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12/04/2022

Cimento: Vendas em março têm alta de 0,3% na comparação anual, diz SNIC

No primeiro trimestre, o mercado brasileiro de cimento, fortemente afetado por chuvas em algumas regiões do país em janeiro e fevereiro, teve declínio de 2,4% nas vendas

O mercado brasileiro de cimento, fortemente afetado por chuvas em algumas regiões do país em janeiro e fevereiro, fechou o primeiro trimestre do ano com declínio de 2,4% nas vendas, informou o SNIC, entidade que reúne as fabricantes do setor. 

Em março, no entanto, houve uma certa recuperação, com aumento de 0,3% nas vendas, para 5,53 milhões de toneladas. Esse é o patamar médio mensal que o setor busca manter neste ano, visto como difícil devido ao cenário de muitas incertezas.

No período de janeiro a março, foram despachadas 14,8 milhões de toneladas de cimento no país, ante 15,16 milhões de toneladas no mesmo período de 2021. No total, incluindo exportação, as vendas somaram 14,91 milhões de toneladas — retração de 2,2% frente às 15,25 milhões de toneladas do mesmo trimestre de 2021. 

Ao se comparar vendas por dia útil — melhor indicador que considera o número de dias trabalhados e que tem forte influência no consumo de cimento —, afirma o SNIC, as vendas do produto registraram em março 230,3 mil toneladas, um crescimento de 2,1% em comparação a fevereiro e de 4,4% em relação a igual período de 2021. Ainda assim, o resultado trimestral apresentou um recuo de 3,1% ante os três meses acumulados do ano passado. 

“O desempenho do setor não foi pior em março devido à demanda do mercado imobiliário”, afirmou em comunicado a entidade. Entretanto, a performance de lançamentos tende a não se sustentar nesses patamares, uma vez que o aumento de estoque dos imóveis, a queda das vendas e os juros altos devem inibir futuros empreendimentos, destacou. 

Segundo Paulo Camillo Penna, presidente do SNIC, a autoconstrução, importante indutor do consumo de cimento, continua desacelerando em virtude do alto nível de desemprego, da menor renda da população (que registrou o menor valor desde 2012) e do crescente endividamento das famílias, que foi a 51,9%. 

“Reflexo desse quadro são as sucessivas quedas de vendas de material de construção no varejo verificadas desde meados de 2021, já pelo oitavo mês consecutivo, até fevereiro”, afirma Penna.

 De acordo com o executivo, a disparada dos custos dos insumos do cimento, aliados a uma forte estabilidade do cenário político e econômico, não permitem fazer um prognóstico de bom desempenho como os verificados nos últimos três anos. “A ambição da indústria em 2022 é manter a sustentabilidade do setor frente a um ambiente terrivelmente pressionado.” 

Matéria publicada em 11/04/2022

FONTE: VALOR ECONôMICO