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13/01/2016

Com menos crédito, preço de imóveis cai

Em 2015, os preços médios pedidos pelos imóveis nas principais cidades brasileiras caíram cerca de 8,5% reais, segundo o Índice FipeZap. Em valores nominais, houve alta média de 1,32%, mas em nenhuma das 20 cidades onde é feita a pesquisa houve alta real de preços.

Em 2015, os preços médios pedidos pelos imóveis nas principais cidades brasileiras caíram cerca de 8,5% reais, segundo o Índice FipeZap. Em valores nominais, houve alta média de 1,32%, mas em nenhuma das 20 cidades onde é feita a pesquisa houve alta real de preços. É boa medida do grau de enfraquecimento do mercado de imóveis, sem que as perspectivas para este ano sejam favoráveis, pois não se alteraram os fatores que empurraram o mercado para baixo.

Em alguns casos, os preços pedidos se tornaram tão elevados nos últimos anos que as quedas devem ser vistas como um ajuste natural de mercado. No Rio, o auge dos preços ocorreu em 2010 e, em São Paulo, em 2011. No ano passado, o Rio apresentou queda nominal de 1,47%, inferior apenas à de Brasília e de Niterói. Já São Paulo registrou alta nominal de 2,51%. A maior elevação nominal ocorreu em Florianópolis (+8,38%), seguindo-se Vitória (+7,82%) e Fortaleza (+5,99%).

Estoques elevados são um dos principais problemas do mercado imobiliário, porque desestimulam as incorporadoras a fazer lançamentos. O resultado é o crescimento do desemprego, com a perda de profissionais qualificados, que farão falta quando o setor retomar um ritmo razoável de atividade. Mas isso levará tempo. “As incorporadoras só vão lançar o que tiverem certeza de que vão vender”, disse o presidente do Secovi, Cláudio Bernardes.

Dado o alto custo dos imóveis, a oferta de crédito é indispensável para a conclusão das operações. Mas houve queda nos financiamentos da ordem de 30% entre 2014 e 2015 nas operações com recursos das cadernetas de poupança.

Ocorreu uma queda na demanda de crédito, pois na recessão os tomadores são mais prudentes e evitam endividar-se. Mas um diretor da Caixa Econômica Federal, Teotonio Rezende, acredita que o mais importante foi a falta de recursos para financiar, devido aos saques nas cadernetas (R$ 53,6 bilhões no ano). Outra explicação é a prudência dos bancos que tentam evitar o esgotamento dos recursos das cadernetas, cuja captação é mais barata, propiciando um custo de crédito inferior ao cobrado quando os recursos provêm de Letras de Crédito Imobiliário (LCIs), cujo rendimento está atrelado à taxa Selic.

Momentaneamente, o enxugamento do mercado imobiliário provoca redução de preços. Mas cabe indagar o que ocorrerá daqui a dois a três anos, se já não houver estoque e se a demanda se reativar.

FONTE: O ESTADO DE S. PAULO