A pandemia de Covid-19 transformou a cidade de São Paulo em um dos maiores exemplos brasileiros de declínio financeiro, consequência dos agravantes derivados do coronavírus. Um dos impactos foi no nível de desemprego, que teve mais de 97 mil vagas fechadas. Com o avanço da vacinação, o cenário tem se transformado: de janeiro até setembro deste ano, foram criadas 322.027 vagas de emprego, e a capital conquistou o título de “Melhor Cidade para fazer Negócios” em 2021. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Previdência.
O crescimento do “vacinômetro” — como foi chamado o controle de indivíduos vacinados no Brasil — foi um fator determinante para a retomada do setor econômico. O aumento desses números levou a cidade de São Paulo ao primeiro lugar no ranking, considerando os setores comercial, imobiliário e educacional. A investigação acontece de forma anual e foi feita pela revista Exame, com a consultoria da Urban Systems. Em 2021, especificamente, a consultoria também mensurou quesitos relacionados ao ritmo de vacinação e taxa de mortalidade por conta de Covid-19.
A apuração comprovou um comportamento muito reproduzido desde a veiculação das vacinas: a de que os municípios com maior incidência de vacinação tiveram maior retomada de atividades econômicas (e de forma mais segura). A aderência à campanha vem acompanhada de menores restrições e maior segurança.
O prefeito Ricardo Nunes dissertou sobre as medidas de contenção da pandemia sancionadas pela cidade: “O controle da pandemia feito por São Paulo foi diferente de outros lugares do mundo, onde as atividades foram fechadas com a exceção das áreas de segurança pública e saúde. Adotamos o diálogo de conscientização da população e as nossas posições transparentes fizeram com que os cidadãos entendessem que não era política o que fazíamos e sim, ações respaldados pela ciência”, explicou o prefeito.
Esse resultado se deu especialmente no setor imobiliário porque o ramo de construção civil foi considerado essencial durante toda a pandemia. Um fato decisório para isso foi a ausência de restrições, ainda que acompanhada de incertezas no início das medidas protetivas. De acordo com a pesquisa, de janeiro a junho de 2021, foram lançadas 27.114 unidades — um recorde em comparação com o mesmo período do ano anterior, que registrou 20.257 lançamentos.
Já os dados dos últimos 12 meses, ou seja, de outubro de 2020 a setembro de 2021, apontam que foram comercializadas 65.690 unidades na capital paulista: um aumento de 32,1% em relação ao mesmo período do ano anterior (outubro de 2019 a setembro de 2020), que teve 49.715 negociações concluídas.