Depois de ter lançado R$ 771 milhões no ano passado, a HM - incorporadora da Mover com foco na baixa renda -, pretende alcançar a marca de Valor Geral de Vendas (VGV) apresentado ao mercado de R$ 800 milhões em 2019. Neste ano, a empresa vai atuar, principalmente, na faixa 2 do Minha Casa, Minha Vida, e terá unidades também na faixa 1,5, presença na faixa 3, parte dos imóveis no segmento logo acima do programa habitacional e pelo menos um loteamento. Para 2020, a meta é de R$ 1 bilhão.
"Queremos manter o ciclo de expansão, mesmo com as restrições do FGTS [Fundo de Garantia do Tempo de Serviço] previstas para este ano", diz o copresidente da HM Mauro Bastazin. O executivo cita que enquanto a demanda por habitação popular sobe mais de um milhão de unidades por ano, a produção varia de 400 mil a 500 mil unidades. "A grande questão é a restrição do funding", afirma o executivo.
A copresidente da HM Sylvia Bianco ressalta que o Minha Casa, Minha Vida tem de ser reinventado. Por um lado, o governo "precisa entender que base da pirâmide precisa de habitação" e encontrar uma "equação criativa" em relação a fontes de financiamento. Por outro, na avaliação da executiva, as empresas precisam se reinventar, com redução de custos.
Em 2018, o VGV lançado pela HM cresceu 111%, e o volume de unidades apresentadas ao mercado chegou a 5.594. A atuação em incorporação se concentrou nas faixas 1,5 e 2, e a empresa estreou em loteamentos em Colina (SP).
A projeção inicial era lançar VGV de R$ 700 milhões - dos quais R$ 250 milhões em Campinas em algumas fases de três bairros planejados em parceria com a Companhia Metropolitana de Habitação de São Paulo (Cohab). Como a totalidade dos três projetos - 17 condomínios e 2.380 unidades -, acabou sendo apresentada, o VGV atingiu R$ 771 milhões no ano passado.
"Não houve produção significativa do Minha Casa, Minha Vida nos últimos anos em Campinas", conta a copresidente da HM. Segundo a executiva, a Cohab tem 30 mil famílias cadastradas.
Após apresentar ao mercado um loteamento com VGV de R$ 200 milhões em 2018, a incorporadora tem um lançamento de urbanização previsto para este ano e vai buscar mais negócios na área, segundo Bastazin.
O banco de terrenos da HM corresponde ao VGV potencial de R$ 3,7 bilhões. Para 2019, a incorporadora prevê lançamentos na Região Metropolitana de Campinas, na Baixada Santista e nas proximidades da capital paulista.
A HM foi fundada por Henrique Bianco em 1976. Em 2007, seu controle foi vendido para o grupo Camargo Corrêa (atualmente, sob comando da holding Mover Participações) como parte da criação do negócio de incorporação imobiliária. A Camargo Corrêa assumiu a totalidade da HM em 2009. Sylvia, filha do fundador, e Bastazin, compartilham o comando da HM desde meados de 2017