Dona há décadas de um grande terreno próximo das rodovias Dom Pedro I e Anhanguera, de uma linha férrea e do aeroporto de Viracopos, em Campinas, a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) pretende trocá-lo por moradias populares na região, em modelo de permuta. Com 264 mil m² no bairro de Nova Aparecida e avaliado em R$ 57,5 milhões, a ideia é que ele se transforme em 283 habitações que podem estar espalhadas pela cidade.
Na vizinhança já há um complexo habitacional, com 1,5 mil unidades e 4 mil moradores, mas a CDHU entendeu que a área seria mais valorizada caso fosse usada por empresas de logística. Além disso, investimentos corporativos na região criariam oportunidades de emprego para essa população, bem como maior desenvolvimento econômico.
“Não queríamos fazer outro mega conjunto habitacional porque a gestão e a segurança são mais difíceis”, diz Reinaldo Iapequino, presidente da CDHU. “O urbanismo mais moderno preconiza empreendimentos menores e mais espalhados pela cidade.”
Objetivo é ganhar tempo na entrega de imóveis
Segundo Iapequino, o terreno poderia também ter sido vendido, mas a ideia foi testar o modelo de permutas – familiar ao setor de construção civil – para ganhar tempo na entrega dos domicílios. Além disso, a ideia era favorecer a região de Campinas e não mandar o valor para o caixa do órgão.
“Tínhamos outro projeto na região que levou mais de dez anos para ser erguido”, afirma. “No modelo de permutas, queremos ter as habitações entregues em, no máximo, dois anos.”
A abertura das propostas para o edital está marcada para 07 de março. Podem participar do certame empresas ou pessoas físicas, bem como fundos de investimentos, que tenham unidades prontas ou com prazo de entrega de 90 dias a partir da homologação da licitação.
No caso de imóveis prontos, deverão ter condições de serem habitadas, sem ocupação anterior e com data de habite-se não superior a 360 dias contados da data da publicação no Diário Oficial. A permuta também está disponível para empreendimentos com entrega em até 24 meses. Nessa hipótese, os projetos devem estar com todas as aprovações e licenças em dia, com as unidades autônomas e frações já registradas em cartório.
Unidades têm que estar em área urbana
As unidades a serem oferecidas à CDHU podem ser localizadas em qualquer local de Campinas, desde que em área urbana e dotada de infraestrutura pública. Os apartamentos deverão ter dois dormitórios e área privativa de, pelo menos, 40 m², com acabamento em piso cerâmico e rodapé em todos os ambientes, portas com esmalte ou verniz, esquadrias de alumínio, peitoril impermeável e revestimento cerâmico até o teto nas paredes das áreas frias. Também deverão constar pontos de energia, para cabo de televisão, internet e telefone, conforme especificações do edital.
Os imóveis deverão ter medição de água, gás e energia elétrica individualizadas, sistema de energia fotovoltaico, quando viável, e equipamentos economizadores de água e energia. A área de lazer deverá contar com ao menos um equipamento social e um de lazer esportivo, que deverão ser projetados para diversas faixas etárias, em locais de fácil vigilância, evitando áreas residuais nos lotes.
As habitações serão destinadas a famílias de baixa renda indicadas pela CDHU nos programas desenvolvidos no município.
Foto: Divulgação/Habitação-CDHU