesas com vendas, gerais e administrativas. "Isso impacta a margem Ebitda, que tem tendência de alta", diz o presidente da companhia.
A Log tem vacância estabilizada em 6,1%. A empresa parou de dar descontos e tem fechado novos contratos com preços um "pouquinho melhores", segundo Fischer. O executivo avalia que pode haver movimento de "leasing spread" (reajustes de aluguel acima da inflação) a partir do segundo semestre de 2019.
