Larissa Garcia
Os saques em caderneta de poupança superaram os depósitos em R$ 15,356 bilhões em março, conforme divulgação nesta segunda-feira do Banco Central (BC). Esta é a terceira saída líquida seguida — em fevereiro, o número foi negativo em R$ 5,349 bilhões.
Em março, os brasileiros retiraram R$ 327,109 bilhões, maior volume para qualquer mês da série histórica calculada desde janeiro de 1995, e depositaram R$ 311,753 bilhões na caderneta.
No mesmo período de 2021, a modalidade registrou resultado negativo em R$ 3,524 bilhões. Já em janeiro deste ano, a poupança registrou captação líquida (diferença entre ingressos e retiradas) negativa em R$ 19,665 bilhões, maior para qualquer mês da série.
No primeiro trimestre de 2022, a poupança teve captação negativa em R$ 40,371 bilhões. Em 2021 como um todo, modalidade registrou saída líquida de R$ 35,469 bilhões.
O resultado de março deste ano se somou ao rendimento de R$ 5,318 bilhões creditados no mês. Assim, o saldo total da poupança somou R$ 1,006 trilhão, R$ 10 bilhões a menos que o registrado em fevereiro.
Além disso, os recursos da caderneta aplicados em crédito imobiliário (SBPE) registraram saque líquido de R$ 12,596 bilhões. No caso do crédito rural (SBPR), houve saída de R$ 2,759 bilhões.
O dado foi publicado com atraso devido à greve dos servidores do BC, que durou 18 dias e foi suspensa na última terça-feira. A informação sobre março estava prevista para ser divulgada em 6 de abril. Os trabalhadores decidiram, contudo, permanecer em operação-padrão e farão paralisações diárias de 14h às 18h. A categoria reivindica reajuste salarial de 27% e reestruturação de carreira.
Nesta segunda, o BC também publicou os dados da poupança até 14 de abril. No período, a captação foi negativa em R$ 5,917 bilhões.
(Matéria publicada em 25/04/2022)