Notícias

22/05/2023

China arrisca calote de dívida imobiliária igual a 12% do PIB (Valor Econômico)

Relatório ressalta profundas preocupações sobre o mercado imobiliário da China, que luta para se recuperar após uma queda histórica de cerca de 18 meses

O montante de dívida das incorporadoras imobiliárias chinesas que corre risco de default equivale a 12% do PIB, um fardo enorme que pode conter o crescimento da segunda maior economia do mundo nos próximos anos, segundo a Bloomberg Economics.

 

Uma análise de 186 incorporadoras de capital aberto mostra que cerca de 48% do total de endividamento é de empresas que já não pagaram títulos durante a crise imobiliária dos últimos dois anos ou correm um risco “significativo” não pagar, de acordo com o estudo.

Extrapolando este percentual para o setor como um todo — que tinha 28,1 trilhões de yuans (US$ 4 trilhões) de dívida no final do ano passado — as incorporadoras chinesas teriam 13,6 trilhões de yuans em risco de calote. Isso equivale a 11,9% do PIB do país, disse a Bloomberg Economics.

 

“Isso representa um risco para a estabilidade financeira”, diz o relatório. “E esse fardo pode pesar sobre o crescimento por anos, à medida que as empresas direcionam recursos para por seus balanços em ordem.”

 

O volume de dívida em risco pode ser ainda maior, já que as empresas de capital fechado podem estar em uma situação financeira ainda pior do que as de capital aberto, disse a Bloomberg Economics.

O relatório ressalta profundas preocupações sobre o mercado imobiliário da China, que luta para se recuperar após uma queda histórica de cerca de 18 meses. O investimento imobiliário está se contraindo, a valorização dos imóveis se enfraqueceu em abril, e as compras de moradias durante o feriado do Dia do Trabalho em maio vieram abaixo dos níveis anteriores à pandemia. Os consumidores também reduziram a tomada de financiamento imobiliário.

 

O setor imobiliário responde por cerca de 20% do PIB chinês, é era um dos principais motores do crescimento econômico. Seu desempenho fraco tem prejudicado a recuperação econômica e a demanda por commodities como minério de ferro e cobre. 

FONTE: VALOR ECONôMICO