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07/11/2022

Casa e sobrado são os imóveis mais desejados para compra no Brasil (Casa e Jardim – O Globo)

Nova pesquisa sobre o mercado imobiliário nacional indica que os apartamentos são o tipo de residência mais visado por quem tem renda mensal acima de R$ 15 mil; na cidade de São Paulo, outro estudo encontrou anúncios de apês com preços até 79% abaixo do valor de mercado

Nova pesquisa sobre o mercado imobiliário nacional indica que os apartamentos são o tipo de residência mais visado por quem tem renda mensal acima de R$ 15 mil; na cidade de São Paulo, outro estudo encontrou anúncios de apês com preços até 79% abaixo do valor de mercado

 

Mesmo com o crescimento de apartamentos nos grandes centros urbanos do país, quase metade (44%) dos brasileiros deseja comprar uma casa ou sobrado de rua para viver. Isso é o que mostra uma nova pesquisa sobre a intenção de compra de imóveis, realizado pela Brain Inteligência Estratégica em setembro deste ano.

Ainda sobre o tipo de construção residencial, 41% dos brasileiros gostariam de comprar um apartamento. Em seguida, aparecem casa ou sobrado de condomínio (31%), terreno de rua (12%) e terreno em condomínio fechado (12%).

 

Essa intenção varia quando relacionada à renda. Para quem ganha até R$ 15 mil por mês, 50% deseja comprar casa ou sobrado de rua, 39% quer adquirir apartamento, 34% casa ou sobrado de condomínio, e 22% terreno.

 

Já para renda mensal acima de R$ 15 mil, 50% busca comprar apartamento, 21% casa ou sobrado de rua, 14% casa ou sobrado de condomínio, e 28% terreno. "É natural que quanto maior a renda, maior é a preocupação com segurança, portanto, há menor apetite para a compra de casas na rua", diz Guilherme Werner, sócio consultor na Brain.

O sonho da casa própria postergado

 

O estudo mostra que a intenção de compra está em tendência de queda desde fevereiro de 2021, quando 44% dos brasileiros desejavam adquirir um imóvel residencial. Em setembro de 2022, caiu para 33%.

Em outros números, nos últimos 12 meses, apenas 6% dos entrevistados na pesquisa adquiriram um imóvel residencial, e 67% dos brasileiros não pretendem fazer esse tipo de investimento no momento.

 

Variação de preços em apês paulistanos

 

Em São Paulo, um relatório feito em outubro pela empresa Propdo aponta que o mercado imobiliário na cidade está inconsistente, apresentando margem para bons negócios. Foram analisados, através de inteligência artificial, oito anúncios de apartamentos à venda no bairro do Ipiranga e seis em Pinheiros – do total, seis apresentaram até 79% do valor abaixo do que o avaliado pela companhia.

 

Foi o que aconteceu com um imóvel de 82 m² com dois quartos, construído antes do ano 2000 e localizado na Rua Cunha Gago, em Pinheiros: a Propdo avaliou que o apartamento valeria R$ 1.295 milhões, enquanto o anúncio pedia R$ 720 mil (diferença de 79%).

Apartamentos em Pinheiros de 82 m², com dois quartos, de segunda mão, construídos antes de 2000

ENDEREÇO

Preço avaliado pela Propdo

Preço anunciado

Diferença (R$)

Diferença (%)

Rua Cunha Gago (sem número)

R$ 1.295 milhão

R$ 720 mil

R$ -575 mil

-79%

Rua Artur de Azevedo, 2013

R$ 1.353 milhão

R$ 896 mil

R$ -457 mil

-51%

Rua Cardeal Arcoverde (sem número)

R$ 690 mil

R$ 569 mil

R$ -121 mil

-21%

Rua Fradique Coutinho (sem número)

R$ 1 milhão

R$ 1.272 milhão

R$ 272 mil

+27%

Rua Lisboa (sem número)

R$ 934 mil

R$ 1.270 milhão

R$ 336 mil

+35%

Rua Fernão Dias (sem número)

R$ 795 mil

R$ 1.175 milhão

R$ 380 mil

+47%

Fonte: Propdo

No Ipiranga, a maior diferença foi registrada na Rua Lord Cockrane, em um apartamento de 61 m² com dois quartos, também construído antes de 2000. A empresa o avaliou em R$ 483 mil, e o anúncio pedia R$ 360 mil. Ou seja, um preço 34% menor.

"A razão para esse fenômeno está no fato de estarmos em um período de caos global no mercado de imóveis. Macro-parâmetros estão instáveis, ocasionando muitas oportunidades, mas também muitos riscos. No Brasil, esse é um ponto de grande atenção, porque não existe nenhuma fonte pública oficial gratuita com informações do mercado e, principalmente, valoração de imóveis", diz Nathan Varda, head da Propdo no Brasil.

Apartamentos no Ipiranga de 61 m², dois quartos, de segunda mão, construídos antes de 2000

ENDEREÇO

Preço avaliado pela Propdo

Preço anunciado

Diferença (R$)

Diferença (%)

Rua Lord Cockrane (sem número)

R$ 483 mil

R$ 360 mil

R$ -123 mil

-34%

Rua Brigadeiro Jordão (sem número)

R$ 440 mil

R$ 380 mil

R$ - 60 mil

-15%

Rua Silva Bueno, 2379

R$ 457 mil

R$ 400 mil

R$ - 57 mil

-14%

Rua Oliveira Alves, 495

R$ 560 mil

R$ 650 mil

R$ 90 mil

+16%

Rua do Manifesto (sem número)

R$ 483 mil

R$ 599 mil

R$ 116 mil

+24%

Rua Cipriano Barata, 900

R$ 430 mil

R$ 590 mil

R$ 160 mil

+37%

Rua Cisplatina, 785

R$ 430 mil

R$ 596 mil

R$ 66 mil

+38%

Praça Nami Jafet, 44

R$ 450 mil

R$ 770 mil

R$ 320 mil

+71%

Fonte: Propdo

 

Segundo o especialista, existem diversos motivos que podem levar à venda abaixo do valor, como o alto preço do condomínio, problemas com vizinhos, imóvel como divisão de herança ou mudança de interesse das pessoas pela localização.

 

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"Na maioria das vezes, os vendedores não estão atualizados sobre o mercado ou confiam em transações passadas para avaliar sua propriedade. Por exemplo, apenas em 2021, os preços em São Paulo aumentaram entre 3% e 10% (dependendo do bairro), então, o vendedor que confia em preços do início de 2020 e 2021 não saberá os novos valores", ele Nathan.

 

Já os valores acima podem ser baseados em futuras negociações com potencial de venda ou falta de entendimento do mercado imobiliário. "Existe uma crença de que os preços sempre sobem de uma forma ou de outra, e isso não é verdade. Também temos vendedores que não tem a intenção de vender e estão apenas testando o mercado, vendo se um alto preço vale à pena", afirma Nathan

FONTE: O GLOBO