A fabricante de revestimentos cerâmicos Cecrisa estima chegar ao fim do ano com crescimento de 15% sobre os R$ 758 milhões do faturamento bruto de 2017. Até julho, houve alta de 19%, segundo o vice-presidente comercial da ceramista, Paulo Benetton. Conhecida pelos porcelanatos de grandes formatos com a marca Portinari, a empresa tem aumentado as vendas por meio de investimentos em novos produtos, ganho de participação de mercado, mudança do mix e expansão das exportações.
O aumento da demanda de revestimentos cerâmicos para reformas continua a puxar as vendas mais que a procura por produtos para obras novas. A Cecrisa espera continuidade do incremento da comercialização, embora a proximidade das eleições presidenciais e a indefinição do cenário contribuam para que clientes tenham mais cautela na tomada de decisões de compra.
"Problemas sempre vão existir, então temos de buscar ganhar participação de mercado", diz o vice-presidente, acrescentando que a empresa não pode esperar o crescimento do Brasil para buscar sua expansão.
Até o fim de julho, a Cecrisa conseguiu, segundo Benetton, recuperar as vendas que deixou de realizar, no fim de maio e no início de junho, devido à greve dos caminhoneiros. A fábrica, localizada em Criciúma (SC), chegou a ser paralisada por uma semana como consequência da dificuldade para receber matérias-primas e despachar produtos. A fabricante de revestimentos voltou a operar a pleno vapor, movimento que tinha sido iniciado em abril. A empresa é a terceira maior do segmento.
O vice-presidente diz que investimentos para ampliar a capacidade instalada - atualmente, de 20 milhões de metros quadrados - dependem do crescimento do mercado. A Cecrisa têm concentrado aportes no desenvolvimento de produtos. Na última quinta-feira, por exemplo, a empresa apresentou nova linha de porcelanato técnico para projetos comerciais, na qual investiu R$ 6 milhões. A previsão de aportes em produtos, no ano, é de R$ 10 milhões.
Atualmente, os porcelanatos de maior valor, com a marca Portinari, equivalem de 85% a 90% das vendas. A marca Cecrisa, de médio padrão, responde pelo restante. Do total do faturamento, 70% é composto por vendas ao varejo e 30%, pelo canal engenharia, ou seja, pela venda direta a construtoras para empreendimentos residenciais, comerciais e de infraestrutura. A demanda por cerâmicas para reformas residenciais ainda é o maior vetor de crescimento, mas a Cecrisa busca também ampliar as vendas para os demais segmentos.
Há expectativa de aumento das exportações como consequência da desvalorização do real. A ceramista exporta para 50 países, principalmente do continente americano.
De acordo com Benetton, as margens da Cecrisa estão mais pressionadas pelo aumento dos custos de gás natural, energia e das despesas com frete, além do efeito do câmbio em matérias-primas indexadas ao dólar. A empresa está conseguindo repassar para os preços apenas parte dos custos, segundo o executivo.
A gestora Vinci Partners tem 77% de participação na Cecrisa. Os 23% restantes ainda pertencem à família fundadora.