Ainda que lenta, a recuperação econômica permitiu alguma melhora do mercado imobiliário no ano passado. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta quarta-feira mostram que o número de imóveis ocupados no país cresceu em 1,5 milhão de unidades em 2018, para 71 milhões de domicílios — 2,2% a mais do que no ano anterior.
Esse movimento ocorreu basicamente pela ocupação de imóveis que estavam anteriormente fechados, seja pela falta de compradores ou de inquilinos, por conta do período recessivo enfrentado pelo país. O IBGE não mediu quantas dessas construções eram novas, mas outras pesquisas não sugerem aquecimento da construção civil em 2018.
“Havia muito imóvel fechado e que não tinha sido lançado. Houve uma mobilização de empreiteiras no sentido de baratear imóveis encalhados, além de ajuda do crédito imobiliário da Caixa para impulsionar o crescimento das vendas”, disse a pesquisadora Adriana Beringuy, ao comentar os resultados módulo “Características dos Domicílios e Moradores 2018” da Pnad Contínua.
O crescimento de imóveis ocupados se deu tanto pelo aluguel quanto pelo financiamento das unidades. O país tinha 12,5 milhões de pessoas morando em lares próprios ainda não quitados em 2018, 4,6% a mais do que no ano anterior. E 35,9 milhões de pessoas viviam em imóveis alugados, um avanço de 4,3% na comparação ao ano anterior.
Esse avanço foi liderado pelos apartamentos. Após terem mostrado retração de 3,1% em 2017, o número de apartamentos ocupados no país cresceu 7,1% no ano passado, o que representa 651 mil unidades a mais. Já o número de casas ocupadas aumentou 1,5%, o que representa mais 910 mil unidades, conforme os dados da pesquisa do IBGE.
A região Sudeste foi a principal responsável pelo incremento do número de imóveis ocupados no país no ano passado. A expansão absoluta foi de 762 unidades. Em termos proporcionais, o destaque foi a região Norte, onde o número de domicílios ocupados mostrou um incremento de 3,1% no período, segundo a pesquisa do IBGE.
Condições - O IBGE também mediu os materiais usados nas construções do país. Segundo a pesquisa, em 88,2% dos domicílios brasileiros, o correspondente a 62,6 milhões de unidades, as paredes externas eram de alvenaria ou taipa com revestimento. Sem revestimento representavam 6,9% (4,9 milhões). Já os domicílios com paredes externas de madeira somavam 4,4% (3,1 milhões).
O piso de cerâmica, lajota ou pedra era predominante, usado em 77,6% do total de domicílios . Em 14,7% (10,4 milhões) o piso era de cimento, enquanto a madeira estava em 6,7%. Outros materiais — como tapumes, carpete etc — era utilizado em 1,1% dos lares do país.