Para alguns dos que recebem unidades habitacionais do Minha Casa, Minha Vida (MCMV), a comemoração pela conquista é somente o início de mais uma luta para não continuar vivendo à margem da sociedade e sem acesso a serviços públicos.
“Temos uma demanda de pessoas que já estão lutando para que, ao receberem seus conjuntos habitacionais, tenham garantidos creche, escola e posto de saúde”, declarou José Lino Fonteles, coordenador do Núcleo de Habitação e Moradia da Defensoria Pública do Ceará. Contudo, ele disse que o que mais acontece, talvez por desconhecimento, é a população se dar por satisfeita apenas com a entrega dos apartamentos.
“A omissão (do poder público) não diz respeito só à questão habitacional, é de assistência social. Mesmo quando a população consegue dar um passo adiante, encaminhar para um conjunto desse, é um conjunto que não tem nada, nenhum equipamento no entorno”, reforçou Eliton Meneses, outro defensor público do Nuham.
Titular da Secretaria Municipal do Desenvolvimento Habitacional (Habitafor), Olinda Marques reclamou que, no início do governo Michel Temer (MDB), a destinação de 6% do valor das unidades habitacionais para a construção de equipamentos públicos no entorno dos conjuntos chegou a ser cortada. Em nota, o Ministério das Cidades informou que, pelo menos para a construção de escolas, o valor se mantém.